Diário de Guerra

Capítulo 18 - Sonhos são apenas sonhos


18 de Outubro, Rússia, 1942.

O navio estava para sarpar e as pessoas que se encontravam ao redor do cais despediam-se de seus familiares e de amigos. Eu estava no navio, e meus olhos só conseguiam focalizar os de minha mãe e os de Nádia. Ambas choravam como se aquilo fosse o fim, e no fundo, eu sabia que aquilo era a verdade.

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Ter determinados tipos de sonhos estava virando rotina para mim. Desde meu envolvimento com a guerra, em praticamente todas as noites em que eu conseguia fechar os olhos, imagens de tragédia e dor assolavam meus pensamentos.

E naquela noite não foi diferente.

Apesar de ter Nádia em meus braços, dormindo calmamente, eu ainda podia sentir o peso do fardo em minhas costas. Matar pessoas, por mais que seja a saída no momento, não é algo que eu me orgulhe, mas de certa forma senti um alívio percorrer minhas veias no momento em que vi o vazio nos olhos de meus inimigos.

Soltei minha respiração e fechei os olhos novamente, eu não podia me entregar a um sentimento como aquele, eu tinha uma mulher e um filho e aquilo era somente aquilo que me importava naquele presente momento.