Double Trouble

Castle On The Hill


França, Casa dos Weasley, 10h da manhã.

1 semana depois.

POV - Rose Weasley

— Bem… qualquer notícia de Luiza você me avisa, está bem? – Scorpius pediu. Eu acenei positivamente com a cabeça. O loiro estava com a pequena mala em mãos, vestia uma simples camiseta listrada azul escura, um sapatênis combinando perfeitamente com a calça jeans desbotada que ele usava. Impressionante como ele conseguia ficar perfeito de qualquer forma. Caí na realidade e tratei de respondê-lo antes que este notasse algo.

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— Claro. – Fui clara ao respondê-lo. – Tenho certeza de que se os meninos souberem de algo por Beauxbatons irão avisar.

— Tudo bem, então. – O silêncio pairou por alguns segundos que mais se arrastavam como décadas. Até que o loiro voltou a se pronunciar. – Então… tchau, Rose.

— Tchau, Scorpius. – Devolvi sua resposta, vendo-o ir em direção ao seu carro. Eliza apareceu logo em seguida, com uma bolsa nas costas, me abraçando fortemente.

— Tchau, mamãe. – Ela disse, me apertando mais ainda no abraço. – Tem certeza que ficará bem aqui sozinha? Não quer o papai para lhe fazer companhia? – Soltou um sorriso malicioso.

— Não, Eliza. Agora vá, ou vão se atrasar para chegar em Hogwarts. – Disse. Eliza seguiu até o carro, colocando a mochila no banco de trás e sentando-se no banco do passageiro e fechava a porta do carro. E assim os dois se foram. E lá estava eu sozinha mais uma vez, cheia de lembranças de Scorpius na casa.

*************

Beauxbatons, 10h30 da manhã, Salão Principal.

POV - Katheryn Blake

Estávamos todos na mesa da casa de Noble. Eu, Brian, Anna, Mike e Kim. Observamos com atenção cada passo de Luiza desde que ela havia chegado naquele mesmo dia. Falando na ruivinha, esta adentrou o Salão Principal e imediatamente olhamos para ela. Luiza sentou-se em um canto distante de todos, servindo-se de um suco de morango com algum pedaço de bolo que havia ali.

— Ainda assustada. – Kim comentou, observando a menina comer a refeição. Brian comentou com pesar o estado da melhor amiga.

— Assustada? Ela está arrasada por dentro e mal nos consegue dizer isso.

— Gente, eu posso ir até lá? Talvez ela fale comigo. – Anna pediu, levantando-se bruscamente de forma que a mesa de madeira fizesse barulho. Luiza virou-se para ver o que era, e avistou Anna olhando-a. Nesse mesmo instante, a ruiva fez gesto para levantar-se e ir embora. Porém Anna sentou-se novamente, abaixando a cabeça. A Weasley, ainda relutante, voltou a se alimentar.

— Tá maluca? – Mike comentou. – Lu não quer falar conosco, no máximo ela deve falar com a irmã e olhe lá. Vamos dar um tempo a ela.

Continuamos observando discretamente a menina quando algo inesperado aconteceu. Animado e ansioso, Jake Carter andou rapidamente até Luiza. Pegou em seu ombro, sorrindo.

— E aí, Lu? Você voltou! Está melhor? – Ouvimos ele perguntar. Como esperado, Luiza levantou-se rapidamente e saiu correndo para fora do Salão. Jake não entendeu a reação da garota. Kimberly, irritada com a atitude do seu irmão, foi até ele. Seguimos os passos da garota.

— Idiota! – A garota de cabelos negros disse, batendo na cabeça do irmão por trás. Este se assustou com o ato, olhando agora para a irmã. – Porque foi falar com a Luiza?

— Não podia? – O garoto perguntou, confuso. A mão ainda estava sobre a cabeça no lugar em que a irmã bateu. – Eu só queria saber se ela estava bem…

— Esse é o problema, Jake. Ela não está. – Anna interrompeu.

************

— Ela o quê? – Jake questionou, agora com mais calma. Nós estávamos em um lugar mais calmo agora. Mike havia acabado de contar a Jake o acontecido com Luiza. O garoto parecia estático. – Estuprada?

— Sim. Eu e as meninas fizemos uma festa pra ela… – Eu me pronunciei, abaixando a cabeça e me entristecendo ao lembrar do fatídico dia. – Ela até disse que não estava muito afim de ir, mas nós a convencemos.

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— Ficamos lá a noite toda, quando eu convidei Luiza para dançar. No meio da dança, vimos um garoto, que eu nunca havia visto por aqui, convidá-la para dançar. Ela aceitou, e então sumiu por um bom tempo durante a festa. Eu comecei a desconfiar da sua demora, então a procurei. – Brian narrou parte da história.

— Foi quando eu avistei uma salinha, no canto da sala. Eu nunca havia visto sala ali, então fiquei intrigada. – Eu disse. Brian concordou.

— Então eu fui até lá e Luiza estava no chão, desmaiada. Muito ferida e o vestido dela havia sido rasgado… socorremos ela, e ela passou semanas em casa para ser cuidada devidamente. Quando soubemos que ela havia acordado, fomos todos até lá para vê-la… – Brian continuou. Sua voz já estava ameaçando ficar desconexa pelo choro que a essa altura ameaçava vir.

— Sua reação não foi das melhores. – Mike disse. – Ela se afastou quando Brian tentou abraçá-la. E eu também. Ela não disse uma palavra, nem mesmo pras meninas.

— Por Merlin, gente! E ninguém sabe quem é esse tal garoto que a levou pra dançar? – Jake teve forças de fazer uma única pergunta.

— Não, ninguém sabe… por enquanto. – Anna disse. – Mas, por hora, é isso. Acho melhor você se afastar da Luiza tanto quanto nós nos afastamos, Jake. Vamos dar um tempo a ela.

************

Dormitório feminino, 11h30 da manhã

POV - Anna Potter

— Ué, gente. – Ouvimos Kate entrar pela porta do dormitório. Observando bem o local, percebeu que só havia duas maletas em cada cama. Minha e de Kimberly. – Cadê as coisas da Lu?

— A gente ficou sabendo disso agora pouco. – Kimberly comentou.

— O quê?

— A Lu solicitou a Olympe que ela providenciasse um dormitório pra ela, isolado. Nem perto de nós ela quis ficar… – Eu disse, olhando para a cama vazia que antes era da ruiva.

— Ela fez o quê? – Ouvimos uma quarta voz entrar pelo dormitório. Era Brian. Seu semblante era de surpresa, choque. – Onde é esse dormitório? Eu vou lá.

— Brian, não é uma boa ideia… – Kimberly tentou.

— Onde é esse dormitório, Anna? – Ele questionou mais uma vez.

— Quarto andar… perto do Salão de Jogos. – Ela respondeu. Vimos Brian sair correndo para o andar de cima. – Gente, isso não vai dar certo.

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Dormitório único, 12h da manhã.

POV - Brian Zabine

Corri até o quarto andar, de forma que cheguei ali ofegante. Avistei o Salão de Jogos. Um pouco antes dele, havia uma porta de madeira meio empoeirada. Arrisquei em bater na porta uma vez. Demorou alguns segundos para que a porta se abrisse e eu me deparasse com uma Luiza assustada ao me ver.

— LUIZA! – Gritei, fazendo com que ela se apavorasse ainda mais. Em segundos, Luiza empurrou a porta contra as minhas mãos com força, quase me fazendo desistir. – Lu, me escuta, por favor. – Empurrei a porta mais forte. Luiza foi mais rápida, fechando a porta de uma vez. Ouvi o barulho da chave girar na fechadura. – Lu, não faz isso. O que aconteceu? Porque você tá se afastando da gente? – Nada. Luiza não proferia uma palavra sequer. – Eu consigo ouvir sua respiração…

Ela não falou, mas eu sabia que ela estava do outro lado da porta, evitando fazer qualquer barulho que a denunciasse. De alguma forma, consegui sentir que ela estava chorando. E quis arrombar a porta no mesmo momento, abraçá-la e dizer que tudo ficará bem. Porém desisti. Saí dali o mais rápido, possível, enquanto meu sapato fazia barulho no chão de madeira, o que confirmava à Luiza que eu estava me afastando do dormitório.

**************

Casa dos Weasleys, 12h40 da manhã.

POV - Rose Weasley

— O que foi, Lily? Por Merlin, diga logo! – Pedi, assim que abri a porta de casa me deparando com a Zabine assustada. – É Luiza, não é?

— É… Brian me enviou uma carta. Chegou agora a pouco. Ele disse que Luiza não fala mais. Nem com Anna, Mike, Kate… nem mesmo com ele. Disse que ela solicitou um dormitório único para Olympe porque ela disse que queria ficar sozinha.

— Minha menina… – Lamentei, olhando mais uma foto que havia em cima da mesinha da sala. Eliza e Luiza estavam sentadas em cadeiras em frente a piscina de nossa casa. Eliza usava um maiô roxo escuro, que realçava a cor de seus cabelos loiros como o do pai. Tinha um chapéu grande para proteger-se do sol, assim como a irmã. Luiza… Luiza estava radiante naquele dia e dava pra ver na foto. Ela usava um biquíni azul claro, nas mãos segurava um copo com alguma bebida. As duas sorriam para a câmera. – O que será que aconteceu?

*****************

Londres, Empresas Malfoy, 11h40 da manhã.

POV - Scorpius Malfoy

— Senhor Malfoy? – Ouvi a voz de Isabella Scott adentrar o escritório. Eu estava distraído, lendo uma carta que Rose havia acabado de mandar. Levantei minha cabeça para ver a mulher morena na porta do escritório. Isabella Scott era de uma beleza exuberante, isso era inegável.

— Sim, Scott? – Apesar de achar Isabella uma mulher e tanto, não perdi a cordialidade. A moça, tímida, deu um singelo sorriso.

— Só queria dizer que é muito bom tê-lo de volta. Digo… gosto de trabalhar com o senhor. – Ela soltou. Sorri de volta para ela.

— Bem, Scott, digo o mesmo. Você é uma excelente funcionária da nossa empresa. – Disse, ainda cordialmente. A mulher ia saindo da sala, quando comecei a pensar. Que mal faria chamá-la para jantar? Não era nada demais, certo? Eu apenas queria conhecê-la melhor. – Espere.

— Sim, senhor Malfoy? – Ela parou, virando-se para mim novamente. Por Merlin, ela era linda.

— O que acha de jantar comigo essa noite? – O convite a pegou de surpresa. – Conheço um ótimo restaurante aqui perto. Se não for problema pra você, é claro…

— Claro que não. Digo, será um prazer acompanhá-lo. – Ela respondeu.

— Pego você às 20h. – Finalizei a conversa, deixando ela voltar ao trabalho.

***************

Londres, 20h da noite.

Cheguei pontualmente no endereço que Isabella havia me dado. Bati na porta a espera da moça. Logo, ela atendeu. Usava uma blusa leve de alça, cor de rosa. A calça era branca e realçava perfeitamente com o scarpin preto que usava. Os cabelos negros estavam soltos, diferentemente de como usava no trabalho. Ela estava deslumbrante, apesar de simples.

— Podemos, senhor Malfoy? – Ela pediu, tirando-me de meus devaneios.

— Claro. É que, bem… você está linda, Scott. – Soltei, fazendo com que a mulher corasse absurdamente. Por uma fração de segundos me lembrei de Rose. Ela sempre corava quando eu a elogiava, até mesmo quando éramos casados. Afastei os pensamentos da minha mente e acompanhei Isabella até o carro, levando pouco tempo até chegarmos ao restaurante. Scott era uma mulher interessante. Estudou em Beauxbatons toda infância e adolescência por influência da avó, que havia estudado na mesma instituição por anos. Além disso, a mesma havia lecionado na escola após ter se formado. Foi professora de DCAT por dois anos consecutivos até finalmente se aposentar. Por esse motivo, Isabella sempre fora bem vista na escola pelas boas notas e por ser neta de Judith Scott, como diria Olympe Maxime, “uma das melhores profissionais em nossa escola”.

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The Ledbury? – Ela questionou assim que chegamos ao restaurante, sorrindo. – Como adivinhou que é meu restaurante favorito??

— Já temos isso em comum, então. – Sorri de volta. De fato, seria uma noite e tanto.

—_____

— Se passou toda sua vida na França, porque veio para cá? – Questionei. Já estávamos sentados em uma mesa. Havia pedido o melhor vinho e estava quase no finalzinho da noite.

— Bem… eu havia me formado a algum tempo e não achava nenhum lugar para trabalhar. Já quis ser jogadora de quadribol, mas acabei me formando como jornalista do Profeta Diário. Até que minha mãe adoeceu. – Ela adquiriu uma expressão de pesar ao falar de sua mãe. – Câncer. Eu fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Foi quando eu viajei pra cá e trouxe ela e minha avó comigo. Comecei a procurar empregos para comprar os remédios que mamãe precisava. Então achei sua empresa.

— Já está tudo bem com sua mãe? – Perguntei, preocupado. Sabia que, no mundo trouxa, câncer era uma das doenças que mais matavam.

— Agora está. Ela descobriu a doença no comecinho, tomou os remédios e seguiu a risca todas as instruções do médico. Não foi difícil ela melhorar. – Ela disse, sorrindo. Ao que parecia ela amava bastante sua mãe. – Elas são minha única família…

— E seu pai? – Perguntei, por curiosidade.

— Ah, assim que mamãe engravidou ele sumiu. Então mamãe e vovó me criaram. Com muito amor, com certeza. – Ela estava radiante. – Mas então, e você? Casado, tem filhos?

— Já fui casado sim. Me divorciei a alguns meses atrás. Tenho duas filhas, gêmeas. Luiza e Eliza. Depois do divórcio, o juiz determinou que Rose ficaria com Luiza e eu com Eliza.

— Rose Weasley? A estilista? – Ela perguntou com os olhos brilhando. Rose havia feito estágio no hospital como enfermeira/medibruxa por um tempo, mas depois da separação foi ganhando espaço no mundo bruxo como estilista.

— Sim, ela mesma. – Respondi

— Sonho em me casar com um vestido feito por ela. – Ela disse, radiante. Sorri com isso.

— Não vai demorar muito para isso acontecer. Você é uma bela mulher, Scott. – Elogiei, ela corou novamente.

— E você é um homem e tanto, senhor Malfoy. Mas agradeceria se me chamasse apenas de Isabella. Ou Bella, para os mais íntimos.

— E você me chamasse de Scorpius. – Eu sorri de volta. – Podemos ir então?

—______

— Obrigada pela noite de hoje, Scorpius. Precisava me distrair. – Ela disse. Estávamos na porta de sua casa e já passavam das 22h da noite. – Você é uma ótima companhia.

— Digo o mesmo, Isabella. Se não for pedir demais… gostaria de sair com você mais vezes.

— Claro! Vou adorar ter uma boa companhia como você. – Ela sorriu. Talvez fosse pela bebida que me deixou inebriado, ou a noite bonita cheia de estrelas, ou o sorriso dela que me hipnotizava. Eu a olhei, quase em transe pelos seus olhos verdes penetrantes. Me aproximei, lentamente. Isabella não demonstrou relutância quanto a isso. Enlacei minhas mãos em sua cintura, enquanto ela colocava as mãos em meus ombros. Estávamos muito próximos. – Tem certeza de que é isso que quer?

— Absoluta. – Então a beijei. Seus lábios eram macios e doces. Seu beijo era viciante. Isabella levou as mãos até minha nuca e puxou meu cabelo com certa força. Sorri entre o beijo. Mordi seus lábios, o que a fez arfar. E foi exatamente naquele momento que eu percebi que poderia ser feliz novamente.