No dia seguinte, o colégio François-Dupont falava sobre um único assunto: os novos heróis. Não se via tamanha empolgação desde a aparição da Abelha Rainha e do Gafanhoto Vermelho. Jacques e Alya estavam adorando ser o centro das atenções, mesmo que as atenções estivessem voltadas para seus alter-egos. Alya viu Nino extremamente entretido no celular, já imaginando que ele estaria pesquisando algo sobre os novos heróis e decidiu criar uma atmosfera em torno de sua versão heroica.

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(Alya): Oi Nino, você ficou sabendo dos novos heróis que apareceram ontem?

(Nino): Todo mundo ficou sabendo, Alya! Só achei estranho você não ter colocado nada sobre isso no seu blog. Você foi a primeira pessoa que imaginei fazendo um festival de hashtags sobre isso.

(Alya, rindo): Engraçadinho, eu só não tive tempo para atualizar meu blog, mas eu vi sim os novos heróis. Já viu aquela garota-raposa que apareceu? Como é mesmo o nome dela...?

(Nino): Volpina?

(Alya): Isso... errr, digo, é esse o nome que estão falando dela?

(Nino): É sim. Ela foi incrível ontem. Como ela conseguiu fazer aquele processo de clonagem?

(Alya): Aí eu não sei... mas vem cá, você... achou ela bonita?

(Nino): A Volpina?

(Alya, rindo): Claro, seu bobo! De quem você acha que eu estou falando?

(Nino): Bom, a Volpina é... bem, eu acho que ela...

Nino achava que aquilo era uma típica “armadilha de garota”. Pensava que Alya estaria enciumada com a aparição de Volpina. O rapaz não podia mentir na cara dura: ele achava a heroína raposa uma gracinha, mas dizer aquilo na cara da namorada não ia cair muito bem. Por sorte, seu melhor amigo chegou para ajudar.

(Adrien): E aí gente, estão conversando sobre o quê?

(Alya): Sobre os novos heróis que apareceram ontem. Não é incrível como aqui em Paris parece ser o lugar favorito para vilões surgirem e depois serem combatidos por heróis?

(Adrien): Verdade, ainda mais com aquele bicho dourado atacando tudo com aquela espadona. Foi sorte aquele tal de Ninja Turtle ter aparecido.

(Nino): Verdade, aquele cara é muito maneiro, não é?

(Adrien): Com certeza, você viu aquela parte do vídeo que ele...

Pronto, Alya ficou meio que sobrando naquela conversa. A morena ficou meio bolada com aquilo, porque queria ter aquela chance de impressionar seu namorado Nino, enquanto pensava nisso, sentiu sua bolsa balançando de um jeito estranho, abriu-a e viu Trixx com um olhar sério, ou melhor dizendo TENTANDO ser séria.

(Trixx, com um sorriso malicioso): Olha aí a raposinha querendo ser a coelhinha dos sonhos daquele garoto.

(Alya, muito vermelha): Trixx! “Coelhinha”?! Mas de no que raios você...?

(Trixx): Eu que pergunto no que você estava pensando! Eu já não falei mil vezes para você manter em segredo sua identidade secreta?

(Alya): Mas eu não...

(Trixx): Quer mesmo que eu acredite que você puxou aquele papo de “heroína raposa bonitona” por puro acaso?

(Alya): Bom, eu...

(Trixx): Um conselho: pare de ficar correndo atrás de uvas e seja uma boa menina.

(Alya, bolada): Você adora mesmo essas piadinhas, não é, Trixx? Imagino se meus outros parceiros têm bichinhos desses que fazem essas piadinhas sem graça.

(Trixx): Ah, se você conhecesse o Plagg...

— Alya, com quem você estava falando?

Alya tomou um baita susto, quem havia lhe dirigido a palavra era Jacques. A última coisa que ela precisava era que o “Chevalier Parisien” descobrisse que agora ela era uma heroína ou ele certamente faria de tudo para querer voltar a ser herói.

(Alya): Ahhnnn, ooooi, Jacques, bem, não é nada não. Era só uma vídeo-chamada que eu estava fazendo no celular. Sabe, tenho uma amiga meio inconveniente que adora fazer isso comigo.

(Jacques): Entendo... ei Alya, o que você achou dos dois novos super-heróis que apareceram ontem? Eu achei aquele cara vestido de tartaruga muito maneiro.

Alya não foi a única com a ideia de querer impressionar seu interesse romântico com “investidas heroicas”. Jacques já havia declarado (de forma desastrosa) que tinha uma quedinha pela blogueira, e embora não tivesse sido correspondido, ainda estava longe de desistir.

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(Alya): É, ele é legal, mas eu particularmente prefiro aquela heroína nova, como é mesmo o nome dela? Ah, Volpina.

(Jacques): Sei quem é, eu vi o vídeo. Ela realmente foi ótima na primeira luta.

Alya ficou levemente corada com o comentário de Jacques, e o garoto achou que aquilo tinha sido uma indireta.

(Jacques): Alya, se eu, hipoteticamente falando, pudesse te apresentar para um super-herói, o que você acharia?

Alya era uma grande fã de super-heróis, mas não era tão ingênua assim. Nunca que ela cairia tão fácil no papo de que Jacques faria uma coisa dessas assim tão facilmente.

(Alya, rindo): Por favor Jacques, super-heróis de verdade são ocupados, eles não vão simplesmente se colocar a sua disposição desse jeito.

(Jacques, sem jeito): Não, mas eu só quis dizer se...

(Alya): “Se” você realmente conseguir tal façanha, o que é algo muito difícil, falo por experiência própria, me consiga um encontro com um dos super-heróis, à sua escolha. Eu preferiria a Ladybug, mas vamos ver de quem você gosta mais.

A conversa parou por aí. Jacques ficou confuso: a reação de Alya tinha sido positiva ou não? Ele pensava no assunto quando sentiu algo cutucando o bolso de sua camisa. Era Wayzz, seu kwami.

(Jacques): As garotas são confusas, não acha, Wayzz?

(Wayzz): Mestre, você não está pensando em usar seus poderes para ter um encontro com aquela garota, está?

(Jacques): Eu? Pfff, de onde você tirou essa besteira, Wayzz? Eu sou um cara responsável.

(Wayzz): Mestre Jacques, não aja como se eu fosse uma criança inexperiente, saiba que eu tenho mais de 5000 anos de idade.

(Jacques): No duro? Rapaz, você é um alienzinho bem conservado.

(Wayzz): “Kwami” e obrigado, se é que isso foi um elogio. Agora você precisa me garantir que não vai fazer o que eu estou pensando. Não use seus poderes para coisas fúteis.

(Jacques): Agora você está parecendo minha mãe. Qual o problema de eu querer que uma garota me ache legal?

(Wayzz): Nenhum, mestre, mas usar um Miraculous para isso não é a melhor alternativa para isso.

(Jacques): *Suspiro* Está bem, já que você insiste tanto assim, não usarei meu Miraculous para “impressionar” a Alya. Está contente agora, Wayzz?

(Wayzz): Se você estiver falando sério, estou sim.

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O dia passou normalmente para todos, ao final da aula, Chloé pegou sua limusine e voltou para sua casa, o hotel Le Grand Paris. Ao chegar, notou na recepção um rosto familiar que não via já tinha um bom tempo: era uma garota de mais ou menos sua idade, com cabelos soltos até a altura dos ombros, olhos azuis claros com um leve tom de prata. Essa garota tinha um sorriso lindo, destacado pelo batom vermelho-brilhante. As roupas dessa menina não deixavam nada a desejar para as grifes de Chloé: uma calça jeans com alguns enfeites brilhantes, uma camisa vermelha cara e uma boina, parecida com uma que a Chloé tinha e que havia emprestado para Sabrina.

(Chloé, surpresa): Jacqueline Gagnon?

A garota virou-se surpresa, e ao avistar Chloé abriu um largo sorriso e correu na direção da filha do prefeito. As duas deram um abraço bem apertado.

(Jacqueline): Chloé Bourgeois, há quanto tempo eu não te vejo! Desde que meus pais se mudaram para Madrid a gente não se viu mais!

(Chloé): Eu nem acredito que você finalmente está de volta!

(Jacqueline): Meus pais assinaram um contrato de negócios aqui em Paris e eu acabei voltando. Me diz em que escola você está para eu poder me matricular e nós sermos colegas de turma!

(Chloé): Eu estou no François Dupont.

(Jacqueline): Perfeito, François Dupont. Se der tudo certo, amanhã mesmo eu apareço por lá.

(Chloé): Mas enquanto isso, nós vamos ter uma longa conversa e você vai me contar tudo o que aconteceu nesses últimos tempos.

Dito e feito, as duas passaram grande parte da tarde conversando juntas no quarto de Chloé, como velhas amigas. Jacqueline Gagnon era uma garota da alta sociedade, assim como Chloé. A família Gagnon tinha grandes lucros no ramo de cosméticos e perfumes assim como a família Agreste era soberana no mercado de design de moda. Chloé cresceu junto daquela garota assim como cresceu junto de Adrien.

(Jacqueline): Então minha mãe disse “Acreditem ou não, essa criatura tem 62 anos! Mas ela está bem conservada! Sabem por quê? Porque ela usa produtos Gagnon! ”

(Chloé): Sua mãe sempre foi excelente com essas coisas. Papai nunca deixa faltar os produtos dela na minha prateleira.

(Jacqueline): Dá para notar pela sua beleza. Não é qualquer maquiagem de quinta categoria que vai ser passada no rosto da filha do prefeito de Paris.

(Chloé, rindo): Não mesmo!

(Jacqueline): Mas agora chega de falar sobre mim, vamos falar sobre você. Vai, me conta, o que aconteceu aqui em Paris enquanto eu estava fora?

(Chloé): Muita coisa, você nem imagina! Já ouviu falar da Ladybug?

(Jacqueline): A heroína que destruiu toda uma organização mafiosa? Ela é um fenômeno por toda a Europa! Lá em Madrid chamam ela de “Mariquita”, que é joaninha em espanhol.

(Chloé): Hahahaha, falando assim soa muito engraçado. Pois é, você sabia que eu já conheci ela?

(Jacqueline, sem acreditar muito): Pfff, você e todo mundo, né meu bem? Ela é famosa, hello?

(Chloé): Não, eu estou falando pessoalmente! Ela já me salvou, ela já apareceu aqui na minha mansão, ela até deixou o Chat Noir de vigia aqui uma vez!

(Jacqueline): Não brinca! Isso é maravilhoso! Eu pedi para meu pai me comprar alguma joia, qualquer joia, que fosse inspirada na Ladybug. Quando ele chegar, eu adoraria se eu pudesse ter um autógrafo da Ladybug na caixa! Será que ela faria isso por você? Por uma velha amiga?

O sorriso de Chloé murchou um pouco, pedir favores para Marinette não parecia ser uma boa ideia, mas as duas já haviam passado por tanta coisa juntas... além disso, era pela Jacqueline, a amiga que ela não via fazia um tempão.

(Chloé): Bom... eu não sei se a Ladybug teria tempo, ela vive ocupada cuidando de criminosos, mas acho que vale a pena tentar. A propósito, eu preciso sair rapidinho para cuidar de umas coisas, eu prometo que volto logo.

Chloé saiu de seu quarto e foi para o saguão do hotel, lá pegou o telefone e começou uma conversa privada no Whatsapp com Marinette.

(Chloé): Ei Marinette, você está online?

(Marinette): Oi Chloé. Nossa, é estranho receber uma mensagem sua no privê, você geralmente manda coisas assim no grupo.

(Chloé): Eu sei, mas é que eu preciso de um favor seu. Eu tenho uma amiga de longa data que chegou de viagem hoje, ela está hospedada aqui no hotel do meu pai. A gente andou conversando e no meio eu disse que te conhecia, digo, que conhecia a Ladybug. Será que você poderia, sei lá, dar uma passada aqui para cumprimentar minha amiga?

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Como resposta, Marinette mandou um emoji revirando os olhos, depois continuou a mensagem.

(Marinette): Chloé, creio que você sabe muito bem que os Miraculous não devem ser usados para esse tipo de coisa. Muito me admira você, que sempre me pareceu bem madura nesse aspecto, me pedir esse tipo de coisa agora.

(Chloé): Marinette, dê um desconto só dessa vez. Poxa, é uma amiga que eu não vejo desde que eu era criança. Além do mais, eu acompanho o Ladyblog e lá tem uns vídeos que a Ladybug “forneceu” com toda a gentileza para a Alya. O que sua amiga tem de especial que ela pode e a minha não pode?

Marinette mandou outro emoji, dessa vez com uma gotinha de suor.

(Marinette): Você tem razão. Tudo bem, eu apareço aí em alguns minutos.

(Chloé): Valeu, Ladybug. Ah, se não for abuso, traz alguns daqueles doces de seu pai, eu prometo que pago.

Chloé então voltou para o quarto para conversar com sua amiga.

(Jacqueline): Onde você estava, Chloé?

(Chloé): Estava só atendendo um telefonema, nada demais.

(Jacqueline): Era a Sabrina? Ela ainda faz seus deveres de casa?

Chloé não se sentiu confortável com a pergunta. Lembrou dos tempos em que tratava sua única amiga como capacho, pedindo-lhe toda sorte de favores abusivos. Chloé sentia um peso na consciência cada vez que lembrava daquilo. E a pior parte é que esse costume ela meio que tinha herdado de Jacqueline.

(Chloé, tentando disfarçar): Ééééé, isso. Ela está fazendo meu dever de casa.

(Jacqueline): Isso aí, gente como eu e você tem mais o que fazer do que cuidar de trabalhos idiotas da escola. A ralé que se lixe com isso.

Algumas batidas na janela interromperam a conversa. Jacqueline achou aquilo muito estranho.

(Jacqueline): Quem raios poderia estar batendo na janela de um quarto na cobertura?

(Chloé, sorrindo): Abre lá e vê.

Jacqueline abriu a cortina da janela e também um largo sorriso em seu rosto. Lá estava a heroína símbolo de Paris, com um buquê de rosas e uma caixa de bombons (meio estranho uma garota receber isso de outra garota, mas tudo bem)

(Ladybug): Oi, eu fiquei sabendo da filha do prefeito que uma amiga dela estava fazendo uma visita à minha cidade, então eu pensei que seria bom se eu...

(Jacqueline, histérica): AIMEUDEUAIMEUDEUSAIMEUDEUS!!! CHLOÉ, A LADYBUG ESTÁ NA JANELA DO SEU QUARTO!!!

O grito de Jacqueline deu um baita susto na heroína, que teve que usar toda sua habilidade de equilibrismo para não despencar de lá.

(Ladybug): Nossa, você realmente me conhece e me admira, que nem a Chloé!

(Jacqueline): Quem não te conhece e te admira? Entra aqui, não fica aí nesse sol quente!

(Ladybug, entrando): Olha só, eu trouxe uns macarons para você, e um buquê de boas-vindas. Seja bem-vinda à Paris, errr...?

(Jacqueline): Jacqueline, às suas ordens. Olha, muito obrigada pela atenção, é bom ver que Paris tem uma heroína tão atenciosa!

(Ladybug): Ah, obrigada, você é muito gentil.

(Jacqueline): Escuta, não vai embora, eu tenho um presente para te dar, deixa só eu pegar que eu deixei no meu quarto.

Jacqueline praticamente girou nos calcanhares e saiu correndo, empolgada com tudo o que estava acontecendo.

(Ladybug): Gostei da sua amiga, Chloé. Desde quando você a conhece?

(Chloé): Nós somos amigas de infância.

(Ladybug): De infância, é? Imagino que ela deve ser da alta sociedade então, né?

(Chloé): Sim, ela é. Os pais dela trabalham com...

(Jacqueline): Voltei! Olha Ladybug, para você! Desculpe minha desfeita de não ter embrulhado, mas é que eu não tinha papel.

(Ladybug, de queixo caído): Jacqueline... isso aqui é um perfume Gagnon! Esses perfumes custam os olhos da cara!

(Jacqueline): Nada é caro demais para a maior heroína da Europa.

(Ladybug): E-Eu não sei nem o que dizer! Desculpe, mas eu não posso aceitar, é algo muito caro!

(Jacqueline, sorrindo): A heroína de Paris ser a garota propaganda do perfume da minha família seria a maior honra que eu poderia imaginar, vou ficar muito ofendida se você não aceitar!

(Ladybug): Perfume da sua família? Está me dizendo que...?

(Jacqueline): Exatamente! Jacqueline Gagnon às suas ordens!

(Ladybug): Imagine, a honra é toda minha!

(Chloé): Eu meio que chamei a Ladybug para fazer uma visitinha para a gente, achei que você gostaria desse meu presente de boas-vindas depois de tanto tempo que não nos víamos.

(Jacqueline): Pois estava errada. Eu não gostei, eu adorei!

(Ladybug): Que bom que você está feliz, Jacqueline. Agora, sem querer ser grossa, mas eu preciso ir. Sabe como é, super-heroína, ocupada, bandidos para prender...

(Jacqueline): Ah, claro, eu entendo. Obrigado por vir.

(Chloé): Obrigada, Ladybug!

(Ladybug): Para isso que servem as amigas.

Ladybug então abriu a janela do quarto de Chloé e saltou para fora. Alguns minutos depois e Marinette já estava destransformada em seu quarto.

(Tikki): Foi legal da sua parte ceder alguns minutos do seu tempo para ajudar sua amiga.

(Marinette): Eu já fiz isso algumas vezes com a Alya, achei que a Chloé merecia também depois de todos os vilões que enfrentamos juntos.

(Tikki): Hihihi!

(Marinette): Qual é a graça, Tikki?

(Tikki): É que você considera a Chloé como sua amiga, e isso é engraçado depois do tanto que você reclamava dela.

(Marinette): Verdade, hihihi! Quem diria que as pessoas podem mudar assim da água para o vinho?

(Tikki): Verdade, quem diria? Ah, já sei, uma garota tímida e insegura que da noite para o dia virou uma super-heroína.

(Marinette): Hahahahaha!

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De noite, Adrien estava em sua casa jogando videogame com Diego. Os dois estavam jogando “Inequity – Titans Among Humans” no quarto de Adrien, tentando definir de uma vez por toda quem era o melhor lutador.

(Diego): Cara, você é sortudo por ser rico. Seu pai te deixa gastar dinheiro com DLCs de videogame. Eu imploro para o meu pai há tempos deixar eu comprar essa DLC da Ladybug e do Chat Noir, mas o cara é mão fechada.

(Adrien): Ser rico tem suas desvantagens também Diego. Tipo as sessões de foto, o pai ausente, o círculo minúsculo de amizades.

(Diego): Putz, verdade cara! Mas voltando aqui para o jogo, quem você vai escolher pro próximo round?

(Adrien): Bom, acho que vou escolher... a Ladybug.

(Diego): Toda hora você alterna entre a Ladybug e você. Já sei, dessa vez eu vou jogar com... você.

(Adrien, rindo): Mas nem pensar, você não vai me fazer bater na minha namorada.

(Diego, rindo): Não tem escolha, Adrien. Ou você perde de propósito ou ganha e machuca sua lady.

(Adrien, rindo): Ah, eu tenho escolha sim! Eu ainda posso...

*Ding Dong*

(Natalie, na sala, erguendo a voz): Adrien, é visita para você!

(Adrien): Quem pode ser? Eu não estava esperando ninguém.

(Diego): Eu vou contigo ver quem é.

Os dois garotos foram até a sala, onde Natalie estava acompanhando uma garota mais ou menos da idade de Adrien, uma garota que ele não via há muito tempo.

(Adrien): Jacqueline?

(Jacqueline, correndo para abraçar o Adrien): Adrien Agreste, há quanto tempo! Você não mudou nadinha, continua lindo como sempre!

(Adrien, meio constrangido): Errr... obrigado, Jacqueline. Você também está bem bonita.

(Diego, rindo): Chamando uma garota de bonita? Ah rapaz, espera só até sua patroa ficar sabendo disso.

(Jacqueline): E você, quem é?

(Adrien): Este é Diego Rodríguez Broussard, ele é um amigo meu da escola.

(Diego): Oi.

(Jacqueline, sem dar muita bola): Ah tá, oi. *volta a falar com Adrien* Então Adrien, sentiu minha falta? Puxa, eu senti tanto a sua!

(Adrien): É, eu senti sua falta, Jacqueline, que bom que você voltou.

(Jacqueline): Meus pais abriram uma nova filial aqui em Paris e estão acompanhando o funcionamento, o que significa que eu vou ficar aqui por muito, mas muito tempo mesmo.

(Diego): Ei, seus pais trabalham com comércio? Que coincidência, o meu pai também trabalha com comércio.

(Jacqueline, debochada): Seje menas, querido. Meus pais são donos da empresa Gagnon. Já ouviu falar?

(Diego): Errr...

(Jacqueline): É uma das maiores empresas do ramo de cosméticos e perfumes, meu bem. Nós somos tipo os Agreste desse ramo. Não é como uma lojinha meia-boca que vende brinquedinhos, capinhas de celular, chaveirinhos e outras bugigangas.

Diego ficou bem aborrecido com a garota, ela lembrava a Chloé em seus dias de esnobe, mas parecia ser pior ainda.

(Diego): Sei como é. Escuta Adrien, você deve estar com vontade de colocar o papo em dia com sua amiga que não vê há décadas, então a gente se vê, está bem?

(Adrien): Tudo bem, deixa só eu chamar o Gorila para ele te dar uma carona até sua casa, está bem.

Pouco depois, o segurança de Adrien estava acompanhando Diego para a limusine. Antes de sair, porém, Diego ainda passou por Adrien e Jacqueline, e deu uma olhada no brinco da garota. Foi algo rápido, mas ele viu uma coisa e precisava confirmar.

(Diego): Escuta, Jacqueline, se importam se eu tirar uma foto sua? É que... tipo... (pensa num motivo, um bom motivo), você parece ser bem famosa, já que sua família é dona de uma marca de perfumes! Achei que meu pai poderia fazer marketing dessa marca, ainda mais com a filha dele sendo a garota propaganda. O que você acha?

(Jacqueline): Ai, minha nossa, seria maravilhoso ser uma garota propaganda! Talvez no final das contas você não seja só mais um reles plebeu sem refinamento! Deixe só eu retocar minha maquiagem!

(Diego, pensando): Urgh, ela até fala como uma patricinha mimada! Acho que nem a Chloé era tão ruim assim de aturar!

(Diego): Então dê o seu melhor sorriso para meu celular.

Diego certificou de que o brinco apareceria bem e bateu a foto, obtendo a confirmação que queria. Ele tinha que fazer algo a respeito.

(Diego): Bem, eu já vou indo. Se cuida, Adrien.

(Adrien): Tchau Diego.

Diego então foi até a limusine e foi levado para casa, no meio do caminho, seu bolso começou a se remexer todo. Era Tuggi, que tinha ouvido toda a conversa na mansão e agora ia botar a boca no trombone. Por sorte a limusine era separada em compartimentos, de forma que Gorila não ouviria a conversa. Diego pegou uma lata de suco de uva para beber enquanto conversava e deu um pequeno.

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(Tuggi): Rapaz, mas que garotinha irritante aquelazinha da Jacqueline, hein?

(Diego): Nem me fale! Como é que um cara tão gente fina como o Adrien tem amigas tão horríveis? Primeiro a Chloé, agora a Jacqueline... A Chloé agora, nem tanto, mas isso porque eu meio que dei uma polida nela.

(Tuggi): O Adrien deve estar achando que você é algum tipo de reformador de pessoas para dar um jeito nos amigos dele. Muito abusado o cara.

(Diego): Ei, também não é assim. O cara vivia sendo vigiado 24h por dia pelo pai, é lógico que ele não ia ter um círculo de amizades dos melhores. Ainda mais rico, óbvio que todos os outros amigos dele iriam ser ricos.

(Tuggi): Mas se você já sabe disso, por que me perguntou como ele tem amigas tão horríveis? Já está aí a resposta.

(Diego): Não é que você tem razão?

(Tuggi): Mas a propósito, por que você quis bater uma foto daquela esnobe?

(Diego, pegando o celular): É que eu suspeito que ela tem uma das Pérolas da Ladybug *mostra a foto* Viu só? Dou um zoom aqui na orelha e, voilá, um brinco dourado com estampa de joaninha.

(Tuggi): Caramba, qual será o poder desse brinco?

(Diego): Eu não sei, mas a Marinette precisa saber disso. Vou compartilhar agora mesmo no grupo.

Diego colocou a foto de Jacqueline, dando ênfase no brinco em sua orelha. Adrien, como esperado, não respondeu (já que estava conversando com sua amiga), mas Marinette e Chloé estavam online.

(Marinette): Quem é essa?

(Diego): O nome dela é Jacqueline Gagnon, é uma garota riquinha, amiga da Chloé e do Adrien.

(Marinette): Tinha que ser amiga da Chloé, né?

(Chloé): Ei, se eu sou rica é natural que eu vá ter outros amigos ricos, né? O nome disso é lugar de convívio social! Queria que eu fizesse o quê?

(Diego): Ei meninas, calma. O negócio é sério, deem uma olhada na orelha dela.

(Chloé): Ela tem uma das Pérolas da Ladybug!

(Diego): Exatamente, eu não tive tempo de perguntar onde ela conseguiu já que ela, tipo, meio que me fez querer ir embora da mansão por causa da conversinha estúpida dela.

(Marinette): É, definitivamente ela é amiga da Chloé *emoji de riso*.

(Chloé): Marinette! *Emoji zangado*

(Diego) Foco aqui, gente, por favor!

(Marinette): Desculpe, eu fiquei só brincando mesmo. A gente tem que dar um jeito nessa situação. Amanhã eu me transformo e vou atrás dessa menina.

(Chloé): Não precisa, ela vai para a nossa escola pelo que ela me disse. Deixem comigo, eu sou amiga dela, só tenho que puxar uma boa conversa e aproveitar para perguntar.

(Diego): Beleza, parece um bom plano. A propósito, já cheguei em casa e preciso descer, até mais.

*Fim da conversa de Whatsapp*