Uns dias se passaram e Hermione continuava procurando casas na Itália. Estava decidida a ir mesmo que isso não deixasse Clara feliz. Ela poderia ficar triste, mas estaria segura e ao seu lado. Isso que importava no momento.
Hermione cansou de procurar no computador e foi dar uma volta na rua. Draco não estava em casa, ele levou Ethan até a casa dos pais, pois o menino queria ver sua avó.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Hermione saiu de casa e foi procurar um lugar para comer. Estava com muita fome, pois ficou horas na frente do computador. Quando ela entrou no estabelecimento, se deparou com Jacob, que sorriu ao vê-la. No mesmo pé que entrou, ela saiu ao vê-lo.
O homem saiu do local e foi atrás dela. Quando se aproximou, a puxou para um lugar sem ninguém e a colocou contra a parede.
— Me solta!
— Não precisa ficar agressiva. Não vou te machucar.
— Não interessa o que você vai fazer! Eu quero ir embora agora! Me solta! — falou alto.
— Que pena. Ia te contar as coisas que sei...
Hermione ficou em silêncio.
— E o que sabe?
— Você não queria ir embora? — perguntou sarcástico.
— Fala logo!
— Sei que vocês escondem uma coisa poderosa dentro de casa.
— Não sei do que está falando...
O homem sorriu.
— Sabe sim. Ela a sua cara. — Sorriu, maroto.
Hermione engoliu em seco.
— É sua filha, não é?
— Não te interessa!
— Eu sei que é. Vi quando um velho treinava ela.
— Como viu isso?
— Quando eles estavam do lado de fora da casa. Vi ela fazer uma magia muito esquisita... Sei que ela não é uma bruxa qualquer.
— E?
— Você não quer que eu conte para todos o que tem em casa, não é? Porque pelo visto ela está escondida...
— Está me ameaçando?
— Depende do ponto de vista, querida.
— Pra mim é ameaça.
— Entenda como quiser. Eu só acho que você não vai querer que eu denuncie, não é?
— Você não faria isso — disse nervosa. Ele falou logo de denúncia! Como ela inverteria o jogo?
— Tem certeza? O que eu perderia com isso? Acho que só você tem a perder, não é?
— E o que ganharia denunciando?
— Hum... Nada também, mas posso ganhar sem denunciar.
— O que quer dizer?
O homem se aproximou.
— Fica comigo que eu não falo nada dela para ninguém.
Hermione ficou em silêncio.
— Te dou um tempo para pensar, mas não muito sabe? Não sou muito paciente...
Foi embora deixando uma Hermione completamente assustada e nervosa. Merlin! Ela tinha que ter feito o que Clara disse! Ligou para a filha e contou tudo que aconteceu.
— Mãe você tinha que ter falado...
— Eu não consegui, Clara... Fiquei muito nervosa e ele falou logo de denúncia.
— Quando o ver de novo diga.
— Tudo bem.
— Você consegue, mãe.
As duas desligaram. Clara ficou parada em pé com o celular nas mãos. Estava pensativa.
— Aconteceu alguma coisa?
— Preciso da sua ajuda.
— Pra que?
— Preciso dar um susto em alguém.
Enrico ficou em silêncio a olhando meio assustado. Seu olhar estava diferente...
— Pode me ajudar?
— Como?
Clara mexeu no celular e pelo GPS conseguiu ver onde Hermione estava.
— Me leve nesse local. — Entregou o celular ao loiro.
— Não fica muito longe daqui, mas você não acha perigoso sair?
— Não. Eu preciso fazer isso.
— Ok...
Os dois saíram de casa e foram até o local. Ficaram em um beco perto de onde antes Hermione estava. Era um restaurante e estava bem cheio.
— Você sabe quem é pelo menos?
— Sei. Ele vai passar aqui daqui a pouco.
Enrico estava assustado com o jeito de Clara. Nunca viu ela assim antes...
— É ele — falou quando um homem saiu do restaurante. — Quero que se esconda lá em cima. Ele não pode te ver.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Enrico olhou para onde ela apontou. Tinha uma escada de ferro que dava para o último andar de um prédio. Não era muito alto.
— Vai!
O loiro subiu as escadas correndo e ficou lá de cima escondido olhando Clara. A menina esperou o homem se aproximar e quando passou por ali, o agarrou pela roupa e o empurrou para a parte de trás do beco. Enrico engoliu em seco.
— Que...? — parou de falar ao ver Clara.
— O que pensa que está fazendo ameaçando minha mãe?
O homem ficou em silêncio a olhando por um momento.
— Não ameacei ninguém...
— Mentiroso! — falou alto e o cara deu um passo para trás.
— Fica calma, garota. Eu nem te conheço, deve estar me confundindo com alguém...
— Eu marquei bem seu focinho — falou com raiva.
Jacob engoliu em seco. Em um momento loucura, ele tentou correr e parou bruscamente quando as latas de lixo entraram na sua frente cercando seu caminho. Ele olhou Clara, que estava séria.
— Não terminamos a conversa ainda.
— Por favor, não me faça nada...
— Não farei se deixar minha mãe em paz.
— Tudo bem, não chego mais perto dela.
— Se chegar eu vou saber.
— Ela vai te contar, é claro.
Clara se aproximou dele e percebeu que chegou a tremer.
— Ela não precisa me contar.
O homem sentiu um frio na espinha ao olhar os olhos dela.
— Juro que não vou mais procurá-la.
— E se alguém souber disso aqui eu vou te encontrar e não vai ser um encontro agradável como esse. Entendeu?
— Sim. Pode ficar tranquila! Vou deixar sua mãe em paz e nunca ninguém vai saber de você. Vou sair do país.
— Que ótima notícia! Espero que faça uma boa viagem!
Jacob balançou a cabeça rapidamente.
— Claro. Posso ir agora?
— Hum... Pode. — As latas de lixo se mexeram sozinhas de novo dando espaço a ele, que levou susto e engoliu em seco. — E não esqueça do que me prometeu.
— Nunca esquecerei.
Ele passou por ela lentamente e quando estava fora do beco, começou a correr pela rua como louco. Estava apavorado com o que aconteceu.
Clara respirou fundo e encostou na parede. Em pouco tempo Enrico estava parado em frente a ela. Estava sério.
— Que foi?
— O que deu em você?
— Como assim?
— Não parecia você quando estava falando com ele.
— Acha que exagerei?
— Muito!
Clara desviou o olhar.
— Só queria proteger minha mãe...
Enrico suspirou e a abraçou.
— Vamos pra casa.
A menina concordou. Já estava escurecendo e os dois caminhavam pela rua. Enrico estava um pouco confuso com o que aconteceu. Nunca viu Clara daquele jeito e o olhar dela... Chegava a dar arrepio lembrar de como ela olhou aquele cara. Qualquer um ficaria com medo...
Chegaram em casa e os pais dele ainda não haviam chegado. O telefone tocava e Enrico correu para atender.
— Alô?
— Filho sou eu.
— Oi mãe.
— Está tudo bem por ai?
— É claro. Estamos nos comportando.
Clara deu uma risadinha.
— Que bom. Meu filho vamos chegar tarde hoje. Não deixem de comer e por favor, cuidado com essa menina!
— Como assim mãe?
— Não quero problemas com o pai dela, então use camisinha.
— Mãe!
— Meu filho quero que se proteja, só isso.
— Tá bom mãe vou desligar!
— Beijos.
Enrico desligou o telefone com raiva. Que coisa!
— Que foi?
— Meus pais vão chegar tarde hoje.
— Só isso?
— Só.
Clara cruzou os braços.
— Minha mãe e suas preocupações, só isso.
— Ok.
— Vou tomar um banho. Quer ir comigo?
A menina sorriu.
— Por que não?
Enrico sorriu largamente. Os dois tomaram um banho quente e demorado. Aproveitaram que estavam sozinhos. Quando saíram do banheiro, foram jantar.
Enrico reparou que Clara passava a mão no pescoço por trás volta e meia.
— Está tudo bem?
— Sim...
— Tem certeza?
Clara concordou e continuou comendo. Enrico suspirou. Ela estava tão estranha... Os dois arrumaram o que usaram na cozinha. Clara lavava a louça e Enrico arrumava a mesa. Quando o loiro terminou, foi ajudar Clara. Ele secava a louça.
O loiro pegou o ultimo copo da mão de Clara e quando encostou na mão dela, se assustou.
— Clara...
— Que?
Ele se aproximou e colocou a mão na testa dela.
— Você está fervendo!
— Eu estou bem. — Se afastou um pouco dele.
— Não tenta me enganar! Você está queimando de febre. — Se aproximou e segurou o braço dela pra que não saísse de perto. — Merlin! — Passou a mão no rosto dela e ficou assustado. — Melhor você deitar um pouco.
A menina concordou. Enrico subiu com ela para o quarto. Clara deitou na cama e ele a cobriu com o cobertor. Agora ela estava pálida e fez ele ficar mais preocupado ainda.
— O que você sente?
— Calor. Posso tirar a coberta?
— Claro. — Ajudou ela a tirar. — O que mais? — Fez carinho no rosto dela. Parecia estar mais quente do que antes.
— Só preciso ficar deitada...
— Clara eu nunca vi ninguém tão quente como você está agora... Vou ligar pra sua mãe.
— Não! — Segurou o braço dele. — Eu estou bem, Enrico. Isso vai passar.
— Passaria se fosse uma febre normal! — Puxou o braço e saiu do quarto sem dizer mais nada.
Clara ficou deitada respirando rápido. Não queria que seus pais a vissem. Estava sentindo algo muito estranho dentro de si. A menina trincou os dentes com força e apertou um pouco o lençol da cama. A respiração dela aumentou e o calor estava quase insuportável.
— Clara...
A menina abriu os olhos ao ouvir a voz preocupada de seu namorado. O loiro a olhava com medo e ao segurar sua mão se assustou. Estava mesmo quente. Muito quente.
— Vou buscar um termômetro.
O loiro saiu do quarto de novo e Clara começou a ficar nervosa outra vez. Merlin! Por que ele tinha que sair? Em pouco tempo voltou e colocou o termômetro embaixo do braço dela. Clara segurou firme a mão dele.
— Sua mãe está vindo.
Um som baixo fez Clara pular. Enrico se aproximou e tirou o termômetro dela. O loiro ficou paralisado olhando o pequeno aparelho.
— Que foi?
— Isso é impossível!
— O que?
A campainha tocou antes que ele pudesse responder. O loiro desceu as escadas correndo e abriu a porta. Hermione estava ali.
— Cadê ela?
— Está no meu quarto.
— E seus pais?
— Vão chegar tarde hoje...
Os dois subiram as escadas e seguiram para o quarto. Hermione se aproximou e tocou Clara, logo em seguida tirou a mão dela. Estava literalmente fervendo.
— Meu Deus!
— O que? — a menina perguntou.
— O termômetro deu quase 50 graus...
Hermione arregalou os olhos.
— Vamos dar um banho nela agora!
— Mas eu já tomei banho... — resmungou enquanto Enrico a tirou da cama.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O loiro a levou até o banheiro e a colocou em pé. Clara foi para o lado e ele a segurou.
— Você vai ter que me ajudar.
Enrico arregalou os olhos quando Hermione disse isso.
Hermione se aproximou e começou a tirar a roupa de Clara. Enrico continuou parado a segurando para que não caísse. Hermione deixou a menina de roupa intima e pediu para Enrico a ajudar a colocar no box. Quando lá dentro, ele teve que ficar segurando Clara, que volta e meia ameaçava cair. Estava ficando mole e parecia delirar agora.
Hermione colocou o chuveiro no gelado e ligou a água. Clara apertou os braços de Enrico com força e fechou os olhos fortemente. O espelho do banheiro estourou e Hermione se afastou, pois, alguns pedaços bateram nela.
— Você está bem? — Enrico perguntou.
— Sim. — disse nervosa. Estava apavorada com Clara.
Ela se aproximou e colocou a mão no rosto de Clara. Continuava fervendo mesmo com a água gelada.
— Clara você está me ouvindo?
A menina acenou.
— Vou chamar o Albern.
— Por favor... — pediu em um sussurro.
Hermione saiu do banheiro e Enrico continuou a segurando debaixo do chuveiro. A água que batia nele estava muito gelada, mas Clara estava tão quente que quando a água batia nela, ficava quente também.
Hermione mandou uma coruja para ele e pediu urgência em ir até ali. Claro que deu o endereço. Depois de mandar a carta, ajudou Enrico a tirar Clara de dentro do box. Estava toda molhada, mas parecia mais quente do que antes.
Agora ela estava ameaçando desmaiar e Hermione sentia vontade de chorar ao ver sua filha naquele estado. Enrico a pegou no colo e levou até seu quarto, o loiro a colocou deitada na cama e trocou a roupa dela. Hermione não conseguia, estava muito assustada.
— Onde está o Draco? — Enrico perguntou colocando um short em Clara.
— Está com os pais dele — respondeu chorando.
— Não é melhor avisar? — A olhou.
Hermione olhava Clara. Estava com os olhos cerrados e mexia a cabeça lentamente de um lado para o outro.
— Não consigo... — sussurrou.
A campainha tocou e os dois deram um pulo. Enrico desceu e abriu a porta. Era Albern.
— Entre.
Os dois subiram as escadas e chegaram ao quarto de Enrico. O homem se aproximou da cama e sentou ao lado dela. Clara virou a cabeça na direção dele.
Hermione chorava silenciosamente e não tirava os olhos de Clara. Enrico segurou firme a mão dela. Hermione o olhou.
— Pode avisar o Draco pra mim? — perguntou passando a mão nos cabelos dele.
— Claro. — Saiu do quarto.
— O que ela tem?
— Aconteceu alguma coisa hoje?
— Como assim?
— Posso ficar a sós com ela?
— Ela vai ficar bem?
— Sim, mas preciso ficar a sós com ela.
— Tudo bem. — Saiu do quarto e seguiu para a sala. Enrico estava lá escrevendo uma carta para o Draco.
— O que aconteceu?
— Ele pediu para ficar a sós com ela.
O loiro ficou uns segundos olhando sua sogra e depois voltou a escrever no papel.
No quarto, Albern tentava fazer Clara falar, mas ela não conseguia.
— Fez algo diferente hoje?
Ela acenou um sim.
— Coisa ruim?
De novo acenou um sim.
— Menina... Fez mal a alguém?
Clara hesitou, não tinha machucado ninguém só assustado...
— Não fez?
Ela levantou os ombros.
— Machucou alguém?
Clara acenou um não.
— Alguém viu o que fez?
Ela acenou um sim.
— Quem?
— En... En..
— Já entendi. Vou chamá-lo.
O homem saiu do quarto e apareceu na escada. Os dois levantaram do sofá.
— O que ela tem?
— Venha comigo, garoto.
— Ela está bem?
— Preciso que me responda umas coisas.
Enrico franziu a testa.
— Albern...
— Ela vai ficar bem, senhora Malfoy. Espere um momento e já te explico, tudo bem?
— Ok.
Enrico subiu as escadas e entrou no quarto. Clara parecia cada vez pior... Como ele fala que ela vai ficar bem?
— O que ela fez hoje?
— Como assim?
— Quem ela fez mal?
— A ninguém.
Clara gemeu e o olhou.
— Você precisa me contar o que ela fez.
— Ela não fez mal a ninguém! Só deu um susto.
— Um susto? Como foi isso?
Enrico olhou Clara e ela acenou fracamente para que ele contasse. O loiro contou tudo que viu ao homem.
— Pode voltar pra sala.
— Por quê?
— Preciso conversar com ela.
— Mas...
— Por favor.
Enrico suspirou e saiu do quarto.
O homem se aproximou de Clara e deslizou a mão na testa dela. Clara respirou fundo e sentiu que a temperatura abaixou rapidamente. Agora respirava melhor e conseguia se mexer sem dor.
— O que você fez, menina?
— Eu queria proteger minha mãe...
— Você a protegeu, mas da forma que fez...
— O que?
— Deixou as trevas entrarem em seu coração.
Clara arregalou os olhos.
— O que? Não...
— Ameaça não é uma coisa que um ser da luz faz.
Os olhos dela se encheram de lágrimas.
— E agora?
— Eu não sei.
— Eu não quero ser do mal, Albern!
— Então não seja.
— Mas e essas trevas?
— Vai ter que ser forte e controlá-la ai dentro. — Apontou pro coração dela.
— Não tem nenhum jeito de tirar isso de mim?
— Não que eu saiba.
— E tirar os poderes?
O homem ficou em silêncio a olhando surpreso.
— Acabaria com os poderes para não ser do mal?
— Sim.
— Tem um jeito.
— Qual?
— Morrendo.
Clara engoliu em seco.
— Mas eu quero um jeito em que eu fique viva.
— Oh, mas não é morrendo de não voltar.
— Como assim?
— É como se você fosse ao outro lado e voltasse.
— Tipo uma experiência de quase morte?
— Talvez...
— Como faço?
— É muito arriscado, querida.
— Eu não ligo. Como faço?
— Você tem muita coragem, mas não posso permitir isso.
— Você não tem que permitir! Ou é isso ou algo ruim vai acontecer — disse séria.
O homem desviou o olhar.
— Temos que falar com seus pais primeiro.
— Que droga! Eles não precisam saber!
— Mas se você morrer? E aí?
— Ué... Morri com a febre. Eles não precisam saber.
— Não está sendo egoísta?
— Como pode falar isso? Estou falando que morro para não ser do mal e fazer coisas horríveis com as pessoas.
Albern ficou pensativo. Ela tinha razão.
Fale com o autor