Desta vez não fui jogada de cara num chão duro encoberto por névoa fria. Ah, não. Fui jogada de cara num mármore branco, reluzente, duro e frio. Espera um pouco aí...Mármore branco?! Isso só pode significar...Ih, ferrou.

–Olá, srta. van Peur. Que surpresa inesperada, você caindo no nada do meu telhado.

–Oi Will. Sabe como é, só estava passando por aí, como da última vez.

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–Como da última vez. –Ele concordou. –Quer ajuda?

–Não, não. Posso me levantar sozinha. Viu? Já de pé.

Eu estava bem ciente dos seus olhos vermelhos fixos em mim. Que ele podia estilhaçar minha garganta em um segundo. Que eu estava sendo impertinente. E principalmente de que eu estava ali sozinha, e ele queria que eu ficasse para sempre.

–Vejo que você mudou.

–Um pouco. Você também. –Percebi com surpresa que ele vestia preto e uma música soava ao fundo. Uma... O QUE?!... punk?! O galante Will passando por uma fase “rebelde”? Se eu não estivesse vendo e ouvindo, não acreditaria.

–Quantos anos tinha quando apareceu aqui?

–Dezoito.

–E agora, quantos tem?

–Vinte... e dois. Mas porque...

–Mudou bastante. –Eu conhecia aquele olhar na face dele, ah droga. –Está mais bonita.

–Que?! –Digo, corando e meio estupefata. Uma vozinha dentro de mim falou “Sério?”, não era Andy, era eu mesma. Que horror. –Olha, Will, prazer te ver, mas não tenho tempo a perder. Thau. –Me direcionei para a porta.

–Não pode ir. Quero que fique.

O que fazer para enganar um vampiro galanteador? Bem, eu posso participar desse jogo... por enquanto.

–Vou ficar. Mas só um pouco. –Sorri.

Estava feito. Bastava jogar charme, fingir cair nas graças dele e então... Espero que vampiros durmam, desmaiem ou que dê para cortar a cabeça deles fora.

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Talvez seja um fato infeliz, talvez feliz, mas Will perdeu a cabeça. No melhor dos sentidos, infelizmente. Ah, descobri que vampiros apagam sim. Apagam pura e simplesmente de prazer.

Uma marca de perfuração no pescoço, este foi o preço. Depois de beber meu sangue, ele apagou, corado e com um sorriso no rosto. Sempre ficava assim depois de beber sangue? Duvido muito, ou já teriam enfiado uma estaca nele. Então era meu sangue? Ah, tanto faz, a marca ia sumir mesmo.

Não fiquei esperando para ver se ele ia demorar acordar. Escapuli pelo portão do reino e segui até encontrar a placa negra. Demorou um tempo, mas consegui.

Eu aperfeiçoara bem meu inglês. Mas tinha outro alguém vindo ver a placa. Segurei a espada com firmeza.

–Van Peur! Que faz aqui?

Jay. Era só ele. Parecia ter o cabelo negro maior e estava bem mais amistoso.

–Só de passagem. –Respondi, como se fosse normal me ver ali. –Vai duelar com o Will?

–Vou.

–Melhor voltar. Ele está meio... ocupado. –“É, ocupado sonhando com meu sangue.”

–Deu sangue pra ele não foi?

–Que? Como é que você sabe? –Pergunto surpresa.

–Posso ver as presas dele no seu pescoço. –Ele apontou rindo.

–Ah, droga.

–Diga para ele morder mais embaixo na próxima. –Sugeriu.

–Não vai ter próxima.

–Então, já que ele está apagado e estamos aqui, não quer lutar comigo? Prometo que pego leve.

–Não, obrigada. Vi seu “pegar leve” uma vez. Não tenho tanto sangue pra perder e nem muito tempo.

–Tudo bem, mas da próxima vez que te ver não vou deixar passar fácil.

Quis repetir “Não vai ter próxima.” Mas achei melhor ir logo. Lutar com ele seria uma péssima ideia. Eu não teria nenhuma chance, nem Sebastian o vencera. Mass talvez ele precisasse perder para sair desse vício em lutas. Ou eu poderia nunca enfrentar ele e deixar para outro fazer isso. Assim me parece melhor.

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Segui caminho. Aquilo tudo me surpreendia. Primeiro, o lugar para o qual eu não queria ir e tenho de dar um jeito em Will. Depois, Jay, todo cavalheiro e mais divertido, ao que me pareceu. Quem eu veria pelo caminho agora? Nick?

Eu teria de chegar até meu destino para ver. Apenas mais um “dia” de caminhada solitária. Se Andy estivesse comigo, poderíamos jogar conversa fora como se não houvesse amanhã. Afinal talvez não houvesse mesmo.

Uma das raras vezes em que sinto falta da minha Guardiã irritante e divertida. A super protetora e preocupada Andy, ás vezes dando uma de mãe, outras de irmã e algumas não raras de companheira de pequenas aventuras.

Pensar nela me ajudou a dormir.