De Menina À Mulher - Interativa
Capitulo 11 - Por que sentimentos bons acabam rápido?
POV. Julie
De frente para o espelho, despida de qualquer tipo de roupa, observo meu corpo. Meu corpo está quase todo igual, só a barriga que já está inchadinha e começando a ficar redonda, como de grávidas.
Pela primeira vez, passo a mão na barriga com carinho. Sinto como borboletas no estômago e algo batendo bem de fraquinho na minha mão. No mesmo momento, sinto meus olhos se encherem de lágrimas e um pequeno sorriso brotar no meu rosto; não sei se o sorriso é de felicidade ou tristeza. A lágrima desce solitária pelo meu rosto enquanto eu fico sorrindo e passando a mão na barriga
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!–- A mamãe está aqui...! – digo, praticamente sussurrando, olhando para a barriga.
–- Filha! Julie! – ouço a voz da minha mãe do outro lado da porta. Ainda em meu transe, respondo um “oi” e depois me lembro que ela não sabe da gravidez. Corro até minha toalha, mas antes de colocá-la, minha mãe abre a porta e eu estou de costas para ela. – Ah, que susto, Julie! – ela diz, entrando no banheiro e pegando uma escova na gaveta. – Achei que tinha saído de novo... – ela para de pentear o cabelo e me olha. – Por que está de costas?
Viro só o rosto pra ela e dou um sorriso, pois sei que ela reconhecerá a gravidez de longe. – Nada não, mãe. – digo, tentando disfarçar.
–- Julieta, o que você está escondendo? – ela deixa a escova na pia e vem na minha direção. – Você não se cortou, né?! – ela pergunta, em um misto de raiva e surpresa.
Quando ela pega no meu braço e me vira pra ela, abaixo a cabeça. Ela me olha de cima a baixo e eu nem ouso olhar pra frente.
–- Vo-você es-está grávida? – ela sussurra. Assinto lentamente com a cabeça enquanto sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto. Então, ela faz a coisa que eu menos esperava que ela fizesse: me abraça. Me abraça com tanta força que nem me mover eu consigo. – Sua idiota! Por que não me contou? – ela perguntou, se afastando.
–- Ma-mamãe... eu não sabia como você iria reagir e fiquei com medo e se você me jogasse fora e se me odiasse?! – digo tudo de uma vez, enquanto me enrolo na toalha. – Eu tive medo. – digo baixinho.
–- Vista uma roupa. Conversaremos com seu pai agora. – ela diz com um tom sério. Olho pro seu rosto e ela está com uma expressão desapontada e triste.
Enquanto vou caminhando até o quarto para me trocar, fico pensando: onde estava a mamãe que me abraçou?
***
–- Julieta, vou comprar um apartamento pra você perto dessa lanchonete e você irá aprender a se sustentar sozinha. – diz meu pai, sério. Continuo com a cabeça baixa e com os olhos cheio d’água. – Quem sabe disso?
–- Todos meus amigos. – digo sussurrando. Estamos nessa conversa há meia hora, mais ou menos. O Jake foi mandado para brincar com o vizinho e a Anne ficou pra “aprender a lição”, de acordo com meus pais. As mãos de minha irmã estão entrelaçadas a minha, embaixo da mesa; a única da casa que me apoia.
–- Okay... todos seus amigos sabem, mas a família não? – diz minha mãe, ironicamente. – Muito bonito da sua parte, não é mesmo, Julieta?!
–- Olha, não disse pra vocês pois esperava mais do que esse tipo de reação! – digo, finalmente olhando em seus olhos e aumentando o tom de voz. – Eu achei que iam me expulsar de casa! – praticamente grito enquanto choro. – Achei que nem um apartamento o senhor ia me dar, pai... Achei que iam me jogar na rua ou sei lá o que... – termino.
–- Já está feito: você escolhe em qual casa de qual amiga você fica nessa semana, pois tenho que negociar com o dono dos apartamentos próximos. – meu pai diz, se ajeitando na cadeira e me olhando duramente, mas ao mesmo tempo, tristemente. – Você terá que se sustentar sozinha, minha filha. Ficará nesse apartamento, sustentará você e a criança; mas quando precisar de ajuda... estou aqui. – ele disse, cuidadosamente. Do lado dele, vejo minha mãe revirar os olhos, provavelmente está achando que ele ta sendo bonzinho comigo. – Vá arrumar suas malas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Minha irmã faz menção de falar, mas só com um movimento de mão, meu pai faz com que ela se cale. Com a cabeça baixa vou para o quarto com a Anne logo atrás.
Em silêncio, eu e Anne colocamos todas minhas coisas nas malas. Desde roupas até objetos e fotos. Começo a pegar as fotos que estão penduradas e vejo a minha preferida: está eu, Ashley, Alyna, Emily, Vernon, Rick, Sophia e Thomas. Lembro que ainda era só nós de amigos; agora crescemos o grupo. Foi a vez que fomos à praia de van e minha mãe tirou essa foto.
Então, começo a procurar as fotos que deixo guardada no fundo da gaveta e a primeira que vejo, bem escondidinha, é minha segunda preferida: eu e Gus abraçados, há pouco menos de uma semana, quando eu vesti uma blusa colada para aparecer a barriga. Eu queria que isso ficasse marcado na minha vida, independente do futuro dessa criança.
Outra foto é uma minha com o Thomas na tipica foto de namorados na praia. Parecemos apaixonados... ou melhor, eu era realmente apaixonada por ele.
E agora, parece que todos estão se afastando... mas ao mesmo tempo, juntando.
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