Já estava na hora de contar a Charlie. Mas isso demandava preparação. Fiz seu prato favorito, especialidade da vovó Swan e eu simplesmente estava enjoada demais para comer. Charlie entrou já salivando e devorou tudo em seu prato enquanto eu brincava com a comida no meu.

—Bells, esse prato é muito elaborado pra fazer do nada. O que aconteceu? – Charlie me conhece bem demais.

—Pai... – eu começo, com o coração acelerado – Nem sei como dizer... Você vai ficar decepcionado comigo.

—Bells, o que aconteceu? – Charlie estava com as sobrancelhas unidas, preocupado.

—Quando Edward esteve fora, eu, bem, Jake e eu nos envolvemos brevemente. O que eu estou querendo dizer é que eu estou grávida e Jacob é o pai.

—Isabella! – ele nunca me chamava assim – Como pode ter sido tão irresponsável?! Ainda é tão nova, tantos planos pela frente, filhos deveriam vir bem depois... E como aquele Jacob ousa engravidar a minha filha?!

Charlie levantou puto da vida indo em direção a porta. Sua respiração acelerada e passos apressados. Sabia exatamente o que ele iria fazer. Pegar a arma e ir atrás de Jacob, ele não estava pensando racionalmente.

—Pai, a culpa é minha e dele. Mas vai dar tudo certo. Só deve nascer depois da formatura. Vou terminar a escola e depois que o bebê crescer um pouco, vou para a faculdade. A do Alasca, que eu mais me interesso, me aceitará sem duvidas.

—Ah, Bells – ele me abraçou mais relaxado e calmo – Minha menininha vai ser mãe.

—Estou com medo – confesso pela primeira vez em voz alta – Não sei ser mãe.

—Ninguém nasce sabendo, Bells. Você vai aprender – ele acaricia meus cabelos e os beija. Charlie não costuma ser tão carinhoso.

—Espero que sim – sussurro de volta.

—Não vou dizer que estou saltando de felicidade, Bells, porque não estou. Mas vou te apoiar, Bella.

—Obrigada, pai - ele beija meus cabelos.

—Você tem que contar pra sua mãe.

—Ela vai pirar – sorrio de volta. Se Renée era contra casar cedo, filhos então... – Vou ligar agora mesmo.

—E como Edward está com relação a isso? – Charlie me pergunta quando estou subindo as escadas.

—Estamos lidando com isso, mas ainda estamos tão juntos quanto antes.

—O garoto impressiona – Charlie resmunga da sala e eu prendo o riso. Nem com toda a situação Charlie muda de lado.

Renée surta ao saber. Por ela pegaria um avião e viria até aqui agora mesmo. Contei que apesar de estar com Edward e o amar com todo meu coração, Jacob era o pai, minha mãe ficou um pouco confusa mas não fez perguntas indiscretas. Ela insistiu que deveria vir imediatamente, mas repeti umas mil vezes que não era necessário e ela disse que viria para formatura a tempo de me ver grávida.

—Charlie aceitou bem a ideia de ser avô – Edward me abraço e mexe em meus cabelos – Está imaginando um mini Jacob ou uma versão dele de saia correndo pela casa.

—Ele reagiu bem até – sorrio aliviada – Todos os que importam sabem. O resto saberá com o tempo.

—Já pensou em nomes? – ele pergunta.

—Alguns... Mas ainda é muito abstrato. Sei que é um menino, mas preciso esperar mais um pouco. Mas eu sei que eu quero que Anthony seja seu nome do meio.

—Bella, tem certeza? – ele me olha indagador.

—Claro. Jacob iria reclamar muito se fosse Edward – ele gargalha com gosto, sabendo que é verdade. – Nem sei se você quer, mas, Edward, eu quero que faça parte disso. Estamos juntos e não quero que se sinta a parte nem por um segundo.

—Não ficarei, prometo – ele me beija de leve.

Edward começa a murmurar a música de ninar e é impossível não ficar sonolenta imediatamente. Não há o que explique, mas conforme seus dedos gelados fazem desenhos imaginários sobre minha barriga ainda plana, eu caia no sono.