Diário de uma paixão

Capítulo 5: Talking to the moon


– Você está bem? Parece doente... Acabada.

– Ah, oi Sasha.

– Aconteceu alguma coisa.

– Eu não dormi ontem à noite. Muito estudo.

– Posso perceber quando está mentindo, Jade. E esse é um dos momentos.

Ia dizer que não estava mentindo, mas eu mal conseguia falar. Deveria ter comido uma maçã antes de ter saído de casa, ou tomado um copo de leite. Parece doente... Acabada. Eu deveria ter colocado uma roupa melhor também, ou até penteado meu cabelo. Tentei fazer um coque nos meus longos fios cor de terra, mas ele logo se desfez. Todos que passam por mim devem pensar “quem é essa doida descabelada no meio do campus?”.

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– Você é meio irritante às vezes, sabia Sakura?

– Jade. Não olha agora, mas tem alguém olhando fixamente para a gente. Sério. E ele é bonito!

– Ouviu o que eu disse? Irritante, Sakura. Irritante.

– Desculpe. Olha só, ele está vindo para cá! Como eu estou? Será que ele gosta de garotas ruivas? Ei, tem outro garoto com ele! O da direita é meu, ok?

Incrível como a Sasha consegue falar tanto e tão rápido. Se eu fosse um pouquinho mais amigável teria, com certeza, a substituído por outra amiga bem mais normal, só que a Sakura é a única pessoa de toda a faculdade que fala comigo, então não é como se eu tivesse opção. De qualquer maneira eu não estava nem aí para os garotos de quem ela estava falando, então só disse “tenho que ir” e saí andando, sem nem olhar para trás. Não cheguei a vê-los, mas eu só queria ir embora dali. Ainda faltavam 10 minutos para o inicio da aula, eu sempre chegava bem cedinho, e fiquei pensando no que eu poderia fazer para matar o tempo. Resolvi ir até a biblioteca, ler sempre me acalma.

– Bom dia – A bibliotecária de cabelos negros bem trançados em uma “escama de peixe” com óculos muito grandes para o formato do próprio rosto, que era bem pequeno e fino, disse. Eu nunca tinha ido à biblioteca da faculdade antes. Escolhi um livro chamado “Clarice na cabeceira”, e aluguei. Desci as escadas correndo, eu tinha menos de cinco minutos para chegar à sala. Não que os professores ou qualquer outra pessoa se importassem com meu atraso. Esbarrei em alguém enquanto caminhava, pedi desculpas e saí andando de novo, mas essa pessoa acabou que gritando meu nome, e quando me virei percebi que era a Sakura.

– Jade, sua louca! Qual é o seu problema? Que pressa toda é essa? Aonde você foi quando aqueles deuses gregos apareceram? O nome do loirinho é Arthur, e ele é tão perfeito! O da esquerda se chama Edward, mas eu nem falei com ele. Foi logo embora, acho que percebeu que estava segurando vela! Ele é todo tímido igual a você, e é bonito também, não como o Arthur, mas é sim.

– Huum, que seja. Está na hora da aula – Edward, Edward, Edward. Será que era o meu Edward?

– Você é a pior melhor amiga do mundo!

Deixei a Sakura para lá e andei passos apressados em direção a minha sala. Meu Edward. Isso é tão irônico! Eu não sei se o odeio ou o amo, e essa confusão toda em relação aos meus sentimentos sobre ele me da vontade de arrancar os cabelos. Quando cheguei à casa da titia vasculhei minha bolsa inteira procurando o telefone dele, mas depois lembrei que estava no fundo falso.

– Alô?

– Oi. Quem é?

– Jade.

– O que você quer?

– Estou incomodando?

– Um pouco. Estou no trabalho agora. Eu... Ligo para você mais tarde.

– Tudo bem – então tudo ficou em silencio por um tempo, e eu já pensei que ele tinha desligado, mas então o Edward falou novamente.

– Ainda está aí?

– Estou.

– Que tal sushi, naquele mesmo restaurante, ás nove horas?

– Acho que não posso. Eu moro com minha tia e...

– A gente se encontra lá?

– Claro.

Eu ainda preciso falar com ele, foi por isso que liguei, preciso falar com ele. E minha tia com certeza deixaria, ela não nega nada para mim, na verdade a Camila nem se importa com que faço ou deixo de fazer. Eu só precisaria comunicar a ela e pegar um taxi. Ainda faltavam mais de três horas para dar nove. Então me arrumei, meu cabelo estava solto e eu vestia uma saia com estampa floral, uma blusa branca e sapatilhas.

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– Titia eu preciso ir a um lugar... Aquele restaurante em que nos fomos, eu pegarei um taxi, e já estou pronta, só preciso que autorize. Por favor? Um amigo está me esperando lá.