Destino

Capítulo 24


POV KATE

— O que? Do que você está falando? Que Meredith? – faço as perguntas, uma atrás da outra.

— A m-mãe da Alexis, M-Meredith. Ela está aqui – ele fala gaguejando, desesperado.

— Rick, calma. Você está beirando um ataque de nervos. Vem, vamos sair daqui, precisamos conversar – dito isto, pego sua mão e saio puxando-o para a saída da casa de festas.

Quando estamos fora, num lugar muito mais calmo e claro, eu posso ver a real expressão do meu namorado e ele está desesperado.

— Ela não pode estar fazendo isso. O que ela quer aqui? Destruir minha vida? Pior, destruir a vida da minha filha? – ele começa a falar para si, andando de um lado para o outro, esquecendo que estou aqui – se ela quer guerra, ela terá uma guerra. Nem que eu tenha que acabar com a vida dela, mas o sossego da minha menininha ninguém tira.

— Heeey – interrompo seu discurso louco e desesperado – do que você está falando? Acabar com a vida? Quem é você e o que fez com o meu doce e amável Rick? – falo segurando firmemente seus braços, fazendo com que ele parasse e me encarasse.

— Você não entende, Kate. Essa mulher quer acabar comigo. Ela veio com uma história de que temos assuntos a resolver. Que assuntos? Meu único assunto com ela acabou no momento em que ela abandonou uma recém-nascida em meus braços. Ainda vem com uma de relembrar os velhos tempos? Dá para acreditar?

— Pera, o que? Relembrar velhos tempos? Hoje não é o meu dia, só pode. Todos os seus ex-casinhos, ou talvez não tão ex assim, aparecendo numa só noite – bufo, só pode ser brincadeira.

— Do que você está falando? Você está insinuando que eu estou te traindo?

— Eu não estou insinuando nada. Quem insinuou e não foi nada discreta, foi a mulher que você chama de “minha agente”. Ela disse na minha cara que nós duas fazemos parte da sua vida, foi mega grossa e saiu, como se nada tivesse acontecido. E ainda, pra fechar a noite com chave de ouro, aparece a mãe da sua filha propondo relembrar os velhos tempos. Você acha que eu tenho sangue de barata?

— Amor, eu não tenho nada nem nunca tive nada com a Gina. Ela deve ter dito isso porque é minha agente, de uma forma ou de outra ela faz parte da minha vida também.

— Ela não disse nesse sentido.

— Você deve ter entendido errado – ele fala calmamente, como se não estivesse à beira de um infarto a poucos minutos.

— Eu não entendi errado – me exalto – eu entendi muito bem o que ela quis dizer. E ainda te chamou de Ricky.

— Ela o que? Gina só pode estar louca, eu nunca dei esse tipo de intimidade. Katie, eu te amo e estou totalmente com você, ok? Eu digo e repito: nunca tive nada com ela, e nem terei. Eu só quero você, por toda minha vida – ele fala e me beija, sem tempo de reação. E eu, bem, eu não resisto.

— Eu também te amo, Rick. Demais.

— Então, esqueça a Gina. Esqueça qualquer outra mulher. Pra mim, só existe você.

— Tudo bem. Mas e a Meredith? – falo e o olhar desesperado volta.

— Eu não sei – ele fala choroso e afunda sua cabeça em meu ombro. Pouco tempo depois sinto as suas lágrimas.

— Babe, olhe pra mim – ele levanta a cabeça e eu enxugo suas lágrimas – nós vamos resolver, ok? Vamos ver o que ela quer, sem estresse, sem sentimentos precipitados.

— Eu não quero que Alexis saiba sobre ela. Eu não quero que minha abóbora sofra. Prefiro que ela não tenha uma mãe do que ter uma como Meredith.

— Calma, Rick. Pode ser que ela tenha mudado. Ou não. Vamos ver, vamos esperar ela te procurar.

— Você vai estar comigo?

— Sempre. Sob qualquer condição.

— Eu te amo – ele fala seriamente, com os olhos brilhando.

— Eu também te amo – falo enquanto acaricio seu rosto – vamos voltar para a festa?

— Sim, mas não por muito tempo. Essa noite já deu o que tinha que dar. Mas antes, nós vamos falar com Gina, ela não pode sair falando o que quer e muito menos ser grosseira com a minha mulher.

— Sua mulher? – repito levantando uma sobrancelha, numa cara debochada.

— Só minha – ele me abraça e me beija. Quando acabamos, percebo alguns flashes, claro que eles não perderiam isso – Vamos.

POV RICK

Agora mais calmos, voltamos ao salão de festas. Muitas pessoas já tinham ido embora, mas os amigos de Kate, e meus também, ainda estavam lá.

— Hey pessoal! – falo com cada um, afinal ainda não tinha falado com eles – e você, quem é? – pergunto a uma loura que estava com eles.

— Jenny. Sou a namorada do Kevin. É um prazer conhece-lo.

— O prazer é todo meu – falo com um sorriso simpático até me tocar do que se trata – MEU DEUS! Você existe mesmo e é linda. Confesso que até duvidava um pouco de você, Bro.

— Que isso, Castle? Até você?

— Era difícil acreditar, você falava demais e nada de apresentar a garota. Jenny, sinta-se em família, afinal nós somos uma. Além disso, não deixe mais esse senhor te esconder.

— Obrigada, Rick.

— Ok, Castle. Você já fez o ritual de iniciação da garota, agora pode dizer onde os pombinhos estavam? Deram uma fugidinha? Aquela loura azeda estava atrás de você – Lanie fala tudo naturalmente e vejo Kate arregalar um pouco os olhos enquanto dou uma risadinha do seu comentário.

— Não, Lanie. Não demos uma fugidinha. Tínhamos assuntos importantes a resolver e eu precisava controlar um mini ataque de ciúmes da sua melhor amiga ai – falo já sentindo a dor do puxão na orelha que iria levar. E ele não demorou.

— RIIIICK – ele fala enquanto puxa minha orelha com força.

— Ai, ai. Calma amor, só estava brincando.

— Brincando nada. Se ela estava com ciúmes daquela sua agente, ela está mais do que certa. A mulher veio aqui, falou o que quis da forma que quis e saiu, sem a menor chance de resposta – Lanie defendeu a amiga.

— Você ouviu, Lanie? – Kate parecia surpresa.

— Claro e não sei como você se controlou. Eu teria voado no pescoço daquela loura entojada.

— Cuidado, Espo. Essa mulher é perigosa – digo a Javier, um pouco assustado.

— Relaxa, Bro. Eu sei domar essa fera – Espo fala e todos do grupo riem, menos Lanie, que bufa.

— Enfim, a questão Gina está parcialmente resolvida, não é amor? – olha para Kate, que afirma com a cabeça – e quanto a ela estar me procurando, vamos deixar ela procurar mais um pouco. Já cumpri todos os protocolos e quero curtir um pouco a minha festa com meus amigos e minha belíssima namorada.

Depois de mais ou menos meia hora, os meninos se despedem, dizendo que amanhã é dia de trabalho e que tinham que acordar cedo. Quando eles saem, pergunto a Kate se ela também quer ir e ela diz que sim.

— Então vamos.

— Você não vai falar com sua agente?— ela fala, com ironia.

— Bem lembrado, vamos procura-la.

Depois de um tempo, encontramos Gina tratando de alguma formalidade com um dos contratados.

— Gina.

— Rick! Eu te procurei por muito tempo – ela fala até ver que Kate está ao meu lado – onde você estava?

— Com a minha namorada, curtindo um pouco a festa.

— Mas você...

— Eu já tinha cumprido tudo que tinha para cumprir, não Gina?

— Sim, mas...

— Acho que tinha o direito de me divertir um pouco. Agora eu quero saber o que você tinha na cabeça quando foi procurar a Kate para insinuar algo que não existe e se referir a mim com uma intimidade que você não tem – quando termino de falar, ela está vermelha como um pimentão, fulminando Kate com o olhar.

— Eu só fui me apresentar. Sua namoradinha que está vendo coisas onde não tem.

— Olha aqui... – Kate começa, mas eu interrompo.

— Calma, amor – vejo o ódio nos olhos de Gina quando chamo Kate de ‘amor’ – Gina, tenha mais respeito com a Kate. Ela é minha namorada, minha futura esposa, a mulher que estará comigo por muito tempo. Então, para que nossa relação de agente-agenciado continue funcionando bem, é essencial que você trate-a bem. Ou terei que repensar essa relação.

— O que? Você está brincando comigo, não é? Está ameaçando romper seu contrato por uma mulherzinha? Uma relação que provavelmente não vai passar dessa estação? – ela debocha enquanto Kate aperta minha mão com força, ela vai pular no pescoço de Gina, como Lanie sugeriu.

— Ai é que você se engana. Kate é a mulher da minha vida. Então eu exijo respeito, entendeu Gina? Pelo bem do nosso contrato. Agora eu tenho que ir. Minha MULHER, trabalha amanhã cedo e já está tarde. Resolva o que ainda tiver de ser resolvido aqui.

— É isso, Rick? – ela pergunta, fervendo de raiva.

— É exatamente isso – dito isto, seguro a cintura de Kate, direcionando-a à saída.

— Está vendo, Rick. Não é coisa da minha cabeça, essa mulher quer você e tenho a impressão que ela não vai desistir fácil.

— Pois ela que trate de desistir. Eu sou só seu. Vamos para o loft?

— Sim, vamos.

E lá nós reafirmamos nosso amor, esquecemos nosso medo e acendemos a esperança de que tudo dará certo, nos braços um do outro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.