Dias Mortos

27: Não é hora para correr e se esconder



A morte poderia ser indolor ou se você fosse uma pessoa de má sorte, dolorida e demorada...não posso dizer que foi a minha pois por incrível que parece ainda estou aqui, em um estado estranho onde consigo ouvir as coisas ao meu redor, mas não posso me mexer ou abrir os olhos.

Acho que prefiro a morte.

– Senhora...o que fazemos agora - disse alguma coisa de voz rouca perto dos meus ouvidos, brincando de forma dolorida com as pontas dos meus cabelos.

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– Poderia deixa-la assim, gosto da visão tristonha -eu sabia quem Kizzy estava certamente sorrindo, enquanto contemplava meu estranho coma -Então garota, o que acha de passar o resto da eternidade assim!

Seu riso era algo que fazia meu sangue esquentar, quase borbulhar em minhas veias. Tentei me mexer, mas era impossível, eu sabia...sentia que estava de certa forma sentada, enquanto algo parecido com grossas gordas, deixavam meus braços esticados para trás.

– Sinto o cheiro da raiva...dor...ela não está gostando da nossa hospitalidade -riu a mesma criatura de voz rouca perto de mim.

Kizzy riu, gargalhou fazendo sua voz ecoar por todos os cantos.

– Então acho que ela não gostará do que irá ouvir

Alguma coisa gritava, eram gritos misturados com choros de criança. Eu sabia exatamente quem era, Penélope e Julian! Eu conseguia sentir o medo e desespero que eles exalavam, era algo terrível, que me fazia sentir pior do que já estava.

Gritei não sentindo som alguma partir dos meus lábios.

– Nos encontramos novamente, sabe porque sempre que a vejo Madame Penélope a senhora está em total desespero, estou começando achar que não gosta de me ver.

A voz de Kizzy soava cheia de sarcasmo e deleite pelo sofrimento alheio, eu conseguia captar exatamente os murmúrios estremecidos de Penélope.

– Você! Sua criatura miserável! Você me tirou tudo! Como pode ser tão absolutamente horrível! -seu grito chegava até meus ouvidos fortes e cheios de uma raiva e muito tempo esquecida, que começava a ganhar poder -Agora solte minha garota, minha Lilith antes que por Deus, eu arranque sua garganta!

Houve um silêncio de morte, antes que Julian gritasse e alguma coisa se rompesse, como ossos se quebrando em milhões de partes, caindo ao chão como vidro, fazendo o cheiro de cinzas enjoativo subir até minha cabeça.

– Malditos sejam todos vocês! Pegam essa criança e a levem para o topo da torre, essa noite será especial!

Julian gritava enquanto sua voz sumia e eu me sentia cada vez mais para baixo, enquanto ouvia tudo aquilo e não podia me mexer. Novamente o silêncio, e eu sabia que estávamos apenas eu e Kizzy, ela parecia caçoar da minha cara sua voz me bombardeava como tapas e socos.

Quando novamente pude sentir minha voz eu estava gritando, não era um grito comum ou de dor, era algo raivoso que até mesmo me assustou um pouco.

– Sua porca! É tão covarde que tem de me amarrar para conseguir falar comigo!

– Não seja engraçada, gosto apenas de brincar um pouco.

Meus dentes se apertarem, enquanto em meio a escuridão alguma coisa pinicou o canto mais remoto da minha mente. Era algo esquecido que eu ainda não tinha lembrando, simples palavras que me deram um poder inimaginável:

Amuleto dos guardiões, apenas para o senhores mais poderosos do submundo que a mim pertence....

A cada simples palavra minha visão foi aparecendo, enquanto as cordas pesadas iam me largando, me deixando por fim livre da cadeira de metal da qual estava sentada. Sorri macabramente, até que a faixa que cobria meus olhos caísse aos meus pés e por fim eu estava livre, de pé encarando Kizzy com um olhar assustado, enquanto eu me sentia grande e mais poderoso do que nunca.

O bastardo que ousar lhe tocar, ou roubar...o amuleto para mim sempre voltará, magia negra, magia branca travando novamente um batalha....

Caminhei em passos lentos em direção a Kizzy, que estava ficando estranhamente pálida com a boca aberta, enquanto o amuleto em seu pescoço caia ao chão com o barulho assustador e solitário.

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Sorri ainda mais, terminando minhas palavras.

Pois apenas a mim ele pertence, a única clemente dona das trevas...senhora da perdição...

– Eu Lilith!

Gritei a última parte, enquanto me lançava em sua direção, ainda com um sorriso em meus lábios, enquanto me deliciava com o grito de dor e terror emitido por Kizzy.

E isso era apenas o começo.