Depois da Guerra

Mais do que simples


- Sansa, ansiosa por voltar à Winterfell?

- Mais do que nunca. Quero ver o Bosque Sagrado, o salão, até os estábulos. Rever meus irmãos... – Apesar do sorriso que brilhava no rosto de Sansa, Tyrion sabia que ela ainda sentia a falta do pai, do irmão e da mãe, principalmente, perdidos no meio de guerras, e apesar de todos os seus esforços, jamais poderia fazer algo para mudar isso.

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- Mais um quarto de dia e chegaremos. Mandei que fizessem um vestido especial para a Rainha do Reino do Norte usar na festa de boas vindas.

- Tyrion, sabe que não precisava fazer isso. Você me dá coisas demais.

- Nada além do que é de direito de uma futura rainha. Sei quais sãos as impressões que a minha família deixou para seu povo, pretendo mudar isso. Ainda não sei exatamente como, mas...

- Tenho certeza de que conseguirá – ela estava sorrindo, e parecia ainda mais bela, mais do que Tyrion seria capaz de imaginar que poderia ser. E, além disso, ela estava tocando-o. Por livre e espontânea vontade. Era um toque diferente dos que ele estava costumado a receber dela, quando se tocavam em público, aquele, ali, era suave, quente e delicado.

Estaria ela finalmente se entregando a mim? Ou isto é só a felicidade de voltar à Winterfell falando? Ou, quem sabe, mais uma cordialidade? Mas... Não há ninguém aqui para ver o que estamos fazendo, não era necessário o toque... O toque- Senhor Tyrion, devemos continuar a andar. O senhor voltará ao cavalo?

- Sim, Collin, voltarei ao cavalo – era a última coisa que ele queria fazer, queria ficar ali, conversando com Sansa, admirando seu sorriso e sentindo sua mão sobre a dele. Nada de cavalos. Mas faltando apenas algumas poucas léguas até Winterfell não poderia passar pelos portões estando dentro da casa. Seria Rei do Norte e para tanto, deveria se portar como tal.

- Tyrion, ter certeza de que quer voltar a cavalgar? Não é necessário tudo isso.

- Sansa, minha senhora, é o que é certo. É o que devo fazer. E apesar de não ter feito muito do que deveria fazer durante minha vida, penso que esta seja uma boa hora para começar. Mandarei que chamem as suas aias e o bobo para que a distraiam e a distância pareça menor.

A essa altura, Collin já havia se retirado e preparado o cavalo de Tyrion. Ele conseguia ouvir os cavalos relinchando e as pessoas gritando ordens umas com as outras. E ele se virava para voltar ao cavalo coxeando como sempre fazia.

- Tyrion – Sansa se levantou, aproximou-se de Tyrion, e quando ele percebeu, ela havia dado-lhe um pequeno beijo da bochecha, por cima daquelas horríveis cicatrizes que assustavam pequenas crianças e até alguns adultos – Obrigada.

Poucas coisas surpreenderiam Tyrion. Tirando o fato de já ter visto a irmã chorar, e ainda mais, recebido um beijo no rosto da mesma, aquele ato foi o que mais o surpreendeu durante toda a sua vida de duende.

Penso que estamos realmente progredindo por aqui. Para um duende, que coxeia enquanto anda, não pode subir sozinho em um cavalo, e possui uma cicatriz que percorre o seu rosto em um diagonal as coisas estão funcionando muito bem.