D.N.A Advance: Nova Ordem do Século

A Redenção de um Companheiro


CAPÍTULO 147

A garota voltou para o quarto com a câmera em mãos. Como ela esperava, Paulo havia roubado mais dinheiro da sua mãe. Lucas também assistiu ao vídeo. Não foi muito difícil pegá-lo com a boca na botija. Ela pensou em mostrar o conteúdo primeiro para a mãe, pois tinha receio do irmão querer destruir a filmadora ou a prova material do delito.

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― Eu vou esconder isto pra mostrar para a mamãe quando ela chegar.

― Nossa, nunca pensei que o Paulo voltaria a fazer coisas horríveis. Mia sempre disse que quando se conheceram no digimundo, eles estavam em lados opostos. Eu não o critico pois também estive do lado de lá.

― Está acontecendo alguma coisa. Ninguém muda tanto em tão pouco tempo. As pessoas precisariam de fortes motivações ou experiências para mudar o caráter. Sabe do que falo? ― Lucas negou. ― Falo daquele tal de Leo. As ações dele são muito suspeitas. É como se alguém estivesse usando-o para levar o meu irmão para o lado mau.

― Não está dizendo que há alguém por trás do Leo?

Lúcia foi até a cômoda, pegou seu celular e mandou uma mensagem por whatsapp para Jin. O japonês logo mandou outro recado informando que ligaria depois de pesquisar sobre a vida de Leo.

Horas depois...

― Alô, Jin?

― Lúcia, achei algo interessante. A mãe desse Leo era uma ex-traficante brasileira. Traficava drogas no Rio e era procurada pela Interpol. Mas, antes disso, ela era prostituta nos anos 80. Depois virou traficante no final dos anos 90. Era bem barra pesada. A mulher desapareceu em 2004, quando ainda era foragida. Nesse meio tempo, o Leo já havia nascido.

― Interessante. Porque ela não é procurada?

― Dizem que foi recrutada por uma pessoa denominada Daregon. Ela mudou de rosto, fez cirurgias plásticas e mudou de nome.

― Como soube disso?

― Pus o nome atual dela, Ivone, no Google e baixei uma foto. Eu a vi antes. Depois botei no meu grupo do Face e em poucas horas uns brasileiros que conheciam tanto dela como da história me contataram. Adivinha o verdadeiro nome dela. Maria Aparecida Silva Souza.

― Obrigada Jin, é o suficiente.

― Espero que isso ajude a pôr o Paulo no eixo. Esses dois, mãe e filho, são barra pesada.

― Obrigada mais uma vez. Tchau. Como eu suspeitava.

― O quê?

― A mãe do Leo é uma bandida e o próprio filho também. Preciso avisar ao Paulo o quanto antes.

― Ele não vai te dar ouvidos. Vai dizer que é intriga.

― Tem razão. Vamos pensar num jeito para salvar o meu irmão dessa gente.

...

EMPRESA GENETECH

― Seu lixo. Pensa que enganaria quem, investigando o senhor Matsunaga? ― chutava Honda, um homem cuja ambição foi sempre crescer dentro do laboratório. Era o braço direito do empresário e também um cientista.

― Não, não é o que parece. Eu não sou o cabeça por trás dessa situação. Trabalhei nisso, mas não por conta própria. Eu juro que fui contratado para espionar o doutor.

Os seguranças de Ryuu capturaram um detetive particular que estava sempre de campana atrás de saber os podres do vilão. Claro que era um possível motim contra o multi-milionário.

― Fala isso para o senhor Matsunaga quando ele chegar ― disse Honda.

O homem ficou sentado no sofá, dentro do escritório do chefão, assistindo à tortura que os seguranças faziam no rapaz. Mesmo ele confessando que foi contratado, Honda não teve pena e mandou os homens continuarem a chutá-lo.

Matsunaga entrou no próprio gabinete, retirou o casaco, colocou-o num closet, colocou a maleta sobre o birô e foi preparar um drinque de uísque com gelo. Aproximou-se, ainda bebericando o líquido, do pobre rapaz ferido. Pediu o tablet que estava na mão de Honda. Ali estavam todas as informações do detetive.

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― Gali Murat. Indiano, mas vive aqui no Japão desde os cinco anos. 22 anos, um metro e setenta, olhos castanhos, cabelos pretos. Signo... Caramba, é um verdadeiro dossiê sobre você aqui em minhas mãos ― Matsunaga cutucava o rapaz com a bengala. ― Olha só, quer ser jornalista. Profissão perigosa e que desperta muito ódio dos criminosos.

― Se... Senhor Matsunaga... Eu juro que falo a verdade. Eu fui contratado pela internet...

O chefe dos seguranças e os outros três ficaram observando o rapaz falar.

― Eu não fazia ideia de que o senhor era tão poderoso. Poupe-me a vida, por favor.

― Bom, acredito em você. Dizem que o futuro do mundo são os jovens. Mas ser sincero o salvaria de uma punição? ― ele pegou a pistola que um segurança deu. ― Tem algo a dizer?

― Por favor...

Matsunaga apontou para o rapaz ferido, mas atirou na perna do próprio chefe da segurança. Os demais ficaram impressionados.

― Senhor Matsunaga... Por que fez isso?

― Você sabe o porquê ― deu o tiro na outra perna.

― Não fui eu. Juro que estou dizendo a verdade!

― Por que fez isso, hã? Tentar me chantagear? Acha mesmo que eu acreditaria nessa história da carochinha de que esse moleque me chantageava? Eu sempre fui desconfiado até mandar hackear o número de IP, contas telefônicas e emails. Você não me conhece, eu tenho poder. Eu tenho poder! Seu safado ― Matsunaga chutava o homem que já estava deitado ensanguentado.

― Perdão, senhor. Perdão.

― Peça perdão a Deus quando estiver com o pé no purgatório ― Matsunaga gastou o pente inteiro no traidor. ― Isso é para todos vocês. Se estiverem dispostos a morrer, traiam-me.

Matsunaga se retirou para uma reunião de emergência que teria. Honda pediu que os outros três levassem o cadáver e o detetive para bem longe dali. Ele suou frio ao ver a execução de alguém que o chefão confiava.

...

MANSÃO MATSUNAGA

Ako foi pega em flagrante quando Nakawa a viu dentro do quarto do próprio Ryuu. A mulher desconversou, mesmo assim não convenceu a governanta.

― Se precisa de algo contra o seu próprio pai, sugiro que vá ao laboratório fazer isso. Mesmo assim, não terá o que investigar, porque lá também tem muitos seguranças.

― Eu sei que você, velha rabugenta, esconde segredos cabulosos que o meu pai guarda. Tá, já sei, vai correndo até ele contar o que fiz. Típico de uma puxa saco.

― Não sou eu quem tem complexo de fracasso nesta casa.

― Fala isso mais uma vez ou eu te bato, velha metida ― disse a megera levantando a mão para a empregada, porém parou por aí. ― Não passa de uma empregadinha.

― Cuide-se ― disse Nakawa se retirando.

― Maldita. Droga, é uma pena que o papai matou o chefe da segurança Senna. Ele estava quase me dando todas as informações que eu queria.

...

À noite, Kari foi visitar a amiga, Sora. Depois da ex-cunhada se separar, elas nunca mais tiveram uma conversa entre amigas. O objetivo da visita era saber se Piyomon era o digimon misterioso que o poderoso cientista tanto queria. Numa oportunidade, a digiescolhida da luz conseguiu escanear a digimon da amiga.

― Que é isso? ― perguntou Sora.

― É um novo brinquedo que tem no mercado. Ele escaneia, e, via internet wi-fi, conseguimos as informações do que e de quem escaneio. Olha, apareceu a Piyomon... alvo errado ― respirou aliviada. Fez a mesma coisa com Tailmon e Patamon. Nunca iria entregá-los, mas se algum dos seus amigos estiverem com o digimon certo, ela faria um plano contando tudo. Se caso nenhum for, esqueceria essa história.

― Devia ter trazido a Tailmon.

― Ah, Piyomon. Temos um hóspede e a Tail está contente.

Kari chegou por volta das vinte e duas hora. T.K estava esperando por ela todo cheio de preocupações.

― Onde estava?

― Ué, na casa da Sora. Esqueceu que eu te disse hoje de manhã?

― Não, mas nunca pensei que se atrasaria para o jantar.

― Ah não, cara. Não vem com essa de dar uma de ciúme logo comigo. Fala sério.

― Não é ciúme. Nunca fui, nem sou e nunca serei. É preocupação.

― Está tudo bem ― disse seca.

― Não, não está. Desde alguns dias você finge, mas sei que está com raiva de mim. Alguma coisa aconteceu ou acho que já se encheu de mim.

― Hahaha, o santinho do pau oco. Você é uma pessoa tão prestativa que eu até me assombro. Parece uma Madre Teresa de Calcutá de tão bondoso. Fica preocupado comigo, com outras pessoas.

Takeru não entendeu a indireta da noiva.

― Vamos esquecer isso. Começando tudo do zero ― disse ela. ― Boa noite, querido.

Mesmo assim, Takeru estranhou a reação da mulher. Kari não estava normal.

Passaram-se alguns dias. Impmon ainda continuou como hóspede no apartamento do casal de digiescolhidos veteranos. As rixas com Patamon ainda era frequentes, pois o porquinho voador era muito ciumento com a sua parceira. Tailmon quem o diga. Teve que apartar uma quase briga dentro de casa.

Do outro lado da cidade, BlackTailmon ficava sentada no parapeito do terraço do prédio onde Naomi morava. Como a sacada do apartamento ficava na cobertura, não era tão difícil subir ao topo; mesmo sendo um edifício com quase cinquenta andares. Ela não parava de pensar no dia em que ficou de frente com Tailmon. Parecia uma sina, mas ele sentiu que precisava confrontar a rival pelo menos uma vez.

...

Paulo ficou no portão de casa esperando por Leo. Este chegaria a qualquer momento, visto que combinaram fazer o batismo dele.

O batismo consistia em ajudar o grupo com alguma coisa. Paulo ajudaria os colegas, vigiando na entrada da loja de eletrônicos. A sede por fama e glória lhe subiu tanto à cabeça, que ele nem mais assimilava o que era bom e o que era mau. Ficar de tocaia enquanto os outros furtavam era tão grave quanto furtar.

Lúcia nem quis ser ouvida nesses últimos dias. Desistiu de mostrar à mãe sobre o vídeo para aconselhar primeiro o irmão. Como ele não deu ouvidos, ela finalmente decidiu que quando a sua mãe chegasse, mostraria a prova cabal.

Um carro preto parou bem em frente ao rapaz. Leo abaixou o vidro elétrico e pediu para que entrasse. Paulo o fez.

― Vamos dar as boas-vindas ao Paulo, gente. Até que enfim ele vai provar que está conosco.

― Espero que seja a minha primeira e última vez. Estou muito nervoso.

― Relaxa, parça. Leo aí vai cuidar muito bem de você ― disse o que estava no volante. Os outros três também comentaram.

Leo mostrou uma arma de brinquedo, aí que Paulo se borrou mesmo. Era realmente um assalto à mão armada, mesmo sendo de plástico. Pararam em frente à loja e puseram o capuz. O único que não tinha, adivinha...

― Você fica aqui paradinho. Se vier algum cliente ou cana, manda uma mensagem pra nós. Vigie o carro.

Uma mulher entrou logo depois deles, antes ficou observando Paulo. O celular dele começou a tocar.

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― Alô, Paulo?

― O que é, Jin?

― Não desliga. Você vai entrar numa roubada com o Leo. A mãe dele é uma bandida e ele é o óbvio reflexo dela.

Minutos depois, o alarme da loja soou. Os cinco meliantes correram para lugares diferentes, distanciando-se do carro. A cliente avisou ao gerente que o cúmplice estava lá fora num carro. O homem foi até o jovem e pediu para que ficasse no canto enquanto ligava para a polícia.

― Acho que já entrei numa roubada...

― Espera, não desliga.

Paulo pediu para que o gerente não chamasse a polícia pois era apenas um engano.

A polícia chegou e soube do acontecido. Teve que levar o gerente da loja, Paulo, a cliente que o viu e as atendentes.

Lúcia ligou para o celular de Márcia, que ligou para o celular de Paulo e que um policial atendeu dizendo que o rapaz havia sido apreendido.

― O QUÊ?!!!

O carro dela parou bem em frente à delegacia. Ela viu Paulo sentado numa cadeira e o abraçou.

― Fiquei desesperada! Filho, eles te interrogaram como fazem no FBI? Usaram algumas táticas como fazem com suspeitos de terrorismo? Ai, Cristo, cortaram a língua do meu filho! Fala com a mamãe!

― Quero sair daqui ― disse o adolescente visivelmente abatido. Limpava as lágrimas.

Um policial chamou os dois para o gabinete do tenente-detetive Ichijouji.

Ken Ichijouji estava no caso. O agora tenente da polícia fez cara de espanto quando viu o digiescolhido.

― Conheço você. É o digiescolhido atual?

Paulo apenas confirmou.

― Senhor Ichijouji, vão prender o meu filho?

― Não será necessário. Felizmente, o álibi dele de estar na hora errada e no lugar errado é válido. A testemunha voltou atrás dizendo que se enganou. Mas foi um prazer te conhecer.

― Valeu ― disse ele monossilábico.

Márcia agradeceu a Ken e saiu com o seu filho.

Chegaram. A mulher repreendeu o garoto, mas ele não quis dizer a verdade e correu para o quarto como uma criança. Ela pediu para que a mãe e o pai fossem conversar com ele. Saiu.

Lúcia e Lucas foram para o quarto dele. Seus avós haviam acabado de sair, deixando o adolescente sozinho com os seus pensamentos. Paulo estava deitado de bruços na cama, com um travesseiro sobre a cabeça como se não quisesse ouvir o som de fora. A vergonha era grande. A garota ficou sentada na beirada da cama e perguntou se ele estava bem.

― Agora que eu me dei conta de que fiz coisas terríveis. E por quê? Todo esse tempo eu fui enganado pelo Leo, fiquei cego por não ver as verdadeiras intenções dele. Sinto muito, irmã. Desculpa, Lucas.

― Sem ressentimentos ― disse Lucas.

― Bem-vindo de volta, velho Paulo de sempre. Até que enfim levou um susto para poder cair na real. Mesmo assim preciso que veja isto.

...

Enquanto isso no digimundo, Weiz recebeu uma mensagem em tempo real por parte de Cyberdramon.

― Tenho uma péssima notícia.

― Fala logo, e não enrola.

― O espião falhou na missão. O digiescolhido foi pego pela polícia, foi levado para casa e agora se arrependeu de ter feito coisas erradas.

― Maldito! Como ele pode ter dado uma mancada assim?

― O que faremos?

― Já está na hora de eu voltar para o mundo humano depois de muitos anos.

Weiz desligou a transmissão. Pensou em Ivone e no dia em que a levou para o digimundo. Naquele tempo, ele ainda usava o seu sobrenome de batismo: Daregon.

Continua...