(In Memories KO-TO-WA-RI)

O clima na sala de jantar onde estavam Michiyo, seu pai e Yuki era pesado, para a jovem lupina as palavras que haviam saído da boca de Albert eram afirmativas sentenciosas enquanto ele encarava Yuki com os orbes em fúria.

– Yu...

Antes que o nome do rapaz saia da boca de Michiyo seu pai se transforma diante de seus olhos, mas não no lupino de quatro patas que ela conhecia e sim em um lobisomem de pêlos rubros e acinzentados, Albert chuta a enorme mesa sobre o jovem que pula para não ser esmagado contra a parede, mas o lobisomem pula e o pega no ar utilizando uma agilidade impressionante, sua pesada mão segurando-o como um boneco, ele pressiona Yuki contra o chão, o jovem ainda tenta lutar, mas o poder do pai de Michiyo era surpreendentemente surreal.

– Meu senhor!

Vários servos da mansão adentram o recinto armados e outros transformados de modo que ao verem seu senhor com alguém sob suas patas o cercam em cobertura, assim como fazem o mesmo com Michiyo.

– Eu me lembro de você! O garoto que atacou a mansão junto àqueles terroristas! Revolucionários inescrupulosos que viam em um propósito cego a tentativa caótica de trazer a paz e por causa disso levaram a vida de minha esposa como um troféu!

Michiyo arregala os olhos.

– Pap...

Albert olha para sua filha, seu olhar ainda alterado.

– Você estava lá minha filha! Você era apenas uma criança, mas estava lá quando tiraram a vida de sua mãe diante de seus olhos! Estava lá quando estes monstros arrancaram de você a pessoa que mais amávamos!

A cabeça de Michiyo começa a doer.

Albert bate novamente a cabeça de Yuki no chão.

– Por causa desse desgraçado você criou um trauma tão grande quando pequena que a levou a inconscientemente reprimir seu dom racial de transformação!

– O...O qu...?

A cabeça de Michiyo dói mais ainda e ela leva uma de suas mãos à cabeça, um pequeno flash de um lobo ensanguentado lhe fitando com orbes amarelos a faz dar um passo para trás.

– Confesse! Confesse diante dela que é o assassino de sua mãe!

Os olhos de Yuki estavam trêmulos, ele tinha medo da força de Albert e tinha medo dos olhos confusos de Michiyo, mas ele tinha muito mais medo de outra coisa.

A imagem da mãe de Michiyo preenche seus pensamentos ofuscando sua visão, ele começa a chorar em silêncio.

– Eu... Eu... Senhora Nadesico... Eu a matei...

Michiyo cai de joelhos no chão, ela sentia que sua cabeça ia explodir e começa a gritar segurando com força.

– Minha filha! – Albert olha preocupado, mas Maria vai até ela.

– Jovem mestra! Jovem Mestra! – Ela a segurava em seus braços.

Michiyo perde a consciência, Albert ainda mais furioso olha para Yuki e com um murro o desacorda, ele se ergue do chão e aponta para seus guardas.

– Levem esse lixo para a prisão do subsolo eu cuido dele depois... Pessoalmente... – Enquanto sua voz animalesca começa a se humanizar ele pega Michiyo dos braços de Maria e começa a leva-la dali.

– Meu senhor ela ficará bem? – Maria pergunta.

– Desde que este maldito assassino não interfira nunca mais em sua vida, ela se recuperará.

Yuki é arrastado por alguns homens e jogado em um calabouço escuro e frio da mansão, enquanto Michiyo é posta em sua cama, seu pai ao lado em vigília.

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Uma criança de ninava no colo de uma bela mulher de cabelos cacheados loiros e olhos cor do céu, ela acalentava a pequena em uma cadeira de balanço quando um homem de cabelos ruivos, barba bem feita e ar aristocrático adentra o recinto sorrindo, eles trocam carícias e o homem segura a pequena em seu colo colocando-a na cama, a mulher se levanta da cadeira e ambos a observam dormir.

– Como foi a reunião? – A mulher pergunta.

– Sem sua presença eles pensam poder falar e exigir o que bem entendem e tentam nos obrigar a acatar o que dizem. – Albert responde.

– O poder público é regido pela minoria magnata, mas os impostos que cobram traz miséria às periferias da cidade, preciso dar um basta antes que fuja de controle.

– Querida não faça isso, sozinhos não temos poder para impedi-los e temo que eles já estejam maquinando algo nas sombras contra nós. – Albert toca no ombro de Nadesico visivelmente preocupado.

– Albert eu não posso ficar calada diante de tanta injustiça, meus ancestrais fundaram esta cidade e a fizeram prosperar sob o preço de suor e lágrimas, não quero que nossa filha cresça no meio do caos sob as asas de pessoas que prendem o seu futuro e controlam seus sonhos! – Nadesico olhava para seu marido e seus orbes brilhavam em determinação.

– Meu amor você é a prefeita desta cidade, as pessoas te amam e respeitam, mas nossos rivais políticos querem diminuir o sua representatividade para ter a parcela do poder que eles julgam terem direito, o problema é que eu não vejo fim para suas ambições, não quero que se machuque mesmo tentando fazer o que é certo, pense em nossa filha.

– Mas eu penso em nossa filha Albert! – Ela se afasta do marido e começa a andar pelo recinto com a voz um pouco alterada. – Penso nela, em você, em todas as pessoas dessa cidade que tanto amo e não consigo aguentar a idéia de existir alguém tentando controlar suas vidas! Não aguento a idéia de que a qualquer momento nossa filha pode amanhecer e não ter um futuro do qual se ache digna de sonhar!

– Mamãe...?

A voz da pequena Michiyo faz Nadesico e Albert olharem surpresos.

– Mamãezinha a senhora e o papai estão de mal?

Nadesico sorri e se aproxima da pequena na cama e se ajoelha pousando as mãos sobre seus ombros.

– Não minha princesa, está tudo bem com o papai e com a mamãe, eles só estão conversando sobre uma coisinha do trabalho tá? – Ela sorri para a pequena.

– Tá. – Ela responde sorrindo também.

– Não se preocupe minha criança, no dia que eu e sua mãe brigarmos eu perco sem conseguir abrir a boca. – Albert ri.

Nadesico balança a cabeça achando graça.

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Albert corria freneticamente pelos corredores de sua casa matando lobos assassinos e carniceiros, ele gritava chamando os nomes de sua esposa e filha.

Guiado pelo faro ele quebra a porta de seu escritório e se depara com sua filha sentada no chão da sala em choque e sua mulher nos braços de um garoto de olhos amarelos que teria sua imagem gravada para sempre em suas memórias, o lupino surpreso pela presença de Albert pula pela janela deixando a mulher inerte no chão.

– Nããããããoooooo!!!! – Grita com todas as suas forças.

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Albert acorda de seu pesadelo em um susto, ele ainda estava sentado ao lado de Michiyo que dormia após o incidente na sala de jantar.

Sua filha acorda depois de um tempo e seu pai colocava um pano úmido sobre sua cabeça febril.

– Papai? – Ela ainda parecia sonolenta.

– Sim minha filha.

– Onde está Yuki?

–... Esqueça-o, aquele assassino matou sua mãe.

– Não papai... O senhor entendeu tudo errado...

– O quê? Não tem como eu ter me enganado minha filha, eu o vi segurando sua mãe nos braços após tê-la matado, você logo ao lado em choque.

– Mas o senhor não viu o que aconteceu antes papai, o Yuki não matou a mamãe, foram “eles”.

– “Eles”?

– Lembra quando o senhor e a mamãe conversavam sobre os homens que queriam tomar a cidade, mas a mamãe não deixava?

O pai de Michiyo fica mais sério.

– Eu era apenas uma criança na época, mas agora tudo faz sentido, naquela noite quando invadiram nossa casa e mataram a mamãe o Yuki estava junto, mas ele era contra as ações deles.

Michiyo senta na cama olhando para Albert.

– Papai, eu sei que está zangado, mas quando o senhor disse tê-lo reconhecido naquela noite e Yuki confirmou o assassinato eu me lembrei de outra coisa também, mas eu quero conversar isso na frente dele!

– Nem pensar! Não importa o que ele diga, estar lá naquela noite faz dele cúmplice do crime, mesmo que não tenha sido o golpe dele que tirou a vida de sua mãe!

– Eu sei papai e concordo com o senhor, mas eu quero saber de toda a verdade e somente Yuki poderá completar os fragmentos que há anos nos atormentam. – Michiyo levanta. – O senhor aceitando ou não, eu vou conversar com ele.

A jovem lupina sai do recinto deixando Albert pensativo, embora a raiva do homem fosse grande diante de sua filha ele sempre mantinha a cabeça no lugar, sendo que suas palavras o fazem refletir, Albert se levanta e acompanha sua filha que o esperava sorrindo fora do quarto.

– Você sabia que eu viria?

– Claro, afinal o senhor é o meu pai e eu sei que quer esclarecer a verdade por trás da morte da mamãe tanto quanto eu. – Ela lembra.

Albert toca no ombro de sua filha.

– Ouça minha criança, não importa o que você sinta por esse rapaz, mas se a história dele não me convencer sabe o que acontecerá não é mesmo?

–... Sim papai. – Michiyo também estava séria.

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(Divinity_Statue)

Yuki estava sentado em sua cela quando sente os cheiros de Michiyo e seu pai, as trancas abrem e os dois adentram o recinto, o jovem levanta e fica em silêncio sem conseguir encará-los.

– Yuki... Aquilo que você contou...

–... Era verdade Michiyo, eu matei sua mãe e estou aqui para ser julgado justamente pelo crime que cometi.

–... Yuki eu estava lá não estava? Os lupinos nunca aparentam a idade que tem, mas era você naquele dia e me lembro de você já ser um pouco mais velho, quando os dois começaram a brigar eu passei a me lembrar de tudo e sei que você estava envolvido em alguma coisa mais séria, por isso trouxe o meu pai, por que queremos saber a verdade.

Yuki olha para os dois, Michiyo o fitava com certa angústia, enquanto seu pai era sério e concentrado.

– Lembra quando estávamos para entrar na cidade e passei a contar sobre meu passado? – Ele pergunta.

– Sim... Mas eu fiquei com medo de ouvir a segunda parte da história. – ela responde.

– A segunda parte da história envolve sua família.

Albert e Michiyo se entreolham.

Yuki baixa novamente a cabeça.

– Quando eu me vi sem alternativas para viver, sem família ou ninguém comecei a me envolver com as pessoas erradas para garantir dinheiro fácil, foi quando conheci a guilda dos ladrões.

– Guilda dos ladrões? – Albert questiona.

Yuki assente.

– Mais tarde eu descobriria que eles não se envolviam apenas com roubos e furtos, mas assassinatos e esquemas muito mais sombrios sendo que as rédeas que os controlavam eram pessoas de renome e grande influência na cidade.

– Papai...? – Michiyo ia falar alguma coisa, mas Albert faz sinal para ela fazer silêncio.

– Em pouco tempo eu me tornei um prodígio entre eles e por isso os trabalhos mais importantes sempre caia em minhas mãos, porém um dia uma tarefa muito importante seria confiada a mim, um trabalho que tinha o poder de mudar tudo nessa cidade...

– Espionar e assassinar a minha família. – Albert o completa.

Yuki assente sem fita-lo.

– Como prefeita a senhora Nadesico vinha de uma linhagem de renome que sempre cuidou dessa cidade e assim como seus ancestrais seu cargo era vitalício e descendente, mas essa autoridade começava a ser questionada pelas casas nobres que queriam uma parcela desse poder e influência para si, por isso eles precisavam tirá-la do jogo, mas isso exigia uma aproximação diferente, sua família não poderia ser simplesmente dizimada, devido o histórico dela vocês seriam transformados em mártires e uma nova organização política nasceria não estando ao seu favor.

– Mas foi exatamente o que aconteceu, minha esposa foi martirizada e a influência de nossa família ascendeu. – Albert olhava ainda sério. – Continue garoto.

– Eu passei a observá-los, seguir cada um de seus passos, assim encontraria as armas que poderiam futuramente ser usadas para exigir que ela renunciasse... Mas...

Michiyo pisca.

– Mas...?

– O que eu vi foi exatamente o oposto, sua mãe não possuía defeitos Michiyo... Ela era diferente de qualquer um que eu tenha conhecido, as pessoas a idolatravam, com o tempo descobri algo ainda pior, a parte da cidade que sofria não passava dificuldades por culpa dela e sim por causa dos malditos nobres que usavam sua influência para destruir suas vidas e deixar exposto ao povo uma imagem errada da má administração de sua mãe... E que... E que...

– Yuki...

O rapaz olha para ela.

– Minha família havia sido morta por apoiá-la.

Albert e sua filha olham surpresos.

– Quando descobri a verdade voltei para exigir respostas, mas o que encontrei foi uma guilda vazia com alguns ladrões bêbados e deixados para trás comemorando o que mais tarde seria conhecido como “o desastre da mansão”.

As expressões de Albert e Michiyo tremiam.

– Corri com todas as forças e encontrei a mansão pronta para ser atacada, ao encontrar o líder da guilda ele me agradeceu por todas as informações que eu tinha lhes repassado e logo em seguida me prenderam, eles disseram que começaram a estranhar a mudança de meu comportamento e que por isso haviam mandado outro assassino me vigiar, porém, com as informações que eu já tinha obtido de sua família os nobres que pretendiam destruir a reputação de sua mãe não viram alternativa senão matar a todos em um golpe de Estado.

– Não pode ser...

– Prefeito Albert o senhor estava na prefeitura neste dia em uma importante reunião com os nobres não estava? Uma reunião que levou o dia todo discutindo o rumo das políticas administrativas da cidade correto? – Yuki pergunta.

(As Memórias de Dias Passados)

Albert olha surpreso.

– Como voc...? – Logo os olhos do homem se abrem e ele olha sério para o rapaz. – Então foi você que me avisou naquele dia...?

Yuki assente.

– Michiyo estava doente e por isso a senhora Nadesico havia ficado em casa, como vice-prefeito o senhor assumiu o cargo nas reuniões deixando-a vulnerável, eles viram a oportunidade perfeita naquele dia. – Yuki fica em silêncio e parece segurar as lágrimas, por isso baixa a cabeça. – Eu fiquei desesperado e por sorte enquanto alguns assassinos estavam distraídos eu consegui me libertar e sai correndo até a prefeitura, então anonimamente avisei sobre o ataque iminente, sabendo que o senhor presava sua família mais do que tudo ter aquele aviso em mãos o faria agir imediatamente.

– E foi exatamente o que aconteceu... – Albert fica sério. – No meio da reunião recebi uma carta de minha secretária dizendo que o remetente era um empregado da mansão com uma mensagem de minha mulher, na carta dizia apenas: “Sua família corre perigo e você está cercado de assassinos nesta sala”. – Quando li estas palavras os presentes na reunião começaram a ficar desconfiados e quando menos esperei fui atacado.

– Ao mesmo tempo em que o senhor estava sendo atacado a mansão começou a ser invadida, eu voltei e aproveitando que os guardas da mansão ocupavam a maioria dos ladrões corri até o escritório da senhora Nadesico, quando cheguei vi vários lupinos no chão e uma lupina majestosa, porém muito ferida olhando para um maior que segurava uma criança...

– A criança era eu e a lupina minha mãe... – Michiyo interrompe. – Eu estava brincando no escritório enquanto a mamãe assinava vários papéis, ela deve ter sentido algo de errado e me pegou nos braços a tempo de vários homem invadir a sala pela janela armados com espadas e adagas, mamãe me colocou atrás de um sofá enquanto lutava, fiquei muito assustada por que a mamãe era muito forte, ela derrotou todo mundo em instantes, mas um lobo maior e cheio de cicatrizes me achou atrás do sofá e me usou como refém, então um lobo entrou pela mesma janela e me pegou de seus braços e eles começaram a lutar...

– Eu lutei contra o líder da guilda, mas ele era muito mais forte, eu estava sendo vencido e logo seria morto, foi quando sua mãe pulou na minha frente e recebeu o golpe que deveria ter me matado, ela não só me protegeu como assumiu a luta extremamente ferida e ainda derrotou o líder... – As lágrimas silenciosas de Yuki começam a descer, assim como a de Michiyo. – Fiquei sem chão, sua mãe sorria para mim perguntando se eu estava bem e se você também estava segura, ela caiu no chão e eu corri desesperado tentando socorrê-la, mas sabia que não tinha nada que pudesse ser feito... Você estava lá parada olhando para sua mãe toda ensanguentada enquanto um lobo assassino a segurava.

Albert toca no ombro de Michiyo que soluçava, mas o jovem lupino ainda tinha mais coisas a contar.

– As últimas palavras de sua mãe foram de preocupação com você, mesmo estando diante de um dos assassinos que invadiram sua casa e ameaçou sua vida ela me pediu para protegê-la Michiyo, fiquei confuso, mas em seu olhar e último suspiro vi que ela realmente acreditava em mim, quando seu pai entrou na sala a única coisa que consegui pensar foi em sair dali.

– Então... Então a minha mãe... – A voz de Michiyo tremia.

–... Senti-me vazio, depois daquele incidente e do funeral que deixou a cidade em luto por semanas me dei conta de que tinha que fazer algo para compensar por estes crimes, era fato que por minha causa sua mãe havia perecido então para honrar sua memória cuidar de você era o mínimo que poderia fazer...

– Por isso você entrou na Watakino junto comigo? – Michiyo pergunta.

– Sim... Estar perto de você era uma maneira de garantir sua segurança, mas quanto mais progredíamos em nossa missão, mais perigos você passava e mais insegurança eu sentia em relação a sua vida, se Azrael não tivesse salvado nossas vidas naquele dia e o diretor Shibuya aberto o portal para nos salvar de Bea eu teria falhado há muito tempo...

– O que pretende fazer agora fedelho? – Albert pergunta.

–... Sou culpado senhor, não tenho direito à defesa, sua esposa foi tirada à força de suas vidas e o responsável está diante de seus olhos, eu aceito qualquer punição, nem que seja a morte.

– Yuki! – Michiyo exclama nervosa, seu pai toca em seu ombro e dá uns passos a frente passando a encará-lo.

(FAIRY TAIL Main Theme -Piano ver.)

Albert fita Yuki serenamente.

– Minha esposa era forte, nossos antepassados fundadores desta cidade já lutaram ao lado do grande vigilante, acredito em cada palavra que diz garoto e também acredito que ela já sabia quem você era desde o início, minha mulher era inteligente e deveria saber sobre você antes mesmo que percebesse pirralho, se existia algo que eu me orgulhava muito dela era de seu faro aguçado e instinto sem igual, se ela o salvou naquele dia é por que viu em você algo que nem mesmo havia percebido e queria que continuasse a viver para poder descobrir por si mesmo o significado por trás de tudo o que aconteceu.

Yuki olhava surpreso Albert suspira.

– Vou aplicar agora a sua punição, espero que esteja preparado.

Michiyo estava com medo e Yuki de cabeça baixa, ela sabia que tipo de punição receberia.

– Por ter participado do golpe de estado e assassinado minha esposa Nadesico Kojima, destruído minha casa, causado caos na cidade, roubo e assassinatos, eu Albert Kojima sentencio você Yuki Atsuya a proteger a minha filha nem que custe a sua vida até o fim de seus dias.

Yuki pisca surpreso, não era bem isso que ele esperava ouvir.

– Papai...! – Michiyo derramava lágrimas.

As pernas de Yuki começam a tremer, ele subitamente perde as forças e cai de joelhos no chão, suas lágrimas silenciosas dão lugar a soluços e por fim a um choro que ele guardava há anos reprimido dentro de seu coração, com suas lágrimas iam embora sua culpa e uma esperança renovada graças ao perdão de Albert e Michiyo brotavam, ele chorava com o rosto no chão não acreditando que estava recebendo uma segunda chance.

Michiyo se aproxima também às lágrimas e se ajoelha ao seu lado abraçando-o com todas as forças, o passado havia sido esclarecido e trazido paz aos corações dos três, mesmo Albert estava satisfeito e orgulhoso, ele sabia que sua esposa de algum lugar aprovava sua decisão e ele de maneira alguma desejaria viver vendo a tristeza nos olhos de sua filha.

– Agradeça muito a minha filha por sua vida, pois se não fosse pela confiança que ela deposita em você eu jamais teria tomado esta decisão. Chorem tudo o que precisam chorar e depois enxuguem estas lágrimas, especialmente você rapaz, pois se pretende cumprir minhas ordens precisará ficar muito mais forte que isso.

– Papai...? – Michiyo olhava confusa ao lado de Yuki.

– Se querem realmente salvar o mundo é melhor se prepararem para o que eu tenho reservado à vocês.

Yuki enxuga as lágrima e já levanta encarando Albert com pura determinação.

– Farei o impossível senhor! – Ele responde prontamente.

– Yuki-kun... – Michiyo sorri ainda não conseguindo esconder o quanto estava emocionada.

Daquele dia em diante os jovens lupinos seriam treinados por Albert e aprenderiam a libertar todos os seus instintos e enquanto a guerra se aproximava, mal sabiam os demônios que em breve seriam vítimas de presas ferozes.

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Continua...

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