Como Irritar Um Capitão Pirata

Capítulo 33 - Rumplestiltiskin


O homem girava a roca enquanto cantarolava uma canção. A palha seca girava na roda e então se transformava em ouro puro. Uma moça caminhava pela sala fazendo a limpeza da mesma. Ela encarou o homem enquanto ele se mantinha ocupado fiando seu ouro.

– Quando é que você pretende libertar aquele pobre homem? – perguntou.

– Tudo há seu tempo, querida – o homem disse sem desgrudar os olhos da roca. Tinha uma pele áspera e seca como a de um crocodilo, uns dentes pontudos e olhos meio saltados. Uma aparência exótica o bastante para causar medo e repulsa nas pessoas. Mas, aparentemente, a bela moça parada ali não tinha medo dele.

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– Há quanto tempo ele está naquela cela?

– Há muito, muito tempo... – o homem disse com sua vozinha cantada.

– Por que faz isso com as pessoas? Foi algum tipo de acordo que você fez?

– Por que está tão interessada? – ele parou de girar a roca e olhou para a jovem.

– Por nada, eu só queria saber...

– É como sempre digo, querida, toda magia vem com um preço. Às vezes o preço pode custar muito caro.

Ela ergueu a sobrancelha.

– Tão caro a ponto de custar sua liberdade?

– Diga-me você. Afinal, você mesma não se sacrificou por sua família?

– É, mas não sou bem uma prisioneira, não é? E você me deixa caminhar pela casa desde que eu faça minhas tarefas e o obedeça.

Ele soltou uma risadinha e então voltou a girar a roca.

– São partes de um quebra-cabeça, você não entenderia. E, além disso, não há ninguém sentindo falta daquele homem...

– Como é que sabe? Ele deve ter uma família.

– Eu simplesmente sei.

E o homem voltou a cantarolar. A jovem apenas balançou a cabeça e voltou à suas tarefas. Aquele homem a intrigava. Ele era o Senhor das Trevas, mas ela conseguia ver algo de bom nele embora fosse um homem cruel. Na verdade, Belle tinha essa coisa de sempre tentar ver o bem dentro das pessoas. E não era diferente com Rumplestiltskin. Ela fora morar com ele como um acordo: ele protegeria seu reino e em troca ela seria sua criada. E embora tivesse sido separada de seu pai e amigos, ela não tinha ódio de Rumple. Pelo contrário, os dois até que estavam se dando bem.

Belle era muito culta e adorava ler livros. Rumple dera a ela um quarto abarrotado de livros, como recompensa por ela ser uma boa criada e não lhe arranjar problemas. Mas ela não gostava do fato de ter um quarto quando o prisioneiro dormia num colchão duro numa cela fria. Ela não chegara a falar com o homem, mas escutava seus gritos. Ele estava sempre se queixando e exigindo sua liberdade. Rumplestiltskin fingia que não ouvia, mas os gritos praticamente ecoavam pela casa.

– MALDITO CROCODILO! ONDE ESTÁ MINHA COMIDA? NÃO SE ATREVA A ME TRAZER AQUELA GOROROBA DE SEMPRE.

Belle não agüentava aquilo mais, então resolveu falar com o homem. Ele estranhou o fato de haver uma mulher ali e precisou enfiar a cabeça no buraco da porta para se certificar de que estava vendo direito.

– Eu já vou trazer sua comida, senhor – ela disse e o homem a olhou com curiosidade.

– Quem é você? Não vá me dizer que também é prisioneira aqui...

– É – ela suspirou – Toda magia vem com um preço, o meu é trabalhar para o Senhor das Trevas em troca de minha família ficar protegida...

– Hum. Interessante. Você também é parte do quebra-cabeça?

– Que quebra-cabeça? – ela fez uma expressão de confusa.

– Não sei, pergunte ao Crocodilo. É ele quem vive dizendo isso. Em todo caso, será que poderia me trazer algo que não fosse arroz empapado?

– É claro – ela sorriu e já ia se afastando pelo corredor quando se voltou – Ah, meu nome é Belle.

– Sou James!

Pobre James! Já estava a ponto de esquecer o próprio nome, tanto tempo passara ali naquela cela. Um dia ele já fora um homem charmoso, daqueles que arrancam suspiros e olhares por onde passam, mas agora sua aparência era deprimente. Seus cabelos estavam quase na altura da cintura e os fios se emaranhavam na espessa barba; seus olhos eram fundos; sua pele era seca; seus membros já estavam enfraquecidos por falta de uso. A cela era grande o bastante para que ele pudesse fazer pequenas caminhadas, mas o frio estava lhe causando reumatismo. E há quanto tempo ele não tomava banho? Anos... Até se esquecera de como era a sensação de água escorrendo pela pele.

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Talvez Belle pudesse ajudá-lo e convencer o Crocodilo a lhe deixar tomar um banho e cuidar da aparência. Era algo bastante improvável, mas ele devia ter esperanças. E bem, nestes anos todos em que ele estivera aqui, nunca perdera a esperança. Ele meio que acreditava que um dia ia sair e retomar sua vida.

– Eu não sou uma boa cozinheira – Bell voltou trazendo o que parecia ser um ensopado de peixe – Mas foi o melhor que consegui fazer.

– Acredite, cheira melhor do que a comida que o Crocodilo faz – ele comentou pegando o prato que ela passava pelo buraco da porta.

– Por que o chama assim?

– Ora, ele não se parece muito com um crocodilo? – James riu – Eu posso não estar muito bem agora, mas ainda sou mais bonito do que aquela coisa.

– Oh não diga isso! – Belle exclamou – Ele pode parecer estranho, mais ainda é um homem.

James não disse nada, apenas saboreou sua comida. Belle se sentou recostada à porta da cela.

– Você fez um acordo com ele, não é? É por isso que está aqui.

– O que não fazemos pelos filhos – o homem suspirou – Mas o Crocodilo me enganou. Olhe só onde vim parar. Agora ele vive me lembrando que magia sempre tem um preço. Patético!

– Ah, então você tem uma família.

– Só meus filhos, minha esposa morreu há uns anos. Eles devem pensar que estou morto.

– E como é que acabou num acordo com o Senhor das Trevas? – Belle poderia até parecer intrometida e curiosa, mas ela queria conhecer aquele homem, quem sabe não pudesse ajudá-lo?

– Uma longa história, mas posso contar a você se quiser ouvir. Estava mesmo querendo alguém pra conversar. Veja só, eu não falo com ninguém há quinze anos, só mesmo com o Crocodilo...

– Quinze anos? – Belle arregalou os olhos. - Então está aqui há esse tempo todo?

Ele assentiu e Belle se ajeitou no chão como pôde, curiosa por saber a história.

– Eu era um pirata – James começou – Um capitão para ser mais exato e tinha um navio chamado Jolly Roger. Eu tenho sido um pirata desde que me lembro, sempre fui apaixonado pelo ramo dos navios e navegações, sabe. Mas um dia fui me apaixonar por essa bela mulher e acabei abandonando a pirataria por ela. Bem, nessa época eu não era capitão, mas estava aprendendo as coisas. Nós tivemos três filhos maravilhosos: Killian, Willian e Jacob. Acho que eles acabaram herdando o gosto pela pirataria porque eram fascinados por piratas e navios. A mãe deles não gostava, é claro, mas eu não podia evitar porque me pegava contando a eles as aventuras que já vivi.

“Um dia minha mulher adoeceu e não tínhamos dinheiro para médicos e remédios. Você pode até me julgar, senhorita, mas eu sabia que tinha que fazer algo. Voltei à pirataria! Foi quando eu conheci o maldito Crocodilo. Eu precisava de uma tripulação para fazer parte, mas você sabe como é difícil encontrar piratas por aí? Hoje em dia todos preferem estar do lado da lei, então acabam tornando-se corsários. Você sabe, aqueles que trabalham para os Reis...

– Sim, eu sei.

– Eu não encontrei nenhuma tripulação pirata então pensei em formar a minha própria tripulação e ser capitão. É claro, eu também não tinha um navio e pensei em roubar um. Mas o maldito Rumplestiltskin sempre está disposto a fazer um contrato. Ele apareceu pra mim um dia e disse que poderia me dar o que eu queria. Eu sei o que vai pensar, seria bem mais fácil se eu pedisse a cura da minha mulher, mas acabei pensando apenas nas riquezas que iria ganhar como capitão pirata. Ele então me ofereceu um navio e em troca apenas pediu que eu abrisse mão de meu destino. Confesso que não pensei no que seria “abrir mão do meu destino”, estava mais preocupado com minha família. Então consegui reunir uma tripulação, até reencontrei velhos amigos da época da pirataria. Nós viajamos pelo mundo juntando riquezas e quando eu finalmente voltei pra minha família, minha esposa tinha morrido. Os garotos estavam desolados. Eu não ia deixar meu cargo de capitão, é claro, então quis que eles viessem comigo e aprendessem as artes da pirataria.

– Crianças num navio pirata?

– Ora, que mal há nisso? Sei que não é o melhor lugar para criar seus filhos, mas eles precisavam aprender a se virar sozinhos. Eu os ensinei a viver. Eles adoravam aquela vida. Viajamos pelos sete mares descobrindo todo tipo de tesouro e vivendo todo tipo de aventuras e perigos. Acredite, não há lugar melhor para se encontrar aventuras do que por estes oceanos. Bem, na verdade, Willian nunca gostou dessas coisas. Ele é como a mãe, nunca foi de se arriscar muito. Sabe, moça, às vezes penso que mereço estar preso aqui nesta cela por ter feito o que fiz com meu filho...

– Mas o que você fez?

– Eu o abandonei... Will não quis se juntar aos piratas e aquela era a vida que eu amava. Na verdade, eu só estava pensando no que era mais fácil. Se vivêssemos em terra firme eu teria que arranjar um emprego fixo. Sabe, nunca fui muito bom em nada, mas se uma coisa em que sou bom é sendo capitão. Aí achei que o melhor era viver num navio e pronto! Larguei o garoto pra trás...

Belle estava chocada.

– Ele era uma criança! Como pôde fazer isso?

– É, eu sei. Não há um dia em que eu não pense sobre isso e não me arrependa. Fico pensando o que deve ter acontecido com Willian e milhões de coisas me vêem à cabeça. O Crocodilo diz que ele está bem, trabalhando como ferreiro, mas bem, será que eu posso acreditar nisso? Meu maior desejo é sair dessa cela e encontrar meus filhos.

– Eu não posso julgá-lo, mas você fez suas escolhas...

– É, e veja onde minhas escolhas me trouxeram.

– Então, quando você abriu mão do destino Rumplestiltskin se aproveitou disso para aprisioná-lo?

– Ah sim! Maldito Crocodilo! As coisas estavam indo muito bem, sabe. Eu estava preparando meus filhos para quando eles fossem maiores. Eu não queria ser capitão até o fim da vida, passaria o cargo para Killian que é o mais velho. O garoto era inteligente, do tipo que aprende rápido, sabe... Mas eu meio que me tornei um pirata ganancioso. Já não bastavam todas as riquezas que eu tinha, era como se eu sempre precisasse de mais para me sentir feliz e realizado.

– Dinheiro tem o poder de embriagar as pessoas... – Belle comentou e James assentiu.

– Ah isso mesmo! Isso eu posso afirmar. Embriagado, eu estava embriagado por dinheiro e não percebia. Um dia resolvemos saquear o reino do Rei Anthony II. Talvez você não o conheça, mas é um dos reis mais ricos que existe. Oh como eu estava errado! Não sei onde estava com a cabeça quando liderei o ataque. Havia muitos guardas e logo fomos rendidos e atirados ao calabouço. Naquele dia eu temi por minha vida e a dos meus filhos. Percebi que meus filhos valiam muito mais do que qualquer riqueza. Quase fomos parar na forca, mas o Rei nos propôs um acordo. Havia um tal Desfiladeiro da Morte e o Rei queria que fossemos até lá para pegar um tesouro.

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– Eu já li sobre isso. Dizem que a pessoa que conseguir vencer os desafios do Desfiladeiro será dona de um tesouro maravilhoso.

– E o Rei estava interessado nisso. – James coçou a barba suja e embolada – Foi aí que percebi que ele também era muito ganancioso, talvez até mais do que eu. Ele disse que se fossemos até esse Desfiladeiro e trouxéssemos o tesouro ele iria nos perdoar por tentarmos saquear seu reino. É claro, eu preferia qualquer coisa a ir para forca. Também pensei nisso como mais uma de nossas aventuras. Estava tudo indo muito bem até Rumplestiltskin aparecer para mim. Já estávamos bem perto do Desfiladeiro e eu já me considerava vitorioso por ter chegado até ali, mas não imaginava que fosse minha última viagem naquele navio.

– O que aconteceu?

– Bem, o Crocodilo apareceu para me lembrar do preço que eu tinha que pagar pelo navio. Era hora de eu abrir mão do destino reservado para mim... Eu pedi que ele esperasse até que eu voltasse com o tesouro, mas aparentemente, ele sabia que algo de muito ruim iria nos acontecer caso nos aventurássemos pelo Desfiladeiro da Morte. Só sei que numa hora estávamos conversando no porão do navio e no minuto seguinte eu estava preso nessa cela. – James estava vermelho de raiva e apertava os punhos como que se segurando para não esmurrar as paredes – Maldito! Maldito Senhor das Trevas! Ele não me disse que abrir mão do destino seria ficar preso numa gaiola imunda como essa. E desde então, desde o maldito acordo que eu fiz por um navio, tendo estado preso aqui. Já se passaram quinze anos... Meus filhos agora são homens...

Belle estava penalizada pela situação do homem, e ficou muito pensativa. Talvez ela pudesse ajudá-lo.

– Por que não tentou outro acordo? Poderia ter oferecido algo em troca de sua liberdade...

James balançou a cabeça e suspirou.

– Eu bem tentei, mas o Crocodilo não quis mais saber de acordos. Ele é louco! Vive falando algo sobre um quebra-cabeças... ainda não consigo entender o que ele quer dizer com isso. Eu acho que ele anda tramando alguma coisa...

– Eu não entendo. Ele é só um homem que perdeu o filho e se arrepende por isso.

– Não, é muito mais do que isso. Escute bem, moça, ele está tramando algo. Você também é parte do quebra-cabeça, ou não estaria aqui.

Ela pensou por uns minutos até que Rumplestiltskin a chamou. Ela se levantou, ajeitou o vestido e prometeu a James que o ajudaria.

***

– Me parece que ele já colocou minhocas na sua cabeça – Rumple falou com sua voz esganiçada e cantada – Não dê ouvidos a ele, ele é louco!

– Ele me contou sobre o acordo de vocês. – Belle se sentou sobre a mesa, observando enquanto Rumple trabalhava – O que é esse quebra-cabeças que ele tanto fala?

– Hum... quebra-cabeças, tabuleiro de xadrez, pense como quiser... – ele murmurou enquanto girava a roca. Belle fez cara de confusa.

– Como é?

– Mas por que é que se interessa tanto? – ele guinchou meio irritado meio aborrecido. Parou a roca e ficou encarando a moça.

– Eu também sou parte do quebra-cabeça? Você está aprontando algo, não está? Tem algo a ver com seu filho?

Eles se encaravam e Rumple não sabia se ficava surpreso por ela perceber que algo estava acontecendo ou aborrecido por ela ser tão intrometida.

– Pense como quiser, queridinha. – ele soltou uma de suas risadinhas e voltou a trabalhar na roca – Uma peça do quebra-cabeça, um peão no jogo de xadrez, uma flor no jardim... – ele ergueu um dedo e apontou para ela – Você também faz parte desse mundo, não é? Então, como espera não fazer parte disso?

Ela novamente ficou confusa, mas sabia que Rumple tentava confudi-la para que ela não fizesse mais perguntas.

– Você sabe do que estou falando – ela se aproximou dele – Há um motivo especial para aquele homem estar aprisionado, não há? Você sabe bem o que faz, Rumple, suponho que não o tenha aprisionado por qualquer motivo.

Ele apenas riu e começou a cantarolar.

– São todos partes de um quebra-cabeças! São todos partes de um quebra-cabeças! – e ficou cantarolando assim até que Belle saiu da sala para fazer a limpeza da cozinha.

***

Mais tarde, Rumple saiu e Belle ficou sozinha em casa. O Senhor das Trevas confiava nela, por isso nem chegava a trancar as portas e janelas para que ela não fugisse. Belle não quebrava promessas ou acordos, de forma que ela nunca tentava fugir. Mas nesse dia, Rumple esqueceu uma coisa quando saiu. Um molho de chaves. Belle não pensou duas vezes.

– Acha mesmo que uma dessas vai abrir a cela? – James perguntou.

Belle achava que uma daquelas chaves era a da cela e estava disposta a libertar James, mesmo se sofresse alguma punição por isso. O pirata queria a liberdade, mas pensava que Belle poderia acabar sofrendo nas mãos do Crocodilo.

– Pode ser um teste – ele disse à moça – E se ele deixou as chaves para saber se pode confiar em você? O que ele vai lhe fazer quando descobrir que você me libertou?

– Bem, eu não quero pensar nisso – ela deu de ombros – Mas me resolvo com ele depois. Você não merece essa prisão, James.

Ela testou algumas chaves na fechadura. James não parecia achar que pudesse ser tão fácil assim, mas então Belle testou a quinta chave e a porta da cela se abriu. Levou alguns segundos para James absorver o fato de que estava praticamente livre.

– Vá! Encontre seus filhos! Retome sua vida. Eu vou ficar bem – ela disse pegando nas mãos do homem e incentivando-o a fugir.

– Se algo lhe acontecer...

– Rumple não vai me matar, se é o que está pensando. Querendo ou não ele precisa de mim. Mas você tem que ir. Diga a seus filhos que sente muito e aproveite a vida enquanto há tempo.

– Obrigado! – ele beijou as mãos da moça fervorosamente – Obrigado! Obrigado! Você é um anjo!

E foi embora sem olhar para trás.

***

Belle adormeceu e sonhou que Rumplestiltskin se zangava com ela. No sonho, Rumple ficara furioso ao descobrir que seu prisioneiro fugira e que fora Belle quem o libertara.

– Bem, ainda precisamos de um prisioneiro, não é? – o Rumple do sonho dizia – Não podemos apenas admirar uma cela vazia...

E então ele empurrava Belle para a cela, com a promessa de que ela ficaria ali para o resto de sua vida.

A moça acordou sobressaltada. Já era noite e ela ficou aliviada por ter sido um sonho. Mas aquilo parecia bem o tipo de coisa que Rumple faria quando descobrisse a fuga de James. O Senhor das Trevas só voltou quando era muito tarde. Belle se encolheu de medo quando ele foi até a cela e viu que estava vazia.

– Onde está o prisioneiro? – ele perguntou apontando para a cela vazia.

– Foi embora.

Rumple a encarou e ela imaginou que ele fosse lhe dar uma enorme bronca. Mas o homem apenas soltou uma de suas risadinhas.

– Eu disse, querida. Tudo há seu tempo...