Depois de eu ter saído correndo que nem uma mulherzinha (com direito á grito e tudo) me joguei na piscina do Sasori, eu nem faço a mínima ideia de como cheguei aqui, eu só sei que cheguei. Subi para a superfície e cuspi boa quantidade de água – porque claro, o loirinho inteligente aqui caiu na piscina com a boca aberta.

Nadei para a borda da piscina e saí, logo checando o estado de meus pés, eles pareciam ótimos, mas eu havia acabado de foder a barra de minha calça jeans. Muito foda um negócio desses.

– Naruto! – Hinata correu para minha direção. – Você está bem?

– Ótimo. – respondi com toda sinceridade possível. – Se você não tivesse me alertado, talvez eu tivesse morrido carbonizado lá dentro. – ela sorriu. – Eu acho que pra mim já deu. – eu me levantei, sacudindo minhas pernas. – É melhor eu ir embora.

– Mas o Deidara não veio com você?

– Deidara que se foda! Por culpa dele eu vim parar nesse cúbico aqui. Eu espero que o Sasori... – me cortei, Hinata aparentava ser inocente demais para eu falar besteiras na frente dela, embora ela tenha um caderno recheado de segredos... Epa... Espera um pouquinho... – Hinata? – olhei sorridente para ela que me olhou de volta completamente confusa. – Quer que eu te deixe em casa? – a coitadinha enrubesceu na hora. Por que ela tem que corar por tudo?

– Eu não... eu... é que...

– Já sei, você não está querendo ir embora agora? Acertei?

– Na verdade eu nem queria ter vindo. Eu vim porque Neji insistiu tanto.

– Ficar velando um casal é a maior merda que tem. – comentei, e antes que eu pudesse me arrepender, Hinata começou a falar:

– Não estou velando Neji e a namorada dele. Ele implorou que eu viesse porque se eu não fosse vim os pais de Tenten não iria deixá-la sair. – ela mordeu o lábio inferior como se estivesse nervosa. – Quer mesmo me acompanhar até em casa?

– Claro! – dei meu maior sorrisão.

– Ta. Eu vou avisar Neji e Tenten. Já volto! – ela saiu correndo para dentro da casa do Sasori e eu voltei a encarar a barra de meu jeans.

– Como eu vou explicar isso? Merda!

– Naruto... – ouvi meu nome soar debochado da boca de alguém. Ergui a cabeça e lá estava Sasuke e sua famosa cara-de-bunda. Eu respirei fundo, me contendo para não puxá-lo pelo cabelo coberto de laquê e atiçá-lo dentro dessa piscina. – que situação lastimável! – ele se aproximou equilibrando um copo descartável nas mãos. Meus dedos começaram a coçar, e eu pedi forças para Deus porque do contrário eu iria arrancar o copo descartável das mãos daquele garoto e fazê-lo engolir pelo cu.

– O que você quer?

– Queria saber como estava. – ele deu uma golada no troço que havia no copo. – Como estão seus pés queimados?

Caralho! Ele viu!

Ah, claro. Como não ver? Eu saí correndo e gritando como uma garotinha, acho que até a Sakura viu.

– Quer saber como eu estou ou quer caçoar de mim?

– Caçoar de você? – Sasuke jogou a cabeça para trás e gargalhou, bem que podia passar uma pomba por aqui e cagar dentro da boca dele, mas milagres hoje em dia ta em falta. – Eu jamais caçoaria de você, Naruto. – Sasuke parou de rir e piscou para mim, me senti uma prostituta agora.

– Dirija-se a um recinto fechado e tome no seu cu!

– Eu vou me dirigir para um recinto fechado mesmo, mas não é pra tomar no meu cu não, é pra dar uns pegas na gata da Sakura. – ele terminou de beber o troço dele lá e jogou o copo na minha direção com a intenção de me acertar, mas eu aparei o copo e o amassei em minha mão com tanta raiva que consegui ver uma cara de espanto do Uchiha.

– Aproveita que vai entrar lá dentro de novo e tome Red Bull.

– O quê?

– É. Red Bull. – soltei os restos do copo descartável no chão, nem me importando com a bagunça, até porque eu sou irmão (mesmo que postiço) do ‘amigão’ do dono dessa casa. – Tome Red Bull, crie asas e voe para bem longe de mim. – e da Sakura também, mas cadê a porra da moral pra falar isso?

Sasuke riu enquanto se afastava.

– Naruto... Naruto... – Hinata voltou correndo. – Desculpe! – ela parou em minha frente com as mãos na cintura, ganhando fôlego. – Eu não posso ir embora com você.

– Por quê?

– Porque Neji, meu primo, me proibiu.

– Vem cá, ele é seu primo ou o seu pai?

– Meu primo.

– Você não tem que ficar obedecendo ordens dele porrinha nenhuma. Ele tem que agradecer você por ter vindo, porque se você não tivesse vindo, ele não iria trazer a namorada dele.

– Hinata! – Kiba, o rebelde sem causa (que chora quando ver uma barata voadora) se aproximou de Hinata com o maior sorriso do mundo. – Oi!

Ela o olhou um pouco espantada, mas não enrubesceu.

– Ah, oi Kiba.

– Veio com quem? Com o Naruto? A propósito, oi Naruto.

Te fode.

– Oi. – sorri falso para esse rebelde marica.

– Vim com o Neji e com Tenten, e você? Com quem veio? – perguntou Hinata.

– Sozinho. – ele deu mais outro sorriso. – Quer companhia?

– Ela já tem companhia. – eu disse, reparando que Kiba estava embriagado, sabe-se-lá que diabos ele iria aprontar com Hinata se eu me afastar agora.

– Ela não veio com você Naruto.

– É eu sei. Mas ela está comigo, Kiba.

– Por acaso vocês estão namorando?

– Claro que não! – eu respondi rapidamente. – Ela é minha amiga, e eu não vou deixar que essa sua bebedeira faça com que você efetue encenações ruins com ela!

– Eu não vou fazer nada com a Hinata, á menos que ela queira, claro. Porque, qual homem iria dizer não para essa belíssima Hyuuga?

Hinata se encolheu e eu respirei fundo, me contendo para não fazer meu punho dizer “oi” pra venta do Inuzuka.

– Ah, qual foi agora Uzumaki? – Kiba sorriu mais uma vez, e eu tô pra apagar esse sorriso dele. – Ficou tão nervosinho! Deve ser porque pegou fogo lá dentro! – ótimo esse rebelde marica também viu.

– Ah... – suspirei, contendo a raiva. – você também viu. – afirmei o obvio.

– Cara – Kiba gargalhou como uma hiena. –, todo mundo viu. E por falar nisso, você está bem, né?

– Claro. – garanti com meu sorriso de sem-vergonha. – Estou de boa aqui, só imaginando como seria mágico o som de uma chinelada na sua cara.

– Mas – Kiba desceu o olhar para os meus pés, não deixando de encarar antes a barra queimada do meu jeans –, você está de tênis e não de chinela. Viu só? – ele levantou o olhar para mim novamente. – Eu não estou tão embriagado como você estava pensando.

– É verdade, sabe que você tem razão? Eu estou de tênis. – tênis queimados, melhor dizendo. – Então, neste caso, estou imaginando como seria mágico o som de um tênis voando e acertando a sua cara.

Kiba se encolheu com os olhos arregalados e eu avancei como um urso pra cima dele.

– Cai pra cima e vai na fé! – quase gritei.

Hinata se jogou entre mim e Kiba e empatou o troca-tapa que seria, em minha opinião, um remédio bom pra sair do estresse. Acho que chutar a bunda de Kiba ou enfiar a cara dele na pilastra seria um exercício tão bom que com certeza faria com que eu esquecesse que peguei fogo pelas pernas por causa de uma vela do macumbeiro do Sasori.

– Vocês não estão pensando em brigar, estão? Por favor, estamos na casa dos outros!

– Nem se eu estivesse dentro da igreja! – eu disse, querendo pular por cima de Hinata e dar uns tabefes no Kiba.

– Na – Hinata me olhou por cima do ombro. – Naruto, por favor.

– Não adianta me olhar com essa carinha e com esses olhinhos bonitinhos, que eu... – relaxei minha cara de cavalo com dor e me afastei coçando a nuca como um recente panaca. – eu paro. Desculpa.

– Ta pedindo desculpa pra mim? É muito tarde, cê não acha, não? – reclamou Kiba com um bico horroroso.

– Eu pedi desculpas pra Hina, não pra você, rebelde sem causa! – cantarolei as ultimas três palavras. Quando eu fico com raiva, muita raiva, eu começo a cantarolar. Eu até tenho isso escrito no meu Caralho a quatro. Sei que é coisa de veado, mas eu por esses dias tô pouco me fodendo pra veadagem.

– Obrigada. – disse Hinata e arregalou os olhos enquanto saía da minha frente e da frente de Kiba. – Me chamou de Hina?

– Chamei? – puts, eu nem percebi.

– Olha, eu não quero saber mais de nada não, viu? Hinata me desculpe o embaraço, eu vou entrar e pegar outra bebida. E Naruto... – ele olhou para mim com os olhos estreitos. Devolvi o olhar pior ainda. – eu imaginei que você estivesse apenas de mau-humor, mas existe uma grande diferença entre estar de mau-humor e ser filho da puta. – ele deu um sorrisinho.

Cadê uma barata voadora (com aparência de assassina de preferência) pra fazer com que Kiba saía correndo no meio de todo mundo como uma menininha?

– Vaza! – acenei como se estivesse dando tchau pra um avião. Kiba rosnou e se retirou dali, meu sorriso foi à prova da minha felicidade por ele ter desembaçado de minhas vistas. – Então – disse com minha voz suave e olhei para Hinata em meu lado esquerdo. – vai ficar, ou vai comigo?

– Não quero contrariar meu primo. Acho que irei ficar. Obrigada pelo que fez aqui, mesmo que tenha sido um exagero.

– Exagero? Kiba está bêbado!

– E você, não?

– Está achando que eu estou bêbado e por isso peguei fogo? Está enganada senhorita! – Narutinho só bebe Vodka, pinga de rico. E pelo que vasculhei aqui não tinha Vodka. Eu acho que deveria ter, porque Sasori aparenta ser um riquinho, ENTÃO POR QUE DIABOS ELE NÃO ESTOCOU A GELADEIRA DELE COM VODKA PRO NARUTINHO AQUI BEBER? Pra falar a verdade eu nunca bebi Vodka, porque é bebida de rico. Até hoje, a única coisa alcoólica que eu tomei foi Cortezano, escondido de papai e mamãe ainda por cima. – Estou bem sóbrio! – garanti para Hinata.

– De qualquer maneira, eu agradeço pela gentileza de querer me levar em casa, mas eu vou esperar. Eu disse para Tenten antes de sairmos de casa que eu voltaria com eles. Seria grosseria de minha parte não fazer isso.

– Tudo bem, Hina. – sorri largo para ela, com os lábios unidos.

– Gostei desse apelido. – ela sorriu de volta.

– Hina...

– A probabilidade de alguém estar te observando é proporcional a estupidez da sua ação, hmm! – Deidara se aproximou com três botões da camiseta abertos. Jesus será que meu irmão postiço tava fodendo com o Sasori? Eu rezo todos os dias para Deidara continuar virgem de bunda.

– Deidara. – murmurei o nome dele, enquanto o mesmo se aproximava, abotoando os botões da camiseta o mais rápido que ele podia.

– CARALHO, NARUTO! – Deidara se jogou em cima de mim, passando seus braços em volta do meu pescoço e as pernas por volta da minha cintura.

– CARALHO DIGO EU! – o empurrei para longe de mim. – Que grude-grude é esse, Deidara?

– Todo mundo lá dentro ta comentando que você pegou fogo! – Deidara começou a fiscalizar cada centímetro do meu corpo. Cada centímetro mesmo. – Você está bem?

– Eu peguei fogo Deidara, queria o quê? Que eu estivesse pulando e soltando fogos de artifício de alegria?

– Eu estava de planos de usar essa calça sua, hmm. – ele comentou com a mão no queixo, enquanto fitava a barra da minha calça queimada.

– E eu estou de planos de ir embora agora, e o carro vai comigo!

Ele levantou a cabeça ligeiramente e me agarrou pelos ombros, me segurando com tanta força que eu poderia chegar a jurar que os ossos de meu corpo estavam se quebrando devagarzinho.

– Nós mal chegamos.

– Mal chegamos e eu já tomei no cu, foi lindo. Agora posso ir embora ou você vai continuar me segurando como se estivéssemos contracenando na peça Romeu e Julieta? – ele me largou na hora.

– E como eu fico nessa história?

– Você pode voltar comigo e meu primo. – ofereceu-se Hinata, que se mantivera calada desde que Deidara surgiu.

– E me cabe no carro?

– Viemos a pé.

Deidara fez cara-de-cu e Sasori apareceu lambendo os dedos que estavam cobertos de gordura.

– Ei Deu e Dará, quer dizer, Deidara, o que houve?

– Já falei pra você parar com esse apelido escroto! – Deidara o encarou sombriamente.

– Bota escroto nisso. – concordei.

Sasori terminou de lamber os dedos e deu uma olhada polêmica para os meus pés e para a barra da minha calça, em seguida olhou para Hinata e por último olhou para Deidara.

– Espero que esteja tudo bem por aqui, eu não quero chutar a bunda de ninguém.

– EU JÁ DISSE QUE ESTÁ TUDO BEM! – gritei irritado com toda essa situação. É um caralho mesmo, eu só peguei fogo, nada demais. – Quer saber? Eu já cansei, eu vou pro meu carro e se você estiver disposto a ir embora agora, me acompanhe. – avisei pro Deidara –, ou se por um acaso não quiser ir, foda-se! – passei as mãos nos meus fios dourados e me coloquei dali para fora. Caminhei até o carro do papai, desativei o alarme, abri a porta e entrei. Encarei o painel do carro e dei a partida, tremendo de tanta raiva. Respirei fundo contando até três, eu estou bem, eu estou bem, eu estou... CARALHO É A SAKURA! Encarei-a que havia saído correndo de dentro da casa do Sasori, ela passava as mãos no rosto e olhava para o chão. Ela está chorando. – SAKURA! – berrei e pulei pra fora do carro e corri até ela para doar-lhe um ombro amigo. – Sakura – puxei o braço dela. –, cê ta bem? – ela me encarou. Estava mesmo chorando.

– Claro que não, seu idiota! – ela me empurrou e cruzou os braços fazendo um biquinho.

– Você fica fofa fazendo bico, sabia? – ela me lançou um olhar da discórdia e eu me afastei, encolhendo-me. – Eu só quero ajudar, Sakura. Diga-me se posso.

– Pode. É só me tirar daqui.

– Partiu! – fiz joia com o polegar e peguei na mão dela. – O carro do meu pai está bem ali. – apontei pro vácuo e arregalei os olhos. – Ou estava.

– Não me diga que você deixou a chave na ignição? – ela perguntou pasma, soltando minha mão suada.

– Claro que... – fiz careta. – sim. – encarei o carro do meu pai descer a rua, mas não tinha ninguém dirigindo ele, a não ser que fantasmas também roubem carro, até aí tudo certo.

NADA DE CERTO, MEU PAI VAI ME COMER PELO CU!

– CHAMA O DEIDARA! – gritei para Sakura que me encarou frustrada.

– No que vai adiantar chamar ele?

– PELO AMOR DE DEUS! – joguei os braços para cima e comecei a correr atrás do carro. – SOCORRO GENTE, SOCORRO! – gritava para os vizinhos e apontava para o carro do meu pai descontrolado no meio da rua. – Ô diazinho filho da puta! – pra dizer a verdade é uma noitezinha filha da puta, mas o dia foi filha da puta também, então não problema não.

Eu consegui grudar no rabo do carro e comecei a ser arrastado, nada de novidade quando o assunto é foder com o Naruto. Comecei a escalar o teto do carro e entrei pela janela aberta, a única coisa sensata que fiz foi pisar no freio e girar o volante com tudo para desviar de um casal que se comia no meio da pista, e pra variar a questão o casal era Ino e Gaara. Aah se Sai soubesse, mas agora não era hora de foder com ninguém, porque no caso, eu quem estou sendo fodido, e o hilário dessa história toda é que eu estou sendo fodido por mim mesmo, engraçado não?

– Oi! – acenei todo alegre para o casal estirado na calçada com as caras assustadas combinando.

– Naruto! – Ino se desgrudou de Gaara e saltou do chão caminhando até mim com passos pesados, ela me arrancou do banco do carro segurando-me pelo colarinho da camiseta. – Eu acho que vou arrancar suas bolas agora!

– Arranca! – incentivei com um sorriso. – Arranca que eu conto pro Sai o que você anda aprontando. Vou falar pra ele que você não pula a cerca, você arrebenta ela nos peitos!

Ino me soltou com uma cara péssima.

– E eu tenho certeza que o seu pai não sabe que você anda brincando de racha com o carro dele!

– Eu não estava brincando de racha, Yamanaka, eu estava tentando fazer o carro do meu pai parar sem bater! É uma história bem louca.

– Você está bem, Naruto? – Gaara se aproximou com as mãos dentro dos bolsos do jeans.

– E aí Outro?

– Outro?

– Ino tem dois machos, esqueceu? – embora Sai não pareça tão homem. Eu ri e Ino me deu um tapa. – Acho que minha noite não pode ficar... Mentira, pode ficar pior sim. – lá vinha um policial. Que ótimo. Vou me foder mais uma vez, quebrei o recorde.

– Ei garoto – ele apontou o dedo para mim. –, me mostre sua carteira de motorista!

Não sei o que é pior; ter o cu comido pelo próprio pai, ou ter o cu comido por um policial tendo um casal conhecido de platéia.

– Ei, espera... Acho que essa pergunta é pra mim. – Gaara se aproximou arrancando a carteira do bolso e retirando da mesma a carteira de motorista. – O carro é meu. Toma aí a carteira de motorista. – e empurrou a carteira de motorista para o policial que pegou sem cerimônias.

Caramba, Gaara já tem carteira de motorista? Sinto que estou nas fraudas.

– Certo. – o policial devolveu a carteira do ruivo. – Espero não pegar atos assim novamente, senão o senhor levará uma multa. E tire seu carro do meio da rua! – o policial me olhou desconfiado e se retirou.

– Caramba, Gaara! – eu saltitei até ele. – Valeu cara, valeu, valeu, valeu...

– Amigo é pra isso. – ele guardou a carteira dele me fuzilando.

– Eu sou seu amigo? – eu perguntei, mas antes que ele pudesse responder, eu não permiti. – Vem cá, você tá é com medo de eu revelar pro Macaco Veado que você anda pegando a Ino, né?

– Ei, não chame o Sai de Macaco Veado! – exclamou Ino me empurrando.

– Ta defendendo o Macaco Veado? – perguntou Gaara com sua famosa cara de temido.

– Ele ainda é meu namorado, Gaa. – ela se encolheu desconfiada.

– Ai, que bonitinho, o Outro tem apelidinho! – eu sorri ao cantarolar.

– Estou começando a me arrepender de ter livrado a sua pele, Naruto. – Gaara rosnou pra mim.

– Vaza daqui garoto! – berrou Ino. Eu ia pedir desculpas, mas Ino ameaçou me bater se eu abrisse a boca, então eu entrei no carro do meu pai e voltei pra casa do Sasori, me encontrando com Sakura, ainda se acabando em lágrimas e com Deidara no portão.

– O que foi que aconteceu agora? – Deidara correu até o carro e me encarou. – Que merda tu fez, hmm? Irmão mais novo é um saco!

– Ei, ta tudo bem! O carro do papai foi salvo!

– Salvo do quê, caralho? – Deidara se segurou no carro e me encarou com os olhos mais abertos do que o limite leva.

– De nada não, de nada não! Esquece! – olhei para Sakura. – E então Sakura, quer que eu ainda te leve em casa?

– Sasuke me pediu desculpas pelo pequeno insulto! – ela riu. – Não preciso de você.

Deidara se virou para ela como se estivesse virando para o próprio Sasuke (detalhe: Deidara odeia o Sasuke tanto quanto eu, ou mais se for possível).

– Então por que você ainda ta chorando? – perguntei franzindo o cenho.

– Porque ele é muito fofo! – ela deu pulinhos.

– Pois é, Sakura, sabe de uma coisinha, você quer um emprego? – perguntou Deidara cruzando os braços. Sakura olhou curiosa para ele e deu aquele largo sorriso encantador.

– Emprego aonde?

– Na Knorr, eles estão precisando de galinhas para fazer mais caldo!

Sakura ergueu o belo dedo do meio pra ele, limpou as lágrimas e entrou novamente dentro da casa do Sasori-macumbeiro. Eu coloquei minha mão para fora do carro e belisquei a costela de Deidara.

– Seu infeliz, acabou de queimar meu filme com ela!

– Naruto, seu imprestável infeliz que gosta de sofrer, ela quem queimou o próprio filme contigo, hmm. – Deidara se virou para mim. – Você é um burro completo! E sabe do que mais? Não sei lidar com gente mais burra que eu.

Apertei o volante do carro com os dentes trincando.

– Cara! – exclamei.

– Oi?

– Eu amo ela.

– Eu tenho pena de você.

– Eu também tenho.

– Naruto! – Hinata estava caminhando para minha direção, Deidara dançou com as sobrancelhas e deu tapinhas repetitivos e enjoativos em meu ombro.

– Você gosta de sofrer porque é trouxa. Tem uma menina linda te querendo e você aí sofrendo pela Sakura!

– Menina linda me querendo? Quem?

– Que Deus tenha misericórdia de você... porque eu não tenho. – ele riu e olhou para Hinata. – Oi Hinatinha! – ele deu um beijo estralado na bochecha dela e sorriu pra mim. – Isso aqui que é mulher!

– O que aconteceu aqui? – ela perguntou sem entender porra nenhuma.

– Nada. – eu respondi. – Mas e então, você me chamou...?

– Decidi que aceito sua carona. Tenten disse que entenderia e ela convenceu Neji a deixar. – ela sorriu para mim e Deidara deu outro beijo na bochecha dela.

– Naruto, não seja tão merda, seja menos merda e leve essa princesa pra casa, hmm. Sasori vai me levar.

– Ele vai te levar nas costas?

– Não te interessa. E pra sua informação eu não sou gay! – Deidara sorriu para Hinata antes de voltar pra festa que só me trouxe problemas.

– Vem Hina, entra aí! – abri a porta do carona e esperei que ela entrasse. Hinata deu a volta no carro e entrou, bateu a porta e colocou o cinto de segurança. – Podemos ir?

– Uhum. – ela olhou para mim e sorriu.

– Ta. – fiquei inerte olhando o sorriso dela, sacudi a cabeça, resolvendo acordar do transe e seguir com o carro.

Após alguns minutos que pareciam séculos torturantes naquele poço de silêncio profundo, estacionei o carro em frente à casa de Hinata. Era uma casa bonita, com cercado, flores nos para-peitos das janelas, um quintal pequeno, mas bonito. Parei de admirar a casa dela porque já estava me sentindo uma espécie de Macaco Veado.

– Obrigada Naruto. – Hinata retirou o cinto e antes que ela pudesse abrir a porta eu segurei no braço dela automaticamente. Às vezes acho que sou um robô controlado por alguém. – O que foi? – ela encarou primeiramente minha mão por volta de seu braço e depois me encarou. Eu soltei o braço dela um pouco envergonhado.

– Eu só queria que soubesse Hina, que quando o Kiba chegar perto de você bêbado de novo ou qualquer outro bêbado você pode contar comigo.

– Acho que Kiba não ia fazer nada demais. – ela sorriu. – Obrigada mesmo assim. – ela abriu a porta, desceu do carro virou-se rapidamente e bateu a porta, sorrindo novamente para mim. – Obrigada mesmo!

– Obrigado você por ter avisado o lance do fogo lá. Foi como eu havia dito antes, se você não tivesse me alertado, eu teria morrido carbonizado. – eu ri de mim mesmo. – Não quer que eu te acompanhe? – seria uma boa desculpa para poder pegar o caderno de segredos dela, até porque foi por isso que eu tinha oferecido carona antes.

– Talvez outro dia. – ela ficou vermelha quando me olhou. – Por causa do meu pai.

– Ah, entendi. – é melhor eu me prevenir de não levar umas balas do sr. Hyuuga. – Boa noite, Hina.

– Boa noite. – ela se afastou do carro e caminhou para sua casa.

– Hina!

– Sim? – ela se virou para mim assustada.

– Se precisar de mim, eu estarei bem perto.

– Acho que ganhei minha noite. – ela deu outro sorrisinho antes de entrar.

Sorri sozinho e fui para casa. Ainda bem que meus pais não escutaram o barulho do carro, acho que Jesus me deu uma forcinha, ele deve ter ficado com dó de tanto que me fodi em uma noite só. Ainda bem que tenho o Deidara para culpar.

Quando entrei dentro de casa, rumei para o meu quarto e acabei batendo de frente com Deidara no corredor.

– Como chegou aqui tão rápido? – murmurei para não acordar meus pais.

– Vim de motoquinha! – ele riu baixinho. – Sasori me trouxe. Cheguei tem uns 5 minutos, saí na mesma hora que você. Infelizmente eu tive que sair mais cedo porque amanhã tem aula, sem contar que temos que trabalhar, hmm.

– Ta, ta, ok, chega. – murmurei rapidamente. – Eu vou pro meu quarto. – caminhei já com os olhos meio-fechados rumo ao meu quarto, mas Deidara me puxou de volta.

– E aí?

– E aí o quê caramba?

– Como assim o quê? E você e a Hinata?

– O que tem nós dois?

– Se beijaram?

– O QUÊ? – arregalei meus olhos e me encolhi olhando desesperado para a porta do quarto dos meus pais, por milagre nenhum deles acordaram. – O quê? – repeti furioso. – Ta achando que eu sou o quê? Um Kiba da vida que manja das descaradagens?

– Não, porque ele é bem mais inteligente.

– Eu só levei a Hina em casa.

– Hina, é? Ui! Daqui a pouco ta chamando de amor!

– Te fode, Deidara.

– Ela ta gamadona em você, seu idiota. Ela esta tão na sua, devido a sua beleza.

– Não fale asneiras, Deidara. – caminhei até a porta do meu quarto e a abri. – Minha beleza? Não sei qual! – eu ri. – Se beleza tem prazo de validade, eu já nasci vencido. – entrei sorrindo dentro do meu quarto e bati a porta em seguida. Depois acendi a luz e caminhei até o Caralho a quatro, me sentei na cama e abri o caderno, comecei a foliá-lo até achar uma folha limpa, peguei uma caneta e fiquei olhando a folha branca, sorri de novo.

Hina gostou de eu ter chamado-a de Hina.