O caos continuava, mas não era o caos das lutas, mas sim o caos no interior de Lucy. Os espíritos continuavam agitando seu corpo. Fora isso a sede estava silenciosa, a fumaça causada pela mini-bomba se dissipava e diversos corpos caídos apareciam alguns mortos outros desmaiados. Até mesmo os Progenes. Os irmãos se mexeram, e começaram a se contorcer, bem lentamente se levantando. Eles estavam acabados, ganharam novas feridas junto com as que não tinham se cacrizado e suas vestes estavam rasgadas e pra lá de sujas, se levantaram rangendo de dor. Observavam em volta e Lucas se aproximou de Lucy, ela ainda estava desacordada e de cá para lá fazia uma careta com um verdadeiro arco-íris entrando e saindo de dentro dela, ele a pega nos braços. Seus irmãos o olham e já sabiam o que passava em sua cabeça. Precisavam sair dali. Como se escutassem as vozes de seus donos os cavalos surgiram magistrados e fortes como nunca, como verdadeiros cavalos selvagens. Eles rapidamente montam e partem. Lucy estava deitada em Lucas.

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Nem sequer chegaram à metade do caminho quando três homens da organização apareceram bem atrás deles, o ataque foi imediato e só havia Laila para dete-los. No meio do caminho Laila perde a paciência e desce com tudo do cavalo que dividia com Luke, ele a chama e ela diz para não se preocupar que ela os alcançar, ele apenas lhe deu um aceno com a cabeça. Ela deixou o bastão, agora lança, bem a sua frente, de forma reta, e começou a carrega o ataque. Já pronto o girou e enterrou a lança com tudo, minutos depois raios elétricos surgiram e mataram tanto os cavalos quando os homens, deixando eles em cinzas. Ela rapidamente se vira e começa a correr com a maior velocidade que podia para alcançar os seus irmãos, Luke da uma rápida volta estendo a mão para Laila pega e a ajuda a subir, já devidamente montada eles partem.

Procuravam por uma lagoa, mas todas pela qual passaram não eram suficientes, nem seguras nem escondidas o bastante. Horas haviam passado, eles já andavam vagarosamente pela floresta, exaustos, e Lucy ainda no mesmo estado. Uma linda e enorme cachoeira entra na visão deles, ela era formada por enormes pedras, o que formava sua beleza. Ela caia como cascatas e bem em seu centro havia uma abertura que os meninos logo se deram conta. Deram uma volta em torna da cachoeira e pararam bem em seu lado esquerdo, prenderam os cavalos e lentamente subiram, o Lucas foi o mais lento por estar carregando Lucy que ainda sentia dor, gemia, e fazia caretas. Eles tinham um livre aceso a abertura da cachoeira, pelas pedras serem enormes elas faziam meio que uma “calçada” até a abertura, o único porém é que teriam que tomar banho para entrar ou tentar se esquiva sobre as pequenas aberturas no cantinho da cachoeira que a abertura disponibilizava, tanto no lado direito e esquerdo. Para Luke e Laila aquilo não foi um problema, mas Lucas teve que esquiva com Lucy para entrar.

Era parecido com uma caverna, só que bem menor e tinha um fim. Só cabiam eles ali, mas ainda bem que a caverna tinha uma extensão suficiente para se deitarem. Lucas coloca Lucy deitada bem no cantinho do lado direito da caverna e se senta próxima a ela. O arco-íris e o vai e vem em seu corpo continuava. Seus irmãos estavam de pé e assim permaneceram. Suas feridas doíam e ardia e eles não tinham nenhum medicamento que pudesse ajuda-los, eles acabaram por perder suas mochilas no meio de tantos ataques. Minutos se passavam Luke já estava encostado na rocha, Laila andava de um lado para o outro, Lucas continuava sentado observando Lucy e Lucy continuava com as caretas. Mais minutos se passaram, os irmãos ficavam trocando posições, exceto Lucas, até que se casaram ainda mais e finalmente sentaram. Lucy continuava na mesma, só ela mesmo sabia o que estava passando e sentindo. Laila desencosta sua cabeça da rocha e diz:

— Precisamos busca alimento. Quando Lucy acorda ela vai precisar se alimentar.

Luke e Lucas primeiro a olharam e depois se entreolharam. Luke se levanta dizendo que iria junto com Laila, mas Lucas rapidamente o corta dizendo que era ele que iria com Laila e pediu que ele cuidasse de Lucy. Luke apenas acenou. Laila rapidamente se levanta e se retira com Lucas, indo buscar alimento, Luke ficou sentado no lugar em que Lucas estava anteriormente e observou o arco-íris no corpo de Lucy. Ela dava alguns gemidos e fazia algumas caretas, dando o claro sinal que estava doendo, o sol da tarde iluminava a cachoeira, mas não avançava na abertura, deixando uma iluminação bem clara.

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— Não consigo nem imagina o que você estar sentindo — Luke comenta, sem ter a menor esperança de receber uma resposta. Lucy da uma rápida risada e ela acaba saindo fraca e dolorosa, deixando claro o seu desconforto. Ela cessa a risada e consegue responder:

— É como uma batalha. Alguns estão tentando se adaptar e outros sair. — sua voz, assim como sua risada, sai fraca.

— Pelo menos agora você vai tira aquela ideia estúpida de se afasta de nós. — Luke revela surpreendendo Lucy. Ele tinha esse conhecendo, já fazia algum tempo.

— O quê? — Lucy diz de forma baixa e espessa, é como se não tivesse saído.

Luke se levanta e depois novamente se senta encostado na rocha e com as pernas esticadas. Volta a falar:

— O Lucas não me contou nada, mas é visível. Por diversas vezes esse pensamento passou por sua cabeça, mas você nunca tomava nenhuma atitude, isso me deixava feliz.

— Eu não conseguia — Lucy revela.

— Isso é bom.

Lucy se vira seu rosto bem lentamente para observa Luke, entre uma careta e outra, perguntou:

— Porque vocês decidiram ficar comigo? — Luke a olha e suspira, respondendo:

— Sinceramente? Eu não sei. Quando te vimos presa naquela rede e levando um choque à trás do outro, isso mexeu com agente. Não sei explicar. Agente não sentia vontade de ir embora, isso nem passava pela nossa cabeça, mas passava pela sua.

— É! Eu não achava justo! Vocês não tinham nada a ver comigo e ficavam se arriscando a toa, salvando uma pessoa que nem conhece.

— Pois é! Faz parte do nosso gene — Luke brinca fazendo Lucy rir e ele acompanha

O tempo passou assim, com brincadeiras, risadas e muita conversar. Quando Lucy fez uma careta muito feia foi quando a conversa cessou. Luke se levanta, vai para o lado de Lucy, pega sua cabeça e deposita em seu colo. Ficou observando o arco-íris em seu corpo. Aparentava que estava cessando aos poucos por isso doía ainda mais.

~*~

Laila estava sentada nos ombros de Lucas enquanto tentava pegar uma mangá. Eles estavam já algumas horas pegando alimentos, tiveram a sorte de adentrar em um local que era cercado de frutas, de todos os tipos. Não havia uma árvore daquele local que não tivesse fruta. Então Lucas e Laila aproveitaram. Eles tinham consigo uma cesta que já estava com uma boa quantidade de frutas e agora eles tentavam pegar algumas mangas

— Pega logo isso Laila — Lucas reclama dividido entre segurar Laila e a cesta

— Calma menino — Laila da o último puxão conseguindo tirar a mangá e coloca na cesta.

Lucas desce Laila de seus ombros e eles continuam procurando. Talvez estivessem pegando mais do que verdadeiramente precisam, mas é sempre bom prevenir do que remediar. Eles continuaram andando até encontrar umas cerejas, que visivelmente pareciam boas. Laila pega uma e coloca entre ela e Lucas e pergunta:

— Será que é venenosa? — Eles faziam essa pergunta a cada fruta que pegavam. Como não havia nenhum medicamento com eles, era um risco que corriam. Havia diversas frutas naquele lugar, frutas que eles já conheciam e outras completamente desconhecidas.

— Não sei. Prova — responde Lucas recebendo uma tapa no braço de Laila. Pronto! Começaram uma discussão de quem provaria a fruta primeiro. Estavam tão entretidos naquilo que não perceberam a aproximação de um ser, digamos diferente.

— Olá — ela cumprimenta fazendo os irmãos levarem um baita susto e caírem para trás, quando eles a olham, ficam aliviados. Lucas se levanta e depois ajuda Laila a levantar, ele cumprimenta:

— Oi — Laila apenas da um aceno junto com um sorriso de canto

— Eu me chamo Lô, sou a responsável por cuidar dessa parte da floresta — diz ela. Junto a ela havia um mico leão dourado que estava em seu ombro.

Lô era uma Natury. As Natury são as espécies responsáveis por cuidar e preservar a natureza. Eles costumam fazer algumas plantações, mexer muito com a parte de agricultura, mas também fazem ações ecológicas. Eles tem a habilidade de criar qualquer tipo de terra, solo em qualquer lugar, ainda com a vantagem de fazer ela durar. Assim da mesma forma eles tem a habilidade de plantar qualquer tipo de frutas, legumes e verduras em qualquer lugar, sem nenhum problema. As Natury é uma espécie comum e uma das poucas que é pacífica. Claro que eles possuem habilidades que podem prejudicar ou até mesmo matar uma pessoa, mas só é a minoria que normalmente usa. Os Natury são extremamente protetores e podem se enfurecer quando alguém mexe com a sua natureza sem a sua permissão. Há alguns que não se incomodam caso alguém mexa com sua plantação sem a sua autorização, contanto que não desmate e que seja gentil, para eles não há problema.

Alguns minutos que Lô chegou logo os irmãos estavam cercados por cervos, coelhos, gambás, veados e esquilos. As Natury também tinham essa aproximação com os animais, não era tão intensa quanto à das metamorfoses, mas ainda sim era leal.

Lucas pega a cerca e coloca um pouco em sua frente, falou:

— Primeiramente gostaria de pedir perdão por nós dois — Lucas falava em nome de Laila também, que ficava acenando positivamente com a cabeça — por termos pegado essas frutas sem a sua autorização. Não sabíamos que aqui habitava um Natury. E aproveitando a oportunidade gostaríamos de pedir sua permissão para colhê-las.

A Lô olha atentamente para eles, depois para a cesta e no final abre um simples sorriso, dizendo:

— Mas é claro que vocês tem a minha permissão. Da para notar que precisam se alimentar.

Ela se vira, recolhe uma boa quantidade de cereja na mão, das mesmas que os irmãos estavam analisando, e coloca na cesta. Eles agradecem e começam a retornar para onde os cavalos estavam sendo acompanhados por Lô e os animais que estavam ao redor. Eles acabam por conversar sobre o modo como ela vivia as dificuldades em que ela passava e as frutas venenosas. Lô explica:

— Eu prefiro não as cultivar, mas é necessário. É como se fosse uma proteção de minhas próprias frutas contra pessoas desconhecidas, animais selvagens e pessoas com más intenções. Elas são fatais, só planto frutas, legumes e verduras que matam na hora.

Lucas e Laila se entreolham e engolem em seco, Lô percebe e da uma risada, os tranquilizando:

— Não se preocupem. Vocês não pegaram nenhuma venenosa.

Lucas e Laila suspiram aliviados, olham para Lô que estava com um sorriso aberto e caem em risada. Quando chegam Lucas desamarra o cavalo, monta e depois é Laila. Lô, que segurava a cesta, entrega para Laila que ajeita entre ela e Lucas, se despedi deles e volta para o meio de seus alimentos junto com os animais a seguindo. Após se despedirem eles partem.

~*~

Laila foi a primeira que subiu. Ela pega a cesta e Lucas escala. Eles passam através da água mesmo, não se incomodando se ficaram molhados, e de certa forma lavaram as frutas.

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— Chegamos — anunciada Laila colocando a cesta em um canto e se sentando do lado direito dela.

— E trouxeram a feira — brinca Luke que fazia carinho em Lucy, que continuava no mesmo estado. Lucas nada disse, só olhava Lucy fixamente, perguntou:

— Como ela estar? — Luke olha para Lucy e depois para Lucas, responde:

— Mal. A dor piorou.

Uma expressão triste ganha o rosto de Lucas, ele olha para baixo com o olhar perdido, como um menino danado que tinha acabado de receber uma bronca. Senta-se ao lado de Laila e assim fica. Novamente o tempo passa. O crepúsculo já estava começando a se formar, Lucy começou a se tremer violentamente de frio, Luke notou e fazia tudo que estava ao seu alcance para esquenta-la. Ele próprio não estava com frio ainda, apesar das roupas molhadas que não haviam secado por causa da umidade da caverna, já Laila estava abraçadas as pernas se tremendo toda de frio. Lucas era calorento igual ao irmão, então ainda não estava tremendo, estava com frio, mas não tremendo. Ele nota o estado de Lucy, se levanta e diz:

— Precisamos ir atrás de mantos.

— E alguns medicamentos — Laila completa também se levantando.

— Deixa que dessa vez eu vou — diz Luke já começando a se levantar, com cuidado por causa de Lucy, mas novamente é interrompido por Lucas, que diz:

— Não! Você vai ficar aqui cuidando de Lucy.

Luke olha para o seu irmão, engole em seco e acende com a cabeça. Lucas e Laila já estavam começando a se retirar, mas Lucas nota um movimento na cachoeira e para bruscamente, estica o braço impedindo Laila de continuar. Ela se assusta e olha para o seu irmão sem entender, até que ele aponta para fora da cachoeira e ela perceber um movimento, o símbolo da Caveira da Morte bem estampado nas vestimentas dos cavaleiros. Todos os três ficam tensos, estátuas e com as respirações presas, Luke até tapou a boca de Lucy com sua mão para não ouvirem os gemidos de dor dela. Depois de minutos nessa tensão, com os cavalos cheirando freneticamente o chão e quase sendo pegos, os cavaleiros partem e Lucas, Laila e Luke relaxam. Laila pergunta se eles ainda iriam buscar suprimentos e Lucas confirma. Lentamente eles descem, chamam pelos cavalos e partem.

Eles decidiram ir tentar pegar suprimentos na cidade. No caminho eles paravam de vez em quando para prestar atenção em volta, ver se não havia nenhum cavaleiro da organização por perto, e quando havia eles se escondiam e esperam que os homens fossem embora. Quando chegaram à cidade eles tiveram que amarra os cavalos e esconder as armas, tentavam passar por pessoas normais, e sem nenhuma ideia de como conseguir comprar os mantimentos. Já que eles não tinham dinheiro nenhum. No entanto, quando Laila notou pessoas fazendo truques para conseguir uma graninha, teve uma ideia. Puxou Lucas pela blusa, pegou as armas, roubou um pote de um comerciante sem ele notar, tirou a etiqueta, foi para um cantinho, colocou o pote entre eles bem na frente e começou a fazer truques com seu bastão, que estava na forma normal e aparentava não passar de um bastão inofensivo. Lucas notou toda aquela loucura de sua forma e compreendeu a ideia, também começou a fazer truques com seu arco e flecha. Como aquilo era um comércio noturno estava lotado de pessoas. Eles começam a notar os irmãos e cada vez mais enchia de gente. Quando Lucas e Laila encerram os truques, eles aplaudem e se retiram. O pote estava lotado de dinheiro. Com aquele dinheiro poderiam comprar quatro pares de roupas, certinho para cada um, alguns lençóis e alguns medicamentos. Eles pegam os cavalos, se ajeitam e voltam para a cachoeira.

Quando retornaram, dessa vez, eles tiveram que passar pelas brechas da água. Depositaram as roupas em cima da caixinha de medicamentos ao lado da cesta e foram ajudar Lucy. Lucas e Laila faziam uma caminha, enquanto isso Luke segurava Lucy nos braços, ao terminarem Luke deposita Lucy na cama e a enrola com um lençol. Laila se senta e Luke começar a cuidar de seus ferimentos. Para que as roupas não molhassem ele colocou em cima das frutas, que já estavam pra lá de secas. Enquanto isso Lucas preparava a sua própria cama ao lado esquerdo de Lucy, já havia avisado aos seus irmãos que dormiria com Lucy, eles concordaram. Após terminar de cuidar os ferimentos de Laila, eles trocaram, e era agora que Laila que cuidava dos ferimentos de Luke. Terminado eles também arrumaram a sua própria cama, comeram um pouco e deitaram.

No meio da noite, já bem de madrugada, eles escutam um forte grito vindo de Lucy. Despertam aos sustos e se viram para olha-la. Foi a tempo de leva-la flutuando no ar, já não havia mais o arco-íris em seu corpo, e o espetáculo começou. Uma aura dourada envolveu Lucy e um por um começou a aparecer:

Cisne

Lobo

Urso

Leão

Leopardo

Tigre

Tubarão

Águia

Serpente

Golfinho

Cavalo

Crocodilo

Falcão

Lince

Pantera

Onça

16 espíritos. Todos completamente negros e lindos. Lucy estava completa. Suas 16 esferas eram os seus 16 espíritos. Lucy não era apenas uma metamorfose de espírito único, era uma de espíritos diversos. Agora era ainda mais poderosa, ainda mais rara, sua energia valia ainda mais e possuía diversas habilidades. Ela finalmente se tornou quem nasceu para ser, estava completa.

Lucas, Luke e Laila estavam admirados. Seus olhos estavam arregalados e seus queixos caídos. Era espetacular, eles não podiam negar, era espetacular. Depois do último espírito Lucy volta ao normal e lentamente desce, repousando normalmente como se nada tivesse acontecido. Lucas podia ouvir a respiração tranquila de Lucy, agora ela dormia calmamente, e eles puderam relaxar. Não havia mais nenhum sinal de dor, nem gemidos e nem desconforto, agora ela dormia de puro cansaço emocional. Lucas enrola o lençol em Lucy novamente e junto com seus irmãos volta a dormir.