Se fosse em qualquer outra situação , eu provavelmente teria rido da cara do Simon, até porque a cara de surpresa dele foi impagável. Mas nessa situação, eu não era capaz nem de falar, imagina então rir.

– Você tem certeza disso? - Perguntou com uma expressão ilegível.

– Como você ainda pode perguntar isso? - Digo mostrando minha raiva em cada palavra que saiu da minha boca.

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– Sei lá, esse filho pode ser de outro. – Ele diz visivelmente nervoso, como eu sei disso? Ele tem a mania de passar a mão pelo cabelo quando está nervoso.

É uma mania que ele tem desde pequeno, mas que depois de grande o fez ficar extremamente sexy. Acabei deixando esse último pensamento de lado e me focando no que ele tinha dito.

– Esse filho não é de outro pelo simples fato de você ter sido o único naquela época, mas agora mais que nunca eu desejaria que o bebê fosse de qualquer outro. – Rosnei com meus olhos lacrimejando, e a última coisa que eu queria era que o Simon me visse chorando, por isso saí correndo de lá, mas ainda pude escutar...

– Bia para ... Espera, eu não...

Por causa das lágrimas e pelo fato de estar correndo acabei trombando em alguém, e como tudo que está ruim pode piorar, eu acabei trombando no caipira, o que me fez cair de bunda no chão.

– Você está bem? - perguntou estendendo a mão para me ajudar a levantar, a qual eu dispensei. Levantei-me e bati a poeira da minha roupa.

–Claro que eu estou bem, fui derrubada por um brutamontes, não poderia estar melhor. – Respondi com sarcasmo.

– Nossa garota, você só sabe dar patada – Ele reclama cruzando os braços, o que fez com que mostrasse os seus músculos muito bem definidos, foco Beatriz, foco.

– E você quer o que? Me derruba no chão e espera que eu seja o amor em pessoa? - Ironizei.

– Em primeiro lugar foi você que não estava prestando atenção e trombou em mim, e em segunda eu só queria te perguntar algo – diz meio sem jeito, o que ficou meio fofo , mesmo ele sendo muito bruto para ser considerado fofo.

– Que pergunta? - digo já sem paciência.

– É-er, na verdade eu queria sabersevocequerircomigoemumafesta? - Ele diz muito rápido.

– Não entendi nada que você disse caipira. - Informei com a paciência zero.

– Eu disse que quero saber se você quer ir comigo em uma festa – diz parecendo estar meio envergonhado. Então o caipira é um pouco tímido... Bom saber...

– E por que eu aceitaria?

– Porque vai ser legal uai – Estimula com o sotaque de caipira

– Duvido que alguma coisa possa ser legal com você por perto - Retruco com a mão na cintura.

– Tá duvidando que eu possa fazer algo que preste? - questiona com uma sobrancelha arqueada.

– Sim ...- digo petulante

– Então vem comigo na festa que eu te mostro que posso fazer algo que preste – já estava cansada disso por isso resolvi dar uma resposta definitiva.

– Eu não iria com você nem na esquina, muito menos em uma festa. Até porque não faria bem para minha imagem andar com um caipira que não sabe nem soletrar o próprio nome. – Afirmo com os olhos meio entreabertos. Eu sei que estava pegando pesado, e na verdade nem era com ele que eu queria falar assim (só que ninguém mandou ele aparecer primeiro), antes que ele falasse mais qualquer coisa comecei andar, ou pelo menos era isso que eu ia fazer, mas fui puxada pela cintura pelo Lipe e encostada brutalmente em uma árvore que tinha ali perto ( e que eu só fui dar conta disso agora ).

– O que você que está fazendo? - Pergunto irritada.

– Bem, eu estou te mostrando que o caipira aqui, sabe fazer muito mais que apenas soletrar o nome –Assim que acaba de dizer, ele não me dá nem tempo de reagir e no momento seguinte seus lábios estão sobre os meus. No começo era apenas pequenos beijos superficiais mais logo em seguida sua língua pede passagem pela minha, nossos lábios entraram em uma sincronia perfeita. O beijo a cada instante ia ficando mais cheio de desejo, e pela primeira vez desde que fiquei com o Simon, eu voltei a sentir um prazer puro e verdadeiro, não que seja igual ao que eu senti com o meu “irmãozinho”, era diferente mas, de uma forma boa e certa, quando enfim ele se distanciou tanto eu , quanto ele estávamos sem ar.

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– Porque você fez isso? - Interroguei entre puxadas de ar.

– Para te mostrar que sou bom em algo – diz de uma forma convencida, e logo em seguida sai de perto de mim indo embora, mas antes virou- Ei a propósito acho que agora deve me dar uma chance né... - Voltando a andar, como se nada tivesse ocorrido, a minha vontade era de falar um monte de coisa e fazer ele me escutar (caipira metido a merda), mas o único problema era que nada eu conseguia falar , talvez porque ainda estava assustada por ele ter sido tão ousado ou pelo simples fato de eu ter gostado do beijo do caipira, decidi deixar isso para lá e tentar esquecer. Por isso, me virei afim de ir para casa e levei um susto.

Deparei-me com o Simon me olhando e de repente a dúvida me vem: “Será que ele viu o beijo?”Não demorou muito para eu saber a resposta. Sim. Ele tinha visto e pela cara não tinha gostado nenhum pouco. Nossos olhos ficaram conectados por breves segundos que pareceram uma eternidade, até que eu desfiz a conexão e corri em direção a casa e não olhei para trás em nenhum momento. Só fui parar quando estava na cozinha.

– Menina porque tanta pressa? – Acabei me assustando com voz da Rosie e por isso, levei a mão no meu peito para ver se assim fazia com que o meu coração voltasse a bater da forma normal.

– Nossa que susto você me deu! – Exclamei me acalmando.

– Desculpa-me não era minha intenção assustar , mas acho que era você que estava meio distraída e apressada – disse enquanto me dava um copo com água , qual eu bebi rapidamente.

– E-er acho que eu estou meio distraída hoje - Concordei.

– Tudo bem, tem dias que também estou assim. Então, você aceitou ir a queima do alho com o Filipe? - Perguntou me olhando de soslaio.

– Queima de alho? Que raio é isso? – perguntei perdida.

– Queima de alho é uma festa que ocorre antes do rodeio, sabe o que é rodeio né? - perguntou com uma cara que dizia: Essa garota é de outro planeta?

– Claro que eu sei. Ele me convidou, mas ainda não decidi.

– Deveria ir. É bem legal. – Informou.

– Talvez, talvez. – Respondi saindo da cozinha. Pensei em procurar Filipe e dizer poucas e boas para aquele caipira, mas logo que passo na frente do quarto da Meg e a vejo mexendo em várias coisas, minha curiosidade fala mais alto.

– O que você está fazendo? – Perguntei encostando à porta.

– Estou procurando umas coisas aqui – diz com uma garrafa na mão.

– Para que a garrafa?

– É parte do jogo que nós vamos fazer hoje aqui! – Fala sorrindo enquanto volta a fuçar em um caixa.

– Vamos jogar bats?- pergunto me lembrando do único jogo que se joga com garrafa.

– Claro que não menina. Nós vamos jogar o jogo da garrafa – diz me olhando pela primeira vez

– Mais que eu saiba o jogo da garrafa não é aquele que tem que beijar o outro aonde a garrafa parar? - pergunto com uma sobrancelha arqueada.

– Sim – diz como se fosse a coisa mais óbvia.

– Mais e os nossos pais? – Indago curiosa.

– Eles vão sair hoje a noite e só vão voltar amanhã – diz com uma cara de quem pretende aprontar.

– Esse jogo não se joga com muitas pessoas?- pergunto.

– Sim. É por isso que meus amigos de escola vão vir, assim como uns amigos de faculdade do Simon.

– Precisa de ajuda ?- Pergunto prestativa.

– Sim e muita – Assim passei o resto da minha tarde. Quando estava dando lá pelas seis da tarde , meu pai veio avisar que estava de saída e que só voltaria no outro dia (assim como a Meg falou) e que a Sophia ia ficar junto com a babá que mora na cidade. Acabei descobrindo que o Simon tinha ido para faculdade várias horas antes, e que ele voltaria com os amigos dele que irão fazer parte da brincadeira , e o caipira estava trabalhando junto com o pai dele e que só iria vir quando todos já estivessem reunidos. Depois de arrumar as ultimas coisas, fui tomar o meu banho e optei por uma blusa branca regata e colada ao corpo, um short jeans com as beiradas desfiadas e uma sapatilha da mesma cor que a blusa.

Após me arrumar, fui até o quarto de Meg ver se a mesma já tinha se arrumado. Quando já estava quase chegando ao quarto, escutei a campainha tocando.

– Bia atende a porta – Meg gritou. Provavelmente ainda dentro do banheiro, dou meia volta e vou em direção da porta, logo que estou perto, me olho no espelho da sala e confiro se está tudo ok. Em seguida abro a porta e me deparo com um par de olhos azuis que me fazem perder o ar e não sei explicar como, mais de alguma forma eu me senti incrivelmente atraída por ele.