Surpreendi-me com a pessoa que invadira meu campo de visão. Sehun observando minha expressão não dissera nada e apenas ajeitou sua mochila nos ombros enquanto caminhara deixando-me com Chanyeol, que após um olhar frio de canto para a pessoa mais inteligente da escola, voltou seus olhos a mim com um sorriso grande.

— Quanto tempo! — Disse em tom alegre e imediatamente me abraçou. Os olhos dos alunos miravam a mim e então o afastei.

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— Sim... — concordei reforçando um sorriso após o ato. — Mas e então, o que faz aqui?

— Eu vou estudar aqui agora — apontou para o uniforme do qual não percebi enquanto olhava incrédulo dês do momento que o vi.

— Que ótimo, não é? — tentei esconder meu desconforto que talvez estivesse aparente demais. — Espero que você goste daqui diferente de mim — olhei a grande construção. — Enfim, tenho que ir, nos vemos por ai — acenei me direcionando as portas de entrada.

— Lu Han — me chamou e então parei meus passos, não havia nenhum aluno no pátio e o sinal iria tocar a qualquer momento. — eu queria dizer que... ainda gosto de você — meus olhos se arregalaram. — só para saber, apenas. — me apressei para entrar em minha sala deixando-o para trás. O som que o sinal emitia confundia meus pensamentos, dos quais só fui me deserdar quando parei em frente à sala de aula.

Respirei fundo soltando o ar pesadamente e arrastei a porta de correr dando-me de cara com o professor que eu menos gostava, revirei os olhos dos quais repousaram em Oh Sehun que tinha a atenção em seu livro.

— Sente-se. — ordenou o mais velho voltando seus dedos sujos de giz para o quadro.

Sentei-me em minha cadeira no fundo da sala, ainda sentindo uma estranha atmosfera com Sehun que se assentava na cadeira ao lado. Estava tão calmo e a sala silenciosa, bem, até ouvir o anuncio do professor,

— Muito bem, alunos — segurou suas mãos ainda com o rosto severo. — hoje recebemos um aluno transferido, dêem suas boas vindas — meu coração errara uma batida quando o gesto com a cabeça que a pessoa fizera dera a deixa para o “desconhecido” entrar.

O cabelo escuro e sorriso maroto mais uma vez deixara as meninas em êxtase. O jeito brincalhão e mulherengo era o mesmo de dois anos atrás, e se destacava por ser o inverso de Sehun, que desinteressado ainda focava seus olhos no livro de titulo desconhecido recebendo um olhar sério do novo aluno que rapidamente mudara suas feições para uma mais agradável.

Seus olhos seguiram meu rosto ainda estava desacreditado e então andou até mim, pude ver por um breve momento o canto dos olhos do prodígio da escola observarem seu caminho até minha mesa.

— Espero que possamos ser bons amigos — bagunçou meu cabelo e sentou-se na cadeira em minha frente, senti meu corpo queimar, porém não com seu toque, com o olhar das garotas sobre mim, e de Sehun, que pareceu ter se virado pelo leve balanço do cabelo claro.

Eles realmente eram diferentes, enquanto Park Chanyeol sentava-se largado e sorridente, Oh Sehun tinha uma postura impecável e feição séria que o deixava um pouco mais atraente enquanto lia. Desviando-me de minha admiração, o moreno começou.

— Vai me mostrar à escola, Lu? — perguntou virando-se para mim enquanto sentava-se ao contrario na cadeira, vadiando com um lápis em minha mesa. Estávamos em aula livre.

— Você tem pernas — retruquei, não gostava tanto desse apelido mais. Chanyeol emburrou seu rosto.

— Você realmente não mudou nada — inclinou-se para trás. — ainda joga futebol? Afinal, era o melhor nisso na nossa ultima escola — minha visão periférica enquanto lia um bloco de notas com algumas anotações me fizera perceber Sehun ao levantar as sobrancelhas rapidamente.

— Eu parei quando sai de lá — Comentei e então senti seu braço entrelaçar meu pescoço.

— O que?! Eu vi no cronograma das aulas que terá Educação Física, e nós vamos jogar — Sem uma resposta sequer era claro que iríamos jogar, sorri por um momento relembrando as partidas.

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— Vai ser só dessa vez — pronunciei derrotado. — e não espere ganhar de mim se estiver no outro time — falei confiante.

Sorri e por um breve momento Chanyeol sorrira com ternura, desviei meu olhar, eu não o queria de volta, afinal, fora ele que acabou com tudo. Assim que o sinal do intervalo tocara, ouvi a cadeira do meu novo tutor arrastar-se e ele sair da sala, como sempre, acompanhado pelos olhos apaixonados das alunas que de longe o seguiam para o refeitório.

Minha relação com Sehun parecia ser oscilante, repleta de momentos inesperados que continham os beijos dominantes do mesmo, que do qual vendo passar pelos corredores pareciam nunca ter acontecido.

— Ei — o moreno balançou a mão em frente ao meu campo de visão tirando-me de meus pensamentos. — estou com fome, me leve até o refeitório — levantei-me emburrado.

— Só não pegue toda a comida do refeitório, não sei como não engorda com o tanto que come — Balancei a cabeça ainda negando esse fato. Ele sorrira abertamente e andamos até o refeitório, os olhares estupefatos observaram Chanyeol, que realmente, era também muito bonito.

Quando chegamos ao nosso destino, o refeitório estava realmente cheio, burburinhos bagunçavam o ar e então o indiquei o local das bandejas, fiquei de enfeite na fila enquanto o mais alto enchia o prato, colorindo a bandeja com comidas diversificadas.

Quando nos assentamos observei a mesa onde Sehun estava, conseguia ver suas costas envoltas em um uniforme azul marinho que delineava seu corpo másculo, enquanto parecia responder de um jeito monossilábico as perguntas feitas pelas garotas a sua volta.

Senti uma vertigem após imaginar o que fizemos ontem, o que o rubor em meu rosto denunciava meus pensamentos.

— Quem é ele? — perguntou Chanyeol após engolir o que estava mastigando. Ao menos eu não era o único a ter essa mesma pergunta como no primeiro dia de aula.

— Ele é um dos alunos de elite — ri com o novo apelido que achei para nomeá-lo, bem, era a verdade de todo modo. — Ele está em primeiro lugar no ranking nacional — e depois de pronunciar isso, realmente o achei incrível.

— E você gosta dele? — perguntou sem cerimônias.

— Por que dessa pergunta?

— Você não tira os olhos dele, e ele parecia com ciúmes hoje cedo — Seu tom de voz mudara de um jeito que pude sentir algo mais grave, mas um sorriso apagara o que havia pensado.

— Acabe de comer — ordenei observando o movimento do refeitório.

Sehun levantou-se como se soubesse que naquele segundo o sino iria tocar, o que acontecera. Seria aula de educação física e eu por incrível que seja estava animado.

Direcionamos-nos ao vestiário masculino onde o barulho de armários azuis se fechando e conversas paralelas eram ouvidas. Em um armário próximo ao meu vi o dito prodígio retirar sua camisa, amostrando músculos firmes e um corpo atraente, bem, por um momento ele virou seu rosto levemente para observar o curioso que o olhava, mas fui surpreendido por um corpo alto e uniformizado bem em frente a meu campo de visão.

De soslaio percebi que Sehun se dirigia ao campo.

— Vamos ficar no mesmo time — proferiu Chanyeol observando-me.

— Bem, ao menos poupa você da vergonha da derrota — brinquei caminhando junto a ele para o grande campo de terra com grama nos relevos em suas laterais, onde algumas pessoas sentavam debaixo das arvores e claramente certo aluno também.

Enfim, o jogo começara, o apito cobriu o ar por alguns segundos e meu coração disparou não apenas com o primeiro jogo depois de dois anos, mas ao encontrar de modo ligeiro o olhar fixo de Sehun como se estivesse se divertindo esperando um erro meu. Mas ele estava enganado. Fiz uma careta o que ocasionou um sorriso de canto leve de sua parte.

A bola rolou no campo de areia e o sol iluminava toda uma grande parte do local, minhas pernas se moveram como se fosse de sua natureza e me senti bem, como se fosse uma das coisas que eu mais precisasse.

Desviei de muitas pessoas e sem perceber um gol fora marcado. Abraços e mãos a bagunçar meu cabelo de alunos anônimos indicavam que fora meu. Sorri aberto correndo de volta a minha posição.

Olhei para Sehun que levantou suas sobrancelhas e eu não perdi a chance de mostrar minha melhor cara de gostou-do-que-viu?

As tapinhas de Chanyeol em meu ombro advertiam-me para ter atenção, focado me movi rapidamente assim que o apito soou, porém levei um empurrão de algum jogador e fui de encontro ao chão.

— Mas que droga! — levantei-me. — Qual o seu problema? — me virei para ver quem era e para minha surpresa eram os mesmos que me encurralaram no banheiro.

— Está tudo bem? — Ouvi a voz baixa de Chanyeol que entrelaçara meu ombro com o braço me afastando dali.

— Sim — disse limpando minha camisa. — São só alguns imbecis — pronunciei os provocando com o olhar por cima do ombro. Senti as mãos do mais alto em meu queixo virando-o para dispersar meus pensamentos raivosos.

— Eles levaram falta — enalteceu o moreno. — Não ligue para eles, talvez porque você é bonito — proferiu sem dificuldade, franzi as sobrancelhas mordendo o lábio inferior, esse jeito galanteador nato era marca registrada. Esses truques não funcionavam mais em mim.

Respirei fundo voltando a minha posição, meu braço ainda doía e de relance, vi Sehun franzir o cenho, porém novamente o apito tirou minha atenção dos olhos que me observavam.

Meus passos correram em direção a bola cobiçada pelos jogadores. O time adversário pegara e com o chute a esfera branca zuniu no campo... indo diretamente em minha direção.

Apertei os olhos esperando o baque, mas o silêncio me deixara a incógnita do que havia acontecido. Abri as pálpebras ainda receosas e a silhueta de uniforme de ginástica fazia sua sombra sobre mim.

— Lu Han — a voz baixa era conhecida, os cabelos claros também. — Tudo bem? — ergui meu olhar e Sehun reforçava sua face de indiferença enquanto a de dor tentava se emitir.

— Está machucou? — perguntei preocupado.

— Sim — assegurou. — Não se preocupe comigo, a aula já está acabando — ele passou a mão em seu cabelo os mexendo. O sinal tocou e o vi morder seu lábio inferior. — Vai, irei depois — não foi exatamente uma ordem, nem se demonstrou autoritário, mas ainda sim o fiz.

Chegando ao vestiário, entrei no chuveiro aliviando pela água fria minha pele rígida e relaxando os músculos — se é que eu tinha algum — enquanto limpava o suor da corrida.

Respirei mais abertamente após meu corpo se acalmar e eu desligar o chuveiro. Joguei a toalha em meu pescoço após me vestir. Abri meu armário procurando alguns curativos paras os arranhões causados pela queda, até ouvir o barulho de alguém bater com as mãos em um armário próximo.

Virei-me para ver e Chanyeol me encurralara impedindo minha passagem. Olhei para os lados e não havia mais ninguém no local.

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— O que quer? — perguntei indiferente.

— Você — proferiu. Revirei os olhos. — Realmente não sente mais nada por mim? — indagou se aproximando, a voz quase em sussurro.

— Não. — respondi sem cerimônias.

— Tem certeza? — seu joelho se encontrara no meio de minhas pernas. O rosto aproximou-se de meu ouvido. — Há dois anos não reclamava quando ficávamos sozinhos.

— Eu era um idiota que gostava de um cara que não tinha certeza sobre nada na vida — retruquei rudemente.

— Mas gostava quando eu fazia isso — Ele beijou meu pescoço, porém, não sentia a mesma sensação da qual ardia em meu corpo quando estava com Sehun.

— Pare com isso — tentei o afastar pressionando minhas mãos entre nós. — Seu imbecil — o empurrei com força fazendo um estrondo no armário da frente.

Então seu corpo avançou prendendo minhas mãos, ele era mais forte que eu, meus pulsos doíam.

— Você realmente só sossega quando ganha algo — disse sério. — me seduziu e depois simplesmente saiu da escola sem falar nada.

— O único que fez isso foi você — levantei minha voz, eu estava com raiva. — Não seja cínico, quando as pessoas desconfiaram você simplesmente começou a me tratar como qualquer uma que você transava e deixava de lado, desviava seu rosto, ria pelas minhas costas e depois vinha atrás de mim se desculpando, eu entendia pela parte de seu pai, mas aquele dia foi o cumulo de tudo que fez — franzi as sobrancelhas.

— Se pensava isso de mim todo esse tempo, por que me tratou bem hoje? Por que transava comigo mesmo assim? Por acaso gostava de sofrer?

— Porque eu amava de você — fechei meus punhos. — o rancor destrói as pessoas e o tempo me ensinou que eu não queria me tornar um covarde igual a você.

Então senti meu rosto queimar, a dor começara a se tornar mais elevada, seu corpo se afastou deixando minhas mãos caírem.

— Lu Han... eu... — arregalou os olhos que emitiam remorso, mas depois simplesmente abriu o sorriso endiabrado e egocêntrico. — Não aceito ser insultado por uma vadia como você, para ser sincero, você foi apenas um conforto quando eu não tinha a diversão necessária.

Antes de eu simplesmente juntar toda minha raiva para socá-lo sem ao menos pensar em uma expulsão, o som de um punho ao se encontrar com um rosto ecoou, tão alto e forte que me deixara atônito.

— S... — fitei os punhos manchados por sangue. — Sehun... — consegui proferir, nunca vi seus olhos selvagens como naquela tarde, raivosos como se pudessem perfurar algo com apenas o olhar, prestes a desferir mais um soco se Chanyeol do qual cuspia o sangue cismasse em levantar.

— Você é uma vergonha — a voz em barítono me fizera arrepiar. — Ainda não entendo como consegue alimentar esse seu ego mesmo sendo um inútil — o moreno ainda no chão arregalara os olhos ainda surpreendidos com a precisão e rapidez de Sehun. — Me dá nojo.

A pessoa de cabelos claros mirou a mim por cima dos ombros, sério porém mais sereno.

— Vá para fora — o olhei por um momento e obedeci. Meu coração mesmo eu mostrando força sentia-se entristecido, como se toda a verdade doesse mesmo eu sabendo dês do inicio.

Caminhei em passos lentos, até ouvir os sons de passos se aproximarem de mim.

— Lu Han — me chamou e me senti aliviado por ouvir sua voz. — vire-se para mim. — parei meus passos observando o mais alto olhar-me preocupado. — Você está realmente bem?

— Sim — sorri forçado. — estou sim, obrigado — inclinei minha cabeça levemente para baixo.

— Seu cabelo ainda está molhado — advertiu-me pegando a toalha de meu pescoço e cobrindo minha cabeça com a mesma secando meu cabelo. Fora nesse momento que as lagrimas caíram sem minha permissão.

— Mas que droga... — Tentei enxugá-las com as costas de minha mão. Ri a fim de dispersar a atmosfera melancólica. — faz muito tempo que não choro, eu pensei que tinham secado — sorri.

Naquela tarde que fora um tanto turbulenta, um dia incrivelmente azarento e frio para meus pensamentos, eu senti os braços de Sehun abraçarem meu corpo, ele era quente e transmitia a sensação de proteção da qual a muito não sentia.

— Eu tinha de tê-lo afastado assim que pude — suspirei. — não consegui... — culpei-me imensamente. — Me fiz de forte quando não podia e por teimosia isso aconteceu — apertei a camisa do mais alto molhando-a com as lágrimas que pareciam incessantes.

— Desculpe por ter deixado você sozinho — escutei sua voz surda vinda de seu tórax em meus ouvidos. — Você não ri daquele jeito quando esta comigo... fora a primeira vez que fiquei com ciúmes, e não sabia como reagir a isso — confessou apoiando o queixo em minha cabeça. — Se eu estivesse contigo isso não teria acontecido.

— Não se culpe — exaltei-me. — não faça isso... eu sou tudo o que ele disse, não tiro a razão — mordi o lábio inferior.

— Não seja idiota — afastou seu queixo segurando meu rosto em suas mãos. — Vai deixar aquela imbecil te rotular e ainda vai aceitar isso? Tsc... — pareceu incomodado. — Não foi a pessoa que disse que ia me vencer a qualquer custo.

— Isso é porque eu vou vencer — revirei meus olhos falando como se fosse uma obvio.

— Exatamente — sorriu de canto, com ternura e seu jeito viril. Então a dobra de seu dedo indicador levantara meu queixo e seus lábios desferiram um beijo rápido nos meus. Enrubesci e surpreendido tampei minha boca. — Espero que cumpra essa promessa — desferiu um peteleco em minha testa.

Seus passos começaram a mover-se, caminhando, enquanto exibia um sorriso malandro e travesso, me deixando lá, surpreendido e talvez simplesmente apaixonado pelo aluno de elite do colégio.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.