Pode-se dizer que eu estou feliz por estar conseguindo mudar, pelo menos aos poucos. Naquele dia, depois que Akashi foi embora, percebi que o chamei pelo nome com facilidade. Eu só o chamava pelo nome mentalmente, não tinha coragem de dizer em voz alta. Mas pela primeira vez eu consegui! Porém agora eu tinha uma dúvida que estava martelando minha mente um pouco.

Yue, Naoko e eu estávamos no terraço do colégio lanchando e eu contei.

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– Que promissor! – Naoko exclamou com um largo sorriso.

– Hã? – Disse sem entender.

– É que você meio que ficou molhada. – Yue disse, deixando uma risada leve escapar.

– N-Nani?! – Perguntei nervosa.

– Quer dizer que você ficou com tesão, baka! – Naoko exclamou rindo.

Eu corei.

– Etto...

– Oe, isso é bom. – Ela riu.

– Hum. – Assenti, mesmo ainda estando em dúvida.

– Isso acontece quando o beijo está muito bom. – Yue disse.

– Ou quando quer transar. – Naoko disse, bebendo suco.

– Uhm...! – Exclamei, arregalando os olhos – Mas eu não quero!

Ela riu.

– Mas foi um grande passo você ficar assim. Se bem que vocês já estão juntos há meses.

– Naoko, você que está dormindo com Reo-kun desde o primeiro mês. – Yue disse.

– Mas a gente não está namorando. – Ela disse – Não tem nada a ver.

– Run.

– Etto... – Eu disse – Isso é normal?

Naoko fez cara de tédio.

– Hai.

– Hum. – Abaixei o olhar.

– Nani, Mina? – Yue perguntou em dúvida.

– Hum. – Balancei a cabeça – Nunca pensei que isso aconteceria comigo.

– Mas isso é bom. – Naoko disse sem entender – Quer dizer que você gosta dele nesse sentido também.

– Hum. – Assenti.

Continuamos a comer e eu fiquei pensando. Realmente nunca pensei que sentiria algo assim por alguém um dia. Me senti estranha por sentir isso por Akashi, mas ao mesmo tempo me senti aliviada. Eu gosto dele, então isso não seria tão anormal, ne?

...

Eu ficava com vergonha de mim mesma quando pensava nisso, mas eu esperava ter aquele momento sozinho com Akashi de novo pra sentir de novo o que eu senti da outra vez. Quando eu pensava nisso, corava, mas eu realmente queria gostar ainda mais dele. Não queria dormir com ele, não sabia se o amava ainda, mas eu queria descobrir essa parte de nós dois. Eu esperava por mais uma dessas vezes, mas com o feriado de natal – ao qual não passamos juntos por Akashi ter viajado com o pai – e a chegada das provas, ficou difícil de ficarmos a sós.

Foi bem difícil, mas sobrevivemos às provas. Akashi com notas perfeitas em contraste no quadro de sua turma e eu com minhas notas “média alta”. Agora nós iríamos para o segundo ano do Ensino Médio e eu não estava muito animada com isso. Não tinha medo, mas ver que estava crescendo me deixava nervosa. Eu não saberia o que fazer depois que o colégio acabasse.

Nossas férias chegaram e Akashi levou nosso mesmo grupo de amigos aquela mesma fazenda das férias de verão. O inverno acabara e a primavera estava no auge, maravilhosa. Não tivemos nosso momento a sós como eu queria, mas nossos vários passeios em meio às árvores e suas flores coloridas me deixou muito feliz. Aquela viagem foi perfeita e eu parecia evoluir cada vez mais. Porém aos poucos como sempre. No resto das férias eu não vi muito Akashi, ele viajava constantemente com o pai. Acho que para conhecer melhor sobre o trabalho da família. Eu senti falta dele, mas Mayu e minha mãe me ajudavam e as férias passaram rápido. Mayu estava crescendo, mas não muito. Ela ficaria mesmo pequenina.

Poucas semanas depois da volta às aulas, as meninas começavam a ficar agitadas. Dia 14 de Fevereiro estava chegando e elas poderiam se declarar para os meninos aos quais gostavam. Eu comecei a pensar se deveria dar chocolates a Akashi. Mesmo eu sendo sua namorada, acho que algumas meninas tentariam dar chocolates a ele. Depois de pensar bastante – e de um esporro da Naoko – eu decidi fazer tezukuri para Akashi – chocolate caseiro. Passei grande parte da noite anterior à data na cozinha, preparando os chocolates. Quando minha mãe estava de férias, nós cozinhávamos e vendíamos alguns doces para completar o orçamento, então eu sabia que meu chocolate não ficaria ruim. Mas eu queria que ficassem perfeitos para Akashi!

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No intervalo, levei Akashi para o terraço e nos sentamos no banco de madeira. Ele me olhava desconfiado e com um sorriso de quem sabia o que eu pretendia.

– A-Anou... – Disse envergonhada.

– Hai. – Ele cantarolou, sorrindo em minha direção.

– Não faça isso. – Corei, desviando o olhar – Eu perco a coragem... – Disse quase inaudível.

Ele sorriu e assentiu. O olhei corada e mostrei o pequeno saquinho que escondia ao meu lado, dando a ele. Eu não sabia se ele sabia, mesmo achando que sim, mas Akashi fez uma expressão de surpresa quando viu o saquinho com chocolates. Ele pegou um e o comeu enquanto me olhava. Eu desviei o olhar com um sorriso leve e ele ficou mais surpreso.

– Sugoii. – Ele disse ainda comendo.

O olhei em dúvida, esperando que estivessem mesmo bons e Akashi me beijou. Arregalei os olhos, sentindo o gosto do chocolate em sua boca e ele cessou, me olhando.

– Uhm...

– Acho que não me arrependi de ter escolhido você. – Ele brincou.

Acalmei o olhar e abri um sorriso. Mesmo sendo uma de suas brincadeiras bobas, aquilo significava que os chocolates tinham ficados bons. E eu fiquei muito feliz!

Enquanto estávamos no terraço, Kime andava pelos corredores com uma caixa de chocolates na mão, conforme planejava. Ela sorria feliz e andava alegremente. Quando passava pelas escadas, ela foi puxada e exclamou pelo susto. Chihiro a apoiou nos braços e ela o fitou, franzindo o cenho com raiva.

– Baka! – Ela exclamou, se afastando – Qual o seu problema?!

– Hum. – Ele deu de ombros – Me procurando?

– Claro que não!

– Então por que a caixa com bombom? – Ele fitou a pequena caixa.

– Não são pra você! – Ela a escondeu.

– Ah, sim. – Ele disse sem expressão – São para “Seijuro”. – Ele a imitou.

– Run. – Ela virou o rosto.

– Não faça isso, ele está com Mina.

– Não estou nem aí. – Ela disse prestes a subir as escadas.

Ele a via subir e a puxou de novo, pondo-a contra a parede. Ela exclamou e segurou a caixinha. O olhou com o cenho levemente franzido, ele estava bem perto e ela se lembrou do beijo.

– Sai de perto de mim. – Ela desviou o olhar.

– Não. – Ele disse simplesmente – Me dá um.

– Uhm... N-Nani? – Ela o olhou.

– Quero que você me dê um bombom. – Ele disse calmamente.

Ela corou e desviou o olhar.

– Eu disse que não são pra você...

– Não ligo. – Ele disse, se aproximando mais.

Ela apertou os olhos e esticou o braço, dando a caixa a ele.

– Quero que você me dê. – Ele disse.

Ela o olhou surpreso e o viu com a boca levemente aberta.

– Você é um sádico mesmo... – Ela disse, abaixando o olhar e corando.

– Se não quer fazer isso então quer que eu te beije de novo?

Ela o fuzilou com o olhar. Abriu a caixa e pegou um bombom, pondo na boca de Chihiro.

– Bakayarou... – Ela resmungou, desviando o olhar.

Ele comia o bombom e a olhava.

– Você que fez?

– Hai. – Ela disse, emburrada.

Ele a olhava detalhadamente e pegou de repente a caixa da mão dela. Kime exclamou e tentou pegar de volta, mas Chihiro pôs o braço em volta de sua cintura e a beijou. Ela arregalou os olhos, apertando a blusa dele. Ele colocava a língua dentro da boca dela, que sentia o gosto intenso do chocolate. Chihiro cessou o beijo e começou a descer as escadas.

– Você disse que não ia me beijar. – Ela disse ofegante.

– Eu não disse isso. – Ele disse, continuando a descer e fazendo um aceno, segurando a caixa de Kime.

Ela acalmou o olhar e sentou no degrau da escada. Abaixou a cabeça, sua franja tampou seus olhos. Ficou cabisbaixa e começou a pensar se Chihiro gostava dela, se ele era louco mesmo ou se apenas fazia aquilo para distraí-la e desviá-la de Akashi. Ela não sabia o porquê, mas a última opção a deixou mais triste.

...

As coisas ficaram bem calmas e eu comecei a achar estranho Kime não tentar mais nada. Não sei se era Naoko que estava prestando mais atenção ou se Kime havia desistido. Ela parecia bem decidida quando nos falamos aquela vez no corredor. A calmaria me deixou mais relaxada e pelo visto Akashi estava apreciando isso. Ele me levava para sair e às vezes ficávamos no parque, vendo o sol se pôr ou conversando mesmo. Numa dessas vezes, ele me levou em casa e eu o chamei pra entrar. Era minha chance, a oportunidade que eu já esperava fazia meses! Me senti um pouco maligna de querer isso – era como se eu fosse fazer algo pervertido com ele – e ao mesmo tempo ficava envergonhada exatamente por isso, mas estava feliz por estar descobrindo coisas a mais em mim. Mesmo sendo um pouco estranhas...

Eu estava encolhida ao lado dele, sentada no sofá. Não tinha a menor coragem de ter a iniciativa. O olhava frequentemente como se isso fosse fazê-lo dar o primeiro passo, mas nada aconteceu. Na verdade ele parecia pensar.

– A-Anou... Nani...? – Perguntei sem jeito.

– Hum. – Ele balançou a cabeça – Pensando.

– Hum... – Abaixei o olhar.

Ele parecia concentrado, não devia ser da minha conta.

– Por mais quando tempo você vai me enganar? – Ele disse de repente.

– E-EH?! – Exclamei, arregalando os olhos sem entender.

– Você não diz pra mim, quando vai falar?

– D-Dizer?! N-Nani?!

Comecei a suar frio. Será que ele desconfiava sobre o que eu queria? Será que ele sabia e me achava agora uma pervertida? Que droga! Nunca devia ter pensando em fazer isso de novo!

– Então? – Ele me encarava.

– U-Uhm... A-Anou, gomen! – Exclamei apavorada – Eu não sabia como dizer! Nunca senti isso antes! E-Eu só queria sentir de novo pra gostar mais de você! Gomen! – Juntei as mãos apertando os olhos, que vergonha!

Akashi me olhou em dúvida, parecia não entender nada. Abri os olhos lentamente e vi sua expressão, ficando sem entender também. Abaixei as mãos e o olhei em dúvida. Ele parecia não entender a razão de eu ter dito tudo aquilo.

– A-Anou...

– Do que você está falando? – Ele perguntou com a testa franzida.

– Eh? Etto... Então o que...?

– Estou falando do seu aniversário. – Ele disse – Até hoje você não disse quando é.

– Ah... É em Janeiro.

– Eh?! – Ele exclamou – Estamos em Março!

– Hum, gomen. – Abaixei o olhar – Você tinha viajado...

– Por que não me disse? Eu teria desmarcado.

– Hum. – Balancei a cabeça – Tudo bem, minha mãe fez um bolo. – Sorri levemente.

– Tudo bem nada. – Ele franziu levemente o cenho – Eu queria ter participado também. – Resmungou, virando o rosto.

Eu o olhei surpresa e abri um sorriso, achando graça. Deixei escapar uma risada e ele me olhou em dúvida, acalmando o olhar.

– Tá... Mas da próxima vez eu durmo com você.

– NANI?! – Exclamei apavorada, recuando.

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– Eu quis dizer na sua casa. – Ele disse com os braços cruzados – Compensar isso.

– Hum. – Engoli a seco, mas fiquei aliviada.

Ele abaixou o olhar e pensou um pouco, me olhando em seguida.

– O que você quis dizer?

– Hã? – O olhei em dúvida.

– O que quis dizer com sentir de novo? – Ele dizia sem entender.

– Uhm... – Gaguejei, corando.

Eu o olhava paralisada, sem coragem de dizer o que era e ele me olhava, pensando. Acho que os pontos se ligaram em sua mente, já que ele me olhou surpreso e corou um pouco.

– A-Anou... Você... – Ele ia dizer.

– Eu não fiz nada! – Balancei os braços, vermelha e desesperada.

Ele acalmou o olhar, vendo meu desespero. Abriu um sorriso e riu. Eu parei e o olhei em dúvida. Akashi se aproximou mais de mim e passou o nariz como se quisesse fazer cócegas no meu pescoço. Eu corei e ele começou a beijar meu pescoço, o que me fez me encolher e apertar os olhos.

– Uhm... – Gaguejei.

– Que bom que você sente isso. – Ele deixou escapar uma risada – Não sabia se estava te dando prazer.

– Hum... – Corei.

Ele voltou a beijar meu pescoço enquanto acariciava minha cintura. Apertei sua camisa, corava sem parar. Estávamos ali no sofá com minha mãe podendo chegar a qualquer minuto e Akashi começou a me beijar, passando a mão pelas minhas costas e a acariciando. Eu acalmei o olhar e fechei os olhos, estava realmente bom. Ele pôs a mão na minha cintura e correu para minha barriga, pondo-a por dentro da minha blusa e começando a subir.

– Etto... – Disse ofegante, corando.

– Gomen. – Ele sorriu ofegante – É que eu quase nunca te toco assim.

Corei e não sei por que, encarei aquilo como um elogio. Quando ele acariciava meu corpo, eu sentia aquilo. Queria saber se por dentro da minha blusa também aconteceria. Estava com vergonha, mas não sabia quando ficaríamos sozinhos de novo.

– Uhm... Hum. – Assenti com o olhar baixo.

Ele estava com os olhos meio abertos e se aproximou, me beijando de novo. Corei e ele começou a subir a mão de onde estava antes, tocando meu sutiã. Não senti muita coisa, mas ele correu a mão para minhas costas e abriu meu sutiã. Parei o beijo e o olhei ofegante, não queria aquilo.

– Não vou fazer nada. – Ele disse ofegante – Se quiser que eu pare é só falar.

– Hum. – Balancei a cabeça, assentindo.

Ele voltou a me beijar e começou a beijar meu pescoço em seguida, correndo a mão das minhas costas até meu sutiã e o subindo um pouco, tocando meu seio. Corei, estava sentindo a mão dele e isso era vergonhoso. Apertei sua roupa, ele beijava meu pescoço e acariciava meu seio. Comecei a corar por estar sentindo aquilo de novo e ainda mais forte da última vez. Começamos a nos beijar e tudo aquilo estava bom, mas ouvimos a porta abrir e paramos na hora, paralisando. Não sei como Akashi conseguiu, mas ele fechou rápido o fecho do meu sutiã e eu me ajeitei. Minha mãe chegou na sala e estávamos pálidos.

– Ah... – Ela cantarolou surpresa – Gomen. Atrapalhei algo? – Sorriu.

– Uhm... Não. – Disse, culpadamente.

Ela deixou escapar uma risada.

– Então o que estavam fazendo?

– Anou... Assistindo televisão. – Eu disse.

Olhamos para a TV e ela estava desligava. Senti minha alma sair do corpo.

– O programa acabou! – Disse nervosa.

– Sei... – Ela sorriu, desconfiada.

Depois daquela vergonha, levei Akashi até a porta. Estávamos do lado de fora, nos despedindo e o via querendo rir.

– Nani? – Corei.

Ele me abraçou gentilmente, cheirando levemente meu cabelo.

– Você é uma péssima mentirosa. – Ele deixou escapar uma risada – “O programa acabou.”. – Ele riu.

– Hum. – Fiquei emburrada – Foi a primeira coisa que eu pensei.

Ele riu. Enquanto ele ria, eu me lembrava do que estávamos fazendo.

– Hum... Arigatou. – Disse sem jeito – Nunca tinha sentido aquilo.

– Hum. – Ele balançou a cabeça – Não precisa agradecer, eu amo você. É meu dever te dar prazer.

– Nani? – Arregalei os olhos.

Ele me olhou.

– É meu dever...

– Não. – O olhava surpresa – O que você disse?

Ele me olhou surpreso e acalmou o olhar, sorrindo gentilmente e pegando minha bochecha.

– Eu amo você, Mina.

Arregalei aos poucos os olhos, ficando surpresa, mas ao mesmo tempo feliz. Akashi me ama. Ele me ama mesmo!