Num piscar de olhos, Romeu já tinha derrubado Eduardo no chão e o socava com toda sua força.

- Fica. Longe. Da. Minha. Namorada! – Ele gritava pausadamente enquanto o socava.

Eu estava apavorada e por mais que eu pedisse para que eles parassem, eles não me ouviam. E eu não tinha a força suficiente para separar os dois.

Felizmente, a secretária da escola ouviu meus gritos e veio com dois professores para separá-los.

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Ela começou a dar um sermão neles, mas Romeu a ignorou, deu as costas e saiu andando para casa, visivelmente furioso.

Eu corri atrás dele, mas ele continuava andando cada vez mais rápido.

- Romeu, da pra você me ouvir, por favor? – Eu pedia.

Ele me ignorou e continuou andando, vermelho de raiva.

- Não foi culpa minha, ok? – Falei, em esperanças de que ele entendesse. - Quando eu percebi, o Eduardo já estava me beijando!

- E você não fez nada para impedir, né? – Ele murmurou entre dentes, sem olhar para mim.

Eu fiquei sem saber o que falar na minha defesa.

O segui até em casa e ele fechou a porta do nosso quarto na minha cara.

- Romeu! Pelo amor de Deus, para de dar chilique! – Eu gritei.

Todos logo deixaram de assistir TV e vieram ver o que estava acontecendo.

Até Tadeu, o “amigo” de Gabe, estava lá.

- Foi o Eduardo que me beijou! Eu não retribuí, ok? – Gritei de novo.

Helena e Joanna se encararam e arregalaram os olhos quando entenderam o que havia acontecido.

- Será que você não confia em mim? – Perguntei, desanimando.

Bufei e encostei a cabeça na parede, quase desistindo.

De repente, a porta do quarto se abriu e a próxima coisa que senti foram os lábios de Romeu nos meus.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo urgente.

- É claro que eu confio em você. – Ele suspirou com a testa apoiada na minha. – Eu só não confio nele, Julieta.

- Mas, você confiar em mim já é o suficiente. – Fiz ele olhar para mim. Naquela altura do campeonato, eu já não ligava mais por a gente estar discutindo a nossa relação na frente dos nossos amigos. – Porque desse jeito você sabe que eu nunca vou deixar ele fazer nada comigo. Aquele beijo... Me pegou desprevenida.

Ele suspirou mais uma vez e concordou comigo.

- Ok galera, o show acabou. – Romeu disse.

- Ah, tava tão legal. Foi que nem assistir a um filme. – Gabe comentou e Tadeu concordou com ele.

- Aliás, o que esse menino ta fazendo aqui? – Romeu perguntou para Gabe.

- Er... Ele veio aqui... Ahn... – Gabe gaguejou.

- Conhecer o Ruffles! – Tadeu exclamou, como se aquilo tivesse surgido em sua mente. Então, ele pegou Ruffles e começou a acariciá-lo.

- Isso mesmo, ele veio conhecer o Ruffles. – Gabe disse. – Ele adora cachorros, sabe...

- Aham, claro. – Romeu fingiu acreditar, pegou a minha mão, um pacote de cookies e me puxou para o sofá.

Como todos estavam sem nada para fazer, nos acompanharam. Menos Helena que foi estudar, como sempre.

Tadeu se sentou do lado de Gabe e ficou acariciando Ruffles no seu colo.

- Ok, o que nós vamos assistir? – Perguntei, enquanto tomava a coragem para dividir meu pacote de cookies com Romeu.

Joanna estava passando os canais e deu um pequeno grito quando viu que o primeiro episódio da terceira temporada de Glee estava passando na Fox.

Tadeu ficou confuso com toda a nossa animação, então Gabe logo explicou metade da história de Glee para ele.

- Então basicamente, não se assuste se a gente gritar a cada cena Finchel, Klaine ou Brittana que aparecer. – Ele disse, fazendo Tadeu rir.

Lá para o meio do episódio, o meu pacote de cookies já estava acabando. E, quando eu fui pegar o último, Romeu o pegou primeiro.

- Ah não! – Reclamei. Ele riu da minha cara e me deu o biscoito.

- Quer saber? – Romeu disse. – Eu só vou te chamar de Cookie agora. Vai ser seu novo apelido.

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Eu sorri e concordei. Era bem fofinho.

Quando o episódio acabou, Tadeu disse que tinha que ir para casa e que conversava com Gabe depois.

- Ai meu Deus... – Gabe suspirou depois de se despedir de Tadeu. – Eu to apaixonado, gente.

- Yay! – Joanna se animou e fez um hi-five com Gabe.

- Próximo desafio: Fazer ele gostar de mim também. – Gabe disse.

- Acho que isso não é muito difícil de acontecer, Gabe. – Comentei.

Romeu PDV

Eu aproveitei que Julieta havia saído com a minha irmã para tentar tocar violão, mas quando eu comecei a tocar os primeiros acordes, Gabe entrou no quarto.

- Romeu, eu posso te pedir um favor?

- Depende... – Botei meu violão de lado e franzi a testa, estranhando. Gabe quase nunca me pedia nada.

- Ah, esquece. Isso é muito estúpido. – Gabe falou e foi saindo do quarto, mas eu o puxei e insisti que ele contasse. – Tudo bem... É que... Como você é todo pegador e tals... Eu achei que... Bom, você poderia me ajudar a conquistar ou me declarar para o Tadeu.

Eu fiquei encarando Gabe por alguns segundos e depois comecei a gargalhar desesperadamente.

- Ai meu Deus... – Eu disse, limpando minhas lágrimas de tanto rir. – Eu não acredito que você ta me pedindo isso...

- Nem eu. – Ele rolou os olhos e ia saindo de novo, mas eu o fiz se sentar na cama e concordei em lhe ajudar.

- Então, eu acho que você não precisa conquistar ele. – Falei e ele ergueu uma sobrancelha, em dúvida. – Ta na cara que ele ta caidinho por você, Gabe.

- Claro que não! De onde você tirou isso?

- Cara, confia em mim. Eu sei dessas coisas. – Falei, precisamente.

- Se você diz... – Ele sorriu com a ideia.

- Então, eu acho que você deveria se declarar pra ele. Mas não de um jeito ridículo como “Eu te amo. Fica comigo pelo amor de Deus”. – Expliquei. Eu realmente estava sentindo orgulho de mim mesmo. Que nem um professor, sabe? – Você pode falar que gosta muito dele e que queria que a amizade de vocês se tornasse um algo a mais. Entendeu?

Ele assentiu, prestando toda a atenção.

- Agora vem treinar comigo. – Sugeri.

- O quê?!

- Ué, qual o problema? Finge que eu sou o Tadeu e se declara pra mim.

Ele riu de mim, mas acabou aceitando.

Gabe se levantou e ficou de frente pra mim.

- Pega na minha mão. – Falei.

Ele olhou pra mim, confuso e eu fiz um olhar incentivador.

Pegou na minha mão, olhou nos meus olhos e começou a falar:

- Eu queria que você soubesse que... Eu realmente gosto de você. Eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, mas... Eu sinto que nós daríamos muito certo juntos. Então... O que você acha de ser meu namorado?

- Er... Eu volto mais tarde. – Ouvimos a voz de Rafa vindo da porta e vimos ele nos encarar, assustado. Rapidamente larguei a mão de Gabe e voltei para o meu violão como se nada tivesse acontecido.

- Ahn... – Gabe começou a dizer depois que Rafa saiu. – Isso foi embaraçoso.

- Muito embaraçoso. – Concordei. – Mas você foi muito bem, Gabe.

Ele sorriu e me deu um abraço.

- Obrigado pela ajuda, Romeu. Você é como um irmão pra mim.

- Ok, ok. – Eu ri. – Agora para de viadagem e vai se declarar pro Tadeu, vai!

Ele riu e saiu do quarto, saltitando.

Fiquei muito feliz em ter ajudado Gabe. Realmente fiquei.

Mas não vão pensando que eu virei gay! Eu tenho uma namorada muito linda para provar, ok?