Dragonize

O Significado de Amar


— Eu sei que deveria ficar feliz. – disse Waver. — Sei que é bom tê-lo de volta, mas não acha que é muita cara de pau aparecer aqui depois de tanto tempo desaparecido, ainda mais quando se é considerado um criminoso pela Academia?

— Desculpe, he, he... – Zack estava sem graça pelo comentário.

— Vamos, Rick. Não precisa ser tão ranzinza com ele. – dizia Mark, enquanto pegava duas xícaras de café na cafeteira do escritório.

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— Cale-se, padre de merda. – Waver grita. — E não use a cafeteira dos outros sem permissão!

— Sim, sim. – Mark dizia com um sorriso no rosto, ignorando-o completamente.

— Ainda me impressiono que vocês são melhores amigos. – disse Zack.

E ele não estava errado. Mark e Waver se conheceram aos 17 anos no ensino médio, ambos já eram envolvidos com o “mundo secreto da magia”, ambos estudaram juntos na Academia Arcana e na Igreja, mas Mark seguiu o caminho dos Exorcistas e Waver o dos magos.

— Eu também me impressiono. – Waver acende um cigarro.

— Fazem 28 anos, né? – Mark pega uma das xícaras e entrega à Zack, que agradece. — E pensar que mesmo seguindo caminhos diferentes, ainda seriamos amigos por tanto tempo.

— O mesmo se aplica a meu mestre e minha lady. – Noire deixava a forma espiritual e subia na mesa de Waver. — Mesmo depois de oito anos, ela ainda esperou por ele. Como rei fada que sou, posso afirmar que nunca entre nós vi exemplos de amizade tão belas quanto a de vocês.

— Certo, vossa alteza. Já pode descer da minha mesa. – Waver reclama.

— Miau. – isso foi Noire negando.

— Noire, não irrite o sr. Waver. – disse Zack.

— Sim. – Noire desce da mesa, mas antes bagunçou alguns papéis em cima da mesa.

— Tsk. – Waver organiza os papéis novamente. — Então, Mark me atualizou sobre o assunto. Fugiu com uma experiencia da Kagutsuchi, ficou por 8 anos viajando pela Ásia e agora voltou, pois um alquimista da casa dos Hunter te ofereceu ajuda. É isso?

— Basicamente. – Zack concorda.

— E você tem noção da confusão em que se meteu? – Waver pergunta.

— Sim.

— Sabe também que, por oito anos, sua melhor amiga me pagou para encontrar você? Mesmo com o caso tendo sido arquivo há anos

— Ela o que?! – Zack finalmente percebeu a merda que fez.

Uma forte culpa tomou conta do garoto aquela hora. Agora ele pode entender a fidelidade que Stella tinha com ele, mesmo depois de desaparecer. Zack estava orgulhoso da melhor amiga que ele tinha.

— E você? Qual a situação? – Waver pergunta a Mark.

— Sim. – o padre perde o sorriso e muda sua expressão para uma expressão séria. — O vaticano está uma confusão.

— O vaticano? – Zack pergunta confuso.

— Sim, eu estive lá por um tempo. – Mark responde. — Marcelo III, o atual papa. Emitiu uma nota sobre seu desejo de renunciar ao cargo de papa. Isso por si só já deixou todo o vaticano em polvorosa, mas aconteceu algo pior depois dessa nota.

— Desembucha. – Waver reclama do amigo.

— O nome: Klaus Muller lhes é familiar?

— Muller? O santo da Alemanha? – Zack fica surpreso ao ouvir o nome.

— Sim, o considerado mais perigoso dentre todos os santos existentes. – Mark tomou um gole de seu café. — O papa Marcelo III emitiu uma segunda nota, na qual ele indica Muller para assumir seu cargo.

— Mas isso é impossível! – Waver se levante espantado ao ouvir a história. — Mesmo sendo reconhecido como santo na igreja romana e pela Aliança da Academia com a Igreja, esse homem é o pior entre os piores. Não tem como ele se tornar o papa.

Zack vendo a discussão acabou por se lembrar do motivo de tantos não gostarem do santo da Alemanha. De alguma forma, esse homem já foi um grande líder religioso, um samaritano e um salvador. O que lhe concedeu a benção de santo e o título na igreja romana. Porém, ele tido também como um homem perverso, violento e ser capaz de qualquer coisa para alcançar seus objetivos, por isso, mesmo sendo reconhecido como santo, ele não é bem visto pelo mundo.

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— Como o vaticano vai lidar com isso? – Zack pergunta.

— Eles estão propensos a aceitar. – Mark cerra o punho da mão livre. — Deram a ele um prazo para realizar um ato digno de sua santidade. Se for bem visto, ele vai se tornar o novo papa.

— Fala sério, o que o alto escalão do vaticano tem na cabeça? – Waver se senta indignado.

— Marcelo III foi dos papas com mais feitos no mundo. Muitos o veem como uma quase divindade. – Mark comenta.

— É a palavra de alguém influente contra um grupo menor. – disse Noire. — Claramente, um golpe.

— Exato. – Mark concorda. — E infelizmente, ninguém quer ir contra a palavra do papa e nem confrontar Muller por isso.

— E onde ele está agora? – Zack pergunta.

— Não se sabe. Depois que recebeu essa missão, ele simplesmente desapareceu, se tornou incomunicável e impossível de ser rastreado. – Mark responde. — Ele deve estar tramando algo muito grande.

— Primeiro Kagutsuchi e agora Muller. – Waver se ajeita na cadeira. — É melhor você sair dessa ilha logo, moleque. Vai ser mais seguro com Edwin Hunter ao seu lado, do que conosco.

— Sim! – Zack responde.

...

Já haviam se passado quase uma hora desde que Stella se sentou no chão e abraçou os próprios joelhos. Ela estava perdida em seus pensamentos, pois mesmo já tendo decidido ajudar Zack, ela não queria abandonar sua vida atual, mas também não quer deixar o melhor amigo sumir novamente.

— Stella... – Neko que havia acabado de se recuperar do efeito de sono que Mark havia colocado nela, chamou pela garota.

— S-Sim? – Stella volta para o mundo real.

— Tudo... Bem...?

— Ah, sim. – ela queria parecer forte para a garota. — Só estava pensando no futuro.

— Futuro...?

— Sim, futuro. – ela responde com um sorriso. — Um futuro onde você, Zack e Noire possam viver uma vida feliz e pacífica, sem se preocupar com nada.

— Como... Família...?

— Família? – Stella se lembrou que Zack e Noire foram a verdadeira família dela, junto de Mark e Waver. — Exatamente, como uma família de verdade.

— Família... – a garota abre um sorriso. — Você... Família... Também...?

— Não sei... – disse Stella. — Eu realmente quero ajudar você e Zack, mas eu sinto que não posso abandonar tudo que criei aqui.

— Zack... Stella... Amar...

— Eh? Do que está falando!? – Stella fica envergonhada com o que a garota disse.

— Zack... Contou... Stella... Amar...

— Ele te disse isso? – Stella estava confusa, ela não sabia se Zack havia dito que amava ela ou que ela o amava. O que não é mentira se for a última opção.

— Amar... O que... Ser...?

— Você não sabe?

— Neko... Não... Saber... Neko... Não... Lembrar... Nada...

Stella se impressiona com a revelação da garota. Kuroneko não deve se lembrar de nada desde que foi sequestrada e usada nos experimentos de Kagutsuchi. Isso talvez deva explicar o motivo pela sua dificuldade de fala também.

— Bem... – Stella estava sem jeito. — Quando você ama alguém, você coloca os problemas dela antes do seu. Você quer sempre estar ao lado dela e sempre quer vê-la sorrir. Amar é ter a certeza de que um dia, tudo pelo que lutou ao lado dessa pessoa vai valer a penas, é isso que acho o que significa amar.

— Stella... Zack... Amar...?

— Sim... – Stella responde com o rosto avermelhado. — Zack é a pessoa mais importante na minha vida. Eu faria tudo por ele.

— Entendo... Neko... Zack... Amar...

— Sério, que legal! – ela se aproxima de Neko e faz carinho na cabeça dela.

— Noire... Neko... Amar...

— Sim, Noire é um bom amigo também.

— Stella... Neko... Amar...

— Eh?

— Stella... Amiga... Zack... Noire... Confiam... Neko... Também...

— Você confia em mim?

— Sim... Stella... Neko... Amiga...

— Poxa. – os olhos de Stella se enchem de lágrimas e ela abraça Kuroneko. — Também te considero uma amiga, Neko. Prometo te ajudar no que for preciso.

— Obrigado... Neko... Feliz... – a barriga da garota ronca. — Neko... Fome...

— Heh. Você não teve a chance de tomar café da manhã ainda, né? Vou preparar algo para você.

— Stella... Cozinhar...?

— Sim... – Stella nota o olhar de medo da garota. — Por Deus, esse Zack passou uma impressão errada de mim.