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O retorno do Cavaleiro das trevas


Clark sai do chuveiro prazeroso quando resolve ligar para Lois, que pela hora deveria estar acordando, ou sequer ter dormido.
— Clark?
— Tudo bem? - Pergunta Kent vestindo uma camiseta verde de manga longa antes de sair do banheiro.
— Sim, mas porque está me ligando a essa hora?
— Não te vejo faz quase três dias, esses tipo de ausência faz diferença na minha vida - Lois ri em tom de deboche.
— Acho que arrumei o namorado mais dramático do mundo. Esqueceu que só precisa abrir as asas para vir me ver?
— Não esqueci, mas digamos que estou evitando usar meus poderes - Clark abaixa o tom de voz conforme a frase vai se encerrando.
— Porque está falando baixo?
— Esqueceu que não estou sozinho nesse hotel? Tem o estagiário.
— Verdade. Agora você é uma babá não oficial, mas me conta sobre o que aconteceu, não tivemos tempo pra falar sobre aquilo - Clark não responde - Oi? Ainda está aí? - A linha fica muda.
— Acho que Clark não pode falar agora - Brinca Kent ativàndo a janela do quarto onde Lois estava hospedada.
— E eu achei que não fosse usar seus poderes - Os dois se abraçam e beijam prolongadamente. Tão logo Clark se desvencilha da jornalista e senta na cama para ler um artigo sobre o salvamento de um deficiente na Holanda. Na foto o Superman parecia quase uma figura messiânica de tão grandioso que ficava no enquadramento.
— Todas aquelas pessoas Lois, internados sem prazo para receber alta. E se alguém tivesse morrido? Teria sido minha culpa, assim como o que aconteceu em Metrópolis.
— É isso que você acha? Que a destruição de Metrópolis foi sua culpa? E Zod? E seus compatriotas kriptonianos?
— Não se trata apenas de orgulho Lois, mas de certeza, e não tenho certeza se meus poderes estão em pleno funcionamento ou se voltarão a falhar.
— Então não seja o Superman, veja tudo o que acontece no mundo e sofra sabendo que poderia ter feito alguma coisa a respeito mas só ficou olhando.
— Não posso - Confessa Clark suspirando frustrado ao se levantar em direção à janela do quarto, onde o Sol já revela seu brilho costumeiro do amanhecer.
— O que pretende fazer então?
— Quero entender o que está acontecendo comigo, mas primeiro tenho um evento em Gotham para cobrir - Lois se envolve nos braços de Clark e o beija de forma acolhedora - Te vejo quando o evento terminar.
— Infelizmente não. Vou cobrir uma invasão de uma fábrica abandonada que ocorreu na madrugada de ontem para hoje.
— Não parece grande coisa.
— Igual a você - Afirma Lois rindo da expressão séria de Kent. Assim que pousa no seu próprio quarto de hotel, Clark se esconde atrás de uma cortina ao ver Rayner entrar na sala para procurar alguma coisa no sofá.
— Clark - Grita impaciente - Não precisa sair do chuveiro, não vou te arrancar daí, só me diz onde enfiou o controle - Kyle sai da sala para procurar o controle na cozinha e Clark aproveita para sair do esconderijo e se dirigir em silêncio ao banheiro quando Rayner o encontra no corredor - Não sabia que já tinha saído do banheiro.
— Pois é - Confirma Kent sem reação quando percebe que ainda está de cueca, tratando de cobrindo a cintura com uma toalha aleatória jogada no armário.
— Enfim, onde você deixou o controle?
— Acho que esqueci - Clark entrega o controle a Kyle, que estava em suas mãos o tempo todo, então o jovem senta no sofá para assistir o jornal enquanto Kent prepara seu café.
— Até que o Perry foi legal, liberou muita comida pra gente.
— Ainda bem. Da última vez tive que me contentar com sanduíche de pasta de amendoim com geleia - Comentou o kriptoniano colocando seus óculos ao mesmo tempo que enche uma fatia de pão com frios cortados por Rayner.
— Não acredito - Afirma Kyle largando sua comida no chão para aumentar o volume da televisão.
— O que foi? - Pergunta Clark curioso.
— Ele voltou.
— Quem voltou?
— O Batman. Sabia que ele não tinha morrido como muita gente fala - Declara Rayner boquiaberto.
— Batman? Não é o justiceiro mascarado que age aqui em Gotham? - Questiona Kent se encostando na parede entre a sala e a cozinha.
— Agia até sumir do nada há quase dois anos - Rayner se levanta ansioso e passeia pelo cômodo enquanto fala - Sabe o que a gente podia fazer? Uma matéria sobre o morcego.
— Seria legal, mas já temos o que fazer - Lembrou Clark sentando-se no sofá enquanto Rayner pensa.
— Eu sei, mas você consegue fazer essa matéria sozinho, não precisa de mim. Eu só estou aqui para aprender então, se eu te ajudar com a matéria, teríamos tempo de sobra para focar nessa matéria do Batman - Clark sorri com diversão.
— Pode ser esperto, agora me deixe ver o jornal - Kyle senta no sofá e passa a prestar atenção no noticiário.
" Essa noite foram confirmados onze ataques do Homem Morcego, um aumento espantoso se levarmos em conta os dados de sua última suposta aparição noites antes da destruição de Metrópolis, que foram quatro. As ações do vigilante deixaram a polícia de olho em qualquer atividade suspeita. Nunca vimos um Batman tão violento quanto esse já que dentre suas vinte vítimas, ao menos oito tiveram fraturas sérias na cabeça e a maioria teve ao menos um membro seriamente danificado ou quebrado. Se o Batman tiver realmente voltado, seria isso um favor ou uma preocupação a mais para Gotham? O departamento de polícia de Gotham City não quis gravar entrevista mas escreveu uma declaração dizendo que o retorno do Batman é um assunto delicado de extrema importância para os gothamitas visto que Batman mais do que nunca é um fugitivo da justiça."
— Idiotas - Declara Kyle saindo da sala cheio de indignação - Esse cara já ajudou mais do que o Superman. Em dez anos ele fez a polícia tomar jeito e ir às ruas, fez os criminosos temerem suas ações e deu esperança ao povo dessa cidade. O que o Superman fez além de destruir a cidade que sequer o quer por perto? Diferente desses ingratos em Gotham City - Clark fica em silêncio enquanto pensa em um plano para conseguirem terminar as duas matérias a tempo. Em outro lado da cidade, Alfred coloca uma bandeja em cima da mesa ao lado da cama de Bruce, onde o mesmo ronca bem alto, até Pennyworth puxar os cobertores da cama para si e ver o estado de suas costas cheias de cicatrizes e contusões de diversos graus, além de manchas e inchaços por toda a fronte.
— Pelo visto aproveitou bem sua noite - Bruce desperta verificando o relógio antes de cobrir o rosto com o travesseiro - A garota que fez isso tinha garras e um chicote?
— Por favor Alfred.
— Está em todos os jornais. Nada confirmado, mas todo mundo pensa no óbvio e ao entrar no quarto espero ao menos ver uma dúzia de camisinhas espalhadas pelo tapete, não roupas ensanguentadas e um corpo semimorto - Esclarece o mordomo se afastando de Bruce com os lençois nas mãos.
— Não é o que você pensa - Alegou Wayne se levantando depressa da cama - Vem comigo até a velha caverna e vou te mostrar - Ao entrarem na batcaverna, Alfred percebe uma sétie de mudanças no visual. Haviam mais computadores, além de monitores de calor, amplificadores e resistores sonoros, bem como algumas peças de protótipos de armas espalhados por uma mesa tão grande quanto o chão em que se apoia. Para o espanto do velho, uma série de ferramentas mecânicas de precisão militar estavam penduradas acima dos demais objetos.
— Tenho quase certeza que o senhor me mandou aqui para mais do que uma exibição nada produtiva de um dos homens mais ricos do planeta.
— Foi - Bruce liga o computador principal e mostra ao mordomo uma série de dados contábeis - Aposto como não imaginou. Sim, bati em mais gente que o normal, mas antes disso ouvi um bandido dizer que o dinheiro que havia roubado pertencia a uma instituição de caridade da Wayne Entreprises em parceria com a Lex Corp, dinheiro esse que deveria ter sido depositado nos cofres da instituição. Como isso não ocorreu eles decidiram pegar a grana para si.
— E o senhor quebrou seus braços e pernas.
— Não de todos, apenas um ou outro que tentou esmagar minha cabeça com um tijolo.
— Então a razão de ter voltado à ativa não é simplesmente para tirar o peso da consciência - Sugere Alfred se virando para Bruce cheio de ceticismo.
— Eu pretendia cuidar da minha parceria com Lex Luthor de maneira menos pessoal, mas depois da destruição de Metrópolis usei isso a meu favor. Deixei de ser o Batman, mas nem por isso deixei de lado as ações duvidosas de Luthor. Ele tem muitos contatos com o governo e sme esforço conseguiu reconstruir a cidade e ficar com os destroços da nave kriptoniana para seus laboratórios privados.
— Então voltou à ativa para investigar Luthor?
— Também não. Voltei porque tudo o que acontece nessa cidade tem sido ofuscado pela imagem de Lex e por jornais sensacionalistas que exaltam monstros. Eu voltei para fazer o que tem que ser feito - Alfred se senta na mesa cheia de protótipos armamentícios e dá uma olhada nos projetos.
— Porque comprou tudo isso?
— Não comprei, eu construí. Passei dois anos fazendo tudo isso que vê e muito mais.
— Porque patrão? - Questiona Alfred receoso quanto a resposta.
— Precaução - A noite chega e Lex Luthor deixa Sun Yo arrumar sua gravata antes de se dirigir ao salão principal.
— Como estou? - Pergunta certo da resposta.
— Ótimo como sempre, senhor Luthor - Responde a secretária abrindo um sorriso desconfortado.
— Vamos receber os convidados - Após cumprimentar dezenas de centenas de pessoas, dentre elas médicos, civis e políticos, Lex boceja cansado até avistar Bruce Wayne.
— Bruce, que bom que veio. Achei que teria de buscá-lo eu mesmo.
— Me convenci quando soube que seus amigos das novas nações viriam nos prestigiar.
— Sim. Atlantis e Themyscira disseram que enviariam seus representantes aqui e, lá estão eles - Wayne segue Luthor até um casal, Arthur Curry e Diana Prince, representantes das novas nações.
— Senhor, senhorita - Cumprimenta Lex cheio de simpatia.
— Esse lugar nem é grande coisa - Observou Arthur com ingenuidade, o que fez Luthor perder a compostura.
— Eu adorei, é humilde porém demonstra rigidez - Afirma Diana olhando para as paredes com certa apreciação.
— Obrigado. Exigi isso aos meus projetistas, já que não sou muito bom com esse tipo de construção - Explica Wayne tentando chamar atenção, mas Diana e Curry haviam deixado os dois bilionários para cumprimentar outros convidados.
— Acho que ficou em segundo plano, Bruce - Brincou Luthor passando a mão no cabelo antes de reparar uma bela loira de vestido azul entrar na instituição. Era Clover - Hã, cuide dos outros diplomatas chatos que surgirem, vou dar um passeio.
— À vontade - Exprime Wayne ainda com o olhar em Diana, que era recebida com entusiasmo parcial pelos políticos ao redor.
— Quem diria, senhorita Clover, é muito bom vê-la por aqui embora esperasse outra pessoa - Confessa Lex verificando atrás da jovem se não havia outra pessoa.
— Infelizmente a senhora Waller não pôde vir, mas me mandou em seu lugar para prestigiar seu evento.
— Esse evento não é meu, mas sim das pessoas de Gotham - Clark e Kyle estão separados no salão entrevistando as pessoas tanto a respeito da matéria principal que era a inauguração da filial do Instituto Luthor Wayne quanto acerca da matéria secundária, a suposta volta do Batman.
— Batman? Isso sempre foi um mito convincente que a polícia usou para afugentar os bandidos - Afirmou um senador inconformado com a pergunta. Clark verifica sua caderneta quando percebe que Bruce caminha a esmo pelo salão, e é nesse momento que ele resolve entrevistar o bilionário.
— Senhor Wayne? Se importa em dar uma palavra?
— Vai demorar? - Pergunta Wayne com seus pensamentos longe dali.
— Não muito.
— O que estamos esperando nesse caso?
— Como acha que sua parceria tem afetado a população de Gotham e outras cidades americanas?
— Acredito que de forma positiva. Resgatamos pessoas que precisam de apoio mas terminam sobrando no sistema, levamos essas pessoas em risco para tratar suas necessidades sem cobrar por isso.
— Não é o que temos ouvido a respeito de uma filial em Central City.
— Engraçado, achei que estivéssemos falando de uma pessoa e não de um ser onipotente, porque nesse caso poderia entrevistar o Superman. Ele saberia responder essa pergunta.
— E porque o senhor não pode?
— Primeiro porque não sou o responsável pela manutenção dessas filiais, sou apenas o cara que pagou por elas. Segundo porque o Superman aparentemente é o ser mais poderoso do mundo.
— Ele não é infalível.
— Foi o que reparei esses dias, assim como reparei que ele fracassa e ninguém dá a mínima exceto aqueles que sempre estiveram com os olhos bem abertos. Me perdoe mas para qual jornal você escreve?
— Planeta Diário.
— Pois bem, parece que o Planeta Diário não sabe direito o que a população da cidade deles pensa.
— Queria saber se o Batman se aplica a essa afirmação, já que Gotham parece não querer seu retorno.
— Achei que a entrevista fosse sobre a inauguração - Afirma Wayne impaciente.
— Também estou escrevendo sobre o Morcego.
— Então escreva que Gotham está bem melhor, mas isso não significa que está perfeita nem que fizemos todo o possível para salvá-la, ainda podemos fazer tanto quanto fizemos por Metrópolis - Assim, Bruce deixa Clark sozinho e volta sua atenção ao palco do salão, onde Lex se prepara para fazer seu pronunciamento.
— Primeiramente gostaria de agradecer a presença de todos e dizer que estamos no caminho para a construção de um mundo melhor. É pelas pessoas menos favorecidas que meu amigo Bruce Wayne e eu iniciamos esta parceria, e assim nos comprometemos com a integridade e avanço dos processos sociais e filantrópicos. É uma pena que o Superman não tenha conseguido comparecer, mas espero sinceramente que ele possa se reunir comigo qualquer dia para termos uma conversa aberta a respeito do futuro da cidade que tanto amamos. Sei que não estamos exatamente um a favor do outro, mas espero que o diálogo seja sempre a medida que leva a raça humana à evolução da mesma forma como eu evolui bastante graças a tudo o que aconteceu. Receio que devam estar cansados da minha voz e como não paguei ninguém para ouvir uma hora de discurso e terminei roubando a vez de Bruce, fiquem à vontade e aproveitem a festa.

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