Descobrindo o amor

Descoberta indesejada


Depois da viagem à fazenda, voltamos e Akashi e eu ficamos mais próximos. Ele me perturbava como sempre, sempre com aquelas brincadeiras que me faziam ficar com cara de tédio e ele a rir. Passei a responder as mensagens de texto dele e ele parecia gostar bastante, em vista a como me respondia: “o/”. Eu ria daquilo e fechava o celular, pensando nele. Não conseguia mais não pensar em Akashi. Ele era carinhoso comigo, gostava de me ter ao seu lado e mesmo ele tendo quase colocado a mão no meu seio, ele me respeitava, já que ele parou quando eu o impedi... Acho que eu gostava dele mesmo, e isso me irritada às vezes porque eu me lembrava do dia que ele disse que faria eu me apaixonar por ele. Que convencido! Mas... Talvez... Isso não seria de todo ruim.

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Minha mãe pediu para eu comprar algumas coisas no mercado perto de casa. Quando eu estava voltando e passando por um terreno pequeno e vazio, vi de relance uma caixa encostada na parede. Passei direto, mas ouvi um ganido e parei, olhando para a caixa de novo. Franzi a testa em dúvida e fui até lá, onde vi um filhote de cachorro. Fiz uma expressão surpresa, ele era preto e marrom, fofo e bem pequeno. Por que alguém abandonaria um cachorrinho ali? Pensei em ir embora, mas ao pensar que ele ficaria ali sozinho sem comida ou água, meu coração doeu um pouco. Eu o peguei e levei para casa.

Mesmo sabendo que minha mãe o veria alguma hora, quando passei pela porta me esgueirei como se fosse funcionar.

– Comprou o que eu pedi? – Ela perguntou na cozinha.

– Uhm... Hai. – Disse.

O cachorrinho estava escondido dentro do meu casaco. Esperava que ela não notasse, mas mesmo ele sendo pequeno havia certo volume na minha barriga. Pus a compras em cima da pia e ela me fitou.

– Que isso? – Perguntou.

– Hum, nada.

O filhote se mexeu, fazendo meu casaco se mexer.

– Mina, o que você tem no casaco? – Ela perguntou assustada.

– Nada. – Desviei para ir para o quarto.

– Mina. – Ela cruzou os braços.

Parei suspirando por ter sido descoberta e me virei para ela, que esperava com a testa franzida. Abri o casaco, pegando o cachorrinho no colo.

– Eu achei ele dentro de uma caixa. – Eu disse tentando sorrir.

– E você pensava que iria escondê-lo como?

– Sei lá, não tinha chegado nessa parte do plano. – Disse como murmurasse.

Ela bufou deixando uma risada escapar e veio até mim.

– É bonitinho. – Ela fez carinho nele – Você que vai cuidar dele.

– Hã? – A olhei em dúvida – Vai deixar ele ficar aqui?

– Hai. – Ela disse facilmente – Ele deve ser um pinscher, vai crescer, mas vai ficar pequeno. Não vai ocupar muito espaço.

Abri um sorriso largo.

– Arigatou! – A abracei.

Minha mãe pareceu surpresa, eu nunca fui de muito carinho com as pessoas. Corri para o quarto e instalei meu filhotinho numa cestinha que tinha. Fiz uma caminha para ele ali e dei água. Logo depois comprei comida. Ele era muito fofo e eu precisava pôr um nome nele, ne. Era uma fêmea, então pensei e achei um nome perfeito, eu acho. “Mayu”!

...

Dias depois, um pouco antes de começarem as aulas, Akashi foi na minha casa. Como minha mãe trabalhava tempo integral e só chegava na hora do jantar, ficamos sozinhos. Estávamos vendo um filme, sentados no sofá. Ele me olhou em dúvida de repente.

– Hum? Nani? – Corei, virando o rosto com vergonha.

– Cortou o cabelo?

– Hum, hai. Só as pontas. – Disse sem jeito – Estava ficando grande.

– Ah...

– Por quê? – Perguntei preocupada – Está feio?

Hã?! Por que eu estava me importando com a opinião dele?!

– Hum, não. – Ele sorriu – Eu gosto.

Acalmei o olhar. Eu sempre cortei meu cabelo curto, mas será que ele gostava de cabelo comprido? Hum, nunca perguntei isso a ele.

– Nee... Hum... Você gosta de cabelo comprido?

Ele me olhou surpreso e sorriu, mexendo no meu cabelo.

– Eu gosto de você.

Corei, virando o rosto.

– Estou falando sério.

– Eu também. – Ele riu.

– Hum, baka...

Ele deixou escapar uma risada e beijou minha bochecha, o que me fez olhá-lo corada e ele me beijar na boca. Acalmei o olhar, mesmo corando mais. Ele correu o beijo para o meu pescoço e eu fechei os olhos, mordendo o lábio. Como ele fazia aquilo ficar tão bom? Pôs a mão na minha cintura, o que me fez apertar a manga de sua camisa. Ele correu mais o beijo como se quisesse chegar no meu busto e eu fiquei nervosa.

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– C-Chotto...

Ele me olhou com os olhos meio abertos enquanto eu o olhava ofegante. Encaixou a cabeça no meu pescoço, me fazendo deitar no sofá.

– Uhm... – Disse em dúvida ao deitar.

Ele deitou comigo e pôs sua cabeça em cima dos meus seios, o que me fez apertar os olhos, nervosa. “Perto demais, perto demais!”, exclamava mentalmente apertando os olhos.

– Nani...? – Abri os olhos lentamente.

– Gomen... – Ele suspirou – Eu fico assim quando estou com você.

– A-Assim como? – Perguntei nervosa.

– Hum, nada. – Ele disse calmo.

Arregalei os olhos, tentando empurrá-lo pra sair de cima de mim. Ele segurou minha mão e a pôs contra o sofá. Levantou apoiando o cotovelo e me olhou, eu estava olhando-o nervosa e muito vermelha. Ele aproximou o rosto e beijou meu pescoço. Me tremi um pouco e ele parou, deitando a cabeça e suspirando. Sua respiração quente no meu pescoço fez cócegas e eu me encolhi.

– Akashi-kun...

– Por que você fica tão nervosa? – Ele perguntou calmo, ainda deitado.

– Uhm...

– Eu não vou fazer nada com você. – Ele dizia calmamente – Eu gosto de você, Mina. Gosto de tudo em você, por isso eu fico assim. Gomen ne...

Acalmei o olhar. Apertei meus lábios um contra o outro e pus gentilmente a mão na cabeça dele, fazendo carinho em seu cabelo. Ele pareceu surpreso, mas manteve o olhar calmo.

– Gomen. – Eu disse – Não sei o que fazer nessas horas... Eu nunca tive namorado.

– Não tem que fazer nada. – Ele sorriu – Eu gosto de te beijar, não vou passar do limite com você.

– Hum, arigatou. – Disse sem jeito.

Ele levantou a cabeça e acalmou o olhar, aproximando o rosto para me beijar. Me mantive calma depois do que ele disse, aquilo me deixou realmente aliviada. Quis beijá-lo também, mas começamos a ouvir um barulhinho ao lado do sofá. Olhamos na direção daquilo e vimos o filhote no chão. Ele abanava o rabinho e latiu para nós, o que parecia mais um barulho de brinquedo para bebês.

– Você tem um cachorro? – Akashi perguntou em dúvida.

Nos sentamos e eu o peguei no colo, fazendo carinho nele.

– Hum. – Assenti – Encontrei ele na rua há alguns dias. Esqueci de fechar a porta do quarto, ela estava dormindo. É a Mayu. – Sorri.

Ele parecia não querer muita proximidade de Mayu. O olhei desconfiada e comecei a rir levemente.

– “Akashi-kun” não gosta de cachorros? – Cantarolei.

Ele me olhou surpreso e fez bico, porém começou a sorrir gentilmente.

– Nee, Akashi...

– Por que você me chama assim?

– Hã? – Disse em dúvida.

– Por que não me chama pelo nome? – Ele perguntou com um sorriso.

– Hum, hai. – Disse sem jeito.

Ele me olhou surpreso, eu olhava para Mayu com o rosto corado. Akashi pegou em minha bochecha e me fez olhá-lo.

– Arigatou. – Ele disse com a voz calma.

Me beijou e eu fechei os olhos.

...

As férias acabaram e voltamos às aulas. Eu estava feliz com Akashi, estava mesmo. Começava a gostar cada vez mais dele, só não conseguia ainda chamá-lo pelo nome. Eu tentava ao máximo não chamá-lo para não dizer “Akashi” e talvez deixá-lo chateado, mas de verdade... Eu queria chamá-lo de “Seijuro”. Eu gostava do nome dele, mas só dizia dentro da minha cabeça, imaginando chamá-lo assim.

Estávamos sentados e o sensei apresentava uma nova aluna transferida. Ela era bonita e os garotos gostaram bastante de seus peitos grandes, que devo admitir serem grandes mesmo. Ela tinha o cabelo marrom que chegava até o meio das costas e olhos verdes escuros. Sobrenome “Maki”, nome “Kime”. Achei engraçado. Ela se sentou ao lado de Yue no fundo da sala e começaram a conversar, era bem comunicativa. Abaixei minha cabeça para copiar o que o sensei escrevia no quadro e Naoko me cutucou.

– Hum? – A olhei em dúvida.

– Não gostei dela. – Ela disse com a testa franzida.

Deixei um sorriso escapar, Naoko não gostava muito de gente nova. Ela preferia desvendar a pessoa para saber, antes de começar uma amizade, se ela era confiável ou não. No intervalo, Naoko e eu conversávamos no pátio, sentadas no banco. Yue chegou correndo animada e Maki-san vinha logo atrás com um sorriso amigável.

– Você trouxe ela aqui? – Naoko cochichou para ela, indignada.

– Ahh, pára com isso. Ela é legal. – Yue sorriu.

– Você nem conhece ela. – Naoko disse com uma expressão cômica.

– Kon’nichiwa. – Maki-san chegou sorrindo.

– Kon’nichiwa. – Naoko disse com o olhar sério, eu quis rir.

– Kime-chan, essas são Naoko e Mina. – Yue sorriu.

– Prazer em conhecê-las. – Ela sorriu e fez uma reverência.

Quando Kime abaixou vimos como seus seios eram grandes e volumosos. Naoko fez cara de tédio ao olhá-los e eu me senti um pouco mal. Os meus não eram minúsculo, mas não eram grandes. Era um meio termo que eu achava sem graça. Kime era bem amigável, tão amigável que já se achava nossa amiga e conversava livremente como se todas nós fôssemos amigas de longa data.

– Você é bem aberta, ne? – Naoko disse com um sorriso malicioso.

Yue franziu a testa para ela, que riu.

– Ah, é! Gomen, gomen! – Kime deixou escapar um risinho – Eu sou assim mesmo, desculpe se as deixei desconfortável. – Ela sorriu e me fitou – E você, Mina-chan?

– Uh? – A olhei em dúvida.

– Yue disse que todas vocês tem um namorado. – Ela sorriu animada.

– Reo não é meu namorado. – Naoko disse séria.

Kime sorriu.

– Nee, mas vocês são sortudas. Pelo menos tem alguém. – Ela sorria sem parar – O garoto que eu gosto veio para essa escola e eu me transferi por causa dele. Gosto muito dele.

Ela parecia legal, mas até eu não achava apropriado ela falar de si tão abertamente. Quem conta isso tudo para pessoas que acabou de conhecer?

– Por que você se transferiu por causa dele? – Naoko perguntou, franzindo a testa – É só um garoto, tem um monte por aí.

– Ah. – Ela sorriu – É que ele eu já ficamos bem próximos.

– Eh?

– Já dormimos juntos. – Ela cochichou, dando um risinho enquanto tampava a boca com a mão.

– Ah... E foi bom? – Naoko deu um sorriso malicioso.

Kime deixou escapar um sorriso envergonhado.

– Muito. – Ela disse animada – Foi nossa primeira vez, mas foi ótimo.

Naoko queria rir por Maki-san ser um livro aberto, mas tentou se segurar.

– Então... – Ela cantarolou – Quem é ele?

– Naoko! Isso não é da nossa conta. – Yue disse.

– Ah! Não tem problema. – Kime sorriu – Ele... Ah, ele está vindo ali. – Ela deu um sorriso largo.

Olhamos para frente e fitamos Kotarou, Mibuchi e Akashi. Yue ficou nervosa e mais ainda quando Maki-san levantou e correu na direção deles. Mas... Então ela abraçou Akashi, o que fez gelar meu corpo por completo.

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– Seijuro! – Kime exclamou animada, abraçando-o – Nee, eu fiquei com tanta saudade!

– Uhm... Kime-chan? Nani...

– Me transferi. – Ela sorriu e beijou a bochecha dele – Que bom que está aqui! Eu demorei tanto que nem sabia mais se você estudava aqui!

Abaixei o olhar, desolada e as meninas perceberam, estavam com os olhos arregalados. Ninguém esperava por aquilo! Mibuchi e Hayama olharam em dúvida para a garota, ela era muito “amigável”.

– Oe... – Akashi a afastou.

– Hum? – Ela o olhou em dúvida.

Eu queria chorar, queria muito. Levantei sem olhar para ninguém e virei a esquina do prédio. Yue olhou para Naoko, que franziu a testa.

– Gomen nasai, Kime... Mas eu tenho namorada agora. – Akashi disse.

– Ah... – Ela abaixou o olhar, chateada – Acho que demorei mesmo, ne.

– Hum, gomen.

Os olhos dela marejaram e ela saiu andando, indo embora dali. Eles se aproximaram das meninas e Naoko fuzilou Akashi com o olhar.

– Cadê Mina? – Ele perguntou em dúvida.

– Sua amiguinha é bem aberta, ne. – Naoko disse com raiva.

Ela levantou e pegou na mão de Mibuchi, saindo dali arrastando-o sem ele entender. Kotarou sentou ao lado de Yue, que olhava surpresa e cabisbaixa para Akashi.

– O que houve? – Ele perguntava sem entender.

– Akashi-kun... Kime-chan contou pra gente que vocês dormiram juntos.

Akashi a olhou surpreso.

– Mina ouviu. – Ela concluiu.

Ele abaixou o olhar.

– Pra onde ela foi? – Ele perguntou um pouco nervoso.

– Não sei, ela virou ali. – Yue apontou para a direção.

– Hai, arigatou. – Ele disse e saiu andando.

Yue o fitou sumir de vista e se endireitou, cabisbaixa.

– Mina ficou chateada? – Kotarou perguntou.

– Hai... – Ela disse – Isso não é uma coisa muito legal de se ouvir do jeito que Kime-chan disse.

– Hum... – Ele abaixou o olhar, compreendendo.

Eu não sabia para onde ir, não sabia nem o que sentia naquele momento. Subi todos os lances de escada na esperança inútil de desaparecer e cheguei no terraço do colégio. Não queria que ninguém me encontrasse, então virei a esquina da entrada e me escondi. Escorei na parede, perplexa. Akashi... Já dormiu com alguém. Ele já dormiu com aquela garota...

– Nande... – Disse com a voz embargada.

Meus olhos marejaram e algumas lágrimas começaram a cair. Me peguei chorando e fiquei surpresa, limpando as lágrimas. Por que eu estava chorando por isso? Não deveria ser algo normal ele ter tido alguém antes de começar a namorar comigo? Por que eu estava assim por causa dele?