Diário de um Felino
Aprendi a andar de skate.... mas dei carona nas minhas costas!
– TOOOOOOOOOOOOOOM! – chama Alice, fazendo com que eu saia da cozinha e vá pra sala.
– Que foi? – questiono, bebendo um gole da água que eu tinha ido pegar.
– OLHA ISSO! – fala, me mostrando um desenho – ficou bom? Acabei de fazer!
– Como assim acabou de fazer? – questiono, meio atônito ao observar aquele desenho de um olho – tem certeza? Tá muito realista pra ter sido feito a pouco!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Obrigada! Eu nem acredito que fui eu! – exclama, rindo um pouco.
– Posso te pedir algum desenho? – indago, com os olhos brilhando.
– Hmmm.... vou pensar no seu caso.... – fala, e começa a se girar na cadeira do computador, até que para e usa os pés para dar impulso, empurrando a si mesma e a cadeira pra perto de mim – pode sim!
– AEEEEEEEEE! – exclamo, abraçando ela – deixa eu pensar!
– Pensa aí enquanto eu volto a girar e girar – fala Ali, enquanto volta a rodar na cadeira.
– JÁ SEI!
– O que? – fala Ali, parando com um solavanco a cadeira e quase caindo – MEUDEUSDOCÉUQUASEMORRI!
– Tá bem?
– Tô sim, continue!
– Me desenha!
– Sério mesmo?
– Que foi?
– Nada não, mas tipo, seu rosto?
– É! Você consegue, não consegue? – pergunto, parando de fazer uma voz animada e voltando ao estado ‘’normal’’
– Consigo sim!
– Eu espero então! – falo, me jogando no sofá e colocando meus pés pra cima.
– TIRA ESSES PÉS IMUNDOS DE CIMA DO SOFÁ!
– Minha Bastet, calma! Estou tirando! Viu? Tudo certo! – me desculpo, e sento feito gente normal. Estranho. Eu sou tudo, menos gente normal, afinal, bem, eu era um gato e tudo o mais – Posso ligar a TV né, miss estressadinha?
– Pra quem acabou de virar humano você tá manjando dos paranauê em?
– ‘’Manjando dos paranauê’’? que raios é isso? – questiono, meio confuso.
– É quando a pessoa sabe fazer muito bem alguma coisa, Tom – explica, rindo da minha cara.
– Posso ou não ligar a TV? – pergunto, fechando um pouco a cara.
– Pode, eu ligo ela – fala, com um tom de desculpas.
Ela liga a TV, e começa a passar Incrível Mundo de Gumball.
– DEIXA AÍ, NÃO MUDA! – falo, me sentando mais reto no sofá.
– Também vou assistir! Depois eu faço seu desenho, tá bom?
– OK – falo, me sentando mais pra ponta do sofá – senta aqui – falo, batendo no assento do meu lado. Ela se senta do meu lado e apoia a cabeça em meu ombro. Ficamos assistindo a maratona de desenhos por cerca de duas horas, já que depois do Incrível Mundo de Gumball passou Hora de Aventura.
Fiquei vendo Alice me desenhar, e pude descobrir o porquê dela ter escolhido Artes Gráficas como profissão: ela leva jeito pra coisa!
– TERMINEI! – exclama, ao terminar de colocar as ‘’sombras’’ no meu cabelo, quer dizer, no cabelo que ela desenhou.
– Ficou igualzinho! – comemoro – obrigada, obrigadaaaaaaaa! – falo, levantando Alice no ar e girando-a uma vez.
– Nossa! De nada! Só não me emag... hug! – reclama, enquanto eu a abraço forte mais uma vez.
– FICOU IGUAL! O CABELO RUIVO CACHEADO, OS OLHOS VERDES! ATÉ ESSAS BOCHECHAS QUE FICAM MEIO ROSA MESMO QUANDO EU TÔ NORMAL!
– De nada, calma.
– Vou guardar. Posso colocar lá na mesinha da biblioteca?
– Pode, desde que não amasse.
Aceno positivamente com a cabeça, e vou até a biblioteca. Deixo o papel na mesinha e volto pra sala.
– Ei! – reclama Ali, quando eu tiro ela da cadeira – Que feio! É só pedir que eu saio!
Em silêncio, me sento na cadeira enquanto ela sai, e começo a girar.
– Isso e muito loooucoooo – falo, sentindo o mundo girar á minha volta.
– Deixa eu! Deixa eu! – exclama Alice, com a voz de uma priminha dela que já veio aqui quando eu era um filhote.
– Você já foi, é minha vez! – falo, me empurrando pra longe dela e girando mais rápido.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Vai vomitar daqui a pouco, de tão rápido que tá girando! – exclama Alice, correndo em minha direção e parando a cadeira com tudo. De tão desastrada que é, acaba caindo em cima de mim.
– Minha nossa, desculpa – fala, tentando levantar – caramba viu!
– Espera, deixa eu me sentar direito que eu quase escorreguei aqui – falo, me sentando direito, o que faz com que Alice possa se levantar de meu colo – Como que você conseguiu a PROEZA de cair em cima de mim?
– Eu sei lá, você que não quis levantar pra mim rodar também! – exclama, em tom acusatório.
– Tá, tá bom.... o que fazemos agora? Não tem nada pra se fazer!
Observo Alice me encarar, e depois perder seu olhar no ar. Depois de alguns minutos ela sai do transe, muito, mas muito vermelha mesmo.
– A gente podia ir no parque andar de skate de novo, já que daquela vez nem deu – propõe, com um tom meio desconfortável, como se eu fosse ler sua mente a qualquer momento.
– Boa ideia! – exclamo, me levantando da cadeira – agora talvez eu consiga aprender a andar de skate!
– Vamos! – falou ela, indo até seu quarto para pegar o skate.
– Vou só colocar o copo na cozinha e já saio!
– Ok – diz ela, saindo com o skate em baixo do braço.
[...]
Chegamos no parque, e Alice manda eu ficar com o pé esquerdo sobre o skate.
– Isso, agora pega impulso com o direito, e depois é só tentar se equilibrar.
Lanço um olhar do tipo ‘’ME AJUDE!’’ quando eu não consegui andar e caí. Ela vai até mim e fica do meu lado, como se fosse conseguir me amparar se eu caísse. Mas acho que a confiança de que ela estaria lá, me ajuda e conforta, então eu....
– CONSEGUI ANDAAAAAAAAAAAAAR! AEEEEEEEEEEEE – grito, enquanto ando em linha reta no skate. Espere um pouco. Eu sei andar, mas.... – COMO SE PARA ESSE NEGÓCIOOOOOOOOO?!
– EITA! – exclama Alice, correndo atrás de mim feito louca – COLOCA UM PÉ FORA! UM PÉ FORA! ISSO!
– Minha Bastet! Como raios você esquece de me ensinar a parar? Eu podia, sei lá, ter morrido!
– Exagerado! – exclama, dando um soquinho no meu braço – Deixa eu andar um pouco, sai daí!
Entrego o skate pra ela e me sento na grama, esticando as pernas. Vejo Alice subi no skate como alguém anda descalço, e fico meio besta.
– QUE FEIA, HUMILHANDO OS OUTROS QUE ACABARAM DE APRENDER A ANDAR DE SKATE! PODE PARAR!
– NUNCA! – grita ela, parando o skate e se jogando na grama – você vai ver, depois de algum tempo pega o jeito – exclama, encarando o céu que ameaçava chover... Ficamos os dois em silêncio até que o primeiro pingo cai.
– É CADA UM POR SI! – grito, me levantando com rapidez. Começo a correr como se minha vida dependesse disso, mas Alice pula nas minhas costas, tentando me parar. Ela gruda suas pernas em mim, mas começa a escorregar. Dou um ‘’salto’’ fazendo com que ela vá pra cima, e continuamos nossa corrida louca.
– CAVALINHO, AVANTE! – exclama ela, se ajeitando nas minhas costas e apontando para frente. Começo a correr mais rápido, e rimos loucamente quando quase atropelo um grupinho de patricinhas.
Fale com o autor