Dark Angel

2ª Fase: Cap. 1 - O mundo em minhas mãos.


Levantei bamba indo em direção a porta, fui até o meu quarto me apoiando na parede com a boca ainda entreaberta e com o peso do mundo nas minhas costas adentrei sem bater na porta o meu quarto.

Sam e Dean se abraçavam timidamente como velhos amigos (ou irmãos) de infância, provavelmente acabo de acabar a briga.

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Pigarrei e ambos me olharam com sorriso no rosto, até provavelmente repararem na minha expressão.

- Você está bem? - Dean perguntou fazendo uma careta realmente engraçada. E como se essa pergunta tivesse destrancado minha mente e minha boca comecei a falar:

- Nós precisamos chamar Cass, Leticya, todo mundo! Nós temos que começar agora! Mas que droga, e se não der certo? Eu vou deixar o mundo queimar? Eu não consigo, eu não consigo! Eu preciso de ajuda, como diabos nós vamos conseguir um exército? Eu sabia que divia ter comprado o livro da Guerra de Tróia e da segunda guerra mundial! O que eu tinha na cabeça? - Andei de um lado para outro dentro do quarto ora indo até o banheiro ora quase abrindo a porta e indo embora.

Sam me pegou por trás colocando uma mão na minha cintura para me obrigar a parar de andar e outra mão na minha boca, me obrigando a calar-me.

- Começa a explicar. - Dean disse em minha frente.

Suspirei e tirei sua mão da minha boca, ignorando todas coisas supérfulas como a suavidade de Sam em minha pele ou o que ele causava em mim.

Leticya adentrou estrondosamente a porta antes que eu começasse a falar, Leticya desfez sua máscara brava e emburrada assim que viu a expressão de todos presentes.

Ela parou no meio de Sam e Dean parecendo ainda mais baixinha do que o comum e esperou a explicação.

Depois de alguns segundos tomando coragem, finalmente contei tudo que podia e o que sobrou foram três rostos incrédulos e confusos.

- Então vai haver mesmo uma guerra... - Leticya disse pensativa, mais para si mesmo do que para nós.

- Uma guerra. - Sam falou pensativo. - Por que exatamente? Contra quem?

Dean continuava quieto e pensativo.

- Por que eu escolhi. - as cabeças, antes baixas de Sam, Dean e Leticya se dirigiram rápido para mim com uma unica, silenciosa e grupal palavra estampada no rosto "quem?".

Eu estava pronta para contar quando tudo ficou escuro e creio que não foi apenas para mim, pois Leticya soltou um abafado grito. Fogo brotou de tudo presente no quarto, inclusive da cama que eu estava sentada.

As labaredas do fogo soaram fortes iluminando fracamente tudo no cômodo.

Percebi a cara assustade de Leticya, a cara confusa de Dean, e os olhos semi-serrados de Sam em direção ao meu lado, já em pé virei-me e me deparei com Lucas com uma expressão totalmente louca.

- Lucas? - Perguntei em coro com Leticya.

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Ao me olhar ele cerrou os olhos e o fogo pareceu subir se agitando como serpentes.

- Eu preciso da sua ajuda. - Lucas disse chegando em frente a Leticya e como sempre fazia levou a mão dela direto em sua boca, depositando um beijo.

- Qualquer coisa. - Leticya respondeu prontamente com a expressão confusa.

- Haverá uma guerra, liderada por mim. - Ele falou quase encostando sua testa na dela. - Eu preciso que você me ajude.

- Leticya não! - Gritei e o fogo me contornou me deixando no meio de um pequeno círculo com o fogo alto o bastante para alcançar meus ombros. - MAS QUE DROGA! - Gritei.

- Nós poderemos ficar juntos, nós poderemos casar... Ter filhos um dia! - Ele segurava o rosto dela entre suas mãos. Eu podia vê-la imaginando isso, literalmente.

Entrei na sua mente sem querer e tive um flash de uma ilusão, de uma cena criada pela sua mente, ela estava sentada em uma toalha de piquenique no chão, deitada no colo de Lucas enquanto ele lhe depositava um rápido celinho, um menino de cabelos negros de mãos dadas com uma menina de cabelos loiros se aproximaram, o menino aparentava ter seus 4 ou 5 anos, a menina tinha talvez 2 anos e meio. Ambos se jogaram em cima da barriga de Leticya, interrompendo o celinho e fazendo ela e Lucas rirem.

- Seus filhos são lindos senhora! - Lucas falou beijando sua mão e falando com um estranho sotaque britânico.

- Oh, são seus também! - Leticya disse imitando o sotaque e rindo.

Eles pareciam tão incrivelmente felizes que instântaneamente me apaixonei pela cena, afinal, quem não se apaixonaria por uma cena onde sua melhor amiga esta incrivelmente feliz? Um sorriso bobo se estampou no meu rosto que rapidamente sumiu ao voltar para o "mundo real" onde Leticya estava prestes a ir para o lado das trevas.

- Ele está mentindo! - Gritei.

- Tire as mãos dela. - Sam falou, mas foi Dean que empurrou Lucas e trouxe Leticya para trás de si.

- Tire as mãos de mim! - Leticya gritou com tanta ira na sua voz que meu corpo estremeceu.

- Vem comigo Leticya! - Lucas estendeu a mão e percebi o quão tentador era para Leticya.

- Eu tenho medo de me deixar tomar pelas trevas... - Ela disse o que saiu como um fraco sussurro, porém audível.

- Eu te aceito se assim for você... - Ele fez uma pausa procurando as palavras. - Leticya, eu preciso de você, mais do que qualquer um, mais do que como uma amiga! - Lucas falou praticamente gritando com um tom tão calmo, tão amável que eu quase acreditei.

Vi o momento em que Leticya tomou sua decisão, o momento em que uma luz vermelha reluziu brevemente nos olhos de Leticya, o momento em que sua postura de modelo mudou para uma postura ameaçadora, o momento em que ela encarou Dean com tamanha raiva que o fez arfar e curvar-se caindo no chão com uma das mãos na barriga e outra sustentando seu corpo no chão, o momento em que Sam de imediato se pôs do lado do irmão, o momento em que Lucas sorriu presunçoso, o momento em que a voz suave de Leticya mostrando toda sua força proclamou um alto "ok", o momento em que o fogo tomou um leve tom de azul (devo dizer: a cor preferida de Leticya) e prontamente me perguntei se era ela que estava no comando do fogo agora, o momento em que um frio percorreu minha espinha sabendo o que vinha depois dessas mudanças e acontecimentos: Leticya esticou seu braço pousando levemente sua mão na de Lucas.

Os dois desapareceram deixando leves labaredas nos móveis, queimaduras no chão, e eu, Sam, e Dean atonitos.

- O lado das trevas... - Sam disse depois de alguns minutos silenciosos. - Ela o achou.

- Então é isso. - eu disse mordendo os lábios com lágrimas nos olhos - Minha melhor amiga é do mal, e eu vou ter que enfrentar uma guerra sem ninguém?

- Você tem nós. - Sam disse e ele e Dean se aproximaram de mim, estranhamente carinhosos. Senti como se fossemos dar uma grande abraço triplo.

Sorri por um breve momento.

- É, mas eu não quero lutar contra minha melhor amiga em uma guerra. Eu não posso. - Sentei na cama derrotada.

- Eu não acredito que aquela... - Dean parou de falar após eu lhe lançar um olhar bem ameaçador, eu me sentia obrigada a defende-la. - Ela teve coragem de fazer isso com você... Comigo!

- Com você? - Esbravejei. - Você disse que ela não era nada para você! Você a magoou! E não diga que não sabia que ela ia ter essa reação por que você sabe que ela n ã o é e u. - Falei pausadamente.

- A culpa é minha por ela ter aceitado viver feliz para sempre com o seu ex? - Dean esbravejou.

- Da para os dois pararem? Vai acontecer um novo apocalipse e vocês estão tentando achar um culpado? - Sam esbravejou calando a mim e Dean.

- Tem razão. - Falei e Dean concordou com a cabeça.

- Nós precisamos de ajuda. - Sam falou.

- Eu vou tentar chamar Cass... - Dean falou enquanto ia em direção a porta, quando ele a abriu lá estava Cass com sua típica cara séria e seu sobre-tudo tão lindo.

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- Creio que vocês ja sabem da novidade. - Cass falou enquanto entrava no quarto apressado e se colocava em pé em minha frente.

Todos assentimos.

- O céu inteiro já sabe, e se o céu sabe, os caras maus também já sabem.

- Vocês tem tipo uma TV em tempo real? - Dean perguntou falando tão sério que não contive uma risada baixinha que foi calada com a resposta de Cass:

- Mais ou menos isso.

- Ok... Então vocês estavam me assistindo? - Perguntei incrédula.

- Bom... Sim. - Ele falou fazendo uma careta, ou tentando sorir.

- Por que? - Sam perguntou.

- Por que nós já sabíamos que a escolha estava em suas mãos, nós sabíamos da profecia e entendemos ela, assim como eu acho que você - Ele apontou para mim. - também já entendeu.

Fiquei em silêncio, como ele sabia tudo isso meu Deus? Opa... Será que Ele também sabe?

- Eu só entendi metade. - Me defendi dos olhares incisivos em volta de mim.

- Comece a explicar. - Dean disse sentando-se ao lado de Sam na cama de casal.

- "Do amor entre raças uma garota nasce." Essa garota é Stephanie.

"Da vingança de Lucifer um garoto também." Esse garoto é Lucas que foi criado para destruir todo o mundo.

"A escolha a ser feita chegara um dia" Essa escolha era a sua Stephanie, a que você fez hoje.

"Querendo ou não, um caira pelas mãos da divina." Você é a divina Stephanie, e Lucas já caiu nos braços das Trevas.

"Iniciando uma guerra pelo rancor" Lucas iniciou uma guerra pelo rancor de não ter sido O escolhido.

"Poderá no final ser tudo vencido pelo amor?" Essa frase é óbvia o bastante.

- Uau. - Deixei escapar inteligentemente da minha boca. - A culpa é toda minha?

- Não, a sua escolha está correta.

- Você sabe quem eu escolhi? - Perguntei constrangida.

- Eu sou um anjo, eu conheço profetas. - Cass falou afirmando minha pergunta.

- Leticya adora visões do futuro e... - Minha voz foi perdendo o tom e Cass soube o porque.

- As escolhas de Leticya também irão mudar o destino de tudo, inclusive do mundo Stephanie. Você precisa trazê-la de volta. A profecia já foi lançada.

- Outra? - Sam se pronunciou.

- Qual? - Perguntei.

- Você tomou todas as decisões certas Stephanie, cabe a Leticya decidir agora, a profecia é sobre ela, e só cabe a ela contar a você.

- Ela já sabe? - Dean perguntou.

- Não. - Cass respondeu e sentou-se na cadeira de ferro próxima a porta.

O lugar tomou um silêncio tão pesado que eu não me surpreenderia se o teto e as paredes desmoronassem, o que aliás era tudo o que eu queria agora.

- O que a gente vai fazer? - Dean perguntou olhando diretamente para Cass, que olhou para mim, e logo todos olhavam esperançosos para mim, como se eu fosse madura o suficiente para decidir o destino do mundo!

- Por que eu tenho que decidir? - Perguntei.

- Você precisa decidir Stephanie, você não esta entendendo... O mundo conta com você, você precisa organizar essa guerra, mandar nela! - Cass falava aumentando o tom da voz a cada palavra, quase ouvi o hino dos estados unidos no fundo e uma enorme bandeira atrás, como em discursos de presidentes.

- Então eu vou lutar. - Levantei o nariz e assumi minha posição. - e querendo ou não, Leticya vai voltar.

Dean, Cass e Sam ficaram estranhamente alinhados, um do lado do outro em minha frente.

- E o que você vai fazer pra ela voltar? - Dean perguntou.

- O que eu farei? - pensei um segundo - Eu conheço seus pontos fracos, eu conheço ela, eu sei persuadir e não do jeito mulher-maravilha. - Ri e continuei. - Eu vou usar minha inteligência.

- Você devia casar com essa garota. - Cass sussurou baixinho para Sam e me olhou discretamente, o que me pareceu uma indireta. Sam sorriu e Dean revirou os olhos.

- Você precisa se aperfeiçoar. - Dean falou de repente sério e cruzou os braços

Não tinha pensado nisso.

- Bom, eu posso te ensinar a lutar. - Sam se pronunciou.

- E eu a usar os poderes. - Cass disse.

- E eu vou fazer o que? Ficar parado comendo e olhando ela treinar? - Dean bateu pé.

- Eu bem que gostaria de fazer isso. - Falei rindo, e Dean deu uma leve risada.

- Você fez 16 anos, não? - Dean perguntei e gesticulei que sim com a cabeça. - vou te ensinar a dirigir.

Sorri em resposta.

- Preciso ir. - Cass desapareceu antes que pudessemos falar qualquer coisa.

- Te vejo amanha... - disse olhando para o teto, na esperança de que ele ouvisse.

PDV Leticya

Os meus pensamentos borbulhavam e ferviam, olhar para Dean só desencadiou toda a raiva que haviam em mim.

Ergui minha mão e a pousei na de Lucas, depois disso, quando pisquei os olhos eu estava em uma suíte realmente linda, ela era toda marrom escuro passando por todas as cores até chegar ao branco.

A madeira da cama era marrom claro, os lençois brancos, as poltronas marron escuro, o chão era de um marrom arenoso, o tapete redondo era completo de circulos redondos brancos e tons de marron. A parede era um tom mais escuro que o chão.

Avistei uma porta e larguei da mão de Lucas para ir até lá, abri e vi o banheiro todo preto e branco, a enorme banheira era preta, a pia branca, o chão era preto, e a parede era de azulejos brancos, o enorme espelho que tapava toda a parede lateral era tão brilhante como uma estrela.

Voltei ao centro do quarto e tive que admitir: Era bem melhor que o que eu estava.

- É lindo. - Falei enquanto me virava para onde eu achava que Lucas estaria, a provaveis dois metros de distância. Me enganei.

Ele estava bem perto de mim, suas mãos puxaram minha cintura para perto do seu corpo, minhas mãos instintivamente foram para onde seu peito estava.

Ele levantou levemente minha blusa até a altura do meu umbigo.

- Luc... - Não consegui terminar a frase.

A boca sedenta de Lucas alcançou a minha. Eu nunca havia me sentido daquele jeito, milhões de borboletas na minha barriga, assim como em todo meu corpo, apostavam corrida.

Enrosquei meus braços em volta do seu pescoço o impedindo de parar aquele beijo, eu queria mais, eu queria ele.

Eu não entendia como, mas a luxúria em mim era tanta que o empurrei (com uma força sobrenatural) para a parede mais próxima.

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Parei o beijo e puxei sua cabeça para trás puxando-lhe o cabelo da nuca para sugar seu pescoço, eu queria uma marca minha no seu corpo.

Ele subiu minha blusa totalmente e a tirou, eu não me importava mais. Eu não me importava com mais nada, eu apenas o queria loucamente. Procurei sua boca com a minha e aprofundei com todas as minhas forças aquele beijo insano.

Quando suas mãos frias alcançaram o fecho do meu sutiã eu acordei de uma possível transe.

Tirei suas mãos de mim e andei alguns passos para trás.

- O que você fez comigo? - Perguntei estreitando os olhos.

- Você que fez. - Ele apontou para uma marca no seu pescoço um tanto quanto avermelhada.

Corei.

Ele veio lentamente até mim novamente grudando seu corpo no meu e desta vez me colocando contra a parede.

- Eu não quero isso. - Falei enquanto ele beijava meu pescoço, e eu não estava mentindo.

- Você já está aqui.

- E eu posso sair daqui. - Relembrei-o e ele instantaneamente parou e foi em direção ao banheiro furioso.

Recoloquei minha blusa e fui até o banheiro onde ele estava apoiado sobre a pia.

- O que você quer que eu faça na guerra? - Perguntei apreensiva.

- Eu preciso que você cuide da Stephanie.

- Defina "cuidar". - Falei abrindo aspas com os dedos.

- Eu preciso que você mate ela Leticya. - Ele falou segurando minha cabeça entre suas mãos.

- O QUE? - Berrei o empurrando com tanta força que ele caiu dentro da banheira, não contive uma pequena risada. - Desculpa. Eu não vou matar ela, Lucas.

- Você prefere ficar com ela que não pensou um segundo para te trocar pelos Winchester a mim? Que sempre fui seu melhor amigo! Eu divia estar bravo com você, você sumiu me deixando sozinho. - Ele inundou seus olhos com lágrimas.

Seus olhos eram cinzentos, como um céu tempestuoso.

Não contive um peso na consciencia e a raiva da Stephanie.

- Eu a odeio por isso. - Falei olhando para o chão.

- Ela me roubou de você. - Lucas falou.

- Mas... - Quis rebater e não soube como.

Novamente a ira tomou conta de mim.

- Eu a odeio por isso, também. - Falei mais alto.

- Ela quer me tirar de você. Ela aparece nos meus sonhos me pedindo para não deixá-la Lele.

- Como ela pôde? Eu odeio ela! - Gritei e me assustei após cacos de vidro voarem por tudo que é lado do banheiro.

Eu havia quebrado o espelho.

Depois do momentâneo choque paralisante saí do banheiro me apoiando na cama e pensando no que eu havia dito e feito. Era verdade? O que estava acontecendo comigo?

Assim que Lucas se pôs totalmente fora do banheiro falei alto e rapidamente um singelo "Vou tomar banho." Tudo parecia tão diferente agora.

Tranquei a porta e liguei a torneira da água quente.

Fechei os olhos enquanto pulava em cima da pia me sentando nela.

- Nada disso devia ter acontecido. Eu não devia estar aqui... Devia? - Fiz uma pausa esperando a resposta que eu sabia que não viria. - Mas que droga, o que esta acontecendo comigo?

Abri os olhos e me deparei com tanto vapor que saí de cima da pia e toquei na água para me certificar que não estava fervendo, ela estava morna.

Aquilo não era vapor, era neblina.

- Porque tem neblina em um banheiro? - Perguntei a mim mesma andando novamente até a pia.

Em frente a ela uma neblina verde pairava tomando a forma de um homem.

- Mas oque...? - Falei e não consegui terminar pois assim que a neblina "andou" até mim, tocou no meu braço.

Arrepios de medo e de frio me rodearam por completo. Olhei para o chão ainda paralisada e vi pequenas gavinhas pretas se enroscarem na minha perna, subindo até a minha cintura, trevas.

A névoa chegou perto do meu rosto o que me fez pensar por um segundo que ele iria me beijar, mas então ele sussurrou na minha orelha esquerda:

De veteri populo puer natus

Hodie enim est spes.

Per magicas autem malum

Corde benignitas.

Malo permotus

Defendere aut occidere, novissimus eros.

E como se na outra orelha ele estivesse sussurrando depois de cada frase:

De um povo antigo nasceu a criança

Para nos dias de hoje ser a esperança.

Com a magia, veio a maldade

Com o coração, a bondade.

Influênciada pelo mal

Matar ou proteger, a escolha final.

No fim daquela... coisa, avistei as gavinhas de trevas na minha mão, dançando entre meus dedos, esperando meu... Comando?

- Vão! - Gritei antes de minha mente processar, aquilo apenas saiu... Como um mecanismo de defesa, ou como se algo tivesse tomado conta de mim.

Não sei o que eu esperava com isso, eu não sei dizer se meu braço se ergueu ou eu o ergui. As gavinhas foram correndo em direção a fumaça esverdeada que se dissipou junto com as gavinhas. Após disso a dor chegou em mim, onde elas passaram eu sentia dor. Cai de quatro no chão do banheiro de olhos fechados.

Era como se mil agulhas estivessem brincando de pega-pega na minha pele, reprimi um grunhido de dor e depois de alguns agonizantes segundos a dor se esvaiu, como se nunca estivesse existido.

- O que está acontecendo comigo? - Refiz a pergunta de minutos atrás para mim mesma.