Capitulo 9 – Festas

A semana acabou, agora eu teria mais um final de semana, Cristine, Castel e Sarah, já tinham ido embora, eu tinha mais quatro provas, o aniversario de Yura, o que me faz pensar, o que é que eu dou de presente pra ele...?

- Tenho que sair... – eu resmunguei pensando que teria que sair, pra escolher um presente pra Yura, e o pior, eu não fazia IDEIA do que comprar...

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Meu telefone apitou, era uma mensagem, tenho medo do que possa ser...

E nela esta escrito “Oi Lili-chan, está ocupada?”, então eu respondi “Não”, depois disso em alguns segundos veio a resposta: “As suas amigas já foram?” , o que me obrigou a responder “Já”. Ai o telefone tocou...

- Oi Lili-chan, suas amigas já foram embora?

- Oi Yura, já foram sim, elas não moram aqui, só vieram me visitar.

- Hum, bom saber...

- Por quê?

- Estou entediado...

- E o que é que eu tenho a ver com o teu tédio?

- Algumas coisas, na verdade.

- Tenho até medo de perguntar...

- Haha, então não pergunte, oras... Alias.

- O que?

- Que pijama é aquele?

- Eu já falei, está quente, eu não vou dormir de moletom.

- Por que você não me fala essas coisas, eu adoraria saber...

- Porque eu não vou ficar listando o meu guarda-roupa...

- Não falei do guarda-roupa todo. Só o que me interessa...

- Você e seus fins deturpados...

- E você adora.

- Quanta certeza...

- Não me obrigue a arrancar isso de você. E você sabe que eu posso...

- Eu não duvido... – a essa altura me conformar é a melhor maneira de conviver.

- Tá aprendendo... Diga-me, fazendo o que agora?

- Nada, pensando.

- Em que?

- No que te dar de presente de aniversario.

- Se quiser eu te dou umas idéias...

- Esse tipo de sugestão eu acho que dispenso...

- Você que sabe, mas eu ia adorar.

- Imagino...

- Que falta de animo, o que é que acontece?

- To acabada.

- E... É minha culpa?

- Uma grande parte é.

- Bom saber.

- Por quê?

- Assim eu pego mais leve contigo da próxima vez...

- Hump, mas você é convencido...

- Se você não agüenta o tranco, a culpa não é minha...

- Nossa, to me sentindo idosa agora.

- Bom, você é mais velha que eu...

- Então procura alguém da tua idade, oras!

- Ui, não quis ofender. – ele disse rindo.

- É sei, foi sem intenção...

- Haha. Olha, acho que é só isso.

- Você me ligou pra me chamar de velha?

- Na verdade não, te liguei por outras razões, mas, se você tá cansada te dou um desconto...

- Como você é legal...

- Eu sei. Enfim, tchauzinho.

Então ele desligou o telefone, e eu continuei pensando.

- Eu devia dar uma focinheira, isso sim... Mas o pior de tudo é que ele vai até gostar, e depois vai fazer algum comentário indecente...

Eu me enfiei no pior pesadelo de qualquer garota, e qualquer mãe. Me apaixonei por um cafa, e o pior é que ele nem sequer tem cara de cafa, se eu apresenta pra minha mãe ela vai fazer um suéter pra ele... É triste ser a única a saber da verdade, mas ao mesmo tempo, muito emocionante, eu era a única, ou uma das poucas que sabia da verdade... Bem, tudo tem seus prós e seus contras...

- Acho que é melhor eu ir logo... – eu reclamei enquanto me levantava.

Ir comprar alguma coisa pra alguém cuja personalidade ninguém conhece é um porre, quando você sabe, você tem que escolher alguma coisa que a pessoa vá gostar, mas se você der e as outras pessoas virem, vai todo mundo pensar que você é louca, e eu não sei como driblar esse empecilho de personalidade...

- Ai, eu não sei o que eu faço...

Foi quando eu passei em frente a uma loja que tinha uma gargantilha linda, de veludo vermelho escuro, com um símbolo do infinito de prata no meio e uma renda preta muito charmosa, então me veio a iluminação “achei!”.

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Eu comprei e coloquei numa caixinha com uma fita azul escura, guardei no meu armário e esperei, até que foi fácil.

Os dias da semana foram chatíssimos, provas, provas e mais provas, e na sexta-feira acabou, eu estava morta, meu cérebro tinha fundido, eu ia passar a sexta dormindo, pra conseguir pensar no sábado, onde eu certamente precisaria pensar.

No sábado, eu liguei para Sarah, eu não fazia idéia do que usar, sempre fui um desastre pra escolher roupa, ela veio assustadoramente rápido, ela disse que isso era importantíssimo, e abriu o meu guarda-roupa.

- Vai que ele tem algum primo bonitão.

O que me fez pensar, que se desse mole pra algum primo dele, ele me crucificava, me dava medo só de pensar...

- É né... – eu disse simplesmente concordando.

Sarah escolheu minhas roupas e me separou a maquiagem, mais do que eu pedi, mas...

- Obrigada Sarah...

- De nada. Ah, e se ele tiver algum primo bonitão da o meu telefone, tá?

- Certo... – eu tinha medo que os primos de Yura fossem assustadores como ele...

Enquanto me arrumava, pensava em como seria a família de Yura, eu realmente tinha esperança que eles não fossem bipolares como ele, e que ele fosse uma exceção à regra... Tomara...

Meu telefone tocou, eu estava terminando de me arrumar.

- Alô?

- Oi Lili-chan.

- Oi Yura...

- Você vem, certo? Minha mãe quer te conhecer.

- Estou terminando de me arrumar...

- Oh sim, te vejo daqui a pouco?

- Claro.

Peguei a caixinha no armário e sai.

No caminho eu estava, de novo, nervosa sobre como seria a família de Yura, e pensar em perguntas estúpidas como: “será que eu devo chamá-lo de Yura ou Yuriel, afinal é o nome dele...” ou então “como eu devo me dirigir a mãe dele?” e coisas do gênero...

Na porta do apartamento de Yura eu tomei fôlego e entrei, assim que entrei vi Yura com uma roupa creme extremamente infantil, era quase chocante ver os hiatos...

- Oi Lili-chan. – ele disse com uma voz adorável e fofa, se jogando em mim pra me abraçar.

- Oi Yura...

Uma moça que estava sentada no sofá branco da sala, se levantou e veio até mim.

- Ah, você deve ser a amiginha do meu filho.

“Amiguinha”? o que raio era isso, eu me senti meio como uma babá, ou como se a mãe dele estivesse me tratando como idiota.

- É... Acho que sou eu...

- Muito prazer! – a moça loira de olhos azuis disse me abraçando, por favor que ela não seja maluca como o filho dela...

Quando olhei ao redor vi a sala cheia de pessoas de cabelos e olhos claros, todas com rostos angelicais e amáveis... De fato a genética é uma coisa bastante marcante...

- Yura me falou muito de você. – ela disse finalmente me soltando.

- Ah, é? – eu disse ainda meio atordoada.

- Yep. – Yura disse sorrindo.

- Ah...

Eu peguei a caixinha com a fita roxa e entreguei a Yura.

- O que é? – ele disse chacoalhando a caixinha.

- Não chacoalhe filho, pode ser que quebre. – a mãe de Yura disse alertando-o.

- Vem comigo guardar Lili-chan? – Yura perguntou sorrindo e me levando de mãos dadas.

- Que gracinha. – eu ouvi a mãe dele dizer sentada na poltrona atrás de onde estávamos.

Yura me guiou até uma mesa no canto da sala e me disse quase num sussurro.

- Se você flertar com alguém da minha família eu te mato... – o tom completamente frio da voz de Yura me assustou, ele podia não estar brincando...

- Yura – eu ouvi alguém dizer do canto da sala.

- Hum? – Yura se virou sorrindo.

Um rapaz da mesma altura que eu se aproximou da mesa onde estávamos e disse:

- Não vai me apresentar? – eu imaginei que ele estivesse falando de mim.

- Ah, sim, sim. Lili-chan esse é o meu primo Carlisle. Carlisle essa é Alice.

- Prazer. – eu disse sorrindo.

- Prazer em conhecer. – ele era bastante alegre e sorridente também, alias o ambiente da casa de Yura era muito animado e alegre também.

- Yura fala muito de você. – eu começava a pensar para quantas pessoas de sua família Yura falava de mim.

- Já me disseram isso.

- Vamos fofocar. – ele disse empolgado.

- Hum? – o que será que eu teria pra fofocar com o primo de Yura.

Ele me pegou pela mão e me arrastou para o outro canto da sala, Yura não parecia ter nenhum tipo de reação adversa a isso, mas isso não significava nada...

- Então... – o rapaz sorridente começou. – Você é a namorada do meu primo?

Eu engasguei com a bebida, e enquanto tentava não me afogar comentei:

- O que?!

- Ah, você é a primeira “amiga” da qual o meu priminho comenta.

- Sou é? – eu disse ainda tossindo.

- É. Ele pode ser uma gracinha, mas tem dezenove anos, já era hora de ele arrumar uma namorada.

- Hum... – eu respondi tentando me manter neutra nessa situação toda.

- É você?

- Não que eu saiba...

- Ah, é uma pena, fui com sua cara. – a pessoa sorridente disse num tom alegre.

- Obrigada Carlisle.

- De nada, Alice.

- Desculpe a pergunta, mas eu queria saber.

- Sim?

- Quantos anos você tem? – se tratando da família de Yura não teria como saber...

- Vinte e três.

Era inexplicável, ele tinha o meu tamanho! Como essas coisas são possíveis?!

- Ah...

- Por quê?

- Vocês parecem ser mais novos...

- Ah, sim, isso é verdade. Ninguém acredita quando eu digo...

- Isso é bom quanto vocês ficarem mais velhos.

- Como a mãe de Yura, me diz quantos anos você acha que ela tem?

- Eu diria que uns trinta e nove.

- Cinqüenta, na verdade.

- Santo Deus!

- Eu sei!

E daí nós dois estávamos rindo, ele parecia uma amiga de colégio com quem a gente fofoca.

Passei grande parte da festa conversando com Carlisle, ele era muito simpático, a família de Yura foi muito gentil comigo, apesar de todos eles serem muito mais velhos do que aparentavam...