Colegas de Quarto

O Encontro de Lily


– Emmeline, mas o que você pensa que está fazendo?

James era o único em casa. Sua sessão de fotos fora cancelada por causa do mau tempo. Para passar o tempo, chamou sua namorada Emmeline já que estava com o apartamento só para ele. Enquanto ele foi para o banho, ela aproveitou para entrar no quarto de Lily e Marlene. Ela não confiava muito nessa história de que eles não faziam nada demais. Não confiava no namorado nem um pouco ao pensar que uma delas estava andando só de toalha (e talvez sem a toalha). Afinal, James era homem e tinha suas necessidades quando ela não estava ali.

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Ela fora flagrada entrando no quarto de Lily. Já havia mexido nas coisas de Marlene e não achou nada que comprovasse que o namorado havia a traído. Mas não duvidava nem um pouco que talvez ele estivesse optado pela ruiva.

– Eu estava fechando a porta. Uma corrente de ar a abriu. – Disse como se não estivesse fazendo nada demais. James, no entanto, não acreditou naquela desculpa, mas não discutiu, afinal apenas queria um tempo a sós com a namorada.

– Bem, então vamos fechar a porta e ir para o meu quarto. – Falou fechando a porta por ela e abraçando sua cintura. – Afinal, faz um tempo que não ficamos sozinhos.

Emmeline sorriu e o puxou para o quarto.

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Lily, Alice e Marlene estavam em um restaurante próximo almoçando. Após andar por algumas horas atrás de uma roupa perfeita para Marlene, Lily estava feliz em parar para almoçar e ficar sentada por um tempo.

– Então, Lily, você sabe o Amus Diggory?

Ela ficou em silêncio por um tempo pensando. O nome lhe era familiar.

– Eu não sei. Talvez. – Ela pegou seu suco e tomou um pouco. – Não é quem escreve a sessão de esportes?

Alice sorriu.

– Esse mesmo.

– O que tem ele? – Perguntou comendo.

– Bem, ele é amigo do meu marido. – Disse sorrindo. – Marido. Ainda não me acostumei com a palavra. – Alice Lewis, agora Longbotton, era uma garota de estatura média, morena de olhos azuis. Lily havia a convidado, pois ela não havia muito amigos no jornal e era a única pessoa que entendia a pressão de seu trabalho. Gostava bastante dela, era uma mulher adorável. – Enfim, Amus pediu para ele pedir para eu perguntar para você, se você quer sair com ele.

Lily engasgou com o pedaço de frango que estava comendo. Após se recuperar e tomar um longo gole de suco olhou para a amiga.

– O que? Mas eu nem conheço o cara! – Exclamou.

– Bem, eu conheço. E ele é um cara legal. – Garantiu sorrindo.

– E você está solteira há onze meses. – Marlene se manifestou pela primeira vez na conversa. A loira olhou para Alice. – Diga a ele que ela aceita com o maior prazer.

– Marlene!

– Não, você não tem uma opinião aqui. Você está solteira por muito tempo e agora você só trabalha o dia todo. Você precisa ter um pouco de diversão.

– Estou me divertindo agora! – Disse com pouca convicção.

– Você odeia fazer compras. – Retrucou levantando a sobrancelha. – Por favor, Lily. Eu posso te arrumar. Faça isso por mim. Eu tenho um novo vestido que eu venho trabalhando para mim e eu acho que ficaria incrível em você.

Lily olhou para os olhos suplicantes de sua amiga. "Talvez ela esteja certa. Eu não tenho ido a um encontro por um longo tempo.” Pensou.

– Tudo bem. – Suspirou derrotada. Alice e Marlene sorriram animadas.

– Ótimo, por que eu já havia respondido para ele hoje mais cedo e vocês vão sair hoje à noite.

– O que?!

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Sirius chegou em casa totalmente suado e molhado. Como fazia sempre que chovia, ele saiu para correr no parque. Gostava de correr nesse clima por que não eram muitas pessoas que faziam o mesmo e era o seu tempo para relaxar e pensar na vida. Percebeu que o apartamento estava silencioso, que não era muito comum, então concluiu que estava sozinho. Porém, ao ir para a cozinha, viu que estava errado. Emmeline Vance estava de roupa intima em cima da pia, tomando um copo d’água.

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– Oi Emme. – Cumprimentou Sirius se apoiando no vão da porta. A morena olhou para ele e sorriu.

– Sirius. Pensei que você tivesse saído. – Disse sorrindo e brincando com a alça de seu sutiã até fazê-la cair de seu ombro.

– Eu saí. E agora voltei. – Falou abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de cerveja. – A propósito, eu já te disse como você fica linda tentando me seduzir?

Emmeline gargalhou e desceu da pia. Ela e Sirius se conheciam á muito tempo e sempre se provocavam quando podiam. Sirius estava acostumado a vê-la seminua o tempo todo e não podia negar que ela tinha um corpo muito bonito, apesar de muito magro, mas nunca a olhara com segundas intenções. Nem mesmo quando ela se insinuava para ele. O que era o tempo todo.

Ela se aproximou dele e colocou a mão em seu peito, deixando Sirius tenso. Não gostava muito quando eles se aproximavam, sempre sentia que estava fazendo algo errado, mesmo não estando.

– E eu já te disse como você fica sexy quando está nervoso perto de mim? – Ela não esperou resposta e passou por ele, voltando para o quarto de James. Sirius suspirou aliviado com a saída dela.

Ele a conhecia desde a época de faculdade e antes de se envolver com James. Nunca haviam se relacionado, sempre foram amigos. Mas quando James e Emmeline começaram a namorar, Sirius se sentiu incomodado. Ele sabia como a morena era e não a confiava de jeito nenhum com o melhor amigo. Uma grande prova disso era o jeito que ela se insinuava para ele todo o momento que o namorado não estava.

Resolveu esquecer isso e ir tomar banho. Foi para o banheiro e fechou a porta já tirando a roupa. Abriu o box do chuveiro e viu a ultima coisa que queria. O maldito gato de Marlene.

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– Lily, se você não parar quieta, não vou conseguir terminar sua maquiagem. – Ralhou Alice segurando o rosto da amiga com mais firmeza.

Faltava uma hora para que Amus viesse buscá-la para o grande encontro. Lily não havia ficado nem um pouco feliz ao saber que Alice já havia confirmado um encontro que ela nem sabia, mas não havia nada a ser feito no momento. Ainda.

– Não é culpa minha. – Respondeu. – A culpa é da Marlene que parece que está enfiando um machado na minha cabeça.

– Se seu cabelo não estivesse tão embaraçado, eu não estaria enfiando o machado tão forte.

A ruiva bufou. Esperou pacientemente as amigas terminarem de arrumá-la. Nunca fora uma garota feminina. Sempre escolhera conforto á beleza, e achava um absurdo quer fazia a escolha inversa, o que era bem irônico, uma vez que sua melhor amiga era o oposto dela. Marlene sempre gostou de moda, saltos, vestidos, maquiagem e afins, enquanto ela sempre escolhia o bom e velho moletom. Apesar de não gostar, ainda sim usava para algum evento especial ou para agradar Lene.

– Terminei. – Anunciou Alice se afastando de seu rosto.

– Eu também. – Marlene se juntou a Alice para admirar a ruiva. Sorriu ao ver que seu vestido havia servido nela, que estava linda. Lily se levantou e andou até o espelho mais próximo para ver seu reflexo. Tinha que admitir que Alice e Marlene haviam feito um ótimo trabalho. Ela estava usando um vestido vermelho colado ao corpo até o meio da coxa, marcando suas curvas. O salto preto de Marlene completava o look, deixando-a mais alta e mais elegante. Seu cabelo estava liso e com a franja puxada para trás, formando um pequeno topete. A maquiagem que Alice havia feito nela fora focada em seus olhos. Ela usou tons mais escuros, fazendo seus olhos se destacarem mais do que o normal. E o batom vermelho que havia passado, havia feito ela parecer mais adulta.

–Uau... Eu estou... – Começou Lily sem saber o que dizer.

– Linda? – Completou Marlene.

– Maravilhosa? – Alice a ajudou.

– Devendo uma para a Marlene?

Lily a encarou pelo espelho e sorriu.

– Lene, você é mais alta que eu. – Disse após um longo tempo em silêncio.

– Eu sei.

– Então você não fez esse vestido para você. – Falou, se virando para poder encará-la. Marlene ficou em silêncio por um momento, mas com o peso do olhar da amiga sobre ela, Marlene suspirou.

– Eu fiz para você ano passado para o seu encontro com seu ex. – Disse se sentando. – Sabe, antes de vocês terminarem.

Lily não sabia o que dizer.

– Mas isso não é importante. Por que agora você vai para o seu encontro. – Disse Alice ao ouvir a campainha. Logo as três saíram e foram para a sala, onde Sirius, James e Emmeline estavam assistindo a um filme qualquer.

Quando a ruiva pisou na sala, as atenções foram diretamente para ela. James se sentou direito e a encarou de cima a baixo. Sirius abriu um sorriso enorme e Emmeline fechou a cara.

– Ruiva, se me permite dizer... – Começou Sirius se aproximando e pegando sua mão. – Você é a garota gostosa que eu vi hoje. – E beijou sua mão. Lily riu pela cantada que ele havia dado nela.

– Obrigada, Sirius. – Agradeceu. – Mas nunca vai acontecer.

– Bem, pelo menos eu precisava tentar. - E ele se sentou novamente. James ainda estava olhando para ela sem piscar. Quando ele percebeu que as meninas estavam o olhando, ele limpou a garganta.

– Você está linda, Lily. Aonde você vai? – Emmeline não gostou nem um pouco de como o namorado estava agindo.

– Oh... Ahn... Eu estou indo para um encontro.

– Com esta roupa? - Emmeline olhou para ela como se isso fosse a coisa mais absurda do mundo. - Se me permite dizer, você parece uma prostituta com esse micro vestido. E além do mais, onde você comprou? Quero fazer questão de não pisar no mesmo lugar. Não que nós compremos roupas no mesmo lugar, certo?

O local permaneceu em silêncio por um momento. Lily olhou para seu vestido novo. “Ele estava realmente muito pequeno?” pensou. Sirius estava olhando para Emmeline e para Marlene, que parecia querer pular no pescoço da outra.

– Eu fiz esse vestido. - Marlene foi a primeira a dizer alguma coisa. Sua raiva era evidente, mas ela se controlava.

Emmeline pareceu surpresa com a informação.

– Oh. Bem, é muito atrevida... E... Muito amadora. A costura é pobre e mal feita. – Falou como se não fosse nada demais. – Mas acho que está muito bom para o seu primeiro projeto, não é James?

Ele não soube o que dizer. Mas também não foi preciso, pois logo Marlene voltou a falar.

– Não é meu primeiro projeto. Eu trabalho em confecção de roupas há quase cinco anos. E estou estagiando com Katherine Sparks, dona da melhor loja de Nova York.

– Sério? Já te ocorreu procurar uma nova carreira? Honestamente, isso não é um trabalho muito bom e não acho que você terá futuro.

Marlene começou a caminhar até ela, na esperança de poder acertar um tapa em seu rosto, mas Alice a segurou. A campainha tocou novamente e Lily abriu a porta. Amus Diggory, seu encontro, trouxe-lhe flores.

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– Oi. - Ele cumprimentou-a. E deu-lhe o buquê de lírios. - Comprei-os para você.

– Oh, muito obrigada. – Ela sorriu e pegou-as de suas mãos. – Vou colocá-las na água. Entre.

Ele entrou no apartamento e olhou para todos. Lily apressou-se e os apresentou.

– Estas são minhas amigas, Lene e Alice você conhece. – E então apontou para Sirius e James. - E eles são meus colegas de quarto, Sirius e James. – E então olhou para Emmeline, que sorria como se nada tivesse acontecido. – E essa é Emmeline. Ela é... A namorada de James.

– Olá. Eu sou o Amus.

Ninguém disse uma palavra.

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– Mas qual é o seu problema, Emmeline? – Gritou James. Sirius, Marlene resolveram sair para um bar ali próximo e Alice voltou para sua casa. Todos querendo esquecer o que havia acontecido e relaxar. James, furioso com o que a namorada havia feito, não hesitou a começar a brigar com ela.

– Por que está gritando? Eu não fiz nada demais. – Disse sentando na cama do namorado.

– Por que você passou dos limites! – Exclamou. – Marlene não te fez nada e você sempre a insulta quando bem entende. E a Lily estava ótima naquele vestido, mas você tinha que insultá-la também. Qual é o problema com você?

– Meu problema? Meu problema, James, é você e suas ideias ridículas de morar com outras garotas. Pensa que não sei que você fica olhando para elas, as desejando? – James a olhou confuso. – E não me olhe desse jeito, como se não soubesse do que estou falando. Eu sei que você está esperando uma oportunidade para me trair e eu não vou permitir que isso aconteça!

Ele não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. De todos os absurdos que sua namorada havia falado esse fora o maior deles. Como ela, logo ela, poderia pensar tão pouco dele?

– Você dá em cima do Sirius o tempo todo. Anda seminua perto dele e o provoca, por que você o quer. – Ela o olhou surpresa. Não esperava que fossem essas palavras que sairiam de sua boca. – Pensa que eu não sei? Sirius sempre me contou e eu sempre te dei o beneficio da duvida, por que eu fui muito idiota em pensar que ele deveria estar errado. – O quarto ficou silencioso por alguns segundos. Ele então foi até a porta de seu quarto e a abriu. – Eu acho que você deve ir embora agora.

– James... – Começou com uma voz mais calma e suplicante.

– Vai, Emme. – Falou suspirando. – Depois a gente conversa.

Ela ficou por um tempo parada olhando para ele, e então pegou sua bolsa e saiu.

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Marlene e Sirius estavam sentados no balcão de um bar próximo ao apartamento, tomando uma cerveja cada. Já era a quarta bebida de Lene, e Sirius ficou impressionado ao ver que ela não era nem um pouco como a havia imaginado. Apesar de gostar bastante de moda, não era nem um pouco fresca ou só sabia falar de roupas. Eles poderiam ter uma conversa muito bem direcionada e relaxante. E ela era bonita e inteligente.

– Como um cara como ele pode namorar uma garota como ela? – Perguntou tomando mais um gole de sua bebida.

– Um cara como ele? – Perguntou Sirius com a sobrancelha levantada.

– É. Um cara bonito, legal, musculoso, com o quarto dos sonhos... – Ela percebeu o olhar de Sirius. – Eu não estou afim dele, eu só odeio aquela menina.

– Emme não é uma pessoa tão ruim. Ela só está com ciúmes. – Falou terminando sua cerveja. – Mas não vamos falar mais sobre isso. – Disse chegando mais perto dela. Marlene percebeu o que ele estava fazendo e o empurrou gentilmente.

– Sirius, pare de dar em cima de mim. Eu não vou ser nada a não ser sua amiga.

– Eu não tenho amigas.

– Bem, agora você tem uma. – Disse sorrindo. – Eu vou ser sua conselheira fiel, sua confidente, sua nova porta para o mundo das mulheres! – Disse rindo e quase caindo. – O que você acha?

Sirius a segurou pela cintura, impedindo sua queda. Ele sorriu com as palavras de Marlene e revirou os olhos.

– Eu acho que é melhor voltarmos para casa antes que você se machuque.

– Espere! – Ele a olhou, pensando que tinha esquecido algo. – Temos que comprar comida para a Baleia!

– Lene, você não faz ideia de como está bêbada. – Ele continuou andando para a saída, ainda a segurando. – Nós não temos uma baleia.

– Eu sei que não temos uma baleia. – Exclamou. – Baleia é o nome da minha gata.

Ele parou e a encarou. Não podia acreditar no que havia acabado de ouvir.

– Com tantos nomes para você dar para aquele gato estúpido, você me vem com Baleia?

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O encontro de Lily ia de mal a pior. Um pouco tarde demais, ela descobriu que estava vestida bem demais para o encontro, que havia sido em uma lanchonete popular. Muitas pessoas a olhava e ela sentia-se incomodada com isso. A conversa com Amus, tanto indo para a lanchonete, quanto a que estavam já comendo, era praticamente nula. Ele sempre a elogiava ou soltava um comentário, mas nada tão profundo para começarem a ter uma conversa de verdade. Ela tentou saber mais sobre ele e se arrependeu profundamente. Descobriu que ele apenas trabalhava lá, pois um amigo da família havia lhe dado um emprego que ninguém mais queria. Ele não era formado em jornalismo ou em qualquer área relacionada à escrita e não gostava nem um pouco de seu emprego. Ainda morava com a mãe, mas quando tinha encontros sempre ia para um hotel, e deixou essa ultima parte bem clara para ela, o que a constrangeu. Para resumir, ela descobriu que ele era uma pessoa monótona e não estava se divertindo nem um pouco em seu encontro.

Na volta para a casa, ele fez questão de deixá-la na porta de seu apartamento, e ela aceitou. Porém o que não esperava fora o beijo que ele lhe dera. Ficou surpresa com o ato, mas gostou de beijá-lo o suficiente a ponto de convidá-lo para entrar.

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Ao ouvir o barulho da porta, Marlene puxou os dois meninos para dentro do banheiro. Sabia que era Lily entrando e, pela outra voz do outro lado da porta, soube que ela não estava sozinha. Para dá-la um pouco de privacidade, decidiu que a melhor opção era fingir que ninguém estava em casa.

– Por que temos que ficar escondidos aqui? – Perguntou James sentando-se no tampo do vaso.

– Lily é uma pessoa tímida. Se ela souber que tem mais alguém aqui, não vai querer seguir o encontro a diante. Então não estamos aqui. – Ela sentou no chão ao lado de Sirius. – E, acredite, ela precisa desse encontro.

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– Então Amus, você está com sede? – Perguntou Lily, sentada no sofá ao lado dele.

– Na verdade, não. – Respondeu. – Mas eu preciso usar o banheiro. Onde é?

– É a terceira porta á direita. A porta às vezes emperra, então faça força para abrir. – Disse apontando para o corredor. Amus levantou-se e se dirigiu ao banheiro.

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Ao ver que alguém queria entrar no banheiro, os três foram para dentro do box do banheiro. Como era feito de um vidro escuro e ainda tinha uma cortina, era impossível notar que alguém estava ali dentro. A porta finalmente foi aberta e, após Amus entrar, ouviram o barulho da tranca.

– Eu espero que ele não resolva defecar agora. – Sussurrou Sirius para Marlene, que teve que tapar a boca para sufocar um riso.

Para a sorte deles, não era isso que Amus estava planejando fazer. Ele lavou o rosto na pia do banheiro e secou-se com a toalha. Olhou-se então no espelho.

– Muito bem, Amus. – Disse para si mesmo, ainda se olhando no espelho. – Você consegue. Você é um homem forte, bonito e másculo. Não precisa ficar intimidado com aquela ruiva. Ela é uma mulher bonita e vai dormir com você hoje. – Ele sorriu confiante para o reflexo. – Com o tamanho dela, nada vai parecer pequeno demais.

Sirius, Marlene e James se seguravam para não soltar uma gargalhada. Amus saiu do cômodo, permitindo que o banheiro explodisse em risadas.

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Lily sorriu quando ele voltou. Enquanto ele estava no banheiro, ela revistou a casa para ver se tinha alguém além dela e Amus. Ao ver que não, voltou para o sofá e ficou á espera dele, que não tardou a sair. Ele sentou-se ao seu lado e, antes que ela falasse alguma coisa, beijou-a.

Surpresa com o ato, ela demorou um pouco para corresponder a seu beijo, mas logo tratou de correspondê-lo.

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Após todos conseguirem para de rir, os meninos viram o rosto preocupado de Marlene.

– O que houve? Qual é o problema? – Perguntou James olhando para a loira.

– Vocês ouviram o que ele disse no final? – Perguntou. Ambos a olharam com cara de dúvida. – Ele disse que ia dormir com ela.

Os meninos não estavam entendendo a preocupação de Marlene. Continuavam com uma cara confusa.

– James, vá para a sala e interrompa o que quer que eles estejam fazendo. – Ele iria protestar, mas Marlene o cortou. – Agora!

James saiu do banheiro e se dirigiu para a sala, ainda confuso com a preocupação de Marlene. O que tinha demais ela ter uma relação sexual com alguém? Ela não era mais uma garotinha que precisava de proteção de alguém. Ela era uma adulta perfeitamente capaz de tomar suas próprias decisões. Quase deu meia volta, mas parou ao ouvir a voz de Lily.

– Amus... Eu não acho que seja uma boa ideia... – Disse tentando desvencilhar de suas mãos bobas. – Meus colegas de quarto podem chegar a qualquer hora e...

– Então vamos para o seu quarto.

Ela ficou em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer. Seu vestido estava meio aberto atrás e ela estava deitada embaixo dele. Ele continuou beijando seu pescoço enquanto ela estava paralisada, pensando em alguma resposta para conseguir se livrar dele o mais rápido possível.

– Lily?! O que você pensa que está fazendo?

Amus saiu de cima dela e olhou para James, que estava parado olhando para os dois, descrente. Lily sentou-se e levantou a alça de seu vestido, envergonhada. Ela tentou responder, mas James foi mais rápido.

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– Você impõe a regra de não se agarrar e a mesmo assim a quebra? Quanta hipocrisia da sua parte... Espere só até Sirius ouvir isso.

– Olha, James... – Amus tentou argumentar, mas o moreno foi mais rápido.

– E o que você está fazendo aqui ainda? – Seu tom de voz era bravo e um pouco alto. – Fora da minha casa!

Sem pensar duas vezes, ele pegou seu casaco e saiu sem se despedir de nenhum dos dois. Lily, envergonhada, não levantou o olhar para James. Continuou encarando o chão sem dizer uma palavra. Sentiu ele sentar ao seu lado.

– Você está bem? – Sua voz agora era suave e preocupada. Isso a fez levantar os olhos, que estavam cheios de lágrimas. – Ei...

– Desculpe... Eu só... Bem, não vai se repetir. – Disse se levantando e indo para o quarto. Mas parou e o olhou. – Onde você estava?

– No banheiro.

– Impossível, Amus foi ao banheiro... – E então ela o encarou. – Onde estão Marlene e Sirius?

Ele não sabia o que responder. Marlene não disse nada que ela não poderia saber o que havia acontecido e que eles estavam no banheiro. Mas pelo olhar da ruiva, achou uma boa ideia mentir.

– Eu não sei. Depois que você saiu, eles foram para um bar aqui perto e ainda não voltaram. – Falou com a maior naturalidade. – Mas Sirius ligou um tempo atrás avisando que Marlene estava um pouco bêbada e iria esperar ela melhorar um pouco antes de voltar.

Isso já não era mentira. Sirius havia ligado para ele quando ele e Marlene estavam no bar. Ele só mentiu sobre o horário que ele havia feito. Lily, no entanto, pareceu acreditar o que foi um alívio para ele. Ela voltou a andar em direção ao seu quarto e entrou.

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James acordou no meio da noite morrendo de fome.

Devido ao que havia acontecido, não teve chance ou vontade de preparar alguma coisa para comer. Porém, seu estomago não aprovou sua decisão. Então, as três e quinze da manha, ele saiu de sua cama e foi em direção á cozinha. Mas não estava sozinho.

Lily estava no fogão, fazendo chá para ela mesma. Não percebeu quando James entrou no cômodo.

– Oi. – Disse. Lily, distraída, se assustou. – Desculpe.

– Tudo bem. – Respondeu o olhando. – O que faz acordado á essa hora?

– Lhe pergunto o mesmo. Lene disse que você estava dormindo. – Ela levantou a sobrancelha e ele sorriu. – Eu não jantei e estou morrendo de fome. Sua vez.

Ela ficou hesitou um pouco antes de responder.

– As cinco vezes que ela veio checar se eu estava dormindo, eu fingi. Ela está sob tanta pressão no trabalho que eu não quis preocupá-la. – Respondeu olhando para o fogão e desligando o fogo. – Então eu esperei até todo mundo estar dormindo e vim fazer um chá para mim.

Ela pegou uma caneca e despejou a água fervendo nele. Abriu uma caixa de saco de chá, pegou um e colocou em sua caneca. James continuava parado olhando-a.

– Aceita um pouco de chá? – Ofereceu. Ele negou.

– Prefiro café. – E então, seu estomago o lembrou do por que estava ali. Ele abriu a geladeira, tirou alguns frios e colocou em cima da mesa. Começou então a fazer um sanduiche, enquanto conversava com Lily.

– Então... Se importa se eu perguntar o por que ela estava tão preocupada?

Ela não respondeu. Apenas tomou mais um gole de seu chá e permaneceu quieta por um tempo.

– Ele deve ter achado que eu estava tão desesperada. – Disse subitamente. James levantou o olhar para ela. – Quero dizer, quem sai com um estranho e o convida para entrar na sua casa?

“Muitas pessoas” pensou James. Mas não disse. Apenas continuou olhando para ela.

– Lily, não foi culpa sua. Ele que foi um idiota por ter tentado algo que você não queria.

Ela sorriu levemente para ele e terminou seu chá. Desejou boa noite e foi para o seu quarto, onde conseguiu dormir.