Cotidiano

Prelúdio de um desastre


Uma explosão varreu tudo, levando Shino para longe. Kiba gritou por ele, mas não obteve resposta. Em meio à fumaça e às chamas dos diversos katons que se formavam, não conseguia distinguir seu cheiro. Não conseguia ver os seus insetos.

− SHINO! – gritou, a voz se perdendo em meio ao barulho de kunais explosivas. Um inimigo havia quase lhe atingido, mas Akamaru o salvou.

Atordoado, olhou ao redor. Viu a silhueta do namorado, seus insetos formando uma nuvem que drenava o chakra de todos ao redor.

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− Eu estou bem. – Shino disse, quando ficaram próximos. As costas de ambos colados. – Viu a Hinata?

− Perdi o cheiro dela! – Kiba sentia-se inútil! Seus sentidos estavam sendo levados um a um!

− Calma. – Shino murmurou, uma kunai em mãos enquanto os inimigos retalhavam no campo de batalha. Akamaru rosnava, pronto para atacar qualquer um que se aproximasse.

Kiba respirou fundo, inalando um pouco da fumaça e tossindo no processo. Sentia os olhos lacrimejarem.

− Sei que pode sentir, Kiba. O cheiro dela no meio disso tudo. – Shino o encorajou.– Sei que juntos poderemos chegar até ela.

Kiba fechou os olhos, tentando não se concentrar nos gritos e no terror que sentia ao redor. A verdade é que queria ajudar a todos, mas com Hinata... droga, com Hinata eles eram um time perfeito!

− Concentre-se no cheiro dela. Lembre-se do cheiro de seu perfume. Doce, suave. O cheiro que desprende naturalmente dela. – Shino o guiava, pois sabia que Kiba não funcionava sob pressão. E mesmo que o mundo desabasse ao redor deles, os protegeria, seus insetos formando paredes e drenando o chakra de qualquer um que tentasse se aproximar demais.

Kiba se concentrou. Vagou pelos cheiros no campo de batalha como se seu próprio espírito tivesse saído do corpo. Conseguiu detectar alguns dos amigos apenas com o olfato. Reconheceu Shikamaru, com o cheiro de nicotina impregnado sobre si; Ino, que cheirava a jasmins mesmo em meio ao desastre iminente; Chouji, que tinha cheiro de batatinhas fritas, mas de um jeito muito bom! Naruto, com seu aroma de laranjeiras. E ao seu lado, o cheiro de baunilha e lírios que se desprendia de Hinata.

− Achei! – Kiba apontou a direção. Embora não a vissem, Shino não questionou.

Akamaru latiu como confirmação de que Kiba estava certo. Desta vez, o caminho parecia mais aberto. Kiba tentava não olhar os corpos ao seu lado. Não queria reconhecer neles o rosto de algum companheiro. Sentia o coração pesar só de pensar nos rostos conhecidos tendo o nome entalhado naquela pedra. Não queria.

Respirou fundo, sentindo os dedos de Shino se entrelaçarem aos seus.

− Vamos conseguir. – disse ele. – Vamos sair dessa vitoriosos. E vivos.

− Ainda vou ser Hokage! – Brincou, rindo de nervoso. Apenas para aliviar um pouco o clima. Shino admirou seu esforço.

Akamaru manteve-se na frente dos dois, rosnando tanto que chamou atenção.

Foi quando eles viram. Um exército de mortos ambulantes que caminhavam em sua direção. Um verdadeiro desastre que Konoha tinha em mãos.