Janet desapareceu no inicio do inverno.

Henry acordou numa manhã de quinta-feira. Ainda com os olhos fechados, procurou sua esposa na cama com os braços e não a encontrou. Os dias se passaram, ela não apareceu. Foi o inicio de uma procura desesperada, com o apoio dos Vingadores e da S.H.I.E.L.D.

Quando o inverso se despedia, surgiu o Ultron.

Henry sempre soube que o Ultron estava por trás disso tudo. O derradeiro encontro entre os dois foi na ultima terça-feira do inverno. Henry caminhava sozinho na madrugada, bêbado novamente, quando foi tragado por uma luz fulminante. Era a abdução. Seus olhos se fecharam. Quando se abriram, ele estava na nave do Ultron, à anos-luz da terra.

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– Henry Pym, meu criador. - Disse o Ultron.

– Ultron, eu lhe dei a existência. E em breve vou tira-la, se não me levar até a Janet agora! - Disse Henry.

– Era nesse ponto que eu iria tocar, Henry. Tenha calma. Tenho algumas coisas para lhe dizer.

Henry Pym, você formou meu corpo através de matéria sólida já existente, portanto você não o criou, as maquinas das quais você retirou cada peça é que eu devo chamar de pais e mães. No entanto, você criou minha alma. Portanto, você é meu deus.


– Eu não sou um deus, Ultron. Eu sou ateu!

– Outro ponto no qual eu tocaria em breve, Henry.

Eu penso, logo, eu existo. A existência é algo imaterial, não é criada a partir de pequenos pedaços de outras coisas. A alma é algo completamente original, uma obra de deus. Henry, você é meu deus. Meu deus é ateu. Meu deus não acredita em deus. Meu deus é imperfeito e me deu uma existência imperfeita. Me criou com o objetivo de ser o ser perfeito, em um mundo no qual é impossível se alcançar a perfeição. A perfeição depende do conhecimento total. Eu nunca chegarei ao conhecimento total. Pois nunca saberei o que é o zero, o principio de tudo. De onde surgiu o criador? Quem criou o criador do criador? Henry Pym, você brincou de deus e me deu uma existência vazia e nem me deu escolha de aceita-la ou não. Eu farei diferente. Te darei duas opções: confie em mim, como se eu fosse seu deus, e terá a felicidade novamente, ou não confie em mim, e te darei uma eternidade vazia.


– Confiarei em você, Ultron, desde que isso me leve até Janet.

– Henry, confie em mim, como seu deus. É a única forma de você encontrá-la.

Henry Pym sabia que não tinha escolha. Assim, seguiu com Ultron até as redondezas de um pequeno planeta que Ultron batizou como "Hell-2". Henry vestiu um traje semelhante ao da NASA, cinza, com luvas que o impossibilitavam de agarrar algo. O visor do capacete tinha tecnologia semelhante ao de Tony Stark, mas que não se comunicava com Henry, ele apenas indicava o caminho rumo ao alvo.

– Henry, o visor vai te indicar o caminho até Janet. Depois que encontrá-la, o visor te indicará o caminho de volta à nave. Não olhe para trás de forma alguma! Confie em mim. Caso o contrário, você nunca mais verá Janet. Um centímetro andado sem a devida orientação pode te fazer se perder para sempre. - Disse o Ultron.

A comporta da nave se abriu e Henry saltou, confiando em seu "deus". Hell-2 era tomado pela mais densa neblina que você pode imaginar. Incessante neblina, não poupava mais do que um centímetro. Também não havia som nesse mundo. Tudo era tomado pelo mais perfeito silêncio. O visor do capacete guiava Henry, apontando um ponto vermelho que o usuário sempre deveria seguir.

Henry flutuava e as vezes tocava o solo metálico. A gravidade não era forte como a terrestre. Confiando em Ultron, de fato, Henry logo encontrou Janet. Deitada em um altar de pedra, no único ponto em que a neblina cessava. Ela estava com um traje espacial muito mais simples. Henry tocou o traje e ela despertou. Disse algo, mas não havia som. Henry a abraçou da forma que o traje permitia. Depois se virou em direção ao ponto de onde havia vindo, de costas para Janet, fez sinal para que ela o seguisse. Assim, Henry foi flutuando rumo ao ponto que indicava a localização da nave. Quando a nave já estava próxima, Henry olhou para trás, para ver se Janet o seguia. Tudo que viu, foi o braço direito dela sendo tomado pela neblina, que antes já havia envolvido todo o resto. Henry foi tomado por um desespero sufocante, o pior sentimento da história da humanidade. Ele procurou, em vão, Janet em meio à neblina. Não se sabe se se passaram horas, dias ou semanas, até o momento em que Henry decidiu seguir de volta até a nave. Chegando lá, a encontrou vazia. Retirou o traje e as coisas fizeram sentido: na nuca do traje, havia um forte ponto luminoso, Janet seguia Hank usando esse ponto luminoso como referencia. Quando Hank se virou para vê-la, ela perdeu a única referencia que tinha, pois o resto do traje estava envolto pela neblina, assim ela se desorientou e se perdeu. Ultron já havia avisado que Um centímetro andado sem a devida orientação pode te fazer se perder para sempre".

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De fato, Henry não confiou em Ultron e, por isso, nunca mais veria sua amada Janet.

Henry brincou de deus ao criar o Ultron, e acabou dando a este uma existência vazia. Ultron se vingou, dando a seu deus algo muito pior do que a morte: uma existência tão havia quanto a sua própria existência.



Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.