“Ensinaremos a todos aqueles com ações valentes a seu nome.”

ESCÓCIA 990 d.C.

Godric Gryffindor era conhecido como o maior duelista da região e não trocava uma boa briga por nada. Nos dias de calmaria agitava um desafio qualquer com amigos ou era capaz de incitar uma briga para satisfazer seus instintos. Aquela manhã nem tinha começado e ele já se encontrava em meio a um duelo com seu mais leal soldado, o Leão.

— Senhor, sabe que sou capaz de morrer em seu lugar? __ o Leão já havia lhe dado várias provas disso. Sua lealdade estava no olhar, direto e verdadeiro.

— Sei! __ Godric o jogava do outro lado daquela enorme sala de duelos. Estavam ambos com as respirações ofegantes, aquele luta, já durava uma hora e os outros animais estavam exaustos só de olhar.

__ Mas também sei meu amigo, que aquele que tirar a sua vida terá que me dar a própria no mesmo momento. Não sei mais o que é viver sem você aqui do meu lado. __Godric dizia palavras doces mas com a fúria de quem estava no meio de uma luta.

O Leão, como um gato grande, se preparava para dar um salto assim que Godric olhasse para baixo devido o cansaço, mas sua audição o fez sair correndo e deixando o duelo no vácuo.

—Medo? Nunca foi de ter...__ Godric não admitia vencer uma luta dessa forma, gostava da sensação de vitória quando próximo da derrota. Estava ainda pensando no que fez o Leão sair quando viu o Texugo saltar a sua frente pedindo por uma oportunidade de lutar com o bruxo.

—Tem certeza que é isso que quer?__Godric limpou a testa, suava muito.

—Sim senhor, sim senhor! __o Texugo o admirava e nunca teve a oportunidade de demonstrar seus dotes de guerreiro. Porém, aquele momento finalmente chegava e Godric então após dar uma rápida olhada para os outros animais já estava pronto para um outro duelo. O pequeno Texugo se esticava todo para preparar o corpo enquanto tinha os olhos lacrimejantes de emoção diante daquela oportunidade.

—Nunca pensei, duelar com um Texugo! __ Godric se colocava em posição e os outros animais se punham aos gritos para dar início ao novo duelo. Quando o Leão do mesmo jeito que saiu, agora retornava.

—Senhor, tem um goblin a sua procura...

—Quer que eu mande entrar?__ a Águia estava exausta de ver toda aquela força física para não realizar nada concreto.

—Deixe-o esperar, vamos continuar, quem é o próximo?__ Godric não mudava.

—Eu! Eu! Agora eu!__Texugo voltava a saltar e não queria abrir mão daquela oportunidade.

—Senhor, parece que é importante.__ a Coruja observadora via nos olhos do Leão uma preocupação.

—Concordo com ela, majestade.__ a Fênix era outra que queria que aquilo tudo acabasse logo, preferia virar cinzas a continuar naquilo.

—Um goblin? Importante?__ Godric já abria os braços para pegar o Texugo quando o Gato preto se colocou a frente.

—Quero ser o próximo, então!__ O Texugo não acreditava naquela afronta.

—Senhor!!!__ por um instante aquela sala para duelos ficou num silêncio após o rugir do Leão. Dessa vez quem parecia afrontar era o felino seu mestre.

—Ele disse o nome?__ somente um goblim o impediria de continuar aquela brincadeira.

—E goblins, tem nome?__ O Gato Preto já estava na posição e queria mostrar ao Leão que seu mestre não lhe dava tanta importância. Godric não conteve e riu muito com as palavras do Gato Preto.

—Ragnuk...eu acho.__ a Cobra entrava na sala de duelos anunciando o que todos estavam querendo tanto saber. E assim como alguém que acabava de ser envenenado, Godric mudou suas feições com aquela notícia.

—O rei dos goblins está aqui? Por que não disseram antes? Tragam-no logo!__ o maior de todos os duelistas agora agia como um Gryffindor e colocava-se a espera do goblim enxugando todo aquele suor. O Unicórnio e o Leão até tentaram fazer uma recepção ao rei, mas assim que se movimentaram já ouviram seus gritos vindos da sala anterior.

—Onde está o valente das Charnecas?? Godric Gryffindor!!!__bradava o rei dos goblins, Ragnuk.

—Me traga um pouco de mel e frutas, rápido!__Godric soprava ao ouvido do Gato Preto que ligeiro passou tão rápido pelas pernas de Ragnuk que o goblim nem percebeu.

—Aí está o pantaneiro, Godric!__ Ragnuk já andava com certa dificuldade devido a idade, diziam ser centenário. Conhecido pelo talento em forjar as melhores espadas, tinha nas mãos a sua maior expressividade.

— O maior de todos os duelistas não sabe que não se deve deixar um rei esperando, ainda mais, se irá pedir algo em troca.__ também era conhecido por sua impetuosidade. Ragnuk falava em meio a tosses, tinha voz rouca e penetrante. Como todo goblim, era todo verde e cheio de manchas e escondia suas imperfeições com ouro e os melhores tecidos. Só não abria mão dos pés, descalços e nojentos.

—Perdoe-me majestade. Estava no meio de uma reunião muito...__o Gryffindor tentava reparar. Mas o Leão lembrou a situação em que estavam a pouco tempo e soltou um riso cujo olhar do rei pescou no mesmo momento e sentiu-se provocado.

—Perdão, majestade!__ Godric pescava a irritação do goblim.

—Perdão! Eu te perdoo, você me perdoa? Ah! Vocês humanos e esse incrível hábito do perdão, como se isso fosse realmente possível. Esquecer!__ por uns instantes o rei parecia que iria explodir mas uma bandeja repleta de mel e frutas foi posta a sua frente pelo Gato Preto sendo auxiliado pelo Texugo que aproveitou a chance e deu até a primeira fruta na boquinha do goblim que por pouco não devorou sua mão.

—Nossa!!!__ Texugo ainda observava se não tinha perdido algum pedaço de sua mão.

—Acho que não devia, ainda nem sei o que irá me pedir.__ o goblim costumava pensar enquanto comia. Ali não seria diferente.

—Imagina! Saboreie...__era melindroso o Gato mergulhando mais frutas no mel.

Enquanto isso, as aves acompanhavam todo aquele movimento a distância. __Ele é mais rápido que um Porco.__ a Coruja pensou muito alto e o Goblim ouviu.

—O que disse a galinha?__ o Goblim parou de comer naquele exato momento e procurou da onde vinha aquele pensamento.

— Coruja! Sou uma coruja!__ como todas as aves era afrontosa.

—Não afronte...__a Águia sussurrava mas já esticava todas as penas para caso precisasse voar.

—Você é uma coruja? Vocês aves, são todas iguais, assadas no espeto!__ Ragnuk tensionava os dedos e preparava as unhas afiadas mas a Águia e a Fênix acostumadas e ágeis se colocaram a frente da irmã que pensava alto. Agora eram três contra um. Ragnuk sabia contar, mas não sabia perder, então aproveitava o mesmo movimento para continuar a conversa com o Gryffindor.

—E então, pantaneiro, o que vai me pedir? É dinheiro para a escola de magia?

Aquela conversa provocou um alvoroço entre todos eles. Ninguém sabia sobre a Escola de Magia. Agora Ragnuk, sabia! Mas como Ragnuk sabia?

—As notícias correm, pensei que ainda fosse um segredo.__ Godric tentava disfarçar a surpresa, mas Ragnuk riu assim que percebeu todo o alvoroço dos animais.

—Não existe segredo quando ele é dividido. O que querem comigo? O dinheiro só de Salazar não foi o suficiente?__ esperou o momento ideal para comer aquela ameixa com mel. Deliciava-se com toda aquela surpresa e chegava a babar nos cantos da boca.

—Foi Salazar que lhe contou?__ Godric tentava conter a raiva mas sua respiração denunciava o sentimento. O Goblim podia sentir o cheiro daquele sentimento e ainda mastigando a última ameixa com mel, perguntou.

—Não gosta de Salazar?

—Eu preciso que me faça uma espada, a melhor que já fez em toda sua vida! Uma espada pra chamar de Gryffindor!__ aquela espada seria muito importante para seus planos futuros e também para os presentes.

—Vai matar Salazar???__ o goblim arregalou os olhos e engasgou com o melado na boca.

LONDRES 2018

VÉSPERA DO INÍCIO DAS AULAS...EM HOGWARTS!!

Já era bem tarde da noite e os vizinhos não conseguiam dormir com o falatório vindo da Casa dos Balfour. A vizinhança já sabia muito bem o porquê daquele falatório. Eram as malditas aulas que estavam voltando e todo ano era sempre assim, semanas, ouvindo a jovem Brishta Balfour e seus planos para Hogwarts. A família Balfour sempre foi muito querida pela vizinhança, os pais de Brishta sempre deram muitos presentes para todos os vizinhos, costumavam dar festas com muita comida e bebida sempre que voltavam de suas viagens. Tudo era feito para agradar a vizinhança e assim com a ausência se sentiam seguros quanto a Brishta, que ficava muito sozinha com a babá, mas podia contar com os vizinhos. Será?

Naquela noite Brishta estava com os cabelos enrolados, sua babá terminava de pintar as unhas de sua mão porquê a de seus pés estavam já secando e enquanto passava o esmalte contava histórias, histórias sobre os fundadores de Hogwarts.

Ele queria matar Salazar?__ Brishta quase tirou a mão de susto com aquela informação.

—Não! Aquilo era intriga do duende. Salazar tinha aquele jeito dele, mas Godric e Salazar eram amigos.__ a babá, Gilda P. , adorava contar histórias e principalmente sobre tudo que envolvia o famoso Harry Potter.

—Amigos, Gigi? Conta outra! Eles eram bruxos, os melhores da época, o Godric era duelista, sabe o que é isso?__Brishta apesar de todas as suas futilidades, era muito estudiosa e um de seus talentos era a grande memória. Mas não fale de Harry Potter com ela senão perderá a amizade. Isso porque a jovem se coloca em pé de igualdade com o bruxo e não vê a hora de provar seu valor para todos e deixar de ser apenas a sombra do jovem feiticeiro.

—Seu Godric era um tipão! Vi as pinturas! Mas seus pais falaram que os dois só brigavam por um motivo.

—Qual? Os trouxas?__ Brishta tinha Gigi como uma mãe, isso porque as duas eram inseparáveis. Criada com os pais sempre viajando, Brishta aprendeu quase tudo com Gilda P. Só não aprendeu uma coisa: Gostar de Harry Potter!

—Tá bom, Gigi. E o que meus pais iam saber disso? Não sabem nem de mim! Pra mim aí tem mais, imagina, o outro até largou tudo e foi embora. Tem babado aí, e babado forte!__ checava as unhas se estavam já secas mesmo ou não.

—Acha que tem mulher?__ Gigi puxava sua mão, sabia que ainda não tinha secado.

— Nossa, Gigi! Olha a hora!__ Brishta por um instante olhou para as horas no relógio num formato de beijo e pôs-se a arrumar tudo para dormirem.

—Eu não quero estar na Estação King’s Cross com a cara toda amassada. Apaga essa luz!__ aquela era Brishta Balfour. Já deitada e esperando o sono vir enquanto Gigi fechava o esmalte e pensava em arrumar sua cama para deitar.

Quando se aproximou do abajur para apagar a luz ouviu o barulho da porta da sala abrindo...será que eles tinham voltado? Será que Brishta veria os pais depois de tantos anos viajando a trabalho?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.