Counting Stars

01 - A Herdeira de Richard


01 – A Herdeira de Richard

24 horas depois...

Faltavam três minutos para os portões de o teatro serem abertos.

Apenas três minutos.

– Carlos, Melissa e Jaqueline, já estão prontos para a recepção? – Celine perguntou pela milésima vez, levando alguns seguranças a prenderem o riso.

– Sim chefia! – Jaqueline riu, observando a menina de apenas 16 anos liderar o lugar. Apenar da pouca idade e do nervosismo da administradora, todos ali tinham plena confiança na garota e sabiam que bastava algo fora do lugar para Celine entrar em colapso.

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Celine suspirou e correu o mais rápido que seus saltos de 10 centímetros permitiam para perto de Laurence, a senhora que ficava atrás do balcão para vender o livro/folheto falando sobre os bailarinos que estariam dançando e entre outros livros e objetos.

– Laur, está tudo pronto? – Celine perguntou nervosa para a senhora, que como todas as pessoas, sorriu ao ver a menina nervosa.

– Fique calma, meu bem – ela sorriu e tocou levemente o ombro da jovem – como sempre você está fazendo um ótimo trabalho, e não é sem motivo que Richard deixou você como a gerente e administradora oficial do teatro. Todos confiam em você, não ligamos para o que os outros pensam.

Celine suspirou e olhou para o relógio refinado em seu pulso.

30 segundos.

– Obrigada Laur – ela sorriu levemente com seus olhos acinzentados brilhando de nervosismo e ansiedade. Virou-se para todos os outros – 30 segundos! – exclamou.

Celine ajeitou-se novamente e logo os grandes portões estavam apertos, revelando para as pessoas que assistiriam um famoso ballet russo o enorme teatro.

Como o usual, Celine começou a observar as pessoas, desde as menores crianças aos mais velhos senhores e senhoras, estes sempre com um sorriso nos lábios, olhos brilhantes ou até mesmo expressões de felicidade e surpresa. Notava-se também que por estarem prestes a entrar e assistir algo no mais famoso e chique teatro da cidade, as pessoas trajavam roupas chiques e de gala.

Vagueou por mais um tempo seu olhar pelo salão, percebendo então que um jovem adulto não muito mais velho que si mesma encarava-lhe do outro lado do salão. Seus olhos verdes não brilhavam como o das outras pessoas, muito pelo contrário. Eram opacos. E também não tinha nenhuma expressão de felicidade em seu rosto.

Celine franziu o cenho e continuou a sustentar o olhar do homem, porém este logo sumira em meio à multidão de pessoas.

Engoliu em seco.

Algo naquele homem deixava Celine nervosa.

– Senhorita? – ouviu uma voz masculina chamar.

Celine sorriu antes mesmo de virar, e assim que o fez arrepiou-se por baixo no vertido preto e da meia calça.

– Pois não – Celine não vacilou o sorriso apesar de se perguntar como o homem de olhos verdes chegara ali tão rápido.

– A senhorita poderia me informar algo? – perguntou.

– Claro, diga o que deseja – ela sorriu, tentando parecer agradável.

– Onde ficam as entradas para os camarotes?

Celine franziu a testa. Podia jurar que escutara uma pitada de sarcasmo quando o homem pronunciou a palavras “senhorita”.

– Oh, sim... – forçou um sorriso para não parecer antipática. As aparências eram tudo – posso ver seu ingresso?

O jovem anuiu e entregou-lhe seu convite.

– Hum... Siga naquela direção – Celine apontou – é a terceira porta a direita do corredor.

Com um sorriso sarcástico o homem guardou o ingresso.

– Obrigado... Senhorita Celine Wellsh – sorriu frio – aliás, belo vestido – ele pronunciou seu nome devagar e pôs- se a caminhar para sua secção, deixando a jovem espantada e um tanto nervosa para trás.

– Meu Deus, como ele sabe meu nome? - murmurou baixo para si mesma.

Mordendo o lábio inferior, Celine olhou para baixo, consequentemente encarando seus saltos altos pretos do tipo agulha. Olhou então para a roupa que vestia. Uma meia calça preta, um vestido da mesma cor simples, envolto por um cinto vermelho e preso nele estava um crachá com seu nome.

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Suspirou e deixou a cabeça pender para o lado.

Claro! Ele vira seu nome escrito no crachá! Nossa como fora boba!

Aliviada, Celine escutou o segundo de três sinais que indicam o tempo de início de espetáculo. As poucas pessoas que estavam no salão seguiram para seus lugares, deixando Celine e seus companheiros de trabalho novamente sozinhos no local.

*** Counting ** Stars ***

–Celine, você precisa de carona para chegar a sua casa?

Ao virar-se, Celine deparou-se com um menino louro dono de olhos azuis quase transparentes.

– Hans – balançou a cabeça negativamente, um sorrisinho pendendo em seus lábios – Esqueceu-se que tenho que ficar até mais tarde? E além do mais eu vim dirigindo. Eu passei na autoescola semana retrasada, lembra?

O garoto riu, e Celine segurou a vontade de morder o lábio. Bem, Hans Brückner, o descendente de alemães que trabalhava no teatro como guarda era considerado bastante sexy aos olhares femininos. Principalmente por estar no auge de seus 20 anos e conseguir ser uma mistura perfeita de alemão forte com brasileiro sexy.

– Mas obrigada por oferecer-me carona – ela sorriu tímida – é muita gentileza de sua parte.

Hans aproximou-se de Celine e deu-lhe um rápido beijo nos lábios antes de sair andando até o portão principal. Celine encarou suas costas com uma expressão incrédula, porém ele já não estava mais lá quando saiu de seu transe.

Com um leve sorriso nos lábios Celine pegou sua bolsa no escritório e conferiu tudo o que tinha em seu interior: uma caixinha de suas lentes de contato, seus óculos de grau para caso de perda das lentes, sua pequena carteira com dinheiro, carteira de motorista e identidade, lenço de papel, presilhas de cabelo, celular e uma pequena bolsinha com maquiagem básica.

Pronto. Já estava tudo arrumado, faltavam apenas suas chaves de casa, do carro e dos portões do teatro.

Celine colocou a alça de sua bolsa no obro direito e quando estava prestes a sair do salão principal, um jovem homem apareceu em sua frente.

Ela sabia quem ele era.

Já tinha visto ele.

– Quem é você? – Ela franziu a testa e deu um passo para trás.

O jovem dono de olhos verdes encantadores apenas sorriu sarcasticamente.

– Quem é você? – Celine repetiu a pergunta e recuou novamente.

– Quem sou eu? Bem...

Ele fez uma pausa.

– Não acho que você realmente queira saber, não é mesmo Celine?

E então tudo ficou escuro.

Aviso: Lembrem-se que quem comenta tem direito a uma prévia do próximo capítulo, apenas tem que pedir por MP ou review.