Capítulo 7

Como eu poderia ficar com raiva de gato? Ele provavelmente só estava fazendo o que os Deuses mandaram ele fazer, eu deveria ficar com raiva dos Deuses, mas isso implicaria em punição no futuro e eu já sofri muito para deixar isso acontecer. Acabei jantando na casa da Yuuko, com o Enzo e o Eric, a ela fez um tipo de sopa com verduras e peixe, ela disse que só comia peixe, e os gatos gostavam dela por causa disso, acho que eles continuariam gostando dela mesmo comesse grama, até agora não sei o que o Eric estava fazendo ali, e nem por que ele ficou, mas ele dormiu no apartamento do Enzo, e eu recebi umas duas ligações de madrugada pra jogar videogame com eles, na segunda até pensei em ir, mas então Destino, o gato-demonio-famtasma, apareceu na minha varanda, que fica no quinto andar, e decidi que seria melhor ficar na cama, abri a porta e deixei o gato entrar, ele foi direto para debaixo do guarda-roupa, onde ficou até a hora que eu acordei com o Enzo e o Eric batendo na minha porta, pedindo para que eu fosse jogar por que eles não aguentavam mais jogar sozinhos, como eu não tinha nada pra fazer eu fui, mesmo sendo seguida pelo gato, que alias pareceu nem ser notado pelos dois jogadores sonolentos de videogame que terminaram dormindo e deixaram jogando sozinha.

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Eu estava sentada entre os dois, o Eric, apesar de tudo parecia ser legal, meio idiota as vezes, mas era aceitável, quando o Enzo dormiu ele encostou a cabeça no meu ombro, eu lembrei do que a Yuuko falou, sobre ele e eu sermos apaixonados em outras vidas,bem, nessa vida, ele era bonito, carismático, a paixão perfeita de qualquer garota, mas eu não via nada nele além de um amigo, e eu não sabia o que ele sentia por mim, quase não nos falávamos, tecnicamente começamos a nos falar depois do incidente do beco, não dava pra saber o que ele pensava, quem tem poderes é o gato, não eu, e se o gato pode ler mentes nunca me falou nada, afinal gatos não falam, nem mesmo um gato enviado pelos Deuses chamado Destino. A única paixão que eu tive um dia foi um personagem de um desenho animado, Tuxedo Mask, ele sempre salvava a Sailor Moon, quando eu brincava com a minha irmã, ela nunca me deixava ser a Sailor Moon, eu sempre era a vilã ou a pessoa normal que estava correndo perigo, então o Tuxedo Mask nunca se apaixonaria por mim, agora eu tinha um Tuxedo Mask ao meu lado, e não sentia nada por ele.

Uma mensagem da Emily chegou no meu celular. Onde ela pegou meu número?! O alerta acordou o Enzo.

“Ainda não acabei com você. Eu posso estar em chamas, mas quem vai queimar é você! Vadia.”

Vadia era a assinatura dela? O Enzo leu a mensagem também, ele murmurou algo sobre falar com a Emily depois, e sorriu para mim, eu disse que ele não precisava se preocupar com isso, o problema dela era comigo, eu deveria resolver, mas ele ia falar com ela de qualquer jeito, eu tinha certeza disso. Ele passou o braço por trás de mim e eu pensei que ele ia me abraçar, senti meu coração acelerar, percebi o quanto estávamos perto um do outro, se o eu me inclinasse alguns centímetros para o lado nossos narizes se encostariam, e por um momento achei que isso fosse realmente acontecer, então tentei me afastar o que deu mais errado do que certo, fui rápida demais, acabei batendo no Eric, que ainda estava dormindo, ele me empurrou de volta me fazendo encostar no Enzo mais que o nariz, meu primeiro beijo aconteceu acidentalmente, eu estava me afastando do Enzo, e eu ia pedir desculpas quando ele me puxou de volta e me beijou, não acidentalmente dessa vez, eu não conseguia respirar, ou pensar, ou respirar, o mundo desapareceu, e eu só conseguia senti as mãos do Enzo na minha nuca, e a boca dele na minha, me afastei, ele pediu desculpas, eu sai quase correndo, não fui para o meu apartamento, desci as escadas com o gato correndo na minha frente direto para casa da Yuuko, ela tentou me acalmar mas meus pensamentos que não estava lá a um segundo atrás agora estavam a mil por hora, eu disse a ela o que tinha acontecido e ela começou a rir e pegou chá para mim, ela disse que quando eu me acalmasse ela contaria uma história pra mim e estranhamente minha curiosidade me acalmou, ou talvez tenha sido o chá.

“Essa é a história do Primeiro beijo de uma Imperatriz, ela e seu marido casaram sem nem ao menos se conhecer, então para os dois começarem a se amar demorou um pouco, um dia a imperatriz perdeu a hora na biblioteca que ficava no extremo oposto do palácio onde ficava o quarto em que ela dormia, quando percebeu que estava tarde resolveu voltar para o quarto, mas estava chovendo, e ela teria que atravessar quatro pátios abertos para chegar em seu quarto, ou ir por dentro do palácio que ela não conhecia muito bem, pelo caminho mais longo e mais escuro por onde ela não estava acostumada a andar, com um palácio tão grande ela resolveu não arriscar se perder, e foi pela chuva, passando pelos pátios, no segundo pátio ela começou a correr por que a chuva estava aumentando, no quarto pátio ela já estava totalmente ensopada, e seus longos cabelos negros que antes estavam presos em um coque já estavam tão pesados e molhados que soltaram, quando ela finalmente chegou no quarto encontrou a porta aberta, então entrou, fechou a porta e tirou a roupa para não se resfriar, e então ela percebeu que não era o quarto dela, o imperador estava na cama, eles não dormiam no mesmo quarto, afinal eles mal se conheciam, mas dormiam nos quartos um ao lado do outro, ela tentou sair mas suas mãos molhadas estavam escorregando na maçaneta, então ela resolveu acordar o imperador para pedir a ela ajuda para sair, ela se enrolou em um lençol seco, amarrou o cabelo em um rabo-de-cavalo e foi acordá-lo, assim que ela o tocou ele, ainda dormindo a puxou para a cama e acidentalmente suas bocas se tocaram, ela achou que ele tivesse feito de propósito, então o chutou para fora da cama fazendo ele cair no chão e acordar, os dois discutiram a noite toda, ele dizia que ela era louca, e ela chamava ele de pervertido, os empregados que estavam mais próximos aos quartos acordaram mas ninguém interrompeu a briga, nem os concelheiros, todos riram quando souberam o que aconteceu. A imperatriz nunca aceitou como verdade que ele tinha a beijado sem querer.”

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A história me fez rir, a Yuuko parece ter ficado feliz em contar, mas eu ainda não sabia como olharia para o Enzo depois, ou como falaria com ele, a Yuuko disse que eu estava nervosa demais para quem não gostava do Enzo, não é que eu não goste, eu gosto mas não desse jeito, pelo menos eu acho, depois desse beijo eu não sei mais, vendo meu nervosismo a Yuuko me deu um tipo de amuleto, uma moeda translúcida colorida furta cor, ela ficava azul, roxa, rosa, laranja, e vermelha dependendo da luz e inclinação, olhei para o Destino, o olho direito dele estava rosa, quase laranja. Espero que isso sejam boas notícias.