Coletânea

Amarga Tragédia GerIta


A noite calma e iluminada devido a luz do luar confortava o moreno, que se encontrava sentado em uma confortável cadeira na varanda de sua pequena residência.

Sabia perfeitamente que não conseguiria dormir, provavelmente esperaria a noite inteira o retorno do companheiro, mais não se importava de esperar até a manhã seguinte.

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Esforçou-se o máximo possível para manter-se acordado e alerta, mas acabou sendo vencido pelo sono e pelas tranquilas melodias de piano que tinham origem do rádio, que estava na mesa ao seu lado.

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Sentiu um incômodo em sua pela macia, acordou com um pulo, pronto para abraçar o companheiro. Levou um choque ao deparar-se com um estranho usando terno e chapéu coco, o mesmo tirou o chapéu e colocou-o sobre o peito, mantendo a cabeça baixa, em seguida entregou-lhe uma carta.

Com as mãos trêmulas, pois temia o pior, pegou a carta e observou enquanto o homem se distanciava, até vê-lo entrar em um carro e sumir à distância. Ao quebrar o lacre de cera, desdobrou o papel dentro do envelope e leu o texto ali escrito.

A notícia que teve lhe trouxe um choque, provavelmente o maior que já havia levado durante toda sua vida: Ludwig faleceu em campo de batalha. Desde o início sentiu um mau pressentimento sobre o companheiro servir ao exército em meio a Segunda Guerra Mundial.

Suas pernas fraquejaram, sem conseguir se manter caiu de joelhos no chão. Lágrimas pesadas de tristeza e arrependimento profundo escorriam por sua bochechas, tentava parar com o choro, mas não conseguiu controlar as lágrimas e soluços, esfregava incansavelmente as costas de suas mãos em seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

Em poucos minutos seu irmão mais velho apareceu na porta de entrada, agachando-se ao lado do mais novo.

– Feli, o que aconteceu?

– O-o Lud... Ele... – Tentava dizer em meio a soluços. – ... Não vai voltar, não é mesmo?

– Eu sinto muito...

Colocou as mãos delicadamente nas bochechas do mais novo, em seguida abraçou-o e acariciou os cabelos, enquanto o outro chorava em seu ombro, deixando sua roupa molhada com lágrimas amargas de saudade.

Durante o dia e a noite ele chorou.

Chorou como se as lágrimas que escorriam fossem levar junto toda a tristeza que carregava consigo.

Chorou como se Ludwig fosse aparecer ao seu lado e lhe abraçar, dizer que tudo estava bem, como sempre fazia quando o moreno estava triste. Mas dessa vez era diferente, ele não voltaria para casa, Feliciano Vargas sabia disso, por mais difícil que era aceitar.

Eles nunca mais veriam um ao outro.