Deusa do caos

Vilarejo dos lobos


Debruçados num mapa da região em uma das mesas do bar Layla, Zain e Erin marcavam cada um com uma caneta diferente as áreas mais propícias para a viagem até o templo de Xeamus, onde deveriam deixar a deusa.

Subitamente Zain riu.

— Que loucura! – exclamou abandonando o mapa e se encostando a cadeira – Uma deusa! – riu mais um pouco – Eu ainda nem acredito!

Erin terminou de traçar sua rota.

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— Nem eu – suspirou – quem poderia imaginar que havia uma deusa nessa cidade?

Os olhos amendoados do homem fixaram-se em Layla, mas ela permaneceu focada no mapa, ignorando o formigamento que sentia ao seu observada.

— E com o dinheiro vamos poder fazer tudo que quisermos! Você vai poder ter quantas fazendas quiser Erin! E eu vou poder sustentar até a terceira geração da minha família! É simplesmente incrível! E estaremos acompanhados por uma deusa por todo o caminho!

Layla rabiscou sem paciência alguma coisa no mapa e largou a caneta sobre a mesa.

— Ela é uma deusa, Zain.

O garoto olhou para a amiga contrariado.

— Ela não vai brandir uma varinha de condão e fazer feitiços pra gente, nem fazer encantamentos de bonança ou riqueza – ela olhou rígida para o mesmo – então só se controle.

— Por que está tão irritada?

Layla bufou.

— Eu não estou... irritada.

Erin e Zain ergueram ambos as sobrancelhas, num questionamento mudo.

Layla rosnou e se levantou abruptamente.

— Vou no banheiro, terminem de ver as rotas, temos que sair ainda hoje.

Sem ouvir resposta ela se apressou para o banheiro do bar deixando a dupla sozinha na mesa. Zain e Erin se entreolharam.

— O que deu nela? – murmurou o moreno puxando o mapa para si – Ela não gosta dessas coisas de deuses?

Erin ficou calado, mas sabia a razão por trás da reação da amiga.

— Talvez – ele olhou por cima do braço do garoto para o mapa – que tal usarmos o caminho dos pecadores? É menos conhecido e teríamos mais estabilidade se precisarmos lutar contra os perseguidores.

— Sim, é um bom lugar – Zain anotou no mapa a escolha do trajeto – mas que engraçado – ele riu – caminho dos pescadores, deusas, onde tudo isso vai parar?

Erin balançou a cabeça para o pensamento do amigo, mas sorriu em resposta.

— No final de tudo quem sabe vamos acabar indo parar no céu.

•••

Layla se posicionou próximo a carruagem que levaria a deusa em sua viagem. O pequeno quadrado era simples e de madeira e poderia esconder com precisão sua inquilina celestial, assim como os encobriria a parecerem simples viajantes.

O que mais os denunciava eram as armas que os três carregavam consigo.

Layla possuía duas cimitarras médias cruzando as bainhas em suas costas, Erin carregava uma espada grande presa em seu cinto e Zain, que saia apressado de dentro do bar com a deusa encapuzada ao seu lado, tinha um arco grande apoiado em suas costas, assim como adagas refletindo em sua cintura.

Quando a figura esbelta da jovem já estava escondida dentro da condução Erin tomou as rédeas da pequena carruagem enquanto Zain e Layla montavam ambos em seus cavalos, seguindo o grandão pela estrada principal da cidade.

Houve um murmúrio quando eles passaram pelas ruas asfaltadas, com as pessoas se perguntando quem estaria dentro da carruagem e porque os grandes caçadores o escoltavam. Mas tudo se tornou um zumbido quando o trio, agora quarteto, desembocou na estrada de terra fora da cidade.

A paisagem ali era diferente das pinturas descascadas da cidade e do colorido dos mercados. O verde das árvores sobrepujava o tom escuro da carruagem e o trotar dos cavalos era o único som que a mata se deixava ecoar.

— E então – Zain se aproximou depois de algumas horas de viagem de Layla, que ficara estrategicamente na parte de trás da condução – como se sente com todo esse ar celestial nos rodeando?

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Layla fez uma careta e o garoto riu.

— Me sinto cansada e com ressaca. O velho Hilton podia ter nos dado pelo menos um dia para descansar. Vamos ficar quase uma semana com esse – ela apontou para a carruagem – ser celestial aí e eu não pude nem trocar minhas roupas direito.

Com o resmungou que seguiu as palavras da amiga Zain riu mais.

— Você está ótima assim, se me permite. Esse ar selvagem combina com você.

Layla rosnou para ele.

— Não estou brincando – defendeu-se – falo sério quando digo isso – os olhos dele percorreram rapidamente o corpo de Layla – você tem um brilho maior quando está em batalha. Com suas lâminas e corpos caindo e sangue jorrando – ele abriu um sorriso de lado – é um tipo de beleza selvagem que combina bastante com você.

Layla o olhou com a sobrancelha levantada, sem acreditar nas palavras do amigo. Ela era bonita matando e degolando inimigos? Zain precisava de algum tipo de ajuda rápido.

— Eu, por outro lado, não diria que gosto dessa imagem que você tem de mim.

Zain riu e seu cavalo relinchou. Erin assobiou logo a frente e trocando olhares de alerta Layla e o garoto trotaram para a frente da carruagem.

— O que houve, Erin?

— Há um vilarejo a frente – respondeu, contrariado – não havia vilarejo algum no nosso mapa.

Layla olhou alarmada para os outros dois, mas uma voz se juntou ao trio.

— É o vilarejo dos lobos do norte, eles são muito pouco conhecidos e eram nômades até pouco tempo. São uma gente pacífica e amável, vai ser ótimo passar um tempo com eles.

Erin franziu os lábios.

— Infelizmente receio que não vamos parar para conversar com seus cidadãos.

Houve um arquejo de surpresa.

— E por que não? Eles não irão nos machucar, eu prometo.

— Não é isso... – começou Zain, mas foi interrompido pela amiga.

— Nós não temos tempo para bater papo com eles. Temos que levar você com urgência ao templo, e isso incluí rapidez na viagem.

Da janela da carruagem a cabeleira loira surgiu, com seu rosto delicado tomado por uma autoridade incomum a fragilidade que todo seu corpo transmitia.

— Nós vamos parar sim. Eu avisarei que foi por ordem minha que vocês demoraram a chegar. Não se preocupem.

Layla conteve um grunhido para a garota e antes que pudesse responder que não recebiam ordens de uma deusa, Erin interveio, vendo-a transtornada.

— Nós precisamos mesmo pegar alguns suprimentos para a viagem, os que Hilton cedeu são contados e não teremos outra oportunidade para isso.

Ele lançou um olhar significativo para Layla que voltou a olhar para a frente com uma careta, desistindo de discutir. Por outro lado a deusa sorriu, animada, e Zain retribuiu o sorriso dela, fazendo Layla revirar os olhos.

O vilarejo que se erguia a frente era simples com a maioria de suas construções de barro e madeira e uma praça pequena em seu centro, com brancos, árvores e crianças aos montes. Os habitantes eram realmente pacíficos e em menor quantidade que na cidade de onde vieram.

Layla ajudou Erin a posicionar a carruagem enquanto Zain ajudava a deusa a descer do pequeno casulo. Quando ela pôs o capuz para traz a jovem avaliou de cima a baixo a divindade que carregava consigo.

Ela era bonita, extremamente bonita, com os cachos aloirados e os lábios rosados. Mas Layla estreitou os olhos ainda mais buscando indícios da aura celestial que ela irradiara no escritório de Hilon. Não havia nada. E Layla sabia, como ninguém, identificar auras celestiais.

Ajudando Erin com alguns sacos para as compras que fariam ela soltou um chiado de resmungo e viu quando o companheiro de tarefa a fitou, esperando sua fala. Ele sempre sabia quando havia algo errado, quando ela queria falar algo ou quando precisava falar.

Erin não era vidente, mas a conhecia bem demais.

— Eu não acho que ela seja uma deusa – disse sem rodeios, posicionando o saco vazio em um dos braços.

Erin parou o que fazia.

— Por isso ficou tão na defensiva mais cedo?

Layla mordeu a ponta da língua.

— Sim, você sabe que...

— Ei, vocês não vem?

Zain chegou correndo, sorrindo como um bobo depois de falar com a garota, e Layla revirou os olhos, tomando a dianteira e deixando-os sozinhos.

— Por que ela está assim? – resmungou o garoto ajudando o amigo com um cesto.

Erin olhou para as costas de Layla e deu de ombros, puxando uma caixa para suas mãos.

A deusa estava ao lado da carruagem, olhando curiosa para o trio e exclusivamente para Layla, que passou direto por ela, ignorando-a. Virando a cabeça para ver a morena se afastar a mesma sorriu de lado, chamando num tom dengoso por Zain.

•••

— Já estamos abastecidos? – Layla jogou o saco pesado na traseira da carruagem.

— Sim – Erin arfou ao depositar a caixa ao lado do saco – agora só falta...

Eles olharam juntos para trás, mas não havia um só sinal de Zain ou da cesta que ele levara. Muito menos da deusa. Layla suspirou e Erin sorriu, pondo uma lona sobre seus pertences.

— Vamos atrás deles.

— Eu não vou...

Erin a fitou esperando a resposta, mas assim como todas as vezes, Layla desistiu.

— Certo, mas vamos embora assim que os encontrarmos.

— Claro.

— Eu preciso de um banho e trocar essas roupas – queixou-se andando ao lado do amigo – e tenho certeza que não há um só albergue nesse vilarejo esquecido.

— Às vezes o desconhecido pode nos surpreender.

Layla olhou para o amigo de lado, vendo-o tranquilamente admirar frutas nas bancas ao lado. Ele falava mais do que sabia.

Logo a frente a dupla encontrou a divindade, agarrada ao braço de Zain, que ria da animação dela. Layla segurou a careta com a visão e adiantou o passo, com um Erin risonho logo atrás.

— Então vocês estão aqui – ela parou com os braços cruzados.

A deusa sorriu para a jovem, mas Zain sentiu toda a raiva que brotava de Layla e balançou a mão, tentando adiar a tempestade que era sua amiga.

— Nós estávamos apenas provando algumas iguarias da cidade.
Layla ergueu a sobrancelha.

— Aqui, tome – a deusa jogou um saquinho marrom para a jovem que o agarrou instintivamente, os olhos azuis brilharam ao verem a habilidade dela – são doces nortistas, costumam ser bastante vendidos pelos habitantes daqui.

— Nós precisamos ir embora – Layla abriu o saco – logo vai começar a escurecer e temos que estar a pelo menos dois terços do percursos que marcamos para hoje – ela pegou um dos pequenos quadradinhos lá de dentro e o encarou.

Zain a observou atento, com um sorrisinho no rosto. Sabia da queda de Layla por doces. Erin também via a jovem vasculhar a comida em busca de algo perigoso enquanto a deusa olhava para tudo, menos pra Layla.

Por fim a jovem mordeu o pequeno quadrado e quando ele se derreteu em sua boca, ela gemeu. Zain riu, vendo o rosto tão sério e irritadiço se transformar em um tomado de animação e deleite, mas mal pôde admirar, pois a deusa o puxou pelo braço no instante seguinte.

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Layla sequer viu o movimento e pegou outros três pondo-os na boca. Em seguida puxou outros enfiando-os, sem pedir permissão, na boca de Erin. O homem se assustou, mas aceitou o doce ao ver a animação da mesma e sorriu, mastigando com gosto os pequenos quadrados.

Quando Layla virou novamente pra frente pronta para dar os biscoitos a Zain, toda sua alegria murchou. O companheiro não estava mais a sua frente, mas sim do outro lado, junto com a deusa, que agarrada ao seu braço o puxava de um lado para o outro.

Layla suprimiu o grito que queria dar, irritada com a aproximação, mas a mão quente de Erin a tirou dos pensamentos, enquanto ele passava o braço dela pelo seu.

— Que tal aproveitarmos um pouco também?

O sorriso do homem afagou a raiva de Layla e assentindo, mais calma, ela o seguiu, mordiscando os biscoitos atrás da dupla animada logo a frente.

Apesar das risadas estridentes da deusa Layla tentou não focar no casal e conseguiu apreciar parcialmente a paisagem, com Erin lhe falando sobre seus conhecimentos dos nortistas.

Esculturas e pequenos amuletos pendurados nos pescoços dos cidadãos ganharam novas visões e distraindo-se Layla aproveitou o pequeno passeio.

Como o vilarejo era pequeno a deusa não conseguiu adiar mais a viagem e quando o grupo voltou para a carruagem Layla agradeceu pelo sol ainda se encontrar no sol, quente como sempre naquela época do ano.

A postos eles recomeçaram seu caminho, enveredando-se pelas trilhas da floresta. Entretanto, diferente do começo da jornada, a deusa, antes calada, começou a falar sem parar. Sobre as árvores, sobre os animais, sobre o vilarejo que ficava para trás.

Cada palavra que saia da boca dela irritava ainda mais Layla, que deixou seu posto atrás da carruagem se afastar alguns bons galopes antes de prosseguir, mantendo uma distância em que o som parecesse menos irritante.

Erin observou o movimento, mas pouco pôde fazer pela amiga pois a jovem deusa de tempos em tempos chamava sua atenção, com perguntas e explicações sobre o terreno. Como se ele já não houvesse atravessado aquele mesmo percurso antes, o que Erin guardou para si, vendo-a tão a vontade.

Era melhor transportar alguém que se sentia confortável do que sob outras formas de pressão.

Zain, por outro lado, ainda que tivesse se ressentido da distância da amiga não se importou em engatar na conversa da deusa, observando, um tanto excessivamente, como a boca rosada dela se elevava quando sorria.

•••

Com a luz do sol se tornando rosada o grupo concordou que já se encontrava na hora de montar acampamento e encontrar um lugar para descansar. A pedido de Layla e com a sorte que ela com certeza não tinha, Zain localizou um rio próximo.

Juntos eles esconderam a carruagem entre árvores espassadas e começaram a montar a fogueira. A deusa, até então tagarela, deixou que o grupo se organizasse sentando no chão forrado especialmente para ela ao lado dos gravetos.

— Finalmente vou poder tomar um banho! – comemorou Layla quando jogou seus últimos gravetos no chão.

Animada a deusa virou-se para a morena.

— Eu quero tomar um também!

Os olhos negros de Layla desceram lentamente até a imagem quase intocada pela sujeira no chão ao seu lado, e imperceptivelmente ela suspirou. Virando-se para os homens que chegavam ela puxou um saco velho do meio do seu alforje.

— Iremos nos banhar, fiquem aqui e terminem a fogueira. Se algo acontecer eu vou alertar vocês.

Erin assentiu, tombando sobre os gravetos da garota outros bem maiores e secos. Zain entretanto olhou de uma para a outra com um sorriso de lado, mas o olhar cortante de Layla o alertou do perigo de seus pensamentos.

Em passos firmes Layla seguiu com a suposta deusa até a beirada do rio. Cada momento na presença da loira a fazia se questionar ainda mais seu papel enquanto divindade. Se ela não fosse uma deusa, por que pagariam tanto para transportá-la? Quem era aquela mulher?

— Então, você é meio calada, não é?

— E você meio que fala demais – Layla abriu um sorriso torto.

A deusa soltou um risinho.

— Sempre me falam isso – a loira ficou lado a lado com Layla – gostou dos biscoitos?

— Sim.

A deusa murmurou concordando. Depois de alguns segundos elas chegaram as margens e, com um sorriso enorme no rosto, a loira correu até a beirada molhando os pés nas água límpidas.

Layla esquadrilhou o lugar com seus olhos, atenta a qualquer aproximação ou perigo. As cimitarras permaneciam em suas costas, um lembrete de que o ataque podia vir a qualquer momento.

Depois de avaliar todo o lugar a morena relaxou e sentou a alguns passos do rio, próximo o suficiente para poder ver a garota e protegê-la e longe o suficiente para não ter que olhar a cada mergulho os seios da mesma balançando enormes na superfície da água.

— Não vai entrar? Pensei que fossemos tomar banho.

— Não, não vou. Ficarei aqui montando guarda, quando você terminar e estiver em segurança no acampamento, eu tomo o meu.

A loira concordou com a cabeça, com um murmúrio de entendimento. Ela já estava dentro da água, sem as roupas, e se lavava cantarolando enquanto o horizonte começava a ganhar o tom avermelhado mais intenso.

— Como é no céu?

A pergunta surpresa de Layla espantou a deusa que abriu um sorriso de lado, incerta.

— É um lugar calmo. Tranquilo. É bom de se viver.

Layla lentamente ergueu as sobrancelhas.

— E por que você desceu?

A loira mergulhou para evitar responder, mas quando emergiu Layla continuou ali, questionadora.

— Prefiro não falar sobre isso.

— Mas fala muito sobre outras coisas.

Elas se entreolharam, azul no negro, e um suspiro escapou dos lábios rosados da deusa. Ignorando a existência de Layla ela voltou a mergulhar.

— Por que não gosta de mim? – perguntou baixinho, depois do terceiro mergulho.

— Eu? Não gosto de você? Quem disse isso?

Um sorriso de lado ladeava os lábios da morena, irônico. A deusa não olhou para Layla entretanto e mergulhou uma última vez antes de sair da água, com o corpo nu envolto pelos raios fracos do sol do crepúsculo.

Layla diria por aquela visão que ela era uma deusa, mas efeitos visuais não diziam nada quanto a divindades, e então estendeu para ela, já de pé, uma grossa toalha.

Quando se enxugou e vestiu uma de suas mudas de roupa a deusa voltou ao acampamento com Layla em sua retaguarda. Os olhares de adoração dos dois homens com as roupas delicadas da loira irritou Layla, mas assim que a deixou sob o cuidado da dupla voltou apressada para o rio.

Largou suas armas e suas roupas apressada e se lançou sobre a água tentando afastar todo e qualquer pensamento de sua cabeça. Ela não gostava do modo como aquela suposta deusa mexia com seus companheiros, mas ela era uma mulher. Uma mulher bonita.

Ela não era...

A superfície voltou e o ar preencheu os pulmões de Layla. Encarando o céu noturno a jovem admirou as estrelas e a lua. Quando o sol havia ido embora?

Esfregando os braços e respirando fundo ela mandou toda a sujeira embora. Mais uma vez ela limpava seu corpo. Mais uma vez ela tentava limpar sua alma com isso.