“Parece que Yuri era um pouco mais do que só fofo."

Sentiu uma das mãos do outro descer pelo seu corpo até sua coxa, onde cravou as unhas. Viktor não se conteve em liberar um baixo gemido entre o beijo, logo sendo surpreendido pela língua do outro pedindo passagem outra vez. Nesse ritmo ficaria sem fôlego.

Yuri se separou de Viktor, levantando seu tronco e penteando sua franja para trás com a ajuda de seus dedos. Levou uma de suas mãos até o abdômen do rapaz ali deitado, e com um sorriso foi ousado o suficiente para descê-la até sua calça.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O outro não conseguia esconder que estava claramente excitado. Não lembrava da última vez que tinha se sentido desse jeito. A única coisa que desejava era ele, queria possuir cada centímetro daquele corpo e torná-lo sua posse. Sua posse, nunca em todos aqueles anos desejou ter alguém dessa forma, sempre achou desnecessário estar ligado a um humano, por que de repente essa ideia parecia tão tentadora?

Deixou Yuri desabotoar sua calça lentamente, enquanto o provocava com movimentos lentos com sua mão. Respondeu com uma leve mordida em seu lábio inferior, tentando conter aquela vontade de expressar o que os movimentos faziam com ele.

Viktor sentia uma onda de emoções dentro de si. Aquela situação estava deixando-o vulnerável. Desde quando ele se permitia ser domado tão facilmente? Por um momento, ser controlado por um certo alguém era a coisa que mais desejava. Um toque mais lento no volume em sua roupa de baixo foi o suficiente para um gemido escapar. Fechou os olhos com força, movimentando seus quadris como se pedisse por mais.

Não demorou muito para Yuri perceber que ele tentava esconder algo que era como música em seus ouvidos. É claro que não deixaria aquilo assim. Curvou-se perto do rosto de Viktor, mantendo seus lábios rentes a ele.

— Eu não estou escutando direito, será que eu deveria parar?

— Por favor. — Disse em meio de algumas arfadas. — Não.

— Então me mostra que você está gostando. — Sussurrou, beijando o pescoço dele lentamente. — Eu quero escutar tudo.

Não contente em só o atiçar com palavras, abaixou o único tecido que separa sua mão do membro do outro e começou a esfrega-lo em movimentos de vai e vem.

As batidas em seu coração ficavam cada vez mais fortes, todo aquele estímulo estava enlouquecendo Viktor, que envolveu as costas de Yuri com seus braços, cravando as unhas fortemente nele.

Os beijos começaram a se misturar com mordiscadas em seu pescoço, quase não conseguia reconhecer aquele garoto tímido que havia conhecido no show. Tinha despertado algo nele que esperava ver mais vezes.

A situação era demais até para um vampiro experiente como ele aguentar, sabia que estava chegando perto de seu limite, aquilo o enlouquecia. A pele do outro contra sua, o pulsar do sangue tão perto que ele conseguia ouvir.

Soltou um último e longo gemido antes de cravar seus caninos no pescoço de Yuri.

(...)

Os dois estavam deitados, mas dessa vez Viktor segurava Yuri em seu peito, que arfava profundamente, como se estivesse se recuperando de um orgasmo. Ele já tinha ouvido falar sobre os efeitos de uma mordida se dada em um ato de extremo prazer, mas nunca tinha visto o quão prazerosa ela podia ser de perto.

Levou dois de seus dedos até o pescoço do rapaz, verificando sua pulsação voltar ao normal, ele sobreviveria.

Levantou-se devagar, com o outro adormecido em seus braços. Precisava ter certeza de que estaria confortável quando acordasse.

Não sabia dizer o motivo pelo qual preocupava-se tanto com ele, porém, toda vez que seus olhos o observavam era como se estivesse diante de alguma joia, algo muito precioso que necessitasse de cuidados especiais.

Cuidadosamente deitou Yuri em sua cama, ajeitando sua cabeça entre os travesseiros, e tomou cuidado em o cobrir por completo.

Por que ele se importava tanto?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Aquele garoto o confundia. Não gostava nem um pouco disso, ele precisava encontrar respostas para isso que sentia. Não era normal sentir aquilo por um humano.

Virou-se para sair do cômodo, quando foi interrompido pela mão do rapaz que o segurou com o pouco de força que ainda o sobrava. Os olhos castanhos o encararam por alguns segundos antes de fechar outra vez.

Talvez ele pudesse esperar até o amanhecer para sair.

Quando Yuri acordou, tentou lembrar do que tinha acontecido. Viktor e as taças de vinho... sentiu todo o seu rosto esquentar e logo uma terrível dor de cabeça o atingiu. Droga, provavelmente passaria o resto do dia de ressaca, era complicado ser fraco para bebida. Tentou recordar dos detalhes da noite anterior, mas algumas coisas pareciam ser apenas borrões. O que tinha acontecido ou deixado de acontecer depois daquela sessão de amassos no sofá era um mistério. Se bem que pelo fato de estar vestido, os lençóis da cama estarem intactos e não sentir nenhum tipo de desconforto ao sentar, imaginava que tinham ficado apenas nos beijos.

Procurou Viktor pelo quarto, mas não havia sinal dele. Será que tinha feito algo estranho? Várias vezes disseram para Yuri que ele se tornava uma pessoa totalmente diferente quando bebia, ele podia ter feito ou dito qualquer coisa.... Tentou permanecer calmo, apesar de tranquilidade ser algo bastante difícil de manter no momento. Talvez ele não tenha ido, talvez ainda esteja aqui, pensou.

Levantou da cama, mesmo com a cabeça prestes a explodir. Já ia sair para procurar pelo apartamento, quando se deparou com um papel em uma cômoda perto da porta. Um bilhete.

"Yuri,

Peço desculpas por sair dessa forma, mas tenho que resolver algumas coisas urgentes da banda. Quero muito poder encontrá-lo novamente e espero que não se importe, mas tomei a liberdade de salvar o meu número no seu celular. Imagino que deva estar com muita dor de cabeça, então deixei uma caixa com comprimidos ao lado do seu computador. Vou ficar esperando uma mensagem sua.

— Viktor"

Seu olhar foi direto para a mesa de trabalho. Ao lado do computador estava uma cartela de analgésicos junto com um copo de água. Bom, não pode ter sido tão ruim se ele quer sair outras vezes, certo? Procurou o seu celular e ao encontrá-lo abriu seus contatos, o número de Viktor estava mesmo salvo. Pensou em mandar uma mensagem, mas ele provavelmente estaria ocupado, talvez fosse melhor enviar mais tarde.

Depois de engolir um comprimido, ele tomou um banho rápido e foi até a sala onde se deparou com a bolsa de Isabella jogada no sofá. Provavelmente ela não acordaria até a hora do almoço, esses turnos a noite eram sempre exaustivos. Provavelmente teria que almoçar sozinho, mas tinha lasanha na geladeira, certo? Estaria mais do que bem servido. Esquentou uma fatia no micro-ondas e apesar de estar muito cedo para almoçar, ele não conseguia resistir a comida maravilhosa de sua amiga.

Enquanto lavava a louça, Yuri começou a ouvir barulhos vindo do corredor do prédio, vozes e... caixas sendo arrastadas? Foi até o olho mágico e viu um monte de móveis do lado de fora. Não sabia que tinham vendido o apartamento do lado. No mesmo instante, seu celular começou a tocar e ele correu até o seu quarto para pegar o aparelho. Por um momento, a ideia de que pudesse ser Viktor passou pela sua cabeça, mas quando viu o nome no visor, tinha que admitir que ficou um pouco desapontado.

Seu pai tinha ligado para perguntar algumas coisas sobre o trabalho. Antes de sair de férias, deixou instruções para a pessoa que ficaria em seu lugar, mas aparentemente ela ainda estava com dúvidas. Explicou rapidamente o funcionamento das planilhas e quando estava prestes a desligar, um estrondo fez com que ele se assustasse, sendo seguido logo depois pelo barulho da campainha. O que era aquilo? Foi até a sala e viu a porta da frente tremer... estavam chutando? Suspirou, já tinha uma noção de quem podia estar fazendo aquilo.

— Yurio. — Cumprimentou o garoto parado do lado de fora, ele tinha uma expressão nada simpática no rosto. — Não devia estar na escola?

— Devia, mas estou aqui. — Falou já entrando e se acomodando no sofá. — A aula estava muito chata, além do mais, ainda não tive a chance de testar aquele jogo que você me emprestou.

— Você fugiu da escola e veio até aqui jogar videogame? — Yuri já ia começar o sermão, mas o outro foi mais rápido.

— Ele ainda está aqui?

— Não. — Murmurou. — Você não devia...

Pela primeira vez Yurio olhou diretamente para Yuri, e não pôde deixar de reparar na grande mancha roxa em seu pescoço.

— Devia pelo menos tentar esconder isso. — Resmungou.

— Esconder o que? — Yuri estava confuso.

— Esse chupão gigante.

Caminhou até um espelho que ficava pendurado no corredor, e ficou surpreso ao constatar que Yurio estava falando a verdade. Uma mancha roxa enorme estava ali e tinha algo estranho, aquilo eram furos? Olhou mais de perto, tentava ver se seus olhos estavam lhe pregando uma peça, mas parecia muito real. Calma, disse a si mesmo, não é nada demais. Ok, isso era uma grande mentira, parecia que tinham enfiado agulhas enormes em seu pescoço. Viktor tinha feito aquilo? Talvez ele o tivesse mordido com muita força, sem bem que uma mordida não ficaria com aquele formato...

— Tem alguma coisa pra comer? — Yurio perguntou com o controle do Playstation em mãos e sem desviar os olhos da tv.

— Tem lasanha na geladeira.

Yuri resolveu ignorar aquela marca em seu pescoço, é claro que era estranho, mas tinha que haver uma explicação lógica. Talvez não fosse nada, talvez estivesse certo e Viktor só tenha mordido com um pouco mais de força. Foi até a cozinha esquentar um prato de lasanha para o seu amigo e quando retornou à sala, o garoto simplesmente atacou a comida.

— Aquela bruxa até que cozinha bem. — Disse com a boca ainda cheia.

— Isabella te mata se ouvir você falando dela desse jeito.

— Não tenho medo daquela... — Sua frase foi interrompida por uma porta sendo aberta de forma brusca.

— Pensei ter ouvido sua linda voz, Yurio. — Isabella ainda estava de pijama e tinha um sorriso bem falso no rosto. — Você ia dizer alguma coisa?

O garoto ficou intimidado pelo olhar ameaçador que estava recebendo. Preferiu se calar, afinal, mulheres enfurecidas costumavam ser terríveis. Não queria ter que enfrentar a ira de uma que era quase um demônio quando ficava com raiva.

— Muito bem. — Ela sorriu e se jogou em uma poltrona, logo se dirigindo a Yuri. — Nem pense que vai escapar, quero saber dos detalhes. Por esse chupão no seu pescoço posso deduzir que a noite foi boa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Sério que vocês vão falar disso? Não quero saber sobre a vida sexual alheia. — Yurio resmungou.

— Então pode sair, aliás, você deveria estar na escola até onde eu sei.

— Parem vocês dois. — Yuri pediu. — Não tenho nada para contar, Bella, não lembro de muita coisa.

— Como assim? — Ela questionou.

— Eu bebi um pouco e.... — Nem ao menos conseguiu terminar a frase.

— Não acredito. — Isabella parecia animada. — Imagino que a noite tenha sido incrível então.

— Por que? — Yurio perguntou. Tentava não demonstrar interesse, mas a sua curiosidade estava evidente.

— Quando o Yuri bebe ele fica flertando abertamente com os caras e sempre acaba tirando a roupa.

Nem preciso dizer que o mesmo ficou totalmente constrangido e mais ainda quando o amigo o encarou com uma expressão assustada.

— Não acho que algo assim tenha acontecido. — Tentou se defender.

— Esse papo está me deixando enjoado. — Yurio se levantou. Ele pegou o celular que estava em cima da mesinha e se deparou com uma mensagem de seu chefe. — Eu já vou indo, Yakov precisa de uma ajuda extra.

— Ele não vai estranhar você estar indo lá no horário da aula? — Isabella sabia que a mãe do garoto provavelmente surtaria se soubesse que o filho tinha fugido da escola.

— Nós dois temos um acordo em relação a isso. — Ele já estava pegando sua mochila e Yuri se levantou para acompanhá-lo até a porta.

— Ah, eu nem te perguntei como foi ontem com Otabek, vocês pareciam estar se dando bem. — Yuri comentou fazendo com que o mais novo ficasse envergonhado.

— O que? Quer dizer que você também está pegando um dos caras da Bloody Rose? — Isabella parecia estar em choque e ao mesmo tempo muito animada com a ideia.

— Para de pensar besteiras! Ele é legal, nós conversamos sobre livros de terror e foi só isso.

— Sério que você ficou falando sobre aquelas suas histórias de vampiro com ele? O cara deve estar te achando esquisito. — Ela nunca entendeu todo aquele fascínio que Yurio tinha com o sobrenatural.

— Para a sua informação, ele também é fã. — Respondeu como se estivesse orgulhoso. — Finalmente achei alguém que me entende.

— Ótimo, vocês se merecem. — Isabella sabia que tinha irritado o garoto.

Yurio deu uma dedada para a mulher no sofá e se dirigiu até a porta que Yuri tinha acabado de abrir. Ele olhou para o amigo com a intenção de se despedir, mas algo chamou a sua atenção.

— O que é isso? — Questionou apontando para as duas marcas de furo em seu pescoço.

— Ah, não foi nada. — Queria muito acreditar em suas próprias palavras.

— Nossa, parece até uma mordida de vampiro. — Ele falou analisando mais de perto.

— Vampiros não existem. Não é nada demais, sério. — Yuri sabia que seres sobrenaturais definitivamente não era uma explicação lógica para o que tinha acontecido.

No mesmo instante, Yurio reparou que eles estavam sendo observados. Uma mulher carregava uma caixa cheia de objetos de decoração e por algum motivo parecia estar muito interessada na conversa dos dois.

— Você quer alguma coisa? — O garoto perguntou mal-humorado.

Yuri teria que se desculpar por isso depois, provavelmente tinham assustado a nova vizinha.

A mulher adentrou no apartamento ao lado sem dizer nada, de seu rosto nada poderia ser deduzido, era como se as palavras simplesmente passassem por seus ouvidos sem significarem nada.

Colocou aquela caixa que carregava junto a outras no centro da sala, e afastou-se, andando para perto da área da cozinha.

Quando sentiu que estava em uma distância segura, retirou seu celular do bolso e fez uma ligação para o único contato salvo em sua agenda: "X".

— Você tem alguma novidade para mim?

— O loirinho sabe demais. — Ela disse, jogando um olhar para porta. — Algo precisa ser feito já.