Descuido

Descobertas


- Narrado por Sakura.

Abri os olhos e estava em uma imensa cama com lençóis e almofadas brancos e aconchegantes. Por um breve momento imaginei que tudo não passara de um mau sonho, mas esse pensamento foi afastado ao me deparar com o homem que me fitava intensamente.

Era um silêncio desconfortável, ele não hesitava em me encarar.

- Acordou?

- É o que parece. – Fui terrivelmente grossa, da mesma forma que ele tem sido comigo.

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- Olha bem o que fala. – disse se aproximando, por reflexo me sentei assustada na cama. - Hunf.- Tentei me distanciar, mas não consegui, o par de ônix na minha frente me hipnotizavam, me deixando indefesa. Ele agarrou minha nuca, segurando junto meus cabelos. – Pode acabar se arrependendo. – Disse no meu ouvido. – Você tem muita sorte... Poderia não existir agora. – sorriu, olhando para mim.

- Você chama isso de sorte? – disse sarcasticamente.

- Verdade, você tem muito azar. – sorriu de canto, isso me irritou.

- Me diga com quem você quer acabar!

- Eu já disse... – ele falava grosseiramente, mas o impedi.

- O que vai fazer? Me matar? Se você ainda não percebeu, peguei pena de morte quando entrei naquela maldita rua! E eu vou ligar para isso agora? – Falei.

Seu rosto sério foi substituído por um olhar curioso, e logo brotou um sorriso desafiador.

- Entendo. – deu uma breve gargalhada. – Começado do início? – balancei a cabeça concordando. – Primeiramente, eu não matei todas essas pessoas que estão sendo assassinadas.

- Ah, não? – disse sarcástica. Eu o vi matando uma pessoa, o que ele estava pensando?

- Não. E pouco me importa se você não quiser acreditar! A verdade é que eu não matei nem um terço dessas pessoas. Posso até me arriscar a dizer nenhuma dessas. – falou frio e sem expressão.

- Quem matou, então? – perguntei sem entender nada do que ele falava.

- Se você não me interromper, entenderá melhor! – Me assustei, pareceu que ele tinha lido meus pensamentos. – Eu não matei essa gente, até porque não me interessa. Estou procurando o assassino deles.

- Por que? – ele revirou os olhos.

- Como eu estava dizendo, o assassino deles que me importa! – respirou fundo. – Não me agrada o que ele faz e fez. Quero acabar com essa palhaçada e com o mesmo tipo de pessoa que pratica esses atos. - contou.

- Então, qual foi o motivo de ter matado aquele moço no beco? – Eu estava mais calma e, estranhamente, confiando nas palavras dele.

- Ele ia o avisar dos meus planos, não tive escolha. – Abaixou a cabeça olhando para suas mãos.

- Quer dizer que você faz justiça com suas próprias mãos, estou certa? – Sorri para ele, e o mesmo retribuiu.

O curioso é que eu não estava com medo dele, nem ao menos assustada. E o pior de tudo estava feliz por estar ao lado dele.

- Digamos que sou. – piscou para mim brincalhão.

- E isso não é errado? – falei da mesma forma que ele.

- Acho que não, não me parece tão errado assim.

- Ele fez algo, em especial, para você? – depois de muito tempo, perguntei.

- Quem?

- O assassino. – Ele pensou um pouco, em seguida seu rosto ficou triste.

- Sim.

- Posso perguntar “o que”? – falei tentando não acabar com o ambiente agradável.

- Já está perguntando, certo? – sorriu sem humor para mim e retribuí com um sorriso envergonhado. – Eu o conheço há anos, digamos... Éramos amigos. – enfatizou o “éramos”.

- Hum... – Abaixei a cabeça envergonhada. Não tinha o que dizer.

Senti sua mão fria no meu queixo, me forçando a olhá-lo. Por um momento me perdi em seus olhos negros e profundos, até que percebi que estávamos perto demais um do outro, o que me fez tremer involuntariamente.

Era um toque tão doce que eu pude esquecer como nos conhecemos e o porquê de eu estar ali. Ele virou o rosto para olhar para porta, desfazendo nosso contato, se pôs de pé rapidamente.

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- O q-que houve? – perguntei, não consegui disfarçar meu nervosismo.

- Se esconde rápido! – ordenou.

Não perguntei mais nada, me levantei correndo e em pânico a procura de algum esconderijo.

O tom autoritário repentino me fez lembrar de Sai. Mesmo sendo o homem mais carinhoso que possa existir, ou pelo menos que eu já tenha visto e conhecido, ainda assim ele se exaltava de repente. Entendia seu comportamento, em todas as vezes era para me proteger e cuidar de mim. Alias, hoje ficou mais do que claro que eu não consigo exercer essa função, sou totalmente desatenta.

Quis me socar ao perceber o que acabara de acontecer, eu fiquei perto de beijar outro homem que não era o Sai e que eu nem ao menos sei o nome. E o que mais me doía, eu por um breve momento desejei desesperadamente o toque dele.

Percebendo que eu estava perdida e sem saber para onde ir, pegou meus braços e me levou até um armário branco, da mesma cor de todo o quarto. Dentro dele me deixou e trancou o mesmo.

Era um armário grande, mas não foi criado para caber uma pessoa. Isso me deixava incomodada e nem um pouco confortável, porém tratei de ficar quieta como ele havia mandado.

De lá ouvia murmúrios furiosos, encostei-me na porta do armário, na tentativa de escutar o que estavam dizendo. Entretanto, as vozes pareciam longe do espaço onde me encontrava. Por algum motivo estava angustiada por saber que o homem, que eu nem sabia o nome, estava correndo perigo.

Mas o que há comigo? Querendo o bem de quem quer me matar? Eu devo está ficando mesmo louca.

Aquele espaço apertado estava me deixando sem ar, ou talvez fosse a curiosidade.

Procurei algo a minha volta que pudesse abrir a porta do armário, até que me lembrei do grampo que estava prendendo minha franga, passei a mão pelo cabelo e lá estava ele no mesmo lugar que o coloquei. Depois de tudo que aconteceu pensei que no mínimo havia o perdido, mas pelo contrário ele estava lá e meu cabelo nem um pouco despenteado.

Tentei usá-lo como nos filmes, No entanto não era nem de longe tão fácil assim. Descobri que eu não poderia dar uma de “fugitiva”. Bufei irritada.

- Até que enfim deu as caras! – Ouvi a voz do homem que havia me prendido ali.

Dessa vez a voz vinha do quarto, conseguia ouvir com nitidez. Encostei-me mais na porta.

- É uma surpresa te ver aqui, pensei que continuaria escondido. – Ele ainda dizia, podia imaginar seu sorriso desafiador só pelo tom de sua voz. - não imaginei que viesse me procurar tão cedo. Sinal que estou atrapalhando... Isso é bom! – pude ouvir um riso cínico.

Quer dizer que ele está falando com quem está cometendo os assassinatos? Quer dizer que ele está de frente ao tal Serial Killer? Quer dizer que é com ele que quer acabar?

Fiquei estática. Eu me meti no meio de uma guerra fechada e não percebi.

- Você é sempre tão irônico, não é mesmo, Sasuke? - Então o nome do homem que procura “fazer justiça com suas próprias mãos” é Sasuke?

Eu poderia até ter ficado surpresa, ou até mesmo contente por enfim saber o nome do homem que eu havia conhecido de forma desagradável há pouco.

Mas eu não poderia estar em choque por isso, não por isso.

Congelei ao ouvir aquela voz... Uma voz tão conhecida por mim...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.