Capítulo 02 - B.E.A: Bundas Extremamente Atraentes

– I-irmãzinha? - Aquele ser que eu - preparem-se para uma novidade bombástica - já tinha antipatizado antes mesmo de saber o nome parecia atônito, com os olhos levemente arregalados e a boca seca meio trêmula.

Nossa, como eu sou detalhista.

Sorri irônica.

P.s: Esse é atualmente, meu melhor sorriso! Sério!Mas... pensando bem, acho que eu fico parecendo a Dori, de Procurando Nemo com aquele sorrisão com dentes branquinhos.

Ok, voltando:

– Pai, Juliet, quem é essa garota estranha e com a boca toda suja de toddyinho? - Ele virou a cabeça para a direita; na direção de seu pai e então para a esquerda; olhando para minha mãe, querida, amada, linda.

Ok, vou tentar parar com as ironias por uns minutinhos.

Ou segundinhos.

– Fale direito de mim, seu idiota! E eu estava tomando toddyinho, e daí, preconceito? - Acho - só acho - que o tamanho do meu bico foi tão grande que podia ser facilmente confundido com um bico de pato. Cruzei os braços e franzi os cenhos quando vi o ''coiso'' á minha quase frente rolar os olhos.

– Nossa, vocês nem se conhecem e já estão de briguinhas! - Juliet falou e sorriu.

Agora é aquele momento que eu tento pensar no motivo ou razão aparente para ela sorrir.

Bem... Eu não achei nenhum.

– Eu estou com fome. - E, pela primeira vez nesse século, não fui eu quem disse isso.

É, até eu estou surpresa.

Aquele-ser-que-ainda-não-sei-o-nome-que-deve-ser-ridículo olhou em volta, parecendo constrangido.

– Ora, sente-se, querido. - Mamãe disse doce e, pior, sorrindo!

Ele deu a volta e se sentou ao lado esquerdo de seu pai, que olhou-o e sorriu, então voltou a comer.

A Miss Universo da Idade das Pedras - essa foi boa, admita! - o serviu e então olhou para minha humilde pessoa, provavelmente esperando o meu consentimento para me servir mais um pouco daquela coisa que eu nem sabia como se chamava também.

– Eu ponho minha comida. - Eu disse ranzinza e então me sentei do outro lado da mesa, de frente para aquele cara.

– Quer suco? - A ruiva perguntou e eu assenti, afirmando e então ela pegou com a mão esquerda o copo que estava ao lado direito do meu prato e o serviu com suco de laranja, o único que ela sabia que eu gostava, que, por acaso, também foi o único que tinha no armário, mas está tudo bem.

Parei de observá-la e então olhei para aquele menino.

Pele branca, mas podia-se dizer que ele foi á praia não faz muito tempo, pois estava meio vermelho na região das bochechas, olhos castanhos esverdeados, cabelos jogados e lisos, onde se encontrava uma touca de cor vermelha, ou vinho, tanto faz.

Ele usava uma camisa preta com os dizeres ''Nice To Meet You'' em branco e letra de forma, uma palavra em baixo da outra a partir do ''Nice''.

Rolei os olhos mentalmente com essa camisa, quer dizer, quem usa essa camisa deve ser uma pessoa DIGNA de usar essa camisa, certo? Certo!

Uma calça jeans de cor entre o cinza e o preto, quase skinny e marcava bem - um pouco bem demais - suas.. partes, digamos assim, para não ficar - tão - impróprio quanto o que eu pensei quando o vi.

Voltando, ele também estava usando um par de vans preto e branco, que eu particularmente usaria.

– Scarlet? Scarlet? - A ruivinha abanava o copo com o suco de laranja na minha frente, querendo chamar minha atenção.

– Que foi? - Eu e minha grosseria fazemos um par tão belo, não acham? - essa é a parte em que todos suspiram, como se estivessem assistindo Romeu e Julieta, ou qualquer outro romance clichê e mais doce que qualquer outro doce por aí.

– Não vai comer? Sua comida ficará fria. - Peguei o garfo, olhei para o prato e comecei a comer lentamente, e então a mulher saiu dali, indo para qualquer direção, que fiz questão de não ver para onde.

***

Os minutos seguintes foram quietos e apenas Bob e seu amigo conversavam sobre negócios, Juliet tinha ido atender o telefone e foi na direção do segundo andar.

Olhei atentamente para o menino sentado a mesa quando seu celular tocou - seu toque era ''Fluorescent Adolescent'', do Arctic Monkeys, e isso me deixou surpresa, essa música é muito legal para alguém como ele! - e ele parou de comer, pousando seus talheres em cada lado do prato e então pegando seu iPhone 5 branco do bolso. Olhou para a tela e após ver quem era, colocou o dedo na tela e atendeu, sibilando um ''fala'', o que me fez questionar a educação dele.

Ué, os Ingleses não são conhecidos como ''certinhos e educados''? Estou vendo o educado dele, nossa.

Poucos segundos depois ele desligou o telefone, colocando de volta no lugar onde ele estava e então ele começou a comer sua sobremesa - uma taça de sorvete de flocos com cobertura de chocolate e granulado.

– Ei, cabeça de melão. - Chamei o garoto e ele me ignorou.

Nossa, que gentil, hein?! Então - como eu sou a pessoa mais madura do mundo - peguei uma azeitona do meu prato e arremessei na cara dele. Ele virou a cabeça na minha direção igual ao exorcista e eu quase me molhei.

Quase.

– O quê raios você quer? - Ele perguntou irritado, lançando um olhar fulminante em minha direção e então bufando.

– Onde é que eu vou dormir? - Perguntei, fazendo minha melhor cara de não-sou-um-baiacu-tão-ruim!

– Eu que vou saber?! - Nossa, magoou... Grosso! Bufei e girei os olhos.

– Onde é que você vai dormir? - Perguntei, fingindo desinteresse e olhando minhas unhas roídas e com os cantos com partes avermelhadas de sangue seco, pois eu quando ficava nervosa as roía até sangrar.

Eu sei, nojento.

– No sofá lá da sala. - Curto e grosso, ok. Nem ao menos tirou o olhar da sua colher!

– E onde é que fica a sala? - E, mais uma vez, falso desinteresse em alta, mas eu já estava olhando-o.

– Seguindo esse corredor - apontou para seu lado esquerdo - lá em baixo vire a direita e você terá em vista a sala.

– Obrigada. - Sorri e comecei a andar rapidamente para o lugar indicado, e só então percebi que o garoto soltou uma exclamação e correu em minha direção.

Nem preciso dizer que não deu certo, huh?

Porque não deu e acabou que eu tropecei - no nada, como sempre -, entrando em seu caminho e eu bati a boca no chão e senti um peso em cima de mim.

Acho que fraturei minha bunda.

Só acho.