Descendants 2

Molded in Ice and Blood


Esse parece aquele tipo de história confusa e demorada na qual eu prefiro me aprofundar quando estou totalmente acordada. O que não é o caso.

—Carmim d'Copas

...

..

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

.

Os fogos de ano novo brilhavam ao longe em Auradon.

Cherry Cat, porém não estava olhando para os fogos naquela noite, em vez disso, ela estava abaixada ao lado da cama de Victor Valete, examinando cuidadosamente seu rosto doentiamente pálido. Ele tremia enrolado em quatro cobertores, ardendo em febre.

Ninguém sabia como Victor, que sempre fora tão resistente, havia ficado daquela forma. Bem, ela sabia. Por que ela sabia que ele não vinha se alimentando direito, e sabia da chuva que ele havia pegado.

Ele grunhiu algo que a garota não entendeu, antes de acordar e se sentar na cama, olhando para ela em seguida.

—O que está fazendo aqui pirralha?- Victor tentou, da maneira mais miserável possível, sorrir – Preocupada?

—Até parece – Cherry revirou os olhos – Vim entregar uma carta. Carmim está preocupada com você!

—Você. Contou. Para. Ela? – Victor a encarou de um jeito assassino – Quem disse que você tinha esse direito?

—Ninguém disse que era segredo – ela deu os ombros.

—Como você sabia que eu estava doente pra início de conversa? Andou me perseguindo? – Ele a encarou – Estou atrás de você a dias, sabia?

—Papai me contou, eu não perderia meu tempo perseguindo você – ela mentiu descaradamente, se levantando – O que queria comigo? Se tem outra carta pra entregar, é melhor me dar ela logo, tenho muito que fazer antes do sol nascer.

—Não é uma carta, e acho que você sabe muito bem. – ele a encarou – É sobre o que aconteceu no Natal...

—No Natal? – ela ergueu uma sobrancelha – Não entendo...

—O beijo, Cherry – ele gemeu.

—Beijo? Quem você beijou? – ela perguntou inofensivamente, piscando.

—Hã... Você... – Ele pareceu confuso.

—Agora, eu estou confusa – Cherry o encarou – Quer dizer, um gatinho me contou que você estava caindo de bêbado pela ilha no Natal, mas eu não sabia que você tinha saído por ai beijando geral. Carmim vai adorar saber disso!

—Eu achei... Não foi... Desculpe, eu devia estar muito bêbado... – Ele balançou a cabeça.

—Então, você vai pegar a carta ou espera que eu fique aqui de criado mudo até amanhecer? Eu ainda tenho muito trabalho a fazer – ela grunhiu.

—Desculpe, desculpe – ele pegou a carta, rasgando rapidamente e absorvendo as palavras.

“Victor,

Como pode ser tão irresponsável assim? Ficar doente justo agora, me preocupando dessa forma?

Sei que meu silencio deve estar sendo perturbador, também me doí ficar longe de você, sabe? Mas no momento, acho que vou ter que permanecer em Auradon um pouco mais do que pensei que realmente iria. Ah muito que aprender, antes de voltar, talvez eu espere até a formatura.

Seja forte, logo estarei ai com você.

Ass. Sua Carmim”

—Mais nada? – perguntou ele, claramente segurando as lágrimas.

—Não, é só isso que ela mandou – Cherry deu os ombros.

—Você não contou a ela, não é mesmo? – ele acusou – Não contou sobre a fada, e o plano da Rainha de Copas.

—Eu... Esqueci – Cherry mordeu o lábio inferior, nervosamente.

—Não, não esqueceu – ele contrariou.

—Bem, eu disse que essa história era interessante – ela deu os ombros, andando até a sacada – Só quero dar minha contribuição a ela.

E com isso, deixando Victor para trás com uma carta falsa, e cheio de dúvidas na cabeça. Cherry pulou da sacada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Afinal, ela tinha mesmo muito trabalho pela frente.

...

“Olá Auradon, Lady C. no pedaço.

Depois de uma maravilhosa queima de fogos, mais uma manhã de sol nos abençoa, e todos devem estar se perguntando: O que essa garota está fazendo acordada tão cedo?

Bem, com certeza eu não estou assando pãezinhos para o Brunch, mas vocês talvez devam se sentar e comer alguns antes das notícias desse feriado, afinal, ninguém quer voltar às aulas mal informado, não é mesmo?

E eu acho que as irmãs Queen não vão poder apreciar seus Brunch’s juntas hoje, já que, segundo minhas fontes, elas não se falam desde o feriado de Natal, onde parece ter havido um pequeno desentendimento – que surpresa. Testemunhas afirmam que Evie saiu possessa da casa de Branca White coberta de sopa e sorvete, após o almoço de 25 de dezembro e o próprio sobrinho, Bruno White, afirmou.

“Se Evie não pode lidar com algumas brincadeiras de vez em quando, ela com certeza não pode seguir frequentando nossa casa”

Provavelmente Evie irá passar o primeiro do ano ao lado de Mal, na enfermaria do palácio.

Leia aqui: Dez motivos por que alguém gostaria de matar a futura rainha.

Depois de uma série de exames, foi divulgada ainda essa manha que Mal está bem, e estará andando – e segundo Madame Bela, que esta a cada semana mais bela (e barriguda), talvez até dançando – até o dia de sua festa de noivado, remarcada para a última semana de janeiro, devido o acidente.

Nosso amado rei, segundo informantes, moveu metade do escritório para a sua enfermaria, para poder ficar perto da amada enquanto trabalha. Atencioso e responsável ao mesmo tempo, Majestade? É bom saber que nosso governante sabe se equilibrar tão bem entre sentimentos e responsabilidades.

E em falar em sentimentos, sinto cheiro de amor no ar? Quando questionada sobre o assunto, Carmim se mostrou nem um pouco educada ao falar de certos acontecimentos. Outro com muito pouca educação, foi Hugo, após ser flagrado com uma loiras ~misteriosa~ na praça a noite de Natal. Hannah Hook passou o feriado na casa do namorado, Willian Darling, o que nos leva a imaginar, será que ficaram só nos beijos? E é claro, a lista de Gart também parece estar crescendo bastante... Mas Rebecca Corona parece determinada a não fazer parte dela.

E voltando para a Realeza, foi anunciado que Audrey Sleeping está, definitivamente, a procura de um marido. Príncipes de todos os reinos se amontoam em volta do castelo de Aurora, mãe da princesa, mas foi com Teodoro – Ted, para os íntimos – filho da Rainha Tiana e do rei Navi, que ela foi vista aos beijos na noite de ano novo.

Ched Charming sobe ao trono por sua casa em fevereiro, quando completa seus dezoito anos.

Veja aqui: Cinco motivos por que Cinderela e Rei Charming devem continuar no poder de Cinderellasberg*!

Christian Hatter dispensou as festas ao lado da família para ficar no castelo, mas parece que foi dispensado também.

Veja aqui: O termino definitivo de Hatter e Kingsleight’s.

Juízo Auradon, tem alguém vigiando!”

...

—Quanto eu colocar minhas mãos nessa coisinha miserável, ela vai ver só – grunhiu Carmim, devolvendo o telefone de Gart.

—Sabe, é estranho ela não ter aparecido o feriado inteiro – murmurou Gart, sentado do outro lado da mesa – Quer dizer, seu Victor deve estar pirando por você não ter respondido a última carta dele.

—Agora que você falou, é mesmo estranho – murmurou Carmim, concordando com o amigo – Ela deixou a carta de Victor para mim na véspera de Natal, mas não a vi... E ele não é mais o meu Victor, Gart!

—Mas ele sabe disso? –Gart sorriu vitorioso, enquanto a outra fechava a cara – Foi o que eu pensei... Você pretende contar pra ele?

—Gart, não tem sentido em contar ou não – ela deu os ombros – Não vamos voltar para a Ilha, Victor vai descobrir que não há mais esperanças quando formos embora!

—E Hatter? Vai simplesmente brincar com ele até lá? – ele sorriu acusadoramente.

—Não quero dar falsas esperanças da Chris, ele não é uma pessoa má, e de qualquer forma eu não preciso de outra desculpa para as pessoas me odiarem quando formos embora – Carmim balançou a cabeça, concordando consigo mesma – Mas é estranho que a pirralha esteja sumida. Deve estar aprontando algo...

—Quem está aprontando algo? – Hugo entrou pela porta do apartamento, com uma sacola da padaria em uma das mãos. Carmim e Gart se entreolharam.

—Você, quem mais? – Gart grunhiu, parecendo mal humorado – Sumiu antes mesmo que nós acordássemos! O que você acha que a gente faria se você fosse raptado?

—Você não andou bebendo logo de manhã cedo, não foi? – perguntou Hugo, desconfiado – Você sempre começa a ficar dramático quando bebe.

—Desculpe meu caro, mas diferente de você eu sei reservar meu paladar apenas para breves saídas noturnas – Gart falou, apontando para o copo de suco de laranja. – Auradon está mesmo mexendo com a sua cabeça, sabia? Você nem bebia antes, e agora chega tarde da noite, sai cedo e passa o dia fora, sempre tá cheirando a bebida... Você não anda usando drogas, anda?

—Não tem drogas em Auradon, Gart – Carmim falou, como se aquilo fosse óbvio – Ainda me admira que tenha bebida, na verdade...

—Não que isso seja da sua conta, a única coisa que você bebe é água e sangue fresco...

—Muito engraçado!

...

—Bom dia – cantarolou Evie, entrando na enfermaria do castelo segurando uma grande – realmente grande – bandeja de café da manhã – Esbarrei em um empregado ai fora, ela estava morrendo de medo de entrar e acordar você, mas você tem que comer.

—Eu sei, tenho horários até para isso agora – Mal revirou os olhos – Onde você andou? Faz dias que você não aparece, e os meninos disseram que não sabiam onde você estava... Quando foi que você esteve aqui, dia vinte e... Oito?

—Desculpa, desculpa, Doug e eu tínhamos combinado de acampar com todos os anões, e sabe como eles ficam ofendidíssimos quando são deixados de lado – foi à vez a morena revirar os olhos – Mas eu fiquei pensando em você todo o tempo, certo? E não pense que eu me esqueci da nossa conversa, vai, desembucha Mal, o que aconteceu aquele dia?

—Mais tarde – Mal falou, com um olhar suplicante – Tem muita coisa que falar, e não quero que o Ben nos pegue no meio dessa conversa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Que conversa? – Ben entrou na enfermaria com uma pilha de papéis – Evie.

—Majestade – a outra se curvou.

—De que conversa que eu não posso ouvir? – perguntou ele, beijando a bochecha de Mal e se sentando num cantinho a cama.

—Papo de menina, nada que seja da sua conta- a outra retrucou.

—Quando a menina em questão é você – ele bateu um dedo entre os olhos dela – É sim, a minha conta.

—E então, como foi com a Rainha Corona – perguntou Mal – Novidades?

—Não, mandamos uma patrulha de busca para a floresta Sherwood ontem à noite, mas nenhum homem voltou ainda – ele suspirou pesadamente – Não fazemos ideia de onde ela está, Mal.

—E a antiga fortaleza dela, na montanha proibida? – perguntou Evie – Se Malévola quer mesmo retomar seu poder, sem o cajado nem a Varinha da Fada Madrinha, ela não iria para lá?

—Não tinha pensado nisso – Mal concordou.

—Não, para lá ela não foi – Falou Ben – Meu pai transformou a fortaleza de Malévola em uma ponte de segurança, segundo a própria fada madrinha é uma lembrança de que tudo pode ser moldado para o bem. Estamos em contato com equipes lá há dias, e nenhum sinal dela.

—Droga – Evie bufou – Espero que consigam pega-la antes do casamento, só os céus sabem o que aquela louca pode fazer. Desculpe, Mal.

—Tudo bem – Mal tentou sorrir – Ela é louca mesmo...

—Eu prometo que não vou a deixar chegar nem perto de você – prometeu Ben, passando o braço em volta dos ombros dela.

“Mas ela já chegou Ben” Mal queria dizer para ele, confessar a verdade “Da forma mais perigosa, ela já me alcançou. Ela esta aqui, dentro de mim!”

Mas, em vez disso, ela encostou a cabeça no ombro dele, deixando que ele pensasse que pudesse protegê-la do que nem mesmo ela podia se proteger.

...

Naquela noite, Carmim estava sentada no chão do corredor entre os quartos, olhando Hannah e Queenie tentarem apinhar seus pertences dentro do quarto que compartilhavam. Pareciam estar entrando com o dobro de coisas com que haviam saído.

—Então, eu estava... Puff... Lendo Auradon... Arg... Secrets – Hannah falava ofegante, carregando à última e mais pesada mala e a jogando quarto adentro – Hoje de manha. E então, qual é essa história sobre você?

Carmim resumiu o que aconteceu no Natal, e que passou o resto do feriado no apartamento alugado pelos meninos.

—Céus... E agora? – perguntou Hannah, já sentada no chão ao lado da ruiva, sorrindo.

—Agora nada – Carmim garantiu – E você e o Will?

—Ah, nem vem... Não aconteceu nada, tá legal? – Hannah deu um empurrão na amiga – Quer dizer, nos dormimos juntos. Na mesma cama. Mas foi só isso, nada além disso. Você sabe que eu sou...

—É, eu sei – riu Carmim – Eu, a Queenie, o Hugo, o Gart e praticamente toda a população da Ilha dos Perdidos sabe que você é virgem, Hannah.

—Vejo que eu cheguei a um momento fascinante da conversa – falou Gart, sorrindo ao aparecer pelo corredor – Carmim, Queenie está com um problema lá em baixo e quer sua ajuda.

—Por que eu? – gemeu a ruiva.

—Por que ninguém mais faz mágica aqui, vai – grunhiu ele, e quando Carmim sumiu de vista, ele encarou Hannah, que ria – O que?

—Queenie não está lá em baixo, ela foi dormir faz meia hora! – ela acusou.

—Bem, eu tinha que inventar alguma coisa além de: Chris quer falar com você – ele deu os ombros – Então, sobre à conversa fascinante que vocês duas estavam tendo?

...

—Queenie? – Carmim chamou, descendo o andar principal, e dando de cara com Chris – Ah, oi! Viu a Queenie, Gart disse que ela queria falar comigo.

—Queenie?

—É, Queenie. Tenho certeza que você conhece. Desse tamanho, cabelo azul, sempre parece que vai sair na capa de uma revista - ela falou de forma cortante – Então?

—O que? – perguntou ele, confuso

—Viu ela ou não? – Ela falou, como se fosse óbvio.

—Queenie não está aqui, sou eu que quero falar com você – Chris falou.

—Ah, certo – Carmim suspirou pesadamente – Não pode esperar até amanhã? Estou morrendo de sono.

—Não vai demorar – ele prometeu.

—Tudo bem, manda – ele encostou-se ao corrimão da escada.

—É... Sobre o que aconteceu no Natal...

—Ah, tudo bem, aceito suas desculpas – Carmim sorriu, dando meia volta pronta para subir as escadas – Boa noite.

—Mas eu não quero pedir desculpas – ele segurou o braço dela.

—Não quer? – ela ergueu uma sobrancelha.

—Não, quer dizer eu quero.

—Então peça.

—Mas, não pelo que você acha.

—Pelo gancho do Capitão Gancho, isso está me deixando com dor de cabeça – ela arfou – Esse parece aquele tipo de história confusa e demorada na qual eu prefiro me aprofundar quando estou totalmente acordada. O que não é o caso.

—Desculpe por fugir – ele falou, por fim – Depois do beijo.

—Achei que não queria pedir desculpas – ela contrapôs.

—Não por te beijar, mas por fugir sim – ele falou – Mas você também fugiu. Onde você passou o resto do feriado?

—Não vejo como isso possa ser da sua conta – ela refletiu. – Posso ir agora?

—Por que está agindo assim? – perguntou Chris.

—Assim como?

—Está fugindo de novo. – ele falou, por fim.

—Eu não fugo de nada – ela o encarou – Mas estou com sono, e você está me atrasando.

—Você parece tanto com ela agora – ele falou, encarando o fundo vazio dos olhos de Carmim – Fria. Ilegível. Impenetrável. Igual a sua mãe... Sabe, pedi a Gart para te trazer aqui em baixo, por que queria convidar você para ir ao baile de noivado comigo.

—Vou com os meus amigos – Carmim o cortou, mas Chris prosseguiu.

—Mas não é você quem eu quero levar ao baile. Não sei quem é você. Eu queria convida a garota que deu presentes de Natal mesmo sem nunca ter recebido um. Queria que a garota que eu beijei fosse ao baile comigo – Chris suspirou – Me avise se ela voltar a tempo, por que essa garota na minha frente é simplesmente...

—Má? É, ela é sim... Lembre-se disso na próxima vez! – Ela sorriu, dando-lhe as costas e subindo as escadas.

Chris se sentou nas escadas, olhando para o nada. Arruinará tudo.

...

Carmim aguentou o desejo de derrubar a porta do quarto dos meninos e espancar Gart, batendo a porta do próprio quarto e se jogando na cama, chutando o urso enorme de cima dela e pegando o cetro das maravilhas no criado mudo.

—COPAS! – ela gritou, e tudo caiu e ruínas. Parecia que um furacão tinha passado ali, espelhos quebrados, moveis em pedaços, roupas e enfeites no chão, rodeando o pedestal onde a cama se mantinha. Ela poderia arrumar tudo quando acordasse, mas dormiria ali. No seu mundinho arruinado onde apenas ela era intocável.