Contágio
Estação 5 - Capítulo 93 - Instalando
O grupo estava maravilhado e surpreso com o lugar em que morariam, mas agora precisavam seguir algumas ordens se quisessem se instalar ali. Passaram pela revista e por fim continuaram com as suas armas.
Juan deixou seu grupo fazer suas tarefas normais e então levou Robert, Kei, Polly e todos os outros até um pequeno prédio da cor cinza, passando por alguns dos homens que faziam a segurança durante a noite que seguia de forma calma. Entraram no prédio bem mobiliado e encontraram uma moça de cabelos presos sentada atrás de um balcão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Quando soube que estava chegando com gente para cá vim o mais rápido possível – A moça se levantou, ela usava grandes argolas douradas em suas orelhas – Prazer, me chamo Halsey, eu cuido do registro de pessoas da área 2 de El Distrito.
— Área dois? Esse lugar é divido em dois bairros? - Robert perguntou olhando o ambiente bem arrumado.
— Bom... isso foi algo que eu não tinha comentado com vocês – Falou Juan coçando os cabelos – El Distrito é divido em duas partes. A área 2 é para os habitantes normais e os que chegam ao longo do tempo e a área 1 é feita para pessoas importantes que sobreviveram ao apocalipse, como o Governador do Novo México, o Herrera, os engenheiros que projetaram os muros que nos protegem e outras pessoas que tinham grande influência.
— Ou seja, os que tem dinheiro – Kei cruzou os braços em tom de decepção.
— O bom é que aqui parece ser muito maior que essa tal de área 1... não é? – Perguntou Polly. Ela estava interessada nessa parte de pessoas importantes, uma vez que foi uma renomada jornalista – Digo... imagino que há mais pessoas comuns que importantes residindo por aqui – Kei rapidamente notou o que Polly queria.
— Sim, essa área e muito maior que a área 1, mas lá tem um armazenamento melhor e uma segurança maior, já que a divisa com a área dois tem muros mais altos e mais resistentes – O grupo ficou um pouco preocupado com a última questão – Nada que indique que os daqui são fracos.
— Percy citou a presença de militares, isso é verdade? – Perguntou Vasili, preocupado em como instalar um negócio em El Distrito.
— Ficam todos na área 1 protegendo o Governador Herrera e eles as vezes recolhem suprimentos daqui quando fazemos as buscas – Juan disse por fim – Andem logo com o registro, as casas já foram reservadas para vocês.
— Casas... as que entravamos era para passar uma noite com medo de morrer para os zumbis – Bel riu enquanto dava a mamadeira para Matthew, mesmo sabendo que não havia graça alguma no que havia falado.
— E empregos nós vamos ter? – Mark perguntou indo até o formulário entregue por Halsey, que tinha diversas questões como:
Quantas pessoas você havia matado.
O motivo.
E se mataria novamente.
— Algumas vagas já estão preenchidas como as da segurança, mas toda a ajuda é bem-vinda – Juan se encostou no balcão. Carol, Tuppence e Amber se sentaram para preencher seus formulários e Ozzy e Taissa permaneceram encostados na parede, observando a rua iluminada pelos postes – Precisamos de gente trabalhando na equipe de construção, no hospital e na limpeza de El Distrito.
— Sua sorte é que trouxemos uma equipe de médicos e bombeiros – Disse Vasili – Mark está machucado, mas Hunter é tão ágil quanto – O rapaz do cabelo curto sorriu para Juan.
— Tudo bem... depois de amanhã mostrarei os locais onde cada um pode se encaixar. Levaremos o seu amigo para a clínica daqui e outro será enterrado – Falou Juan observando a pilha de formulários deixados no balcão – Tudo certo por aí, Halsey?
— Parece que sim – A moça pegou os formulários e logo começou a analisar um a um – Logo mais iremos realizar as fotografias de cada um...
Renata revirou os olhos.
— Quanta burocracia – Sussurrou para Hunter, que concordou.
— Venham comigo – Juan os guiou para fora do prédio, deixando Halsey com o seu trabalho – Como vocês sabem, El Distrito tem de tudo quase, segurança, médicos e alimentos. Alguma parte da alimentação é concedida por uma horta que Rosa projetou a algumas semanas – Entrou em uma rua com algumas casas acesas e outras não – Várias casas ainda não estão ocupadas, assim como alguns apartamentos e com a expansão da comunidade continuando, teremos ainda mais casas vazias até que pessoas cheguem - Andou mais alguns metros até chegarem ao fim da rua, que ficava próxima ao muro cinzento.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Polly e Taissa ficaram com os olhos radiantes com as casas bem cuidadas, algumas possuíam dois andares e um vasto jardim que seguia até os vizinhos.
— Estão todas mobiliadas e abastecidas, podem verificar tudo se precisarem – Juan observou Matthew com Bel – Mandaremos um berço logo em breve para ele.
— Obrigada – Bel assentiu com a cabeça.
— A água é puxada por um rio que tem aqui perto e a energia vem dos painéis solares que ficam ao lado do portão da área 1, ou seja, não tentem ir para lá tanto – Juan cruzou os braços – Como vocês são um grupo grande, podem se arrumar nas quatro casas dessa rua - Logo após isso terminou de falar.
— Não vai nem nos apresentar as casas? - Polly arqueou a sobrancelha.
— Meu trabalho aqui terminou. O conselheiro de Herrera na área 2, Timothy, fará uma entrevista com alguns de vocês – O rapaz sorriu calmamente e deixou o grupo, indo aos seus afazeres.
— Ainda me pergunto se isso é uma armadilha – Taissa cruzou os braços – Mas são casas tão bonitas.
— Vamos ficar com nossas armas – Disse Kei – Já é um grande avanço eles deixarem-nos andar armados pelas ruas.
— É um apocalipse zumbi ainda, não é por que estamos atrás dos muros que não corremos perigo - Kei claramente se sentiu incomodada com a resposta de Ozzy, mas preferiu não arrumar encrenca com ninguém no seu primeiro dia na comunidade.
— Se as senhoritas não se importam, eu quero conhecer logo essas casas, estou cansado de ficar ouvindo lorotas – Vasili se dirigiu a casa bege de dois andares. O restante do grupo começou a se organizar em suas devidas casas.
— Vai ficar com quem? – Boone perguntou para Robert, vendo o grupo do hospital se distanciando deles.
— Provavelmente com o meu pai, Polly vai ficar com Bel, não iria dar certo ficarmos na mesma casa depois de tudo o que passamos – Robert e Boone riram – Amanhã nos vemos.
— Tudo bem – Boone sorriu e foi até Renata.
Segundos depois, Polly se aproximou de Robert.
— Pelo visto trocou me trocou pelo rebelde tatuado, não é mesmo? - A jornalista barrou Robert no meio da rua, após todos tomarem certa distância - Fica tranquilo, não estou brava com você, apenas notei como nos distanciamos...
— Polly, nós tivemos bons e vários maus momentos, nossa amizade se abalou muito depois do que passamos no Palácio Oeste - Robert olhou para sua ex-namorada, de forma entristecida.
— Ei, não fique chateado - Polly puxou Robert para um abraço - Vamos ficar bem aqui. Você vai ser sempre o meu melhor amigo do apocalipse - Dito isso os dois riram - Até amanhã
— Até - Robert sorriu para Polly.
Logo todos se dividiram. Mark, Amber, Tuppence, Carol e Vinny foram todos para a casa vermelha. Boone, Hunter, Ozzy e Taissa para uma casa que ficava numa elevação. Polly, Bel e Renata foram para uma casa térrea da cor azul. Kei e Robert respectivamente foram para a residência da cor bege.
Vasili entrou primeiro na casa com Kei armada logo atrás. Robert seguiu pelos fundos e viu que não havia nada por ali se não uma pequena área de serviço, logo entrou pela porta dos fundos, dando de cara com a cozinha equipada basicamente.
— Uow...— Remexeu em algumas coisas na bancada extremamente limpa. Provavelmente alguém já tinha preparado tudo para quando o grupo chegasse. O loiro se apoiou na bancada e viu Vasili e Kei entrarem na cozinha – Nenhuma armadilha?
— Aparentemente nenhuma – Vasili se sentou em uma cadeira que ficava ao lado do balcão, colocando sua arma sobre.
— Isso não é possível! Nem no cassino tínhamos isso! – Kei abriu a geladeira, que continha algumas garrafas de água e enlatados – Eles pensaram muito bem nesse lugar! – A oriental se sentou ao lado de Vasili e colocou a garrafa de água no balcão, acompanhado alguns copos de vidro.
— Como será que os outros estão se virando? – Perguntou Vasili tomando um gole de água.
— Provavelmente a Bel está surtando com a mobília – Robert já viveu tempo o suficiente com Bel para saber como ela era.
— Seria tão bom, se mais pessoas estivessem conosco agora – Kei dedilhou o copo, lembrando de Akio – Já faz um tempo que ele morreu, mas ainda penso nele todos os dias – A oriental se encostou na cadeira.
— Perdemos muitas pessoas, mas agora temos que focar em nossa vida. Eu perdi quase toda minha família e agora não deixo isso me abalar, quer dizer, eu tento – Falou Vasili olhando Robert.
— O bom é que, salvamos aquela galera no hospital. Parte deles se formos mais realistas, mas ainda sim fizemos uma boa coisa depois de tanto tempo matando os outros – Disse Robert.
— Vamos ir descansar, teremos um grande dia aqui amanhã – Vasili se levantou e se dirigiu até o andar de cima, vendo um quarto para passar a noite.
— Não vai ir deitar? – Kei perguntou pegando a sua arma.
— Vou ficar aqui embaixo, só por precaução – Falou Robert e Kei concordou, indo para o andar de cima logo em seguida, procurando um banheiro para tomar um belo banho.
Robert foi até a sala e abriu a janela, tendo vista da casa azul, onde Polly e Bel ficavam. O loiro permaneceu sentado na janela durante alguns minutos enquanto portava o copo de água, sentindo o ar daquela madrugada. Agora toda as casas estavam escuras, o que indicava que todos dormiam.
— Ei! Olha quem está lá! – Bel apareceu na janela da sua casa, segurando o pequeno Matthew – Dê tchau para o tio Robert! – A moça dos cabelos castanhos moveu a mãozinha de Matthew para Robert, que sorriu de volta – Boa noite, Robert! – Bel falou para o amigo, antes de fechar a janela de sua casa e ir colocar Matthew para dormir.
— Boa noite, Bel – Respondeu Robert, voltando ao seu pleno silêncio em meio à escuridão.
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