Colegas

Capitulo 13


PSM: Cat

Eu, Carly, Tori e Alex estávamos na direção esperando Pam, Sam e Miley saírem de lá.

–O que será que elas aprontaram? – disse Carly roendo a unha.

–Acho que nada. –disse Alex. – Devem estar falando de mim só.

–Deve ser. –disse Tori um pouco sem graça.

Ficamos em silêncio mútuo. Até as três saírem acompanhadas do diretor.

–Até mais Pam. Qualquer informação entrarei em contato. – disse o diretor apertando a mão de Pam. – Aliás meninas, bonita roupa. – ele sorriu gentilmente como sempre fazia.

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–Obrigada, boa tarde.

–O que houve? –perguntou Carly.

–Nada de mais. Ah, Alex! Posso falar com você um instante?

–Er... Claro. – a menina foi com Pam até o jardim da frente.

–O que houve? – perguntei.

– Alex não pode ficar conosco. –explicou Sam.

–Mas, por quê?

–O pai dela está exigindo a filha em casa.

–O que? Mais que cretino!

–Pois é!

–Bom, minha mãe vai conversar com a Alex e ela vai ter que voltar para casa do pai por enquanto. Ela vai tentar de tudo para tirá-la de lá. – O sinal toca. – Bom, é melhor irmos embora.

Eu fui para casa com Carly no carro de Freddie.

– Tadinha da Alex. Ficar com aquele cara novamente, será terrível. –comentou Carly no banco da frente.

– O que houve com ela? –perguntou Freddie.

–O pai quer que ela volte para casa. – expliquei.

–Meu Deus! Vou acabar dando uma surra naquele cara! –resmungou o rapaz.

–Se acalma, temos que pensar em algo para ajudá-la. Mas, enfim, mudando de assunto. Será que fomos bem na apresentação?

–Fomos ótimas! – exclamou Carly. – Você ouviu a voz da Miley?

–Linda, né?

–Pois é!

–E como foi a Sam? –perguntou Freddie. Sorri ao ver seu nervosismo.

–Ela foi perfeita também, tem um grande vozerão e é super flexível. Foi ótimo para coreografia. – respondeu inocentemente Carly.

–Chegamos miladys!

Nós três entramos e vimos a senhora Benson olhando um quadro na parede da sala.

–Oi mãe. – disse Freddie jogando sua mochila no canto.

–Oi meu amorzinho. Ou Carly, Cat.

–Oi senhora Benson. –dissemos uníssonas.

–Vocês acham que esse quadro ta torto?

–Só um pouquinho. –disse Freddie.

–Obrigada anjo.

– Carly vamos lá pra cima, temos muito a conversar! – disse puxando minha melhor amiga.

PSM: Alex

Estaca zero. Olhar para aquela casa suja e com cheiro de cerveja era intolerável a qualquer um que tivesse livre arbítrio de não voltar, mas eu não tinha esse livre arbítrio.

Pam é uma mulher fantástica! Fico envergonhada do tanto que ela esta fazendo por mim. Ainda me lembro de suas lágrimas ao prometer que me tiraria dali nem que fosse a última coisa que ela fizesse e que era para eu ser forte, assim como eu estava sendo até agora.

Não sei se estou sendo tão forte assim porque eu to chorando.

Eu ia perguntá-la o porque dela está tão determinada em mim, afinal, sou só uma colega de sua filha. Mas não achei que seria certo eu perguntar.

Entrei em meu quarto e vi tudo do jeito que deixara. Aquele cheiro me enojada.

–Sua piranha! Bem vinda ao lar! –disse meu pai ironicamente encostado à porta. Permaneci calada e sem olhá-lo.

–Vem dá um abraço no seu papai!

–Sai de perto de mim. –murmurei contendo as lágrimas. Seria forte, por Pam.

–Como é? Você fez um escândalo todo, foge do trabalho, dorme fora e ainda vai negar um abraço? –ele veio ate a mim e me abraçou com força, com muita força;

–Ta... ta me... machucando! –disse tentando sair de seu abraço. Ele me soltou e me deu um tapa no rosto.

–Sua vadia! Vai aprender a nunca mais me afrontar! Seu querido diretor está de olho em mim e disse que qualquer coisa me denunciaria ao conselho tutelar. Patético! A filha é minha e faço com ela o que eu quiser. –ele sorriu e passou a mão pelo meu pescoço e desceu ate os meus seios, segurei algumas lágrimas de nojo.

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–Enfim, vá lavar a louça e ajeite essa casa. E depois vê se consegue pegar umas cervejas no botequim da esquina.

–Com que dinheiro? –disse seca com a voz falha.

–De um servisinho em troca! Faça algo para seu pai sua imprestável! – e saiu batendo a porta. Fiquei encarando o nada e me lembrei de ontem a noite, quando Sam e Miley me abraçaram no carro e contavam piadas para me animar, como todos que gostavam estavam ali reunidos e de como me sentia amada, e agora você voltar para o início?! Não é fácil. Comecei a chorar e vi que realmente tinha que fazer o que ele pediu, lavei a louça e limpei a casa, depois fui ao quarto e peguei cinco pratas que eu ganhei de “gorjeta” e fui para um mercado comprar suas bebidas, não me rebaixaria de novo, não mais.

PSM: Tori

Depois da apresentação Miley levou eu e Logan para casa no carro do pai dela.

–Aí Logan! – disse Miley.

–Oi.

–Tenho uma amiguinha minha que ficou bem interessada por você.

–Amiga sua?

–Ahan, uma ruivinha com voz de bebê.

–Cat Valentine? –ele disse sorrindo.

–Ahan.

–Ela ta afim de mim? –ele disse abobado não acreditando.

–Talvez. E se eu fosse você a chamaria para sair, ela é um doce.

–Tem razão. –disse Logan sorridente.

–Meu irmão vai ter uma namorada. –cantarolei. Ele me deu um soco no braço e Miley gargalhou.

Entramos em casa e vi minha mãe ao telefone.

–Ahan... eu entendo... Calma, essas coisas passam!... Vou sim, relaxe... Beijos.

–Quem era? –perguntei pegando uma maçã;

–Ah, oi crianças! Era sua tia Leonor, está tendo muito enjoos.

–Ela não esta grávida?! Grávidas sentem enjoos. –disse Miley.

–Sim, só que está sendo direto e o Bob o marido dela está na Escócia.

–Vai dormir lá?

–Sim seu pai vai me levar.

–De carro?

–Vai demorar, mas está em cima para comprar passagem de trem e não quero gastar dinheiro. Miley! Tem problema de eles dormirem na sua casa? O Billy vai se incomodar?

–Nem um pouquinho tia. Ele vai adorar mais gente lá em casa, é só nós dois.

–ótimo! Vou arrumar minhas coisas.

Assim que minha mãe saiu de casa, eu e Logan pegamos tudo o que precisaríamos para dormir enquanto Miley foi arrumar tudo na casa dela.

–Billy! –Logan deu um forte abraço no grande galã mexicano que era o pai da Miley. Logan adorava ele.

–Fala garoto! Ta grande ein. Tori!

–Oi tio Billy. –disse o abraçando.

–Bom, porque vocês não tomam banho e ajeitam suas coisas de dormir enquanto eu peço hambúrgueres para nós?

–Perfeito! –disse.

Logan ia dormir no quarto de hóspedes enquanto eu ia ficar no quarto da Miley mesmo.

–Você fica tão fofinha com essas roupinhas femininas de dormir. –ela disse rindo quando sai do banheiro com uma calça de moletom cinza e uma regata roza.

–Não é tão gay assim minha roupa.

Assim que o Logan acabou também, descemos e adorei ficar conversando com Billy Stewart.

–Devíamos combinar de ir aquele parque em Seattle, o que acham? Nossa! Faz tanto tempo que não levo os três lá.

–Verdade. Ia ser bem divertido.

–Mas, e aí? Beijando muito Tori?

–Que isso tio! – disse sem graça.

–Tori está passando por uma fase delicada de identidade. –disse Miley fazendo voz de inglês.

–Para!

–Ok, ok. Vão subindo enquanto eu arrumo isso daqui e bato um papo com o Logan!

–Ta. Boa noite pai.

–Boa noite anjinho. Boa noite Tori!

Subimos para o quarto e ficamos conversando. Miley ligou sua TV e colocou num canal que passa séries de madrugada, enquanto ficamos jogando UNO.

Era maravilhoso ficar com ela, nunca estive tão bem com Miley, nunca quis tanto estar com alguém. O riso dela me fazia feliz, adorava o jeito em que seus cabelos castanho-ruivo balançavam ao vento e jeito marrento de ser. Quando deu três da manha descemos com cuidado e pegamos potes de sorvete e ficamos relembrando do quando éramos pequenas.

–Eu te amo. –disse a ela. Miley sorriu e me abraçou.

Uma coisa estranha estremeceu dentro de mim e meu coração acelerou. Assim que acabou o abraço e ela ficou me encarando e disse:

–Também te amo. – eu fui me aproximando e encostei meus lábios nos dela por alguns segundo, ate perceber a loucura que fizera.

–Ai meu Deus! –disse me afastando. Que idiota eu sou! Levantei-me e peguei meu casaco, meus olhos embaçaram pela quantidade de lágrimas presa neles, e sai correndo longe dali.

–Tori. –ela me chamou. –Tori! – Mas já havia saído da casa dos Stewart’s, corri para meu quintal e peguei a bicicleta do Logan que estava jogado ali.

–Tori. – ouvi Miley me chamar na varanda, mas já estava virando a esquina.

Assim quando dei a volta no quarteirão vi um café 24 horas abertos. Entrei e me sentei ao canto e comecei a chorar.

O que esta acontecendo comigo? Porque eu fiz isso? A Miley deve estar com nojo de mim. Oh Deus!

–Pois não? –ouvi a voz de um rapaz familiar.

–Beck? –disse enxugando as lágrimas.

–Tori? O que esta fazendo aqui uma hora dessas? De pijamas?! –ele sussurrou.

–Nada não. –disse me lembrando do que fizera e encostando a cabeça na vidraça. – Você trabalha aqui?

–Sim. –ele ainda me olhava preocupado. – Meu pai é dono e não durmo muito a noite. Tem certeza que não quer conversar?

–Quero um café, serve? –pedi tentando sorri. Ele sorriu.

–Já volto.

Olhei em volta do lugar e era bem acústico, rebaixamento e luzes baixas, paredes de pedra e detalhes em madeira, havia um senhor tocando um violão num palanque e umas duas ou três mesas ocupadas por algumas pessoas preocupadas tomando café, tinha um hospital por perto, então um café 24h foi uma boa ideia do senhor Oliver.

–Voltei com seu café e uma torradas, cortesia da casa.

–Obrigada.

–Posso sentar aqui?

–Er... claro!

–Seus pais não vão ficar preocupados?

–Não. Meu pai ta levando a minha mãe na casa da minha tia, não vai voltar hoje tão cedo. Estava na casa da... Miley. –disse suspirando.

–O que houve para você sair de lá às quatro horas da manhã de moletom?

–Eu... fiz uma coisa vergonhosa e confusa. E sai correndo dali.

–Miley é sua amiga, ela não vai ficar preocupada?

–Não sei, não quero pensar nisso. Só quero pensar em como fui idiota!

–Esta sem sono?

–Totalmente.

–Então vem. – ele puxou minha mão e me levou ate o velhinho no palanque, sussurrou algo no ouvido dele. O velhinho sorriu aliviado saindo dali, enquanto Beck pegava outro banquinho, ele sentou-se num e ajeitou o violão.

–Vem, senta aqui. Cante algo! Foi ótima na apresentação!

–Seu pai não vai brigar?

–Ele vai agradecer! Meu avô toca essa música toda hora de todos os dias! –sorri e meu sentei ao seu lado.

Beck começou a tocar algo bem baixo e lento, e eu me senti confortável, podia ate me imaginar num cantinho tomando chocolate quente e apreciando esse som, comecei a cantar algo no mesmo ritmo e tom, e me senti pura. Como se aquela agonia que eu sentisse esvaíra-se.

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Se ficamos vinte minutos ou duas horas não sei, parecia que o tempo parou e eu me sentia uma garotinha.

–Obrigada! –sussurrei para ele assim que acabamos depois de algum tempo. Ouvi uma mesa, a única, aplaudir baixinho e se levantarem, uma mulher que tinha grandes olheiras veio até nós e deixou dez pratas no palanque.

–Obrigada, a música me ajudou muito a me acalmar. Deus te ilumine. –e a mulher saiu abraçada do marido.

Olhei para Beck e ele sorriu.

–Aquela e a senhora Connan. A filha dela esta com câncer. Fica aqui todos os dias tomando cafés e cafés, e às vezes chora e depois fica olhando pela vidraça o hospital e o meu pai por fim sempre dá uma flor para ela entregar a sua menina.

–Nossa. –disse.

–É. –ele suspirou. –Bom, meu turno acabou! Acho melhor te levar para casa.

–Vim de bicicleta.

–Bom, eu sei que de noite não da para reparar, mas acho que vão ficar te olhando com essa roupa a luz do dia. –ele riu.

–Tudo bem, aceito uma carona! – entrei em seu carro e fomos com as janelas abertas.

–Não sabia que amanhecia tão rápido dentro da cafeteria. –ele riu do meu comentário.

–Sabe, eu gosto de você! -disse ele.

–Gosta? -disse surpresa.

–É! As vezes eu te olhava pelos cantos lendo algum livro clássico e eu falava: Cara, essa menina é legal! ; Mesmo não te conhecendo eu não sei por que te achava legal.

–Nossa, valeu.

–E conhecendo eu confirmo isso, você é muito legal!

–Por que me acha tão legal? Não faço nada de mais.

–Lembro que você e Miley eram grande amigas, como irmãs. Mas sabia que ela havia aprontado com você. Dava para ver a culpa em seus olhos. Mas você a perdoou.

–Quando se ama muito alguém, você tem que dizer. Tem que perdoar, tem que cuidar. Não pode deixar escorregar das suas mãos! Talvez eu nunca mais ache alguém como ela. -disse sorrindo. Ele ficou olhando a rua a sua frente por um instante.

–Tem razão, Tori! Tem razão. Olha só! –ele exclamou ao olhar um grande banner na praça principal. – O baile de inverno de Nashville!

–Nossa! Não vou a um desde a oitava série!

–Sério? –ele perguntou incrédulo.

–Não saia muito... –dei de ombros.

–Chegamos. –disse ele estacionando na minha porta.

–Obrigada Beck, você foi muito gentil.

–Obrigado você! Queria conversar com alguém da minha idade.

–Até segunda ou por aí.

–Até!

Assim que entrei em casa subi para o meu quarto. A janela da Miley estava aberta e ouvia a voz do Logan rindo. Fechei minha cortina para ela não ver que estava em casa.