Capítulo 8.1

Enzo:.

Assim que a Ame saiu o Eric levantou, comemorando que tinha dado certo. O infeliz fez de propósito, ele já tinha dito que ia me ajudar mas não pensei que ele fosse realmente fazer. A noite quando ele decidiu dormir aqui por que estava muito tarde para ele voltar para casa ele tinha me perguntado se eu gostava mesmo da Ame, porque se eu não gostasse ele ia tentar investir nela, não acho que ele ia conseguir fazer a ame gostar dele, estou tentando fazer ela gostar de mim a quase um ano, e só consegui me aproximar de verdade dela a pouco menos de um mês.

Acho que nunca mais vou ter coragem de olhar na cara da Ame, ela saiu correndo depois do beijo, talvez ela tenha ficado com raiva de mim, eu tenho que falar com ela, talvez ela esteja na casa da Yuuko, ela deve estar meio abalada, falo com ela depois do almoço. O Eric decidiu ficar para almoçar também, pelo menos tenho com quem conversar, o assunto principal: Ame. Aparentemente nós dois gostávamos dela, ele tem uma maneira estranha de demonstrar isso, quase tão estranha quanto dar hambúrguer a uma vaca, era quase suicídio, a maneira como ele tratava as meninas, não rude, mas ele usa humor como forma de paquera e as piadas dele não são as melhores pra situação, na verdade as piadas dele não são boas, nem um pouco, pra nada, muito menos para paquerar.

“Cara, eu sempre achei a Ame bonita, mas ela sempre foi muito quieta, por isso nunca pensei em me aproximar, mas você tem a vantagem de morar do lado dela, você podia ir lá de madrugada pedir uma xícara de açúcar, sempre funciona nos filmes.” Não sei que tipo de filmes ele anda assistindo, mas nos filmes que eu vi, isso nunca deu certo.

“Ela mal fala comigo cara, por causa do clube eu não posso voltar com ela pra casa, e as vezes eu não acordo a tempo de ir com ela pra escola, ela quase sempre chega na escola muito cedo, pra dar comida aos gatos de manhã.” O que eu achava estranho, ela levava lanche pra ela e para os gatos, e sempre acabava dando o lanche dela para os gatos também.

“Ela é gamada nos gatos né? Acho que ela vai acabar como a sua vizinha, com vários gatos e nenhum marido.”

“Se depender de mim ela vai ter um marido e quantos gatos ela quiser.”

A Minha geladeira estava vazia, tivemos que ir comprar alguma coisa para comer na loja de conveniência, o mercado mais próximo fica a cinco quarteirões e o Eric não ia me deixar ir até lá sem reclamar o caminho todo que estava com fome demais para andar até o mercado. No caminho para loja, Destino, o gato da Yuuko passou correndo por nós, e assim que eu virei a esquina eu vi a Ame aparentemente conversando com um cara que eu não reconheci a primeira vista, mas aí o Eric me lembrou quem era ele.

“Não é o Irmão da Emily?”

“O ex chefe do comitê de disciplina lá da escola, que batia em todo mundo que tivesse desrespeitando as normas?” Eu achei que a Ame estaria na casa da Yuuko, o que ela estava fazendo com o Hayato? Não sabia nem que eles se conheciam… O que será que eles estão falando…?

“É, eu soube que ele virou chefe de gangue, apesar da Emily não falar muito dele as notícias sobre ele ainda chegam até a escola.” Ele já era considerado perigoso antes, se ele virou mesmo chefe de gangue o nível de periculosidade aumentou bastante, por que a Ame estava conversando com ele? E por que eles estavam tão perto um do outro?

“Acabei de Lembrar que na loja de conveniência não vende carne, vamos até o mercado Eric.” Não ia ficar ali olhando aquela cena, muito menos ia até lá, olhar de perto, só de olhar pra aquele cara já me dava vontade de jogar uma bola de basquete na cabeça dele, sempre me senti assim em relação a ele, desde quando o diretor nos apresentou, no meu primeiro dia de aula, no primeiro ano.

“O que? Ah cara, eu tô com muita fome pra andar até o mercado.”

Yuuko:.

Destino chegou correndo, miando desesperadamente, como se tivesse visto um demônio, se ele viu o que eu acho que ele viu não me surpreendia que ele estivesse desesperado. Ele não é bobo, nas outras vidas dele, ele tinha sido atacado e quase morto pelo Akito. Na Índia quando ele era um tigre, o Akito, que era o concelheiro do sultão, errou suas listras por poucos centímetros, e o Destino arrancou a mão do Akito quando teve a chance, o que fez a Imperatriz, que na Índia era a filha do sultão, trancá-lo por quase duas semanas, o que atrasou bastante o encontro dela com o Mamoru, que era, na época, um vendedor de perfumes, nessa vida, eles não conseguiram ficar juntos, o Akito chegou primeiro, e deu um jeito neles antes que a princesa e o vendedor de perfumes pudessem se conhecer melhor, assim que ele viu que os dois estavam se aproximando demais ele contou ao sultão, e o sultão mandou matar o vendedor de perfumes pela ousadia, a princesa adoeceu logo depois e em menos de três meses ela morreu, Akito, morreu pouco tempo depois da princesa, comido por um certo tigre, e eu não pude ajudar em nada, por que era uma das esposas do sultão, e no primeiro concelho que eu dei fui jogada numa cela, pelo Akito, com o consentimento do meu ‘querido’ marido, onde fiquei até a raiva do sultão passar e ele lembrar que eu era a favorita dele e me tirar de lá, mas também não durei muito, uma das minhas concorrentes do harém de envenenou…

“O Que foi? É ele?”

Logicamente ele não respondeu, ele apenas continuou miando e não parou até eu estar no portão, ele subiu no muro e ficou olhando para rua, de vez em quando me olhava como se mandasse eu ter paciência, se esse gato não fosse um presente dos deuses, e se eu não gostasse tanto de gatos, eu já teria posto ele para morar num beco qualquer bem longe da minha casa.

Quando ele passou eu tive certeza que ia dar mais trabalho nessa vida do que em qualquer vida anterior, dessa vez ele era um adolescente, então provavelmente suas emoções seriam muito mais fortes...