Capítulo 54

Sasuke levantou-se aos berros de Sakura, que ecoavam pela casa inteira. Sentou-se na beira da cama encarando Kin que já liberava rios de lágrimas por ser interrompida de seu tão maravilhoso sono. Xingava a rosada mentalmente por gritar por seu nome. Suspirou. Não esperava o dia em que, finalmente, pudesse ter um momento para sonhar em paz. Levantou-se pegando a pequena de seu berço e descendo as escadas. Deparou com Naruto na sala, andando de um lado para o outro com as mãos na nuca, enquanto Sakura chorava pensativa sentada no sofá. Pra dizer a verdade, não estava entendo droga nenhuma. Kin encarou a rosada e, aos poucos, suas lágrimas foram cessando. Encarou Sasuke, na falha tentativa de passa-lo a pergunta sobre o que estava acontecendo.

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_Gente, o que esta acontecendo aqui? Por que Sakura esta chorando?

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_Sasuke, por acaso você tem alguma informação da Hinata? Alguma coisa, pelo menos.

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_Não... Não a vejo já faz alguns dias. Por que a pergunta?

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_Cheguei em casa a algumas horas atrás... – Naruto começava parado seus passos e encarando o Uchiha. – e encontrei um bilhete em cima da mesa, dizendo que Hinata havia vindo passar uns dias aqui na casa de vocês.

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_Olha cara, faz quase três dias que ela nem pisa aqui. É esse o motivo de tanta tensão?

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_Não. – Sakura levantou-se e lhe entregou o papel que tinha em mãos. – Naruto disse que Hinata havia deixado esse bilhete pra ele, sendo que essa letra não pertence a ela! Estou até achando que tentaram falsificar a caligrafia da Hina. Naruto e eu chegamos a uma opinião de que... A letra pertence a um homem.

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_Ta, e dai? Pode ter sido o Gaara ou o Neji zoando com a cara de vocês, ué.

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_Nada disso! Liguei para Gaara e Neji, e Ino e TenTen disseram que ainda estavam viajando.

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_Ué.

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_Eu vou ligar pra polícia! – Falava o loiro pegando o celular com as mãos trêmulas.

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_Vai ligar pra polícia porcaria nenhuma! - Sasuke deixava Kin nos braços da mãe, puxando o aparelho eletrônico da mão do loiro. – Como você quer chamar a polícia se vocês não têm provas?

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_É claro que a gente tem! Não esta vendo? A caligrafia é a nossa prova, caramba! – Naruto empurrou-lhe.

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_Ah, e por acaso você acha que eles vão acreditar tão fácil? Como você vai provar pra eles, que não conhecem Hinata, que a letra não é dela, hm?

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_Cala a sua boca, Sasuke, não se meta nisso! Hinata é minha esposa, e eu vou procurar por ela onde for preciso!

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_Para de ser idiota! – Puxou-lhe a gola da camisa. – É melhor se acalmar senão...-

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_Senão o quê? Vai me bater?

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_Já falei pra parar de ser idiota! – Sasuke gritara, desferindo um soco na face do Uzumaki.

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_Sasuke! Sasuke, se acalma, parem com isso! – Sakura entrava no meio. – Vocês não podem partir para a agressão desse jeito, caramba! Naruto, todos nós estamos nervosos com tudo isso, mas em momento algum estamos deixando nossa tensão nos controlar e fazer coisas idiotas! É melhor os dois se acalmarem, senão quem vai socar quem aqui sou eu!

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_Você acha que é fácil, Sakura-Chan? Acha que eu não estou preocupado? Isso esta acabando comigo!

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_Em algum momento eu disse que você não estava?

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_Dá pros dois pararem de gritar? Kin esta ficando assustada nisso tudo!

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_Droga...

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_Gomen, Naruto, mas você precisa manter a calma. Não pode sair por aí fazendo escolhas precipitadas...

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_Gomen, eu só... Só...

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_Eu sei que esta sendo difícil, eu sei, mas procura ficar no controle. Todos nós aqui estamos vendo o quanto isso esta atingindo você.

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_E-Eu... Só estou preocupado com eles... Me desculpem, de verdade...

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_Ah, qual foi cara, para de chorar. – Pousou o braço direito em seu ombro, fazendo-o levantar a cabeça para encará-lo. – Vamos todos sair dessa, juntos, beleza?

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_Vai se foder, Sasuke. – Riu.

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_Eu te amo também, cara.

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_Aaaah, que lindo vocês dois, mas eu adoraria que parassem de flertar na minha frente e na frente da minha filha, por favor.

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_Vai tomar no cu.

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_Ei! Kin esta ouvindo isso, não quero ver minha filha xingando não!

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_*Risos*

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...

...

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_E então...?

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_Bom, ainda não podemos afirmar nada. – Falava o policial levantando-se de sua cadeira.

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_Como assim não? – Naruto também se levantava junto de Sasuke e Sakura com sua pequenina nos braços.

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_Estou dizendo que nada esta claro, senhor Uzumaki.

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_Tem que estar, caramba!

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_Desculpe-me, mas será que poderia deixar isso em nossas mãos?!

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_Claro... Que não! Olha só, senhor policial, seja lá qual for o seu nome, eu não posso simplesmente ficar sentado sabendo que minha esposa, grávida, foi sequestrada por um cara. Isso não existe!

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_Por favor, controle-se senhor Uzumaki, estamos em uma delegacia, e isso é um local público. Contenha sua tensão, por favor.

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_Por favor uma ova, car...-

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_Oe, cara, relaxa ai. – Sasuke passava o ombro em volta de seu pescoço. Naruto o encarou repreensivo. – Não precisa agredir verbalmente o policial, ele só esta fazendo o trabalho dele, a missão que deve cumprir. Relaxa o coração.

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_Claro, vou relaxar sabendo que uma hora dessas a mulher da minha via esta correndo perigo, claro. – Ironizou livrando-se de seu braço e andando até a saída do edifício.

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_Obrigada. – Murmurou a Haruno seguindo-os. Pararam na porta do local. Naruto passou a mão nos fios loiros enquanto o Uchiha sentou-se na calçada. – Olha, ficar estressado não vai nos levar a canto nenhum. Precisamos manter a calma até localizarmos a Hinata. Naruto, bater no policial não vai te levar onde ela esta, então, por favor, fique tranquilo.

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_Eu não estou nervoso, caramba! Eu só... Eu só... Estou preocupado com ela!

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_Então não se preocupe. A policia vai resolver esse caso e tudo vai voltar ao normal, aquieta o coração.

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_Eu não posso deixar tudo na mão da policia, Sasuke!

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_Eu sei que não.

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_Então não me mandem ficar calado, caramba!

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Um forte cheiro de sangue invadira suas narinas, acordando-a. Levantou-se rapidamente repetindo um “Naruto?” mentalmente. Poderia jurar estar em um local desconhecido. Tudo era tão confortável. Os móveis eram tão limpos. Deduziu não estar em casa. Encarou a cortina e a empurrou. Abriu a janela e avistara apenas matagal. Tentava manter a calma, raciocinar bem, mas nada lhe vinha em mente, nenhuma coisa plausível para aquele momento. Rodeou o quarto e nada. Teria que ter alguém naquele local, Hinata não poderia estar ali sozinha. Tentou, inutilmente, abrir a porta. A mesma parecia estar trancada por fora. Batidas e mais batidas naquele pedaço de madeira, gritava como podia para chamar a atenção de alguém. Encostou-se na porta e se deixou escorregar e sentar no chão. Só agora fora notar o sangramento que havia em seu pé direito. Apenas um leve corte, nada de mais. Depois de algum tempo, jurou ouvir outros batidos na porta e levantou-se assustada.

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_T-Tem alguém ai?

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_Hinata-Sama? – Alguma coisa estava errada. Algum aparelho estava sendo usado para disfarçar sua voz. Mas pra quê tudo aquilo, Kami?

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_Olha, eu preciso sair daqui!

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_Sinto muito, não será possível. Recebo ordens.

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_Por favor, eu não posso ficar dentro desse quarto! Ei, tem uma criança em meu ventre, abra essa porta!

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_Não há problemas. Trarei comida todos os dias para alimentá-la junto do bebê.

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_Ei!

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_Por favor, descanse. Hinata-Sama precisa relaxar...

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_Aqui esta abafado, não tem como eu, simplesmente, relaxar!

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_Há um ventilador de teto dentro do quarto. Pode liga-lo se quiser...

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_Não, não quero, quero apenas que abra essa porta!

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_Já disse que não posso.

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_E por que não pode?

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_Já avisei que recebo ordens...

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_E quais são essas?

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_A senhora não precisa saber. Vou indo.

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_E-Espera! Oe!

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Jurou ouvir um “Gomen ne, Hinata-Sama” antes do garoto se afastar.