Damon no País dos Sem Whisky
Capítulo 5 - Críquete Com a Rainha
Achei muito curioso isso de pintar as rosas de vermelho, além da Elena, claro, e comecei a me aproximar bem a tempo de ouvir um: “Cuidado, Cinco, não jogue tinta em mim!”.
- Posso perguntar, por favor, por que estão pintando essas roseiras de vermelho? – eu educadamente me aproximei e perguntei.
- Por que esses idiotas nos fizeram o favor de plantar rosas brancas. – Elena me respondeu. Delicada como a original – A Rainha odeia rosas brancas, ela quer rosas vermelho-sangue, então temos que pintá-las antes que descubra.
- Damon Salvatore – estendi educadamente a mão para ela apertar, cumprimentando-a
- Elena Gilbert, futura Sra. Klaus Mikaelson. – ela se apresentou – Não que isso seja uma coisa boa.
Era a hora. Isso seria difícil, sim, eu sei. Mas eu prometi ao Stefan, e não é como se ela fosse mesmo a Elena. Isso é um mundo alternativo debaixo da terra, mesmo que exista um sol aqui, e não a minha amada realidade na superfície. Não é como se eu fosse ficar aqui, e de uma forma ou de outra, ela é a futura Sra. Klaus Mikaelson, nem o Stefan tem chance! Isso me dá vontade de rir e chorar ao mesmo tempo.
- Hum... Conhece o Chapeleiro? – comecei... Como eu ia fazer isso?!
- Stefan? – seus olhinhos brilharam, e ela sorriu bobamente – Você tem um recado dele para mim?
- Sim... – limpei a garganta desconfortavelmente – Tenho um recado...
- Vamos! – ela incentivou – Me diga!
- Ele disse... Que te ama e... Não desistiu de você... – como isso doía em mim...
- Sério? – ok, isso nem tanto. Ver Elena feliz me fazia feliz, de alguma forma – Oh, estou tão feliz! – ela começou a girar por entre as roseiras – O amo tanto!
Talvez ela fosse falar mais algo, talvez não, mas de repente uma das cartas começou a gritar “A Rainha! A Rainha!” e todas elas se jogaram no chão. Elena somente abaixou a cabeça, me puxando para o seu lado e pedindo para eu fazer o mesmo.
Primeiro, chegaram dez soldados carregando clavas: eles eram todos iguais aos jardineiros, retangulares de achatados, e uma delas estava até marcada. Depois, vinham dez cortesãos, e, por favor, não atribuam malicia a isso. Eles estavam todos ricamente adornados com diamantes. Rainha rica.
Ok, cansei de narrar isso. Veio umas criancinhas, um pessoal que eu não conheço, e entre eles aquele coelho estranho. Mas nada de esquilos ou whisky. Mas o príncipe e futuro marido de Elena, Klaus, estava lá. E então a coroa do rei, e o próprio rei. No final do cortejo, lá estava à rainha. Ela era estranhamente familiar, hum... E o filho dela se chama Klaus...
A Rainha parou ao passar por mim. Eu sei que sou maravilhoso, de parar o transito, não precisam falar nada, nobres leitoras.
- Quem é você? – ela falou arrogantemente, empinando aquele nariz plastificado dela.
- Sou Damon Salvatore. – me inclinei respeitosamente, quando na verdade eu deveria ter dito “Sabe, não dói ser educada às vezes não...”. Sou um amor mesmo.
- E quem são esses? – ela apontou para os jardineiros atrás de mim, cobertos de tinta.
- Seus jardineiros, talvez... – respondi, mas ela me ignorou. Caramba... E Elena nem estava mais aqui para ser delicada que só ela, mas sim tediosamente ao lado do seu noivo.
- O que estavam fazendo aqui? – a Rainha perguntou. Eu nem mesmo sei o nome dela!
- Aparando as rosas, Vossa Majestade, para te servir – uma das cartinhas gaguejou
- Tragam-me a estaca! – ela gritou. COMO?! ESTACA?!
Para a minha sorte, o cortejo continuou normalmente, e ao passar por mim, Elena me puxou para perto dela.
- Agora não saia de perto de mim, ou vai arrumar problemas! – ela ralhou – Esse é meu futuro esposo, Vossa Alteza príncipe Klaus Mikaelson, segundo na sucessão ao trono.
- Damon Salvatore – estendi a mão a ele, que ao contrário de sua mãe, era educado e me cumprimentou de volta.
- Seja bem vindo ao reino. – ele desejou. Ok, não achei ele tão ruim assim, pelo menos por enquanto.
A mãe dele, pelo contrário, achei detestável. O cortejo continuou, mas os jardineiros foram empalados. Cruel, não estavam fazendo nada, mas quem sou eu para falar?
O cortejo parou aos pés de um jardim amplo, todo gramado, e a Rainha virou-se para mim:
- Sabe jogar críquete?
- Bem... – não queria jogar críquete com ela, mas e o meu medo da estaca? – Sei sim.
- Então... Tomem seus lugares! – ela gritou para o pessoal, que rapidamente, mas muito desorganizados, foram tentando achar o lugar onde deveriam ficar.
Na verdade, nunca vi campo tão estranho. Parecia perfeitamente gramado de longe, mas de perto era cheio de saliências, buracos e valas. As bolas não eram bolas, mas ouriços, e os tacos, flamingos, ambos ainda vivos. E os arcos eram, na verdade, alguns soldados curvados no chão.
E era realmente difícil de jogar. Quando eu conseguia esticar o pescoço do flamingo o suficiente, o ouriço já tinha fugido. E os soldados-cartas estavam sempre trocando de posição. Menos com a Rainha. O flamingo da Rainha estava sempre esticadinho, o ouriço paradinho e as cartas em seus lugares sem mexerem... Uma fibra? Algo assim. Isso me fazia pensar se o flamingo e o ouriço não era tratados a base de whisky, mas quem sabe tinham medo da estaca também...
Ninguém jogava muito bem, e era muito confuso. Por várias vezes a Rainha bateu o pé de pediu pela estaca. Metade da população daquele lugar deve ter morrido naquela tarde. Eu fiz o máximo para não discutir com a Rainha, não iria morrer de graça assim... Mesmo que as cartinhas não fossem páreo para mim.
- Hum, e como está sendo esse joguinho, doçura? – uma voz conhecida falou. Ah, a minha amiguinha gatinha enganadora. Já estava com saudades dela!
- Uma chatice, querida. Ninguém aqui sabe jogar. – sorri para ela – Preferia jogar com você. Ao menos seguíamos as regras.
- Hum, desse jogo, realmente... Quanto a outros... – ela sorriu com uma lembrança qualquer – E o que achou da rainha Esther? – aleluia, finalmente sei o nome da rainha!
- Nada de especial – bufei tediosamente – Meio arrogante, talvez...
- Quem está ai, queridinho? – mais uma me chamando assim?... Quer dizer, a rainha Esther perguntou.
- Só uma... Amiguinha minha...
- Não gostei dela – o rei comentou – Talvez desse um bom ensopado de gato. Mas a deixo beijar minha mão.
- Prefiro não beijar – Katherine ronronou.
- Não seja impertinente e aceite tal honra! – ele ralhou – Esther, gostaria que se livrasse... Disso ai!
E a rainha fez o de sempre, chamou a estaca. Ela não sabia que estacas são muito assustadoras e perigosas? Por que não um “cortem-lhe a cabeça!”? É muito mais seguro!
- Eu mesmo vou buscar a estaca! – o rei correu para o castelo, enquanto Katherine continuava preguiçosamente deitada em um galho na árvore.
Eu já não esperava sair tão cedo dali. Era um lugar tão doido... E eu não achava os tais esquilos, e muito menos o meu whisky! Acho até que é melhor desistir e só me concentrar mesmo em achar a saída daquele lugar tão doido... Enfim, é o que eu vou fazer...
Quando o rei voltou, e com uma terrível estaca cinza nas mãos, Katherine, com um sorrisinho vitorioso, simplesmente sumiu no ar.
- Ora, onde está a maldita? – a rainha Esther se perguntou – Simplesmente sumiu no ar!
- Que tal deixarmos isso para lá? – tentei sugerir, e para a minha sorte, Elena veio ao meu socorro.
- Isso mesmo, Vossa Majestade, não tínhamos uma julgamento para hoje? – ela me ajudou, que bonita! – Uma senhorita, Rebekah, acredito, que trouxe whisky clandestinamente para o reino?
- Exatamente... – ela suspirou – Vamos lá, então, para o tribunal.
Espere! Whisky? Oh, por que eu não desisti do whisky logo de cara? Por que fui me meter nesse lugar estranho e arrumar problemas? Eu sabia, um dia a bebida iria me matar!
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