II - Capítulo 13: Isso não é um desfecho

Parte Dois

{Os olhos azuis sobre os castanhos}

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Capítulo 13: Isso não é um desfecho

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A neve derreteu, os galhos embelezaram-se com folhas esverdeadas, deixando de aparentarem ser o esqueleto de coisas mortas e cinzentas. O calor retornou a inundar o ar; o sol, a brilhar, flamejante, num céu azul, debaixo de um mundo que deixava de ser branco.

Os meses chegaram e desapareceram. Draco seguia, a uma distância segura, Hermione pelo castelo, em direção à apertada casa de Hagrid. Ele tinha todo o cuidado de se fundir à paisagem e desaparecer dos olhos de curiosos, mas a garota sempre olhava para trás, para o exato ponto em que ele se escondia, como se pressentido a sua presença. Às vezes, ela apertava a boca em desgosto e acelerava o passo, ziguezagueando pelos corredores, na esperança de que o loiro a perdesse de vista. Isso dificilmente acontecia.

Draco não era o único obcecado em descobrir quem houvera furtado a caixa vermelha com o livro enfeitiçado; Hermione também passou a analisar o seu entorno com demasiada atenção, criando notas para cada gesto que alguém realizava.

Apesar da quantidade de dias que se passaram, eles não encontraram algo suspeito. Nenhum olhar demorado, nenhum ato dúbio. Nada. Tudo era exatamente como deveria ser.

Rapidamente, perderam o interesse. Mas não se esqueceriam jamais do que acontecera. Dessa forma, com a desconfortável sensação de incompletude queimando seus âmagos, eles retornaram a evitar um ao outro e a esperar que o ano terminasse, enfim.

Porém, para Hermione, nunca haveria somente um fim de ano comum. Quanto mais próximo das férias se aproximava, maior as chances de que algo inusitado acontecesse. E, de fato, aconteceu.

Sirius Black encontrou Harry Potter e... Bem... Essa é uma história que não lhe cabe, pois esta é a história de Harry, não a sua.

Deve-se apenas ressaltar que ela ficou bastante surpresa pelo rumo dos acontecimentos. Nem mesmo ela, uma bruxa brilhante, os previra.

De qualquer forma, quando ela adentrou o trem que a levaria para Londres, com os seus amigos, e sentou-se num compartimento vago, ela ainda podia escutar a mesma melodia, aquela de nove meses atrás, dançando no ar, como se fosse parte integral dele, uma canção rítmica e animada, mas com certo teor de melancolia, que a fazia querer se embalar também.

And when I awoke,

I was alone,

This bird has flown.