Cotidiano

Ensinando Karatê


No dia seguinte, todos estavam mortos de cansaço. Menos Mônica, que não tinha bebido. Ela lembrara que tinha se inscrito para ser instrutora de karatê (indicação do Cebola, pois ele garantia que ela era fera e que isso iria ajudá-la a se sentir bem). Querendo arrancar os olhos de Cebola, Mônica tomou seu café-da-manhã e foi trocar de roupa. Pegou as chaves do carro e pisou no acelerador até a academia.

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Chegando lá, ela encontrou uma turminha agitada. “Que ótimo. Crianças hiperativas. Cebola, você me paga!” pensou.

Foi até o balcão da academia.

- Oi. Eu sou a Mônica. Vim ajudar na aula de karatê.

Rindo, a balconista entregou um kimono para ela.

- Boa sorte. – disse a balconista.

Mônica foi até o vestiário e se trocou. Quando voltou, falou rapidamente com o instrutor.

- Eles são assim, tão agitados?

- São crianças. A maioria tem entre 8 e 10 anos. – respondeu o instrutor.

- Hm. Sei. Crianças. – e, virando-se, disse para elas. – Olá. Meu nome é Mônica.

Robert adiantou-se.

- Oi, eu sou o Robert. Tenho 9 anos.

- Ai que gracinha. – disse Mônica para o instrutor.

Ele apenas riu.

- E o que eu tenho que fazer? – perguntou Mônica.

- Só me auxiliar. Simples. – respondeu o instrutor.

Quando Mônica tentou organizar todos, Robert veio por trás e passou-lhe uma rasteira. Mônica caiu de costas no tatame. Todos riram.

- Robert! – disse, tentando segurar o riso, o instrutor. E, virando-se para a turma, falou – Vamos fazer duplas. Mônica faz com o Robert.

“Ótimo!”, pensou Mônica, ironicamente.

Depois de se formarem as duplas, um da dupla iria atacar e o outro iria defender. Mônica iria defender. Para a sua surpresa, Robert era muito ágil. Tão ágil que a derrubou e imobilizou de primeira. Todos riram.

Na hora de atacar, Mônica não forçou muito, porque era mais velha. Mas, na hora que o imobilizou, deu uma apertada nele e sussurrou no seu ouvido:

- Isso é uma vingança, moleque. Ninguém humilha Mônica Sousa.

Depois dessa, Robert foi muito mais gentil com Mônica. Mesmo assim, Mônica ainda tinha vontade de arrancar os olhos de Cebola. Quando saiu da aula, entrou no seu conversível e foi até a casa de Cebola. Chegando lá, tocou a campainha. Cebola atendeu.

- Cebola! Eu vou te matar! – berrou Mônica.

- Afe! Quéisso, Mô? – Cebola recuou.

- Aquela aula de karatê foi um inferno! Tinha um pirralho lá... Se eu não me segurasse, iria reviver o meu passado dando uns tapas nele!

- Cruzes! - exclamou Cebola.

- Ai que raiva! – Mônica respirou fundo.

- Mô! Acalme-se! Eu não saiba de nada!

Mônica se acalmou. Cebola a convidou para tomar um chá. Denise estava lá dentro, ainda com cara de cansada.

- Mô. Que aconteceu? – perguntou.

- Pergunta para ele! – resmungou Mônica.

Cebola começou a explicar tudo. No final, Denise estava defendendo Mônica.

- Como você espera que ela faça karatê depois de uma festa como aquela? Se toca, Cebola.

Mônica riu com Denise. Adorava esse jeito defensor que ela tinha. Terminou o seu chá e foi embora. Chegando em sua casa, viu que Magali, Cascão e Richard a esperavam.

- Que é isso? Alguma surpresa? – perguntou.

- Não. – disse Magali. – Alugamos um filme de terror e estávamos esperando você para assistir. Como foi a aula de karatê?

- Prefiro não comentar. – respondeu Mônica. – Vou fazer pipocas.