Jessica's P.O.V.

É lógico que Joanne não poderia terminar a noite sem um de seus showzinhos.

Eu e Tyler ficamos calados e ela perguntou de novo:

–E então? Não vão contar para a gente?- ela que estava atrás de Meri, massageando o seus ombros, inclinou a cabeça dando um sorrisinho triunfante para mim.

Meri fez uma expressão surpresa mas que não chegava nem perto de desconfiança do que estava realmente acontecendo.

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Como no mundo Joanne saberia disso tudo?

–É... Então, lembra que Susie te contou que eu estava fazendo aulas de dança? Acho que já devo ter me esbarrado na sua irmã por lá algum dia.- meu coração parecia se contrair dentro do meu peito com aquelas palavras tão indiferentes, mas eu sabia que era o melhor que ele poderia dizer.

–Acho que não foi bem esbarrão, vocês até competiram juntos.- ela tirou o celular do bolso e mostrou uma foto minha e do Tyler na nossa primeira competição juntos que Carmen havia tirado. E é lógico que ela postaria no site da Academia.

Joanne estendia o celular para quem quisesse ver. Tyler fechou os olhos e respirou fundo, Meri olhava para ele com a testa franzida, Joanne olhava para mim com um olhar acusatória e mamãe olhava para mim com um olhar preocupado. Eu já tinha vivido essa cena antes, porém antes nada daquilo tinha fundamento, dessa vez tinha muito mais do que devia.

Eu vi que Tyler não falaria nada e que isso tornaria tudo ainda mais estranho, então eu teria que mentir:

–É... Pois é, eu dancei com ele algumas vezes mais o máximo que eu sabia era que o nome dele era Tyler. Quantos Tylers há em Londres mesmo?- eu dei uma risadinha nervosa e a sala suspirou aliviada.

–Que coincidência, Jessie. - Jen falou fingindo surpresa para me ajudar e eu continuei:

–Quando no mundo eu iria saber que o Tyler que eu dancei seria o Tyler noivo da minha irmã?- Meri deu um sorriso sincero para mim e meus ombros pareciam querer que eu me arrastasse pelo chão.

–Que mundo pequeno,não?- estava nítido em sua voz que Joanne não tinha engolido nada daquilo.

–Jessie, acho que o temporal parou um pouco, já dá para nós irmos.- Daniel disse e eu quase o agarrei no meio da sala.

Peguei minha bolsa e começou os "tchaus"

–Tem certeza que vocês não querem dormir aqui?- minha mãe perguntou pela milésima vez.

–Eu vou está aqui amanhã de novo,mãe. Não se preocupe.- eu dei um beijo em sua bochecha.

Joanne nem se deu o trabalho de se despedir e foi um favor que ela me fez.

Só faltava Brian, Tyler e Meri para dar tchau. Brian me deu um abraço e beijou minha bochecha e quando eu estava prestes a ir para a Meri, ele sussurrou no meu ouvido:

–Depois eu quero saber o que está acontecendo. De verdade.- eu olhei para ele com uma cara de dúvida.- Você sabe muito bem do que eu estou falando.

Eu andei até a Meri e ela me abraçou forte. Eu só queria desmoronar ali.

–Eu estou tão feliz que você veio, mas estou tão triste que você vai embora. Se você não aparecer amanhã , eu nunca mais falo com você.-ela fez um biquinho que me lembrava quando ela pedia minhas bonecas emprestadas quando éramos pequenas.

–Eu vou vim, Meri- eu queria ao máximo adiar o momento seguinte. Tanto porque aquela seria a última despedida com ele e também porque eu não queria olhar para ele nunca mais.

–Foi um prazer te encontrar de novo, Tyler. - eu frisei bem o seu verdadeiro nome. E ele me puxou para um abraço aparentemente, aos olhos dos outros, amigável, mas que eu sabia que não era bem assim.

–Obrigado- ele sussurrou baixinho na minha orelha- Por não ter falo nada.

–Não fiz isso por você, fiz pela Meri.- eu segui seu tom de voz e me afastei rapidamente do seu abraço.

–O prazer foi meu.- a voz dele parecia triste mas não tinha o que eu pudesse fazer.

–Cuide bem dela.- eu apontei para Meri. Depois de tudo que aconteceu era o mínimo que ele poderia fazer.

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Jen, Dan e Ryan já tinham se despedido de todos quando andávamos em direção aos carros.

–Se precisar de alguma coisa ou conversar é só me ligar.- Ryan deu um beijo rápido na minha testa e eu só queria chegar em "casa", tapar os ralos e chorar até eu me afogar nas minhas próprias lágrimas.

Eu nunca fui o tipo de garota que chora demais ou dramática. Quando isso acontecia realmente eu estava mal. Eu tinha posto confiança demais no Tyler e foi como se meu mundo tivesse caído de uma hora para outra. Era muita coisa para assimilar.

Jason era Tyler. Tyler era o noivo da minha irmã. Tecnicamente, a amante que Meri estava preocupada era eu. Marc e Susie sabiam de tudo desde o começo.

Como nada pode dar certo na minha vida?

Eu fiz menção de entrar no banco do motorista e Dan arrancou a chave da minha mão:

–Agora não...- ele ordenou e eu apenas assenti com a cabeça sentando no banco de trás. Jen ficou no carona.

Eu sabia que eles estavam doidos para encher meus ouvidos, Dan até tentou, mas Jen lançou um olhar sério para ele e eu a agradeci mentalmente por isso.

Se fosse para ser bombardeada de perguntas melhor que fosse em um lugar em que minhas opções não fossem apenas responder todas elas ou me jogar de um carro em movimento.

Ficamos em silêncio até passarmos pela porta do apartamento de Danny:

–Jessie, tá tudo bem? Você tá muito calada. -Jen pôs uma mão no meu ombro.

–Eu só preciso refletir um pouco , vou trocar de roupa e dar uma volta. - eu tirei meus saltos e caminhei até minha mala com minhas roupas.

–Tem certeza que você quer sair sozinha nesse estado?-Dan se jogou no sofá sem tirar os olhos de mim.

–Eu estou bem, gente. Sério.- eu entrei no banheiro, tirei meu vestido, coloquei uma calça moletom e um casaco ambos pretos para combinar com a minha aura no momento. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e peguei meu celular. - Eu volto logo.

Andei por um caminho que eu tinha feito por muito e muitos anos. Disquei um número decorado no meu celular e depois de dois toques a pessoa atendeu e eu disse:

–Por que no final eu sempre acabo sozinha?- minha voz estava embargada e a pessoa do outro lado da linha respirou fundo.

–Jessie? O que aconteceu?

–Você tá em casa? Posso passar aí?-eu quase implorei e minha visão já estava embaçada.

–Qual mãe viraria a cara para o seu filho quando ele precisa?