Crash Into Me

Capítulo 6


Marcela (ponto de vista)

Passei a manhã fora, não queria saber mais da idiota da Marina, eu nunca havia ficado tão irritada em minha vida inteira, sendo que elas nem se beijaram nem nada. Quer dizer, quase rolou, mas o que me enraivecia era o clima de inicio de romance que elas estavam. Eu era uma completa idiota, e o pior foi que eu disse que voltaria para o almoço, mas eu não estava com o clima de ficar perto daquela apaixonadinha, ainda mais com a Nanda perto.

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A Nanda era uma menininha muito esperta, e ela sabia que eu era louca pela Marina. Hoje de manha ela me olhou com compaixão quando viu a minha expressão de desolação com a cena da Marina e da Manuela. Mas eu a usaria como desculpa. Pensando nisso liguei para seu celular.

“Oi, Má, cadê você?”

“Oi, princesa, olha eu to meio enrolada aqui, e não vou poder almoçar com vocês, desculpa ter feito você perder seu tempo preparando um almoço que deve estar maravilhoso”

“Tudo bem, eu entendo, tudo por causa da Marina, você vai deixar de ser minha amiga também por isso?” perguntou com a voz chorosa.

“Claro que não, eu não vou deixar de ser amiga de nenhuma das duas, a Marina não fez nada pra mim, é que eu realmente estou enrolada com meu trabalho”

“Eu sabia que quando você visse as duas, você deixaria de ser minha amiga”

“Princesa, vamos fazer assim, pra eu provar pra você que eu não vou deixar de ser sua amiga, por que não fazemos uma festa do pijama hoje?”

“Eu quero, mas a Manu chamou a gente pra ir ao parque”

“Claro que ela chamou...”

“Mas eu não vou, eu quero passar um tempo só com minha melhor amiga”

“A sua melhor amiga seria eu?”

“Claro ne?”

“Tudo bem, vou falar com a Marina pra falar com sua mãe, me deixa falar com essa boboca, por favor?”

“Maaaaaaariiiinaaaaaaa, a Má no celular!!”

Só ouvi uns barulhos indicando que ela estava correndo, e em menos de um minuto já ouvia a voz daquela por quem eu nutria um sentimento tão intenso.

“Oi, Má, cadê você?”

“To enrolada aqui, mas deixa eu te falar, precisamos conversar sem a Nanda por perto, mas hoje eu tava combinando com ela de fazermos uma festa do pijama, já sei que vocês iam pro parque com a Manu, mas faz assim fala com a Flávia que eu vou ficar com ela no seu apartamento, e é até melhor que você pode ir num encontro com a Manu”

“Minha princesa, eu não tenho nada com a Manu, foi por isso que você saiu daqui assim? A Nanda disse que era por isso, mas você nunca fez o tipo de mulher ciumenta”

“Não, Marina, tem nada haver com ciúmes não, é por isso que tenho que conversar a sós com você, é porque eu tava com tanta saudade de você que nem te comuniquei o que eu decidi, estava aproveitando, mas não quero que Nanda ache que esteja acontecendo uma coisa que não esta”

“Você acabou de me deixar ainda mais confusa”

“Só faz assim, depois do almoço me encontre naquele shopping que tem o playground favorito dela, e diz que tem que resolver uns problemas da sua filial desse shopping, e que vai deixá-la brincando e depois a pega, enquanto isso, você me encontra no café do terceiro andar”

“Tudo bem então, a gente se vê”

[...]

– Você esta tão misteriosa – Marina lançou um sorriso sexy que se eu não estivesse tão puta com ela teria me derretido toda.

– Senta, por favor, não vou demorar – respondi com um sorriso sem graça e gelado.

– O que aconteceu? – perguntou preocupada com o cenho franzido.

– Eu resolvi me assumir pra todos – simplesmente soltei.

– Que ótimo, Má. Mas essa sua decisão é bem pensada? O que mudou? – perguntou visivelmente feliz, mas ainda confusa.

– Eu já havia vindo pensando nisso, cara, eu tenho certeza absoluta da minha opção, e eu meio que to cansada de ficar mentindo para todos, e, além disso, eu quero um amor também, e eu dentro do armário a probabilidade disso acontecer é mínima, apesar de ter umas pretendentes já – falei tudo rápido nem dando tempo de ela assimilar.

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– Como assim você tem pretendentes e não me fala nada? – perguntou visivelmente chateada, o que me alegrou por pensar que ela estaria sentindo ciúmes de mim – Poxa, achei que era sua confidente nesse assunto, obrigada pela consideração – claro que não era ciúmes de namoradas, e sim ciúmes de amiga por eu não ter falado para ela.

– Só umas gurias daquela peça que eu tava fazendo que davam em cima de mim, só não falei porque eu nem interessada estava, mas sei lá, quero dar uma chance – falei tentando mascarar meu desapontamento com uma alegria que não existia.

– Pelo menos agora nós podemos andar de mãos dadas e ir para os lugares – ela comentou sorrindo.

– Outra coisa que eu queria falar era isso. A razão de eu ter saído da sua casa daquela forma é porque eu não quero que a Nanda ache que a gente tem alguma coisa além do que nós temos, e eu quero acabar com qualquer tipo de situação leve alguém a achar que estamos juntas, inclusive quando nós estivermos sozinhas também – tentei falar tudo aquilo sem deixar que nenhuma lágrima caísse dos meus olhos, o que estava sendo quase impossível com a carinha de cachorro abandonado que a Mari estava fazendo.

– Como assim? Você não quer mais que a nossa amizade seja colorida? – perguntou num fio de voz.

– Não é que eu não queira, é que eu quero um relacionamento, to cansada de ficar sozinha e também daqui a pouco quem vai estar em um relacionamento vai ser você, então só estou adiantando o inevitável – respondi sem conseguir segurar meu choro, pensar na Mari com outra me matava.

– Lá vem você com essa historia, você esta com ciúmes da Manu? É por isso que você esta fazendo isso? Não sabia que você gostava tanto assim de mim – falou ela e minha raiva subiu. Ela não falou em tom convencido, e eu sabia que ela estava tentando entender, mas eu não queria ficar por baixo, não queria que ela soubesse dos sentimentos que eu lutei tanto pra esconder esses anos todos.

– Marina, essas lágrimas, essa minha atitude não tem nada haver com ciúmes. Eu estou com medo, isso tudo é muito novo para mim, quando foi que eu tive ataque de ciúmes de você? E olha que eu já te vi com muita mulher. Nunca. Eu só estou insistindo nisso porque eu sei que você achou a sua idealização de mulher perfeita, eu estou te vendo toda apaixonada, e eu quero isso – espero que ela entenda que eu quero alguém apaixonada por mim, apesar de que eu realmente a queria apaixonada por mim.

– Eu quero que você seja feliz, se você precisa estar com outras pra isso, tudo bem por mim. Ia ser tão bom se nós fossemos apaixonadas uma pela outra ne? – perguntou um tanto melancólica.

– Seria bem mais fácil, com certeza, mas vá atrás do seu amor, que eu vou atrás de explorar esse meu lado – respondi sorrindo ainda chorando, meu coração estava partido, querendo ou não ela havia admitido que estava apaixonada pela Manuela.

– Você é uma idiota, eu não amo a Manuela, nós somos amigas, ela é hétero, e você é uma idiota – ela falou rindo da minha gargalhada.

– Isso é porque vocês se conhecem há algumas semanas, daqui a pouco você esta fazendo juras eternas de amor, e você sabe que com esse seu charme consegue conquistar qualquer um – respondi a abraçando.

– Menos você – ela comentou e nossas bochechas se encostaram, então senti um beijo leve que foi seguido por vários outros até que chegaram a minha boca.

– Sai de mim, bruxa, não to a fim de ser conquistada por você não, assim como eu disse pra Nanda de manha, eu nunca conquistaria você, por isso nem tento. E, meu amor, eu não nasci pra sofrer por amor não correspondido – brinquei pra aliviar o clima, o que funcionou já que Mari soltou uma gargalhada tão gostosa que eu sorri só por poder ouvir aquilo. Eu queria tanto aquela boca de novo colada na minha.

– Amigas sem benefícios então? – perguntou Mari divertida.

– Amigas sem benefícios! – respondi apertando sua mão firmemente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.