Closer Gakuen

Capítulo 9 - Conflitos


Angela estava sozinha em casa. Estava muito preocupada com seu irmão, a um ponto aonde não conseguia simplesmente entender por que ele teria saído e não voltado. Ela decidiu se acalmar, indo até seu quarto e separando uma muda de roupas simples. Um short e uma regata qualquer que ela pegou sem real escolha, assim como roupas íntimas limpas. Levou tudo para o banheiro com o rosto ainda recheado em preocupação. Trancou a porta do banheiro, mesmo que estivesse sozinha tinha ganho essa mania por Aizen sempre dar sermões, dizendo que sempre deveria trancar a porta já que vive com um homem.

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Ela começou a se despir, tirando primeiro as longas meias que usava. Tirou a gravata, e começou a desabotoar a camisa enquanto encarava o próprio reflexo no espelho. Ela dobrava e arrumava as roupas usadas dentro do cesto com delicadeza. Removeu a peça superior, aonde encarava a própria silhueta com apenas a roupa íntima a cobrindo. Angela desde nova aprendeu que seu corpo era vulgar… E nunca realmente o achou muito atrativo. Todos os garotos que se interessavam por ela encaravam primeiro as coisas superficiais sobre ela.

Por mais que todos digam que ela deveria ver isso como algo bom, que seu corpo era uma espécie de bênção para poucos… Sempre que ela se encarava no espelho via uma garota com um corpo vulgar. Doía bastante para ela pensar que ninguém poderia gostar dela por gostar. Por mais que ela se esforçasse em ser uma boa pessoa, desde pequena teve o próprio corpo acima de suas qualidades.

Deu um suspiro, sacudiu a cabeça com as bochechas infladas em nervosismo, tentando afastar os pensamentos depressivos que a circulavam. Terminou de se despir completamente, caminhando para o chuveiro e tomando um longo e calmo banho.

Limpa, com as roupas que escolheu sobre o corpo agora Angela secava os cabelos enquanto se encarava no espelho. Estava com o secador contra o rosto. Começou a fazer caretas para o espelho com o secador apontado para sua cara, tornando cada face que fazia ainda mais cômica. Quando o cabelo finalmente secou, ela o desligou da tomada e guardou no armário do banheiro, longe da pia e do chuveiro obviamente. Ela saiu do banheiro com o cesto e suas roupas usadas em mãos. Desceu as escadas até a área de serviço, e colocou as roupas no cestão principal. Ela encarou e viu que o cesto já estava bem cheio.

Não tinha nada para fazer, e achava que seu irmão já era ocupado o suficiente para ter que fazer até mesmo isso. Começou a pegar todas as peças de roupa brancas e as jogar na máquina de lavar. Deixou as roupas batendo e saiu para a cozinha. Pegou um pacote de onigiri, o abriu e começou a comer. O recheio de porco a fez abrir um sorriso enquanto saboreava. A dona dos fios rosados encarou o relógio mais uma vez… Já eram quase oito e quarenta. Achou que bastava, queria ao menos saber onde seu irmão estava. Caminhou até a sala com o bolinho de arroz em uma mão, abrindo a mochila e procurando seu celular. Desbloqueou a tela e começou a buscar o contato de se irmão, ligando para ele ainda mastigando o alimento.

Ela engoliu, enquanto os bipes de chamada sendo feita ainda se mantiveram.

– Alô? Angela? - A voz do outro lado da linha a deu um total alívio. Seu irmão havia atendido.

– Nii-sama… Aonde você está? Já está bem tarde… - Ela disse encarando o relógio. - Fiquei preocupada, poderia me avisar que ia sair né? Com quem você está? Está bem? Vai voltar que horas? Está com alguma namorada? Você comeu alguma coisa?

O riso do outro lado da linha fez Angela se irritar um pouco. Ela emburrou-se inflando as bochechas.

– Eu estou bem… Só saí para esvaziar um pouco a cabeça e já estou voltando para casa. Não estou com ninguém, mas encontrei uma mulher na rua que estava sendo assediada.

– A-Ah… E como ela está? - Ela pareceu preocupada. Sentou no sofá para ouvir com atenção a história.

– Não aconteceu nada demais… Mas eu fingi ser um parente para que eles a deixassem em paz. Ela era a mãe dos irmãos Jaegerjaquez...

– A mãe da Savie-chan?! - Ela pareceu pasma. - Ela estava bem? Já voltou para casa?

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– Estava um pouco alterada com o álcool. Conto melhor quando chegar em casa.

– Certo… Volte logo, Nii-sama… Beijo.

– Claro. Um beijo, meu anjo. - Ele desligou a chamada. Angela guardou o celular na mochila com um semblante preocupado.

– Acho melhor ligar para a Savie-chan… Estou preocupada…

Angela pareceu decidida. Agarrou o celular novamente… Mas hesitou um pouco.

– O cabeça de tutti-frutti deve estar preocupado também… Espero que estejam bem.

Grimmjow e Savannah caminhavam pelas ruas escuras da noite. O rapaz tinha um olhar irritado, provavelmente com a imprudência de sua mãe ou pelo simples fato de ter que ir buscá-la. Mas era fato que seu peito estava angustiado, com medo de que algo tivesse acontecido com ela.

Em sua infância, Grimmjow sempre foi um garoto muito apegado a sua mãe. Ele lembra-se com clareza de uma vez, no primário. Este subiu na mesa do refeitório de sua escola no dia das mães e gritou que tinha a melhor mãe do mundo, para todos ouvirem. O garoto foi puxado por alguns professores, pelo tumulto e sujeira que estava fazendo no almoço feito para as mães... Mas ver o sorriso de Neliel fez tudo valer a pena.

– Grimmjow, não aconteceu nada. - Savie disse encarando com um olhar preocupado o irmão, que bufava em ódio só de pensar em algo acontecendo com sua mãe.

– Não saberemos até chegar lá. E eu não confio no paspalho fanfarrão do Sousuke. - Ele disse apressando ainda mais o passo.

Savannah deu um longo suspiro, antes de sequer pensar em continuar a falar.

– Grimmjow… Se ele tivesse feito algo com ela, acha que se daria o trabalho de ligar pra nós e cuidar dela?

Grimmjow não escutou. Literalmente a informação foi jogada fora sem sequer se processada.

Savannah realmente parecia preocupada, mas não podia fazer nada. Seu irmão estava de cabeça quente, e quando ele estava de cabeça quente… Nem mesmo um caminhão pararia a teimosia dele. Decidiu o acompanhar em silêncio, mas já se preparando mentalmente para berrar com ele caso alguma confusão se iniciasse por essa mesma teimosia.

Alguns minutos de caminhada a mais em silêncio, e ambos já viam Neliel chorando aos braços de Aizen. O homem apenas a consolava, tentando ser o mais respeitável possível e dando tapinhas em seu ombro.

– Eu sou… Sou uma mulher horrível! - A mulher gritava histérica e entre soluços. Aizen encarou os irmãos, que chegavam juntos.

– Seus filhos chegaram, senhorita Neliel. - Ele disse num tom suave, tentando acalmar a mulher.

– Hm? - Ela virou o olhar na direção de Grimmjow, que estava com as mãos nos bolsos encarando a situação de sua mãe.

O olhar de Grimmjow passou direto de sua mãe para Aizen, e nesse instante toda uma postura hostil e assassina dominou o rapaz. Ele cerrou os dentes, estava prestes a voar em cima do homem – Só não o fez por que entre eles estava sua mãe.

– Meus bebês! - Ela foi até cada um, beijando a bochecha de ambos repetidas vezes. - Tão lindos, não é, Sousuke-san? - Ela abraçou ambos em cada braço.

– Claro, senhorita Neliel. São ótimos alunos também. Por algum acaso do destino, sou professor deles. - Ele afinou um sorriso. Ele tirou um telefone do bolso, que estava vibrando e o atendeu. - Com licença...

– Tá vendo? Eu sabia que um homem do seu porte seria alguém importante! Grimmjow, cadê os bons modos com o seu professor?! Ele ajudou sua mamãe, sabia? Vem cá e dá um beijo na mamãe seu lindão!

O cheiro de álcool começou a perturbar Savie, que saiu de perto. Os lábios de Neliel pararam no canto da boca do próprio filho, que ficou indiferente em relação a isso. Savie e Neliel começaram a conversar, mas os olhos do rapaz estavam vidrados no professor.

– Claro. Um beijo, meu anjo. - Ele desligou o celular e voltou a encarar o rapaz. - Eu preciso ir, deixo ela com vocês agora.

– Primeiro a filha e agora a mãe? - Grimmjow disse ainda encarando Aizen, com um olhar extremamente irritado.

– Desculpe… O que quis dizer com isso? - Aizen pareceu confuso.

– É de família ser sonso e demente, não é? Você e a patricinha. - Grimmjow tirou as mãos dos bolsos. - Por que caralhos você tá com a minha velha bêbada num bar? Melhor perguntando, não acha que estar num bar é inapropriado para você, sensei?

Grimmjow disse a última parte com clara ironia. Aizen cerrou o olhar, tirando os óculos do rosto e os limpando com um tecido fino removido do bolso. Arrumou o aro preto sobre o rosto e voltou a encarar o rapaz.

– Não entendo o que quer insinuar. Além do mais, minha vida privada não tem nada a ver com você. Quem diz respeito a minha privacidade… Sou eu mesmo.

– Se aproxima da minha mãe de novo e eu quebro a sua cara, seu desgraçado! - Ele disse num tom alto, num semi-grito.

– Grimmjow! Já chega! - Savannah se pôs no meio de ambos. Grimmjow estava prestes a avançar no professor. - Para de ser um babaca! Ele não fez nada, só ajudou a doida!

– Até parece! Eu não confio nele, nem na puta da irmãzinha sonsa dele!

Aizen cerrou os olhos em fúria no mesmo instante, virando-se totalmente até o rapazinho insolente que ousou insultar sua irmã mais nova.

– Do que chamou a Angela?

– Sonso e demente, surdo também né? - Grimmjow cerrou os dentes.

– GRIMMJOW, JÁ CHEGA! - Savannah gritou com todas as suas forças, puxando seu irmão. Independente de quase ter estourado as cordas vocais, a razão não estava andando com seu irmão bruto e cabeça quente.

– Eu chamei ela de puta sonsa. Vai fazer o que em relação a isso, sensei? - Grimmjow disse provocante. Aizen ganhou uma fúria no olhar cujo assustou até mesmo Savannah. A situação não podia mais ser controlada.

Savannah encarava tudo assustada. Eles iam acabar se atracando, e não tinha nada que ela podia fazer… Ainda mais com sua mãe chorando em seus ombros, murmurando coisas inaudíveis. Algumas pessoas começaram a virar a atenção para o alvoroço que estava sendo criado ali. Por estarem próximos de uma área cheia de lojas e bares, esse horário tornava as ruas ainda movimentadas.

A garota rezava para todos os deuses que conseguia lembrar para que seu irmão parasse de ser tão teimoso. Qualquer pessoa sã poderia dizer que Aizen só tentou ajudar. Mas Savannah entendia completamente a raiva de seu irmão… Ela sabia a fonte daquilo tudo. E não tinha sequer nada a ver com Aizen. Savannah sabia; Grimmjow estava usando Aizen como pato para uma angústia de muitos anos.

Aizen tentava se controlar. Seu punho estava tremendo em ódio. Sequer entendia por que estava sendo obrigado a ouvir desaforo de um pirralho, um punkzinho qualquer que se acha no direito de julgá-lo, meter o nariz aonde não é chamado, acusá-lo de assédio e ainda por cima insultar sua irmã, que acabou de ligar para ele preocupada com seu bem estar. Os nervos estavam á flor da pele; Aizen não queria se descontrolar, muito menos preocupar ainda mais sua querida irmã caso chegasse em casa desarrumado por que decidiu brigar com um fedelho. Suspirou, tentou acalmar-se. Inspirou e respirou fundo, repetidas vezes e arrumou os óculos sobre seus olhos com calma. Ele arrumou a própria postura e simplesmente deu as costas. Não ia ser infantil… Era só um rebeldezinho qualquer. Se estressar por algo desse nível era mais que infantilidade; Era burrice.

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– Grimmjow, já chega, vamos pra casa de uma vez… - Savannah praguejou mais uma vez, ansiando que tudo aquilo fosse esquecido por seu professor. Pediria desculpas assim que chegasse no colégio de manhã. Se ajoelharia, se necessário. Mas não queria confusão desnecessária.

– Fique longe da minha irmã e da minha mãe, e manda aquela patricinha nojenta pros infernos também!

Aizen cerrou os punhos fortemente... Foi como acelerar o tempo de uma bomba relógio. Ele se virou no mesmo instante com um olhar assassino, desferindo um soco no nariz do rapaz.

Grimmjow deu alguns passos bambos para trás. Seu nariz estava sangrando. Savannah estava pasma; Não acreditava no que estava vendo. Seu professor de matemática, irmão da sua melhor amiga e um doce de pessoa se transformou em alguém com um olhar de ira pura e até mesmo socou um aluno para defender sua irmã.

Grimmjow fungou algumas vezes, com a mão no nariz totalmente pasmo. Mas cerrou o olhar. Ele deu um soco bem mirado no estômago de seu professor, que sem ar não pôde reagir a mais nada. O rapaz devolveu o soco no nariz com um soco no rosto de seu professor, que não teve como impedir e recebeu em cheio o golpe.

Savannah se soltou de sua mão e começou a segurar seu irmão, que tentava como uma besta louca voar para cima de Aizen novamente. Aizen simplesmente limpou o sangue que escorreu da boca com as costas da mão direita.

– VOCÊ É LOUCO?! ESTAVA TUDO BEM ATÉ VOCÊ SER O IDIOTA DE SEMPRE, SEU DÉBIL MENTAL!!! - Savannah gritava, enquanto afastava Grimmjow de Aizen.

– ME SOLTA AGORA SAVANNAH, ESSE DESGRAÇADO VAI SE ARREPENDER DE TER VINDO PRA CÁ!

– SE ARREPENDER ELE JÁ SE ARREPENDEU, COM UM ALUNO BABACA COMO VOCÊ! JÁ CHEGA, VAMOS PRA CASA!

Aizen não fez mais nada. Sentia culpa por ter cedido a sua própria raiva. Arrumou suas roupas e simplesmente caminhou na direção oposta, estava indo pra casa.

– EU VOU ARREBENTAR A SUA CARA, SENSEI! VOU TE QUEBRAR TODO!

– Para com isso! - Savannah continuava puxando o irmão para longe, que aos poucos cedeu. Tinham que levar sua mãe para casa, afinal de contas.

Aizen deu um suspiro. Era coisa demais para um dia só… E fazia pouco mais de uma semana desde que se mudou pra essa cidade. Realmente, ele estava bem arrependido do que fez.