Como assim um bebê?!

Capítulo 16


POV Narrador

Katniss agora seguia sua vida da forma mais vivível possível. Voltou a se aproximar de Gale, e eles conversavam horas a fio. Ela até mesmo ria em raros momentos. Um verdadeiro milagre. Caçar a deixava mais relaxada e tranquila, a lembrava de momentos de paz, e momentos de paz são sempre bons, certo?

–A velha Katniss está de volta – Gale diz.

–O que quer dizer com ISS? – Katniss perguntou.

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–Mais forte, menos acabada.

–Por que não é a sua filha recém nascida torturada por Snow, não é mesmo? Sabia que era um erro perdoa-lo por ter sido um grosso quando eu precisei de você – ela disse com seu usual irritação.

–Eu não quis dizer isso – defendeu-se.

–Claro que quis. Você é um idiota.

Gale puxou-a para um beijo sem que ela pudesse pensar. Ela relutou, mas acabou por ceder. Uma manifestação tão clara de carinho a comoveu. Mas ela não sentia por Gale nem metade de que sentia por Peeta. Ela o empurrou.

–Você enlouqueceu?!

–E-Eu achei que você quisesse.

–Achou errado.

Ela saiu pisando forte, com a cara amarrada em direção ao centro de treinamento. Atirar de alguma forma extravasava sua frustração e tristeza e permitia que ela vivesse uma vida quase normal. E então ela deitava para dormir e sempre que fechava os olhos, as imagens horríveis tomavam sua mente e ela dormia quando o cansaço lhe vencia. E seu sono era sempre recheado de pesadelos perturbadores. Nada com o qual ela não sabia conviver.

Mas no dia seguinte, mesmo com a noite muitíssimo mal dormida, ela se jogava para fora da cama, tomava um banho frio para despertar e ia arrastando-se para o treino. Só que hoje tem reunião, e isso NUNCA é para boa notícia.

–Que bom que vieram – Coin diz falsamente.

Todos sabem o ataque de pelanca que ela teria se alguém faltasse. Katniss estava louca para ver, mas nem sempre tinha forças para provocar Coin, apesar de parecer ser imensamente cômico. Fica para outra hora.

–Mandaremos você, Katniss, para o distrito 8. Faremos um pronto pop para infiltrar a transmissão. Você visitará um hospital improvisado. O objetivo é comover aqueles que ainda apoiam a Capital.

–Aqueles que são fiéis dificilmente mudaram de lado – Boggs diz.

–Temos que tentar e incentivar aqueles que lutam ao nosso lado. Embarcam amanhã.

Coin não é uma mulher agradável e compreensível. Só aturou as faltas constantes de Katniss por que precisa dela como símbolo para a revolução. Não teve um sorriso verdadeiro expresso por ela. Todos tinham a ameaça e a irritação implícitas e é obvio.

A presidente do distrito 13 segue dando mais algumas instruções e ordens que Katniss prontamente ignorou.

Katniss embarcou no aero meio aérea, ignorando as pessoas ao seu redor, ou mais especificamente Gale. Ela até tentou se desculpar, mas fora prontamente ignorado e levou uma meia dúzia de foras.

Chegaram e fora m recebidos pela comandante Paylor, uma mulher de um 40 anos de cabelos loiros, simpática na medida do possível dadas as condições. Ela contou a Katniss sobre o hospital improvisado que atendia na medida do possível os feridos em decorrência da guerra.

Entraram no hospital improvisado e assim que aspiraram o cheiro, dava para sentir o medo e a morte no ar. Pessoas inocentes mortas sem nem mesmo participar dos conflitos ou por lutarem por um mundo melhor.

Ela viu uma menininha que se controlava para na gritar. Uma ferida imensa em sua perna denunciava seu sofrimento e a fez compadecer.

–Vai ficar tudo bem – ela pegou na mão da menininha.

–Katniss! – ouve um burburinho.

Aqueles que não a haviam visto ficaram ouriçados. Para eles, ela era uma heroína sem tamanho, que os guiava para uma Panem melhor. O que eles não sabiam era o preço que ela e aqueles que ela mais ama pagaram pelo simples ato de revolta na 74ª edição do Jogos Vorazes. Sua filha e seu namorado maltratados e nas mãos do inimigo.

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–E a bebê? – uma senhora perguntou.

Katniss engoliu uma resposta irritada. Odiava que falassem sobre isso. Tornava mais real e mais doloroso.

–Está com Peeta na Capital.

–Isso é horrível!

O burburinho aumentou. Eles achavam que a pequenina Rue se encontrava na segurança dos braços da mãe, só que não é bem assim. A pequena sofre todo dia, mesmo sem ter culpa de nada. Katniss balançou a cabeça para afastar os pensamentos tenebrosos que ela afastou o dia inteiro.

Seus fantasmas rondando, quase visíveis. Ela deu o sorriso mais verdadeiro que conseguiu para a velhinha e disse que os resgataria. E ela realmente queria. Aqueles que mais ama consigo. Mas a decisão e o poder de tomá-la não estava em suas mãos.

Ela se afastou e continuou a olhar os doentes. Muitas mulheres, idosos e crianças. O inimigo não faz distinção. Para Snow, matar não é problema, tento culpa ou não.

Uma explosão é ouvida. Nossa heroína – não tão invencível – empunhou seu arco. O que Beetee fez para ela. Respondia a comandos de voz, com flechas incendiaria, explosivas e normais, cuidadosamente separadas.

Os aeros com emblemas da Capital a enojaram. Como podiam atacar um hospital que possuía na imensa esmagadora maioria civis inocentes. Gale e os soldados que vieram juntos atiravam. Katniss derrubou dois aeros, mas mais e mais chegavam e só eles não davam conta.

–Vem – Gale a puxou.

–Mas e eles? – ela gritou apontando o hospital improvisado.

Não temos o que fazer!

Ela se deixou ser puxada. Deixar aquela velinha e a menininha lhe partia o coração. Deixa-los indefesos a mercê da fúria da Capital era ser como eles. Se pondo na frente dos outros. Como se sua vida valesse mais.

Mas ela é imensamente necessária para a Revolução. Não poderiam arriscar perder o tordo, não é mesmo?

Escondidos esperaram o ataque cessar. Horas ou dias poderiam passar, e Katniss não repararia. Os fantasmas a rondavam. “Como pôde deixar pessoas inocentes? Como pôde?”. Odiava sucumbir a tristeza e a culpa. Estavam em uma guerra. Sem ela, o povo perderia sua motivação. Como poderiam lutar se aquela que eles julgavam invencível morresse. Tentou piamente usar isso de desculpa.

–Vamos. Temos um pronto pop a gravar – Gale diz.

As câmeras estavam em seus tripés. Como poderia gravar um vídeo em frente aonde todas aquelas pessoas morreram? Mas era seu papel na guerra. O preço pela anistia dos vitoriosos.

As câmeras ligaram e Katniss começou a falar o que vinha a cabeça. A raiva pelo que a Capital fez e mostrou os destroços do hsopital. Contou dos doentes e feridos inocentes, sem culpa e indefesos.

–E lembre-se Snow, se nós queimarmos, você queima também – e a câmera gravou o aero abatido por uma flecha incendiaria.