Destino

Capítulo 3


Capítulo dedicado à Maylaila Blak e a Gui_Lion que comentaram. Muito obrigada!


Harry desceu as escadas em espiral do escritório de Dumbledore, e ficou parado em frente à gárgula, sem saber o que fazer. No que diabos ele se meteu? Ficar preso no passado, sem roupas e sem dinheiro, com seus pais adolescentes no auge da guerra não era exatamente sua idéia de férias. Pelo menos, pensou, eu tenho minha varinha, que estava bem presa no coldre na parte interna da manga do braço direito. Andou em direção à Torre da Grifinória, começando a se sentir em casa. Só quando chegou em frente ao quadro da Mulher Gorda percebeu que não sabia a senha. Pensou em quanto tempo teria que ficar ali esperando até alguém chegar, quando uma garota despenteada e ruiva acompanhada da professora McGonagall chegou e parou em sua frente. A mulher mais velha olhou-o atentamente e disse:


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– Seja bem vindo, senhor Granger. Sou a professora de Transfiguração de Hogwarts, e chefe da Grifinória. O diretor me disse que foi selecionado para a minha casa, então você pode recorrer a mim se precisar de algo. Entretanto, essa é a monitora, Lílian Evans, e ela está no seu ano. Tenho certeza de que ela vai ajudá-lo a se adaptar.

– Muito prazer. Pode me chamar de Lily., a menina disse, estendendo-lhe a mão.


Por Merlin, Harry pensou, essa é minha mãe. Quantas vezes ele sonhou com isso? Teria dado o mundo para conhecê-la, e agora ela estava ali, sorrindo e estendendo a mão. Se permitiu olhar, realmente ver sua mãe pela primeira vez na vida, absorvendo tudo nela. "Você é tão linda", pensou, e se segurou para não falar. Sentindo-se completamente irreal, seus olhar buscou os olhos idênticos dela. Verde no verde, eles se encararam, e por um segundo, Harry pensou que ela o reconheceu.

Mas foi apenas um segundo.


– O prazer é meu. Meu nome é Harry Granger. - falou sorrindo. Ele segurou a mão dela, e quando a soltou, voltou à realidade.

– Muito bem. Agora que estão apresentados, deixo-o em suas mãos srta. Evans. Procurem-me se tiverem algum problema. - dizendo isso, a professora saiu andando apressada.


Quando a mulher se afastou, Lily pode dar uma boa olhada no garoto. Ele era magro, de constituição quase subnutrida.

Mas sua postura contrastava com a aparência frágil: tinha os ombros retos e a cabeça erguida, ciente de sua própria importância. Não, pensou ela, ele não é arrogante. Só é acostumado a ser observado. Percebeu subitamente que Harry Granger parecia muito com seu namorado, James Potter. Os olhos verdes e uma cicatriz semi-escondida pela franja em forma de raio não permitiam confusão, mas o jeito do rapaz os diferenciava irremediavelmente. Lembrou-se do olhar que ele lhe deu quando a cumprimentou e de repente se sentiu uma criança diante do rapaz que agora sorria para ela.

– Bem Harry, é preciso uma senha para entrar na Torre. Atualmente é "mandrágora", mas muda de vez em quando. Venha, vamos entrar que eu vou te apresentar para os alunos do sétimo ano.

Passaram pelo retrato, que se abriu de boa vontade quando ouviu Lily dizer a senha. Ela rapidamente começou a gritar "James, Remus, venham aqui!" e Harry teve que respirar fundo para se conter. Seu pai vinha em sua direção, andando tranquilamente. Aja naturalmente, aja naturalmente, ficou repetindo para si mesmo.

– E aí, quem é o novato? - disse James jovialmente, passando o braço pela cintura da namorada. Ele vinha acompanhado do resto dos Marotos, todos olhando para Harry com curiosidade.

– Gente, esse é Harry Granger, um intercambista que veio terminar os estudos em Hogwarts, e ele está no sétimo ano conosco. Harry, esses são seus novos colegas de quarto, James Potter, meu namorado, Sirius Black, Peter Pettigrew e Remus Lupin, o outro monitor da Grifinória.

Se Harry pensou que ver sua mãe exigiu auto-controle, ele agora não pensava mais. Ao assistir o grupo interagindo feliz sabendo que três deles estavam mortos, um era um exilado da sociedade e o outro um traidor, ele sentiu como se pudesse vomitar. Felizmente, morar com os Durleys o ensinou a enterrar muito fundo seus sentimentos. Ele sorriu amigavelmente para todos e procurava alguma coisa para falar quando percebeu Sirius olhando para ele como se fosse um inseto particularmente interessante.

– De onde você veio, Granger? Não soube de nenhum intercambista em Hogwarts, no tempo em que estudei aqui.

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– Da Academia Mágica de Londres.

– Sério? Nunca ouvi falar. - respondeu Lily curiosa. Harry começou a perceber uma ligeira semelhança entre sua mãe e Hermione.

– É uma escola boa, mas não é tão grande quanto aqui.

– E por que você veio pra cá, assim, quase no fim? - Sirius continuou, parecendo determinado a interrogá-lo.

Harry pensou antes de responder. O que seria uma desculpa aceitável?

– Havia muita atividade dos Comensais da Morte por lá. Além disso, o nível dos NIEMS aqui é mais alto, então eu tinha mais a ganhar vindo pra Hogwarts. - Sim, isso explicaria a mudança e o atraso em relação ao conteúdo.

– Ah, claro. Acho que foi uma ótimo escolha, posso te chamar de Harry, não?, perguntou Lupin.

– Com certeza. Fora que eu fui expulso da equipe de Quadribol, então eu já não tinha muito que me prendesse lá., comentou sorrindo. Provocou a reação esperada: James e Sirius automaticamente passaram a prestar atenção total às palavras de Harry.

– O que aconteceu? - perguntaram os dois ao mesmo tempo em tom solene, como se Harry tivesse sido vítima de tortura.

– A nova diretora que assumiu o colégio absolutamente me odiava. Me dava detenções cada vez que eu falava alguma coisa. No fim, foi acumulando e acabei sendo expulso da equipe. - Preferiu omitir que tinha voltado ao time no sexto ano, já que seria mais difícil de explicar que quase não jogou porque pegava detenções demais com Snape. Mesmo assim, falar sobre Umbrigde fez o estômago de Harry revirar, e ele apertou a mão em punho.

– Que péssimo, cara.

– É a vida. Vocês tem qualquer vaga na equipe?

– Não, a temporada já começou. Mas você sempre pode tentar o time reserva.

– Acho que vou fazer isso mesmo. Minha vassoura ficou na casa dos meus tios, de qualquer maneira...

Logo inicou-se uma conversa animada sobre quadribol, que incluiu Sirius, James, Harry, e para seu desgosto, Pettigrew. Lily e Remus ficaram entediados, e passaram a conversar sobre as próximas reuniões da monitoria. Porém, a hora do jantar chegou, e todos foram juntos para o Salão Principal, cortando as conversas paralelas.

Harry se mostrou devidamente impressionado com o Salão, atendendo às expectativas de Lily. Depois disso, ele acabou sentado entre Remus e Sirius, na frente de James e Lílian. Por algum tempo, só observou-os conversando, deixando os pensamentos vagarem para aspectos mais práticos de sua estadia no passado. A conversa sobre vassouras o lembrou de que não possuia qualquer dinheiro, material escolar, nem mesmo roupas. Será que Hogwarts poderia lhe fornecer? Distraído, só notou que McGonagall estava parada ao seu lado quando ela chamou sua atenção.

– Senhor Granger, aqui está seu horário. Está em anexo uma carta com instruções para sua permanência na escola. Amanhã a tarde você deve comparecer ao meu escritório para fazer provas escritas e práticas que vão mostrar para quais matérias você está apto a frequentar. Esteja lá as 14:00 horas.

Harry agradeceu, e ela partiu tão rápido como chegou.